MILITARES E EVANGÉLICOS QUE ASSUMEM CARGOS RELEVANTES SEM PREPARO NEM ENVERGADURA PARA OCUPÁ-LOS PRODUZEM O CAOS QUE SE CONSUBSTANCIA NO DEPLORÁVEL GOVERNO DE UM MANDATÁRIO TÃO MEDÍOCRE QUANTO ELES.
Um sistema
computacional é formado por diversos componentes (placa-mãe, processador,
memória RAM, drive de disco rígido ou de memória sólida, aceleradora gráfica,
placa de som etc.), cada qual com sua função específica e limitações que podem
impactar, em menor ou maior medida, a desempenho da máquina como um todo.
Trançando um
paralelo entre o PC e o corpo humano, o processador (ou CPU) corresponde ao
cérebro e a placa-mãe (ou motherboard, ou placa de sistema), ao corpo, que abriga os demais órgãos (ou componentes, no caso). Numa definição simplista, mas adequada
aos propósitos desta abordagem, um PC é
uma placa-de-sistema instalada no interior de um gabinete e conectada a “n”
periféricos.
PCs “de mesa” (ou desktops) são mais receptivos a upgrades de hardware do que seus irmãos portáteis e ultraportáteis, mas nem toda evolução “tecnicamente possível” é necessariamente viável do ponto de vista econômico. Configurações de hardware modestas, como de máquinas “low cost” ou “entry level” (modelos de baixo custo ou de entrada de linha, respectivamente), tendem a resultar em “gargalos” — termo que no léxico da TI remete ao “estrangulamento” resultante das limitações de determinados dispositivos ou componentes e o impacto que elas têm no desempenho global do sistema.
Conforme eu
mencionei nesta
postagem, é inútil gastar rios de dinheiro num processador veloz se a
quantidade de memória física (RAM), por subdimensionada, não oferecer a desejável
contrapartida. E o resultado será ainda pior se o subsistema de memória de
massa (disco rígido/SSD ) não colaborar
(detalhes nesta postagem).
Upgrades
“setorizados” têm mais chances de ser bem sucedido do que os abrangentes, mas,
mesmo assim, existem limitações a observar. Instalar mais memória RAM, por
exemplo, só será possível se a placa-mãe suportar a quantidade que se pretende alcançar
e o sistema operacional for capaz de manipulá-la (detalhes nesta
postagem). Dependendo da
configuração da máquina e do tempo de uso (vale lembrar que a indústria do
hardware substitui produtos de ponto por versões mais avançadas em intervalos de
tempo cada vez mais curtos), a solução mais indicada não é substituir este ou
aquele componente, mas sim o computador por um modelo mais moderno,
preferencialmente de última geração.
Embora não seja
minha intenção descer a detalhes sobre placa-mãe, fonte de alimentação, sistema
de refrigeração e que tais, cumpre mencionar que na pré-história da computação
pessoal falava-se muito mal (e com razão) das placas de sistema “onboard” (ou superintegradas), que eram
largamente utilizadas em PCs de baixo custo. Isso porque as placas “offboard” quase nada traziam além
do BIOS e do chipset; os demais recursos
(controladoras IDE, portas seriais e de impressora, memória cache, coprocessador
matemático, etc.) precisavam ser adquiridos separadamente e instalados em
soquetes apropriados. Integrando um aparelho a partir de uma placa
superintegrada, economizava-se um valor significativo, mas economia é uma coisa,
economia porca, outra bem
diferente: empresas como PC Chips e ECS, entre outras,
chegavam ao cúmulo de soldar o
processador na placa-mãe!
Como o passar
do tempo, a evolução tecnológica permitiu que cada vez mais recursos fossem
embutidos nos processadores, chipsets e circuitos das placas-mãe, dispensando
placas de expansão e, consequentemente, reduzindo o custo de fabricação e o
preço final do computador. Em algum momento, a diferença entre as duas
arquiteturas (onboard e offboard) passou a ser quase que exclusivamente o
subsistema vídeo e seus consectários.
Os recursos
gráficos (tanto integrados quanto providos por uma aceleradora 3D autônoma) são
responsáveis, grosso modo, por exibir na tela do monitor desde simples imagens
bidimensionais até complexos gráficos 3D e vídeos de alta definição. Placas
gráficas de boa estirpe integram GPU (processador de vídeo) e memória dedicada.
Na arquitetura onboard, o processamento gráfico e de multimídia fica a cargo da
CPU, e parte da RAM é destinada a emular memória de vídeo.
Nos tempos de
antanho, os processadores eram lentos e a memória RAM, escassa. Assim, um
subsistema de vídeo embarcada tinha desempenho sofrível e, ainda por cima,
comprometia a performance global do aparelho, visto que consumia preciosos
ciclos de processamento e limitava ainda mais a então limitada quantidade de RAM
disponível para o sistema operacional e os aplicativos. Com CPUs multicore e memória
RAM tecnologicamente mais avançada e em quantidades compatíveis com as
exigências do software, as placas-mãe onboard passaram a prover recursos de
vídeo, áudio, modem e rede com qualidade satisfatória e sem com isso degradar
(perceptivelmente) o desempenho do sistema como um todo.
Como se não
bastasse, aceleradoras gráficas 3D offboard, com GPU e memória dedicadas,
contribuem para a elevação da temperatura no interior do gabinete, tanto por
gerarem mais quanto por obstruírem (fisicamente) o fluxo de ar, prejudicando a
troca térmica — problema cuja solução passa pela instalação de um sistema de
refrigeração mais sofisticado. Mas não acabou: sistemas de vídeo offboard consomem
mais energia, o que pode sobrecarregar uma fonte de alimentação convencional.
Obviamente, a
instalação de uma fonte de maior capacidade aumentará o custo de fabricação do
computador e, consequentemente, o preço cobrado do consumidor final. Isso sem
mencionar o circuito regulador de tensão — responsável por converter a tensão
proveniente da fonte de alimentação (12v) para os valores exigidos pelos
componentes, como o processador, o chipset e a memória RAM, o drive de HD etc. —,
que deve ser compatível com a demanda energética do conjunto.
Placas-mãe
baratas oferecem circuitos reguladores de tensão com, no máximo, 3 ou 4 fases. Menos
fases implicam mais aquecimento e, portanto, melhor dissipação do calor gerado.
A partir de determinada temperatura, a estabilidade geral da tensão de trabalho
fica comprometida, resultando em instabilidade, travamentos e erros de proteção
geral (as famigeradas telas
azuis da morte). Dependendo da qualidade dos componentes utilizados, a
vida útil da placa-mãe poderá ser abreviada.
Continua...