terça-feira, 20 de junho de 2017

AINDA SOBRE O DESEMPENHO DO WINDOWS 10

A MANOBRA CONTRIBUI PARA A LIBERDADE DE AÇÃO E REDUZ AS PRÓPRIAS VULNERABILIDADES.

Antes de abordar o Superfetch ― que seria o tema alvo desta postagem ―, eu achei por bem relembrar alguns conceitos importantes. Acompanhe:

PCs da mesma marca e modelo têm configurações de hardware semelhantes, mas podem se comportar de maneira distinta porque o desempenho de cada um depende em grande medida da configuração do Windows, da quantidade de aplicativos instalados, da maneira como eles são inicializados, da regularidade com que são feitas as manutenções preventivo-corretivas e por aí vai.

Modelos de entrada de linha costumam integrar componentes de baixo custo ― processadores chinfrins e memória RAM genérica e em quantidade aquém das reais necessidades do aparelho ― o que impacta negativamente no desempenho do sistema. Na esteira da evolução do hardware, o software foi se tornando cada vez mais exigente. Veja que, enquanto o Win95 rodava com apenas 8MB de RAM, o Ten de 32-bit pede 1GB (para as versões de 64-bit, a Microsoft recomenda 2GB). Ainda assim, se você está pensando em trocar seu PC, assegure-se de que o novo venha com pelo menos 4GB de memória.

Conforme a gente já discutiu uma porção de vezes, o processador é o cérebro do computador, mas uma configuração equilibrada faz toda a diferença. Isso porque de nada adianta ter uma CPU de ponta sem que haja contrapartida das memórias HDD. Aliás, isso nos remete a duas analogias simpáticas, que meus leitores habituais já conhecem, mas que eu repito em atenção aos que caíram aqui por acaso ou que passaram a me acompanhar há pouco tempo. Vamos a elas:

Na primeira, eu comparo o PC a uma orquestra, onde o processador faz o papel de maestro, e saliento que uma boa apresentação depende não só de um regente competente, mas também de músicos qualificados, afinados e integrados entre si. Bons músicos podem até suprir ― ou disfarçar ― as limitações de um maestro chinfrim, mas não o contrário: por mais que o maestro se descabele, a incompetência da equipe comprometerá inexoravelmente o sucesso do concerto. Guardadas as devidas proporções, o mesmo se dá em relação ao PC, que depende de uma configuração equilibrada, com componentes adequados e bem dimensionados. Uma CPU será subutilizada se o subsistema de memórias for lento ― ou subdimensionado, situação em que o processador passa a depender da memória virtual, que é baseada no HDD (detalhes mais abaixo). E da feita que essa memória de massa é milhares de vezes mais lenta que a memória física, a conclusão é óbvia.

Moral da história: mais vale um sistema equilibrado, mesmo que com uma CPU mediana, do que um maestro de altíssimo gabarito regendo uma orquestra composta por elementos desafinados e mal-ajambrados.

A segunda analogia visa facilitar o entendimento da dinâmica entre o processador, as memórias e o disco rígido: Imagine o PC como um escritório e a CPU como um funcionário extremamente diligente, mas sem iniciativa própria. Durante o expediente, nosso hipotético funcionário atende a telefonemas, recebe e transmite informações e instruções, elabora cartas e relatórios, responde emails, e por aí afora ― tudo praticamente ao mesmo tempo. No entanto, quando algum elemento indispensável ao trabalho não está sobre a mesa, nosso pobre e assoberbado colaborador perde um bocado de tempo escarafunchando gavetas abarrotadas e estantes desarrumadas (quem mandou não desfragmentar o HDD?). E a situação fica ainda pior quando ele tem de abrir espaço na mesa (já atulhada) para acomodar outros livros e pastas, sem mencionar que, depois, será preciso arrumar tudo de novo antes de retornar à tarefa interrompida (aos desatentos, vale frisar que a escrivaninha corresponde à memória cache, as gavetas, à RAM; as estantes, ao HDD, e a “abertura de espaço”, à memória virtual).

Observação: Esses termos grafados em azul são hiperlinks clicáveis, e remetem a postagens ― ou sequências de postagens ― que tratam da memória RAM, do disco rígido e da memória virtual. Garanto a você que clicar neles não estraga sem mouse nem machuca sua mão. Portanto, a menos que você não tenha interesse pelo assunto, faça-o.

Para não espichar ainda mais este texto, o Superfetch fica para o próximo post.

QUASE LÁ.

Conforme eu relembrei recentemente, hoje, 20 de junho, termina o prazo concedido pelo juiz Sergio Moro para as defesas dos réus apresentarem suas razões finais no processo sobre o renegado tríplex do Guarujá ― como se costuma dizer, o sucesso tem muitos pais, mas o fracasso é órfão. Depois disso, os autos ficarão conclusos para sentença e, juntamente com outras seis ações da Lava-Jato que tramitam na 13ª Vara Federal de Curitiba, aguardarão a decisão do magistrado (que, ao todo, conduz 35 processos oriundos da Operação, sem mencionar duas denúncias do MPF ― uma contra Lula e outra contra Dirceu ― que ainda pendem de aceitação para se tornarem processos). Por lei, processos que envolvem réus presos tem prioridade sobre os demais ― como é o caso do tríplex, no qual Léo Pinheiro e corréu e está preso preventivamente desde setembro do ano passado ―, mas não há um prazo determinado para a prolação da sentença.

Segundo informações da Gazeta do Povo, a ação penal oriunda da Lava-Jato em trâmite há mais tempo na Justiça Federal e que aguarda decisão já tem mais de mil dias. A denúncia foi oferecida pelo MPF em abril de 2014 e envolve o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e três parentes dele, todos acusados de obstrução da Justiça ― aliás, um deles morreu em janeiro deste ano. Outro processo iniciado em 2014 (um mês depois da deflagração da Lava-Jato) e que também aguarda uma sentença de Moro envolve o doleiro Carlos Habib Chater. Além destes, pendem de decisão processos envolvendo o ex-ministro Antônio Palocci, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, os executivos da Andrade Gutierrez e o doleiro Alberto Youssef.

O tempo que o magistrado leva para avaliar cada processo varia caso a caso, conforme a complexidade, o número e a situação dos réus, e por aí afora. A sentença mais rápida determinada demorou apenas quatro meses, a contar da data da denúncia oferecida pelo MPF, e resultou na condenação do ex-deputado federal petista André Vargas a 14 anos e quatro meses de prisão. O publicitário Ricardo Hoffmann foi condenado a 12 anos e 10 meses e o irmão do ex-deputado, Leon Vargas, a 11 anos e quatro meses. A denúncia havia sido oferecida pelo MPF em maio daquele ano. O único que respondeu ao processo em liberdade foi Leon Vargas.

No outro extremo, o doleiro Raul Henrique Srour foi condenado a 7 anos e 2 meses de prisão depois de 2 anos 1 um mês contados a partir do oferecimento da denúncia. O processo mais antigo da Lava-Jato (ainda em tramitação) é contra a doleira Nelma Kodama, que cumpre prisão domiciliar depois de firmar um acordo de colaboração premiada. A denúncia foi oferecida em 10 de abril de 2014, e a última movimentação na ação se deu em novembro de 2015.

Outros nove processos iniciados em 2014 ainda tramitam sob os cuidados de Moro. Um deles envolve a família do ex-deputado federal José Janene, morto em 2010. Seis pessoas, incluindo a ex-mulher, um irmão e duas filhas de Janene respondem pelos crimes de lavagem de dinheiro. A denúncia foi oferecida em julho de 2014 e a última movimentação processual foi em novembro do ano passado. Como não há réus presos, não há estimativa de quando o processo pode chegar ao fim.

E Lula lá! Quanto antes, melhor.

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