quarta-feira, 9 de junho de 2021

HAJA DINHEIRO!


A segunda oitiva de Marcelo Queiroga na CPI do Genocídio foi ainda pior do que a primeira. Desta vez, o cardiologista chegou mesmo a mudar sua versão sobre o veto à nomeação de Luana Araújo. “O ministro da Saúde inaugurou uma nova etapa do negacionismo, o neonegacionismo”, disse o relator, Renan Calheiros. Embora tenha admitido a ineficácia da cloroquina no tratamento da Covid, Queiroga “continua sem coragem de tirá-la das normas do Ministério da Saúde”, complementou o senador.

Com mais assertividade, o médico enunciou números tão fabulosos quanto suspeitos de entrega de vacinas e chegou a bater boca com o senador Otto Alencar, que também é médico e fez o ministro admitir que não havia lido a bula da vacina da Pfizer, cujo regime de aplicação de duas doses tem um intervalo de 12 semanas no Brasil, embora o fabricante recomende 3.

Em um país civilizado, é o tipo de franqueza que custaria o que pouco que sobrou de credibilidade pública da autoridade, quando não seu cargo”, escreveu Igor Gielow na Folha.

Queiroga exaltou o óbvio ao afirmar que não existe tratamento precoce comprovadamente eficaz. Quando tentou consertar para o público bolsonarista dizendo que há “grande divisão” na área médica, acabou reconhecendo que a cloroquina não funciona. O ministro reconheceu também que a nota que recomendava o uso da cloroquina “passou a ser um documento para a história e não tem mais validade”, e que ainda assim ele não a retirou das normas do ministério (manda quem pode, obedece quem tem juízo). 

Ficou nítido que Queiroga voltou à CPI orientado no sentido de continuar “blindando” Bolsonaro, seja quanto sua política macabra no enfrentamento da crise, seja quanto ao veto à nomeação da médica Luana Araújo. Ao que tudo indica, o doutor descobriu empiricamente que ser ministro do atual governo exige não só dar o rabo, mas também pedir desculpas por estar de costas. A fidelidade canina do general-vassalo foi recompensada com um cargo de ASPONE e um polpudo salário. Quando chegar a vez de Queiroga... enfim, quem viver verá. 

A CPI ouve hoje Antônio Élcio Franco Filho, que foi secretário-executivo do Ministério da Saúde. O objetivo é esclarecer a possível existência de um suposto "gabinete paralelo" de aconselhamento ao governo federal no enfrentamento à pandemia. O ex-secretário deve ser indagado também sobre as compras e abastecimento de insumos para os estados durante a crise sanitária. Além disso, Élcio foi responsável por negociações na compra de vacinas e, em um dos documentos obtidos pela Comissão, ele relata que o atraso na resposta à Pfizer foi motivado pela presença de um “vírus” nos computadores da pasta. Então, tá. E eu acredito que sou o Pato Donald...

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As folgas e férias do presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia custaram R$ 3,8 milhões aos cofres públicos. O ano de 2020 começou com duas viagens de férias emendadas — Base Naval de Aratu (BA) e Forte nos Andradas, no Guarujá (SP) — ao custo de R$ 890 mil. Considerando todo o ano, foram gastos R$ 4,5 milhões, que, somados aos valores dispendidos com viagens nacionais — para visitas a obras, cerimônias militares e lazer —, perfizeram um total de R$ 19,3 milhões (até o início de março deste ano).

A maior despesa foi com as férias no Guarujá (SP) e em São Francisco do Sul (SC) — R$ 2 milhões, em dezembro do ano passado. Gastos com combustível de aeronaves, hospedagem, alimentação, telecomunicações e outras mordomias, pagos com cartões corporativos, somaram R$ 1,2 milhão.

Bolsonaro passou o feriado de Finados no Guarujá, ao custo de R$ 530 mil. Passeou de moto, esteve na praia e jogou uma pelada com militares do Forte dos Andradas e integrantes de sua equipe de segurança. No feriado de 12 de outubro, a passagem pelo Forte havia custado R$ 455 mil. No Carnaval do ano passado, mais R$ 622 mil foram pagos pelos contribuintes.

Bolsonaro tirou férias a partir de 19 de dezembro e foi para São Francisco do Sul, onde ficou hospedado no Forte Marechal Luz, uma colônia de férias para militares. Foi acompanhado por uma equipe de segurança com 52 militares, incluindo 13 oficiais superiores, 20 sargentos e 8 praças. Só as diárias dos militares e assessores da Presidência consumiram R$ 66 mil. O custo total da estada na praia chegou a R$ 750 mil.

Em 28 de dezembro, Bolsonaro viajou ao Guarujá e se hospedou no Forte dos Andradas, com um séquito de 73 militares. Havia 22 oficiais e 8 assessores da Presidência. As despesas com a equipe precursora e a comitiva presidencial somaram R$ 1,2 milhão. O capitão participou de um jogo beneficente na Vila Belmiro, em Santos, fez o tradicional rolê de moto pelas ruas do Guarujá, escoltado por seguranças e policiais militares, e provocou aglomerações na praia. No dia 1º do ano, pulou de um barco e nadou até um grupo de banhistas.

Bolsonaro gostou tanto do litoral catarinense que retornou ao Forte Marechal Luz em fevereiro deste ano, para passar o Carnaval. Nos quatro dias de folga, andou de jet-ski pela praia, sem usar máscara de proteção, e provocou aglomerações, num momento em que o estado atravessava forte crise sanitária, com colapso em alguns hospitais. O passeio custou mais R$ 750 mil aos contribuintes.

A gastança não se limitou a férias e folgas. Bolsonaro também visitou ou inaugurou obras e prestigiou cerimônias militares. A viagem mais cara — R$ 820 mil — foi para o Vale do Ribeira, onde o presidente passou a infância e a adolescência. Como não tinha o que inaugurar, apresentou projetos de pontes em Eldorado e Pariquera-Açu, onde reuniu 2 mil pessoas, em setembro, em plena pandemia da Covid.

A viagem conjunta para Sertânia e São José do Egito, em Pernambuco, em outubro do ano passado, custou R$ 530 mil. Bolsonaro visitou as obras do Canal do Agreste, que vai receber as águas do São Francisco, e inaugurou a primeira fase da segunda etapa do Sistema Adutor do Pajeú. No mesmo mês, gastou R$ 570 mil para visitar a agência-barco da Caixa Econômica Federal em Breves, na Ilha do Marajó.

No final de julho, o presidente fez uma visita ao Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, e inaugurou o sistema de abastecimento de água em Campo Alegre de Lourdes, na Bahia. Todo o deslocamento custou R$ 340 mil.

Em 17 de dezembro, houve mais uma viagem dupla. O presidente participou do lançamento da pedra fundamental para a implantação e pavimentação da BR-367, em Jacinto (MG) (a pedra fundamental, tradição da “velha política”, registra apenas que a obra teve início). No mesmo dia, esteve na cerimônia de assinatura de atos de apoio ao setor produtivo, em Porto Seguro (BA), onde chegou de helicóptero. O roteiro saiu por R$ 376 mil. A inauguração do eixo central da Ponte do Rio Guaíba, em Porto Alegre, e a liberação de um trecho de 27 km da duplicação da BR-116 da capital a Pelotas, em 10 de dezembro, custaram mais R$ 320 mil.

Entre as viagens para a participação em cerimônias militares, a mais cara ocorreu nos dias 14 e 15 de agosto, no Rio de Janeiro. Bolsonaro participou da inauguração da Escola Cívico Militar e da cerimônia de brevetação dos novos paraquedistas — mais uma viagem de caráter afetivo do capitão, um ex-paraquedista, que custou aos contribuintes R$ 408 mil.

Em fevereiro de 2012, a então presidente Dilma esteve na 29ª Festa da Uva, em Caxias do Sul. Na volta, fez um pernoite em Porto Alegre, no Hotel Plaza São Rafael, localizado no centro histórico da capital gaúcha. A Presidência da República registrou que o TCU determina a pesquisa de preço junto à rede hoteleira, mas justificou a escolha: “deixamos de observar tal recomendação pelo fato de que o Plaza São Rafael é o preferido da presidenta”.

Diante dessa decisão, a Secretaria de Administração sugeriu que o Plaza fosse também o hotel do escalão avançado da comitiva presidencial, com 11 integrantes, o que facilitaria a “preparação do pernoite” da chefa e respectiva comitiva, incluindo os 19 tripulantes dos dois aviões presidenciais utilizados. A conta de R$ R$ 9,8 mil e foi paga com o cartão corporativo da Presidência da República.

Dilma ocupou a suíte presidencial, de 110 m², com quarto, sala, sala de jantar, lavabo e banheira de hidromassagem. A diária hoje está em R$ 1,1 mil. O hotel diz que a suíte é a predileta de autoridades políticas, executivos de alto padrão e celebridades, que preferem maior sofisticação.

Esse é apenas um exemplo das viagens da gerentona de araque. As maiores despesas com deslocamentos se referem à segurança das autoridades. Em alguns eventos, mais de 100 militares e policiais integram o aparato de segurança, incluindo forças do Exército. A alimentação e a hospedagem dessas equipes custam caro. Além das despesas do chefe do Executivo, também são pagos com cartão corporativo os gastos do vice, de ex-presidentes e de familiares dessas autoridades.

Ainda em fevereiro daquele ano, a nefelibata da mandioca visitou duas das mais importantes obras da era petista: a Transposição do Rio São Francisco e a Ferrovia Transnordestina — até hoje incompletas. A comitiva presidencial esteve nos municípios de Missão Velha e Mauriti (PE). Dilma e mais 68 integrantes de seu séquito ficaram hospedados no Hotel Verde Vale, ao custo de R$ 34 mil. As duas diárias da suíte da presidanta ficaram por R$ 1,5 mil. Na Lanchonete Come-Come, que atendeu a equipe de apoio, os gastos chegaram a R$ 11,4 mil.

Foram acomodadas mais 19 pessoas no Hotel Panorama e 46 no Ingra. Mais R$ 16,5 mil de despesas. Em dois dias, foram servidos 340 almoços e 410 lanches para o pessoal de apoio. Pelo número de refeições, é possível verificar que lá estavam, pelo menos, 44 militares do Exército, 28 policiais rodoviários federais e 10 bombeiros. Os militares foram deslocados do 40º Batalhão de Infantaria de Crateus. O escalão avançado, que chegou antes, tinha 43 integrantes.

O relatório da viagem informa que R$ 75 mil foram gastos e pagos com cartões corporativos. No último dia de visitas, a chefa almoçou com diretores da Transnordestina Logística, concessionária da obra, e com uma das construtoras, a Odebrecht — empresa que dois anos mais tarde seria abalada pela Operação Lava-Jato

Dilma já havia estado em Porto Alegre em janeiro de 2012, para prestigiar o Fórum Social Mundial. Como de hábito, ficou no Plaza São Rafael. Relatório da viagem mostra que a equipe precursora ocupou 12 apartamentos e solicitou mais 28 para a o escalão avançado e outros 12 para as tripulações dos helicópteros e das aeronaves presidenciais, além de uma suíte presidencial. Só a hospedagem do escalão avançado chegou a R$ 28 mil. No caso da comitiva oficial da presidente, ficou em R$ 10 mil, sendo R$ 2,2 mil com duas diárias da suíte presidencial.

A alimentação dos militares da equipe de apoio à viagem presidencial custou R$ 8,4 mil. Foram servidos 730 lanches. O Escritório de Apoio da Presidência em Porto Alegre, com 13 integrantes, apresentou nota fiscal de uma despesa de R$ 1,6 mil na Churrascaria Garcia, na Praia de Belas.

Foi alugada uma sala do hotel, por R$ 3,3 mil, para atender o ministro Gilberto Carvalho e outros ministros que compareceram ao fórum. Também houve o aluguel de 200 metros de grade, 100 metros de unifilas e quatro biombos para um evento com a presença da presidanta — mais R$ 4,6 mil. O total de despesas lançadas no cartão corporativo alcançou R$ 58 mil.

Como ninguém é de ferro, Dilma descansou por alguns dias na Base Naval de Aratu (BA), durante o Carnaval. Mas não foi assistir aos desfiles. Preferiu pescar. Vara e molinete custaram R$ 270. Precavida, a equipe de apoio também alugou um gerador, por R$ 6,2 mil, por causa da constante falta de energia na base. A hospedagem da equipe de apoio, de 16 a 20 de fevereiro, custou R$ 65 mil. Dessa vez não houve aluguel de lancha para passeios, como no réveillon, que custou R$ 20,4 mil, mas o total da viagem ficou em R$ 87 mil.

O então vice-presidente Michel Temer esteve em São Paulo de 8 a 12 de janeiro de 2012. Seus 10 agentes de segurança ficaram hospedados no Hotel Golden Tower (não confundir com Golden Shower) ao custo de R$ 25 mil. O vampiro do Jaburu, que não tinha tarefas a executar no governo, como reclamou no período pré-impeachment, retornou a São Paulo em 4 de março com a sua equipe de segurança. Espetou mais uma conta de R$ 11,7 mil no Golden Tower. Em dezembro daquele ano, 10 seguranças de Temer ficaram novamente hospedados no mesmo hotel durante uma semana. Mais R$ 14 mil de despesa.

A equipe de segurança de familiares do vice-presidente, com seis integrantes, ocupou três apartamentos duplos em Brasília, de 15 a 23 de janeiro, ao custo de R$ 4,1 mil. Nova hospedagem ocorreu de 24 a 26 de fevereiro daquele ano. Mais R$ 1,8 mil evaporaram do bolso do contribuinte.

Há ainda despesas no cartão corporativo com a equipe de segurança de familiares de Dilma, com nove integrantes, que ficou hospedada em Brasília, no Torre Palace Hotel, de 1º a 6 de fevereiro de 2012. A conta bateu em R$ 4,8 mil. A equipe voltou a se hospedar no mesmo hotel, em Brasília, de 24 a 26 de fevereiro. Mais R$ 1,4 mil. A primeira-filha Paula Rousseff, que esteve em Pelotas (RS) em 8 de março, solicitou que sua equipe de segurança, composta por cinco agentes, ficasse no mesmo hotel onde estava hospedada, o Jaques Jorge Tower.

O cartão corporativo do ex-presidente (e agora ex-corrupto) Lula pagou R$ 2,2 mil em combustível durante três semanas de março de 2012. Os carros — um Ford Fusion e um Chevrolet Omega — estavam à disposição da equipe de apoio. Um detalhe: o relatório informa as placas “oficiais” e “vinculadas” de cada um dos veículos. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso gastou R$ 1,2 mil com combustível no posto Higienópolis, em abril do mesmo ano.

Observação: O cartão de pagamento do governo federal, na forma de cartão de crédito, foi criado para fazer frente a despesas eventuais de pequeno valor, que exigem pronta contraprestação, e também compras em caráter sigiloso. Na prática, pode comprar quase tudo, de combustível e passagens aéreas a medicamentos, material para construção, material impresso, etc. Também pode ser usado em restaurantes e para compras em supermercados e padarias. O sigilo foi criado para proteger informações que possam ameaçar a segurança do chefe do Executivo e seus familiares. Mas a privacidade imposta pela lei esconde também despesas com mordomias e luxos que a maioria dos brasileiros só conhece de ouvir falar, como bebidas e comidas sofisticadas. É o que mostram os gastos até hoje secretos feitos para atender Dilma durante seu segundo mandato. Com base na Lei de Acesso à Informação, o Blog Vozes, de Lúcio Vaz, solicitou ao Palácio do Planalto a abertura dos arquivos que registram as despesas com cartão corporativo da petista e também de Lula e Temer. A legislação determina o sigilo de 98% das despesas da Presidência da República e a confidencialidade dura até o final do mandato.

Dos relatórios do governo Dilma saltam aos olhos gastos extravagantes, como garrafa de cachaça por R$ 380 e compra de camarão rosa tamanho GGG por R$ 230 o quilo. Há ainda o aluguel de uma lancha para passear por R$ 30 mil. Em dezembro de 2011, a gerentona viajou para a Base Naval de Aratu, no município de Salvador, para passar o réveillon e alguns dias de folga. Só com a lavagem de roupa de cama, mesa e banho foram gastos R$ 3,8 mil. Também foram gastos R$ 340 com o aluguel de filmes clássicos na Cult Vídeo. A locação de um gerador de energia elétrica para iluminar as instalações da base custou R$ 10 mil (valores atualizados pela inflação do período). Tudo pago com cartão corporativo.

Um verdadeiro séquito de servidores acompanhou a presidente, desde seguranças até empregados domésticos. A lancha utilizada por Dilma e convidados durante a sua permanência na base naval foi alugada por R$ 20,4 mil (valor da época). O relatório da viagem informa que a despesa foi paga em cash, porque o fornecedor não trabalhava com nenhum tipo de cartão de crédito.

Em janeiro de 2012, as compras para atender as necessidades do Palácio da Alvorada incluíram 6 garrafas da cachaça Havana, uma das mais famosas do país, ao preço de R$ 246 a unidade. No mês seguinte, a adega foi reforçada com 6 garrafas do espumante Freixenet Cava Premium, por R$ 91 cada; mais 6 garradas do vinho português Quinta das Tecedeiras, no valor de R$ 136 a unidade. De Araguari (MG), vieram mais 8 garrafas da cachaça Montanhosa Tonel, por R$ 280 cada.

Os alimentos mantinham a sofisticação das bebidas. No mesmo período, foram comprados no Empório Kalamares 5 kg de codorna desossada por R$ 577 e 8 kg de carrê de cordeiro por R$ 976. Na Peixaria do Guará, a mais tradicional de Brasília, além de 41 kg de côngrio rosa e pescada amarela, foram adquiridos 12 kg de camarão rosa tamanho GGG, no valor total de R$ 1,7 mil.

Na Viande Boutique de Carnes, no final de janeiro daquele ano, foram comprados 81 kg de filé mignon por R$ 5,7 mil. Uma semana depois, na mesma loja, gastaram-se mais R$ 6,2 mil com mais 89 kg de filé mignon e R$ 239 com 2,5 kg de picanha Uruguay. Houve ainda a compra de 10 kg de codorna desossada, tudo no período de um mês.

Em compras de supermercado com cartão corporativo aparecem também queijos muito especiais, como o Cablanca Holandês, por R$ 99 o quilo, e o Grana Padano, por R$ 150 o quilo. E não poderia faltar a sobremesa. Cartões corporativos já foram usados até para comprar tapioca em Brasília: em fevereiro de 2012, foram adquiridas cinco caixas de sorvete de tapioca por R$ 400.

Os cartões são usados para tudo. Naquele mesmo ano foram compradas duas coleiras por R$ 255. Dilma tinha um labrador que a acompanhou por 12 anos, de nome Nego. Nos registros há ainda aquisições de material para a manutenção da piscina do Alvorada, material da copa e cozinha, bolos e lanches variados.

Até o mês de junho de 2015, último ano completo de Dilma na Presidência, as despesas com cartão corporativo alcançaram R$ 26 milhões (em valores atualizados) — 25% a mais do que no atual governo no mesmo período. Mas, a exemplo das administrações anteriores, Bolsonaro mantém em segredo mais de dois terços das informações sobre gastos com cartões corporativos, num total de R$ 13,5 milhões.

Há, ainda, gastos com as despesas dos ex-presidente da República e com os familiares dos presidentes durante os seus mandatos. No governo Lula, a Presidência chegou a mobilizar quatro equipes simultaneamente para garantir a segurança dos filhos de sua alteza. Também foi assegurada segurança para familiares da então presidente Dilma.

Com Lúcio Vaz