segunda-feira, 15 de junho de 2020

MAIS SOBRE NAVEGADORES — PARTE XX


NÃO É POLIDO CALAR UM IDIOTA, MAS É CRUEL DEIXÁ-LO PROSSEGUIR.

Navegadores são vorazes consumidores de memória, e isso se torna um problema em PCs de entrada de linha (de baixo custo), cuja quantidade de RAM não dá nem para a cova do dente (como dizia minha finada avó).

Em atenção aos recém-chegados, relembro que um computador utiliza memórias de diversas tecnologias (RAM, ROM, cache, de vídeo, de massa etc.), mas é na RAM — memória física e principal ferramenta de trabalho da CPU (processador principal) — que o sistema operacional, os aplicativos e demais programas são carregados a partir da memória de massa (HDD, SSD, pendrive, HD USB, etc.). Claro que os programas não são carregados integralmente (ou não haveria RAM que bastasse), mas divididos em páginas (pedaços do mesmo tamanho) ou em segmentos (pedaços de tamanhos diferentes).

Nos primórdios da computação pessoal, os usuários compravam os componentes e montavam eles próprios o aparelho (ou pagavam a um computer guy para executar o trabalho). Hoje, a vantagem da integração caseira consiste em permitir escolher a dedo a configuração de hardware e privilegiar determinados aspectos — como os módulos de memória RAM, p.ex. — em detrimento de outros — caixas de som sofisticadas, placa gráfica offboard com GPU e memória dedicada etc.

Observação: Muita gente não levava em conta que quanto mais equilibrada fosse a configuração de hardware, tanto melhor seria o desempenho do conjunto — investir 80% do orçamento num processador ultra veloz e instalar RAM genérica e em quantidade insuficiente, por exemplo, era uma péssima ideia, mas bastante comum entre marinheiros de primeira viagem.

Com a popularização da computação pessoal e, mais adiante, do acesso à Internet por usuários "comuns", o preço das máquinas "de grife" tornou-se mais palatável, e com as facilidades do pagamento parcelado e os atrativos do software pré-carregado e da garantia do fabricante, as integrações domésticas foram relegadas a nichos de usuários (como gamers, hackers etc.). E a pá de cal foi a popularização dos portáteis e sua utilização também como substituto do PC de mesa. O detalhe é que montar um desktop ou realizar procedimentos de manutenção que envolvam a troca de componentes é uma coisa, e fazer o mesmo com um note ou um modelo all-in-one é outra bem diferente.   

Caso esteja pensando em trocar seu PC velho de guerra, assegure-se de que o modelo novo conte com pelo menos de 4 GB de RAM (o ideal é 8 GB) e dê preferência a processadores Intel da família Core (i3, i5 e i7 de 10ª geração) e drives de memória sólida.

Observação: Note que o gerenciamento de memória é um compromisso conjunto do processador e do sistema operacional. Portanto, de nada adianta você entupir o PC de RAM se a CPU for de 32 bits (limitada pelo Virtual Address Space a endereçar algo entre 3 GB e 3,5 GB de RAM). E tenha em mente que chips de 64 bits são capazes de rodar versões do Windows tanto de 32-bit quanto de 64-bit; portanto, se o sistema pré-carregado pelo fabricante do aparelho não for o Windows 64-bit, nada feito.

Se o dinheiro andar curto, drives híbridos são a escolho ideal, pois custam menos que os SSD puros e oferecem memória sólida em quantidade suficiente para abrigar o sistema e os aplicativos. À luz do custo x benefício, drives com 128 GB de memória flash e 1 TB em mídia magnética (como nos HDDs eletromecânicos convencionais) são os mais indicados.

Observação: Você até pode fazer um upgrade a posteriori, mas aí o molho costuma sair mais caro que o peixe.

Veremos na próxima postagem mais algumas dicas para melhorar o desempenho do navegador. Até lá.