A MORTE NÃO É O FIM. RESTA SEMPRE A DISPUTA PELO ESPÓLIO.
Detalhando melhor e complementando o que foi dito do post de quarta-feira, notebooks
sofrem mais com o calor que os PCs de mesa (desktops) porque sua arquitetura
prioriza dimensões e peso reduzidos — características que facilitam seu
transporte e uso em trânsito. Para isso, seus componentes são miniaturizados e
confinados num espaço exíguo, dificultando a troca térmica que mantém a
temperatura em níveis “operacionais”.
Qualquer máquina, aparelho ou dispositivo que utiliza
energia para funcionar dissipa parte dessa energia sob a forma de calor. No caso
do computador, concorrem para isso a CPU
(processador principal), a GPU
(processador de vídeo), as memórias
física (RAM), de vídeo, cache, ROM etc., a aceleradora
gráfica, os drives de HD (ou SSD, nos modelos mais modernos) e de DVD (que se tornou mosca branca devido
à versatilidade do pendrive e do HD USB), além do chipset e dos quilômetros de
trilhas (circuitos capilares) por onde os bits que forma os arquivos digitais trafegam em altíssimas
velocidades são, em maior ou menor grau.
Os PCs dos tempos de antanho eram mais simples, embora
usá-los fosse bem mais complicado. Seus processadores
e memórias operavam em frequências
bem inferiores às atuais e o motor do HDD
girava os pratos a passo de carrossel. Os jurássicos Intel 286 e 386 sequer contavam com uma ventoinha (fan)
acoplada ao cooler do processador —
que se tornou padrão a partir dos PC 486 —, pois o exaustor da fonte de alimentação bastava para prover a troca térmica
(ou seja, expulsar o ar quente do interior do gabinete e substituí-lo pelo ar “frio”
sugado do ambiente).
Atualmente, os gabinetes trazem duas ou mais ventoinhas adicionais, e tanto a CPU (processador principal) quanto a GPU (processador de vídeo) e não raro o
chipset (conjunto de circuitos
integrados, responsável pela intercomunicação entre todos os componentes do
computador, desde o disco rígido até o processador) contam com coolers (dissipadores de calor combinados
com microventiladores), pois as altíssimas frequências geram muito calor, e se
esse calor não for dissipado de forma eficiente, os componentes podem (literalmente)
fritar.
Ao usuário cabe manter desobstruídas as ranhuras de ventilação do gabinete
e, a cada seis meses, realizar faxinas em regra em seu interior,
pois o ar que é sugado do exterior não é filtrado e, portanto, partículas de poeira, fios de cabelo e
barba, cinza de cigarro outras “impurezas” tendem a se acumular sobre
as placas, módulos, chips, slots cabos e conectores, sem mencionar que formigas
e outros insetos costumam ser atraídos pelo calor. Aliás, deve-se dedicar
especial atenção às hélices das ventoinhas e microventiladores, até porque, com
o passar do tempo, o acúmulo de sujeira costuma produzir zumbidos e assovios
bastante incomodativos quando o PC é utilizado em ambientes silenciosos.
Quanto aos laptops
— ou notebooks, como os portáteis passaram
a ser chamados mais adiante —, hoje tão comuns, já foram um sonho de consumo para
pcmaníacos comuns, que os namoravam através das vitrines das lojas e os viam
nas mãos de executivos, profissionais liberais bem-sucedidos e novos-ricos com
vocação para alpinistas sociais. Além do preço proibitivo (pelo menos para a a
maioria dos assalariados), o custo da manutenção também era bastante salgado, tanto devido ao custo dos componentes de reposição quanto pelo valor cobrado
por profissionais especializados em dar assistência técnica a esse tipo de
aparelho.
Continua na próxima postagem.