Considerado o “Facebook russo”, o Telegram foi lançado em 2013 por uma dupla de
empreendedores daquele país, conhecida pela rede social VKontakte (VK),
cujo passado ainda influencia as operações do aplicativo, o que repercute em
sua história e funcionamento. Quando a VK se tornou popular na
Rússia, os irmãos Durov foram pressionados (inclusive com assédio
policial) a abandonar o controle da rede, deixando-a nas mãos de pessoas
favoráveis ao governo. Os irmãos hoje vivem exilados de seu país, viajando o
mundo, e não se sabe exatamente onde o Telegram possui seus
escritórios, embora esteja juridicamente sediado no Reino Unido.
Após o Facebook anunciar mudanças na política
de privacidade do WhatsApp, o Telegram passou a ganhar
popularidade, chegando a 500 milhões de usuários ativos. O serviço é prestado
por empresa privada e financiado por Pavel Durov, um dos seus
fundadores. Durov anunciou que pretende introduzir recursos pagos em
2021, que serão voltados para empresas e usuários avançados, e disse que não
haverá cobrança pelos recursos já existentes no app — tais como grupos de até
200 mil membros, uso em qualquer dispositivo sem depender da internet no
celular, envio e recebimento de mensagens sem divulgar o número do telefone,
opções adicionais para controlar a exposição de dados (para que só algumas
pessoas possam ver quando você está on-line, por exemplo), agendamento de envio
de mensagens, busca de pessoas próximas para se comunicar (esse
recurso exige cuidado).
Por outro lado, não há suporte para status/stories nem videochamadas
em grupo (é possível realizar videochamadas individuais, mas o recurso
para grupos foi prometido para 2021). As conversas no Telegram não são
criptografadas por padrão, sendo necessário ativar a camada de segurança em
conversas específicas por meio de "chats secretos". O armazenamento
das mensagens no servidor exige cuidado para evitar a exposição das conversas
(as autoridades da Lava-Jato, por exemplo, foram expostas pelo Telegram por
esse motivo). O código-fonte do aplicativo é aberto, mas o código do servidor
do serviço é fechado, deixando-o em um meio-termo entre o Signal e
o WhatsApp.
As mensagens, fotos e arquivos das conversas regulares
(não secretas) do Telegram ficam armazenadas no servidor do serviço,
mas o app afirma que não compartilha informações dos usuários com terceiros nem
possui vínculos com redes de publicidade que usam esses dados para a modelagem
de perfis. Ele oferece opções adicionais para o envio de mensagens, inclusive
agendamentos, que funcionam mesmo quando o telefone não está ligado.
Continua...