QUEM AVISA AMIGO É.
Em meados de 2015, quando todo mundo achava que o sucessor do Windows 8/8.1 seria o Windows 9, a Microsoft lançou o Windows 10. Segundo a companhia, foi preciso “pular” o número 9 para evitar conflitos de compatibilidade, já que os desenvolvedores parceiros usavam a expressão “Windows 9” para diferenciar as versões 9.x/ME das que foram lançadas de 2001 em diante (WinXP e subsequentes). Coincidentemente, esse “detalhe” acabou com a farra dos cibercriminosos, que vinham oferecendo o “download gratuito do Windows 9” como com isca para induzir os incautos a clicar em links maliciosos.
Ao “promover” o Win10 a serviço (como já havia feito com a suíte MS Office), a Microsoft estabeleceu como política de atualização o lançamento de updates de conteúdo com periodicidade semestral — mas o primeiro só foi liberado em agosto do ano seguinte, quando o Win10 “soprou sua primeira velinha”, daí ele ser batizado de Windows 10 Anniversary Update.
Observação: A Microsoft usa
a palavra “build” (construção) para designar as atualizações
mensais de qualidade que corrigem bugs, falhas críticas e brechas de
segurança (elas ficaram conhecidas como “Patch Tuesday” porque são liberadas
sempre na segunda terça-feira do mês). No âmbito do software, o termo “build”
designa uma versão compilada de um programa, nada tendo
a ver, portanto, com a versão do sistema. Por alguma razão, os usuários
passaram a chamar de builds os updates semestrais de conteúdo
(estes, sim, instalam as novas versões).
Especula-se que o lançamento do Windows 11 será anunciado no evento previsto para as 11h do próximo dia 24 (horário local do leste dos EUA). Até recentemente, imaginava-se que a versão 21H1 (Sun Valley), esperada para outubro deste ano, trouxesse uma porção de novidades (de cantos arredondados nas janelas dos programas a um menu Iniciar com partes flutuantes, passando por animações e ícones remodelados).
Observação: Satya
Nadella, CEO da Microsoft, disse tratar-se de “um
dos updates mais significativos da última década”, e Yusuf Mehdi, executivo
da big tech, que “nunca esteve tão
empolgado com uma nova versão do sistema desde o Win95”.
Como dito, a Microsoft não confirmou o lançamento do Win11,
mas tampouco desmentiu os boatos. E botou mais lenha na fogueira
vazando uma teaser
(que você pode ver na porção direita da figura que ilustra esta postagem) onde a sombra da janela não exibe a linha horizontal, formando duas colunas
lado a lado que (para quem tem imaginação fértil) se assemelham ao número 11.
Mas há fundamento nos boatos. Quando mais não seja porque o Win10 completa seis anos em 29 de julho, o que reforça a possibilidade de o Sun Valley ser, mais que uma atualização de versão, um sistema totalmente remodelado, o que justificaria a troca de nome para Win11, embora não se descarte a possibilidade de se chamar simplesmente Windows, sem qualquer número, e de os novos aprimoramentos serem implementados aos poucos, conforme, aliás, vem sendo feito já há algum tempo.
Fato é que a Microsoft suspendeu o lançamento de novas builds pelo Dev Channel aos participantes do Windows Insider até a data da efeméride, talvez para realizar testes com o sistema que fornece atualizações e evitar que imprevistos aconteçam justamente na “hora H do dia D”.
A quem interessar possa, o evento pode ser acompanhado ao vivo através deste link, lembrando que 11h00, pelo horário da costa leste dos EUA, corresponde a 12h00 no horário de Brasília.
A segunda parte desta postagem (para justificar o título) remete ao Voilà AI
Artist, que
transforma selfies em desenhos tridimensionais e virou febre nas redes sociais. Segundo
a empesa de cibersegurança Kaspersky, esse aplicativo pode
comprometer a privacidade dos usuários, já que todas as fotos enviadas
se tornam propriedade do desenvolvedor.
O fato de o programa dispor de um sistema de anúncios próprio sugere que a venda do material coletado não é a solução utilizada pelo desenvolvedor para monetização, mas quem utiliza esse tipo de software deve pôr as barbichas de molho: mesmo que o fabricante não utilize o material para ganho próprio, não está afastada a possibilidade de cibercriminosos invadirem seu banco de dados, e aí está feita a m***a, especialmente quando sistemas como o Internet Banking apostam cada vez mais em tecnologias de reconhecimento facial.
Observação: O Voilà AI Artist funciona
de maneira muito simples e utiliza recursos de inteligência artificial para
transformar selfies em desenhos. Você precisa apenas escolher qual estilo de
arte vai utilizar e enviar uma foto de sua galeria — ou mesmo tirar uma foto na
câmera pelo próprio aplicativo — para obter o resultado em três versões. Aí é
só salvar a arte na galeria do smartphone ou compartilhá-la nas redes sociais.
Como dizia meu avô, “quem avisa amigo é”.