A MANOBRA
CONTRIBUI PARA A LIBERDADE DE AÇÃO E REDUZ AS PRÓPRIAS VULNERABILIDADES.
Antes de abordar o Superfetch
― que seria o tema alvo desta postagem ―, eu achei por bem relembrar alguns conceitos
importantes. Acompanhe:
PCs da mesma marca e modelo têm configurações de hardware semelhantes, mas podem se
comportar de maneira distinta porque o desempenho de cada um depende em grande
medida da configuração do Windows,
da quantidade de aplicativos instalados, da maneira como eles são inicializados,
da regularidade com que são feitas as manutenções preventivo-corretivas e por aí
vai.
Modelos de entrada de linha costumam integrar componentes de baixo custo ― processadores chinfrins e memória RAM genérica e em quantidade aquém das reais necessidades do aparelho ― o que impacta negativamente no desempenho do sistema. Na esteira da evolução do hardware, o software foi se tornando cada vez mais exigente. Veja que, enquanto o Win95 rodava com apenas 8MB de RAM, o Ten de 32-bit pede 1GB (para as versões de 64-bit, a Microsoft recomenda 2GB). Ainda assim, se você está pensando em trocar seu PC, assegure-se de que o novo venha com pelo menos 4GB de memória.
Conforme a gente já discutiu uma porção de vezes, o processador é o cérebro do computador,
mas uma configuração equilibrada faz toda a diferença. Isso porque de nada
adianta ter uma CPU de ponta sem que haja contrapartida das memórias HDD.
Aliás, isso nos remete a duas analogias simpáticas, que meus leitores habituais
já conhecem, mas que eu repito em atenção aos que caíram aqui por acaso ou que
passaram a me acompanhar há pouco tempo. Vamos a elas:
Na primeira, eu comparo o PC a uma orquestra,
onde o processador faz o papel de maestro, e saliento que uma boa
apresentação depende não só de um regente competente, mas também de músicos
qualificados, afinados e integrados entre si. Bons músicos podem até suprir
― ou disfarçar ― as limitações de um maestro chinfrim, mas não o contrário: por
mais que o maestro se descabele, a incompetência da equipe comprometerá
inexoravelmente o sucesso do concerto. Guardadas as devidas proporções,
o mesmo se dá em relação ao PC, que
depende de uma configuração equilibrada, com componentes adequados e bem
dimensionados. Uma CPU será subutilizada se o subsistema de memórias for lento ― ou
subdimensionado, situação em que o processador passa a depender da memória
virtual, que é baseada no HDD
(detalhes mais abaixo). E da feita que essa memória de massa é milhares de
vezes mais lenta que a memória física, a conclusão é óbvia.
Moral da história: mais vale um sistema equilibrado,
mesmo que com uma CPU mediana, do que um maestro de altíssimo gabarito regendo
uma orquestra composta por elementos desafinados e mal-ajambrados.
A segunda analogia visa facilitar o entendimento da dinâmica entre o processador, as memórias e o
disco rígido: Imagine o PC como um escritório e a CPU como um funcionário extremamente diligente, mas sem iniciativa própria.
Durante o expediente, nosso hipotético funcionário atende a telefonemas, recebe
e transmite informações e instruções, elabora cartas e relatórios, responde emails,
e por aí afora ― tudo praticamente ao mesmo tempo. No entanto, quando algum
elemento indispensável ao trabalho não está sobre a mesa, nosso pobre e
assoberbado colaborador perde um bocado de tempo escarafunchando gavetas
abarrotadas e estantes desarrumadas (quem mandou não desfragmentar o HDD?). E a
situação fica ainda pior quando ele tem de abrir espaço na mesa (já atulhada)
para acomodar outros livros e pastas, sem mencionar que, depois, será preciso
arrumar tudo de novo antes de retornar à tarefa interrompida (aos desatentos,
vale frisar que a escrivaninha corresponde à memória cache, as gavetas, à RAM; as estantes, ao HDD, e a “abertura de espaço”, à memória virtual).
Observação: Esses termos grafados em azul são hiperlinks clicáveis, e remetem a
postagens ― ou sequências de postagens ― que tratam da memória RAM, do disco rígido e da memória
virtual. Garanto a você que clicar neles não estraga sem mouse nem machuca sua
mão. Portanto, a menos que você não tenha interesse pelo assunto, faça-o.
Para não espichar ainda mais este texto, o Superfetch fica para o próximo post.
Conforme eu relembrei recentemente, hoje, 20 de junho,
termina o prazo concedido pelo juiz Sergio
Moro para as defesas dos réus apresentarem suas razões finais no processo
sobre o renegado tríplex do Guarujá ― como se costuma dizer, o sucesso
tem muitos pais, mas o fracasso é órfão. Depois disso, os autos ficarão
conclusos para sentença e, juntamente com outras seis ações da Lava-Jato que tramitam na 13ª Vara
Federal de Curitiba, aguardarão a decisão do magistrado (que, ao todo, conduz
35 processos oriundos da Operação, sem mencionar duas denúncias do MPF ― uma contra Lula e outra contra Dirceu
― que ainda pendem de aceitação para se tornarem processos). Por lei, processos
que envolvem réus presos tem prioridade sobre os demais ― como é o caso do
tríplex, no qual Léo Pinheiro e
corréu e está preso preventivamente desde setembro do ano passado ―, mas não há
um prazo determinado para a prolação da sentença.
Segundo informações da Gazeta
do Povo, a ação penal oriunda da Lava-Jato em trâmite há mais tempo na
Justiça Federal e que aguarda decisão já tem mais de mil dias. A denúncia foi
oferecida pelo MPF em abril de 2014 e envolve o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e três parentes
dele, todos acusados de obstrução da Justiça ― aliás, um deles morreu em
janeiro deste ano. Outro processo iniciado em 2014 (um mês depois da
deflagração da Lava-Jato) e que também aguarda uma sentença de Moro envolve o doleiro Carlos Habib Chater. Além destes,
pendem de decisão processos envolvendo o ex-ministro Antônio Palocci, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, os executivos da Andrade
Gutierrez e o doleiro Alberto
Youssef.
O tempo que o magistrado leva para avaliar cada processo
varia caso a caso, conforme a complexidade, o número e a situação dos réus, e
por aí afora. A sentença mais rápida determinada demorou apenas quatro meses, a
contar da data da denúncia oferecida pelo MPF, e resultou na condenação do
ex-deputado federal petista André Vargas
a 14 anos e quatro meses de prisão. O publicitário Ricardo Hoffmann foi condenado a 12 anos e 10 meses e o irmão do
ex-deputado, Leon Vargas, a 11 anos
e quatro meses. A denúncia havia sido oferecida pelo MPF em maio daquele ano. O
único que respondeu ao processo em liberdade foi Leon Vargas.
No outro extremo, o doleiro Raul Henrique Srour foi condenado a 7 anos e 2 meses de prisão depois
de 2 anos 1 um mês contados a partir do oferecimento da denúncia. O processo
mais antigo da Lava-Jato (ainda em tramitação) é contra a doleira Nelma Kodama, que cumpre prisão
domiciliar depois de firmar um acordo de colaboração premiada. A denúncia foi
oferecida em 10 de abril de 2014, e a última movimentação na ação se deu em
novembro de 2015.
Outros nove processos iniciados em 2014 ainda tramitam sob
os cuidados de Moro. Um deles
envolve a família do ex-deputado federal José
Janene, morto em 2010. Seis pessoas, incluindo a ex-mulher, um irmão e duas
filhas de Janene respondem pelos
crimes de lavagem de dinheiro. A denúncia foi oferecida em julho de 2014 e a
última movimentação processual foi em novembro do ano passado. Como não há réus
presos, não há estimativa de quando o processo pode chegar ao fim.
E Lula lá! Quanto
antes, melhor.
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