terça-feira, 18 de janeiro de 2022

MELHOR PREVENIR DO QUE REMEDIAR... (QUARTA PARTE)

TODA PARTÍCULA QUE VOA SEMPRE ENCONTRA UM OLHO.

Quando baixamos a tampa do notebook sem desligá-lo, o hardware continua funcionando. Se o aparelho dispõe de disco rígido (eletromecânico), qualquer impacto — ou trepidação excessiva — pode resultar no surgimento de “bad blocks”. 

Ainda que os portáteis sejam projetados com vistas à mobilidade, não se deve movimentá-los demais durante o uso (modelos equipados com drives de memória sólida são menos sensível a esse problema, mas nem por isso devemos submetê-los a castigos severos).

Jamais segure o note pela tela, que é delicada e suscetível a danos causados pela pressão dos dedos. Pressionar o visor de cristal líquido pode fazer com que linhas de pixels ruins apareçam, e segurar o note com uma só das mãos, forçar as dobradiças da tampa (o certo é segurá-lo aberto e usar sempre as duas mãos).

Fontes de alimentação com conectores semelhantes podem operar com voltagens diferentes. Um carregador não homologado pelo fabricante do celular (ou do notebook) pode danificar o aparelho ou, em situações extremas, provocar a explosão da bateria. Se for preciso usar uma fonte “universal”, observe ao menos se, além do conector adequado, ela permite ajustar a voltagem para atender especificamente às exigências do seu dispositivo.

Como dito, smartphones (e tablets) foram projetados com vistas ao uso em trânsito, e o armazenamento interno, baseado em memória flash, tornam-nos menos sensíveis a vibrações ou impactos, mas nem por isso você deve tratar seu celular nas patas do coice. Aliás, o fato de levá-lo a toda parte aumenta o risco de quedas, ensopamento, exposição a temperaturas elevadas e que tais.

Mesmo que o aparelho seja “à prova d’água”, não é recomendável entrar com ele no mar (quando mais não seja devido à salinidade da água) ou na piscina (idem com relação ao cloro e outros produtos químicos usados no tratamento da água). Tampouco deve-se “esquecer” o telefoninho no porta-luvas quando se vai deixar o carro estacionado por horas a fio sob o sol causticante do verão. Quanto a tombos e impactos, a lei de Murphy não foi revogada. Se o celular achar de cair e o piso for 90% recoberto por carpete, a queda ocorrerá em algum ponto dos 10% de piso cru, e com a tela virada para baixo.

No tempo dos dumbphones, as capinhas dispunham de um clipe que se prendia ao cinto ou ao cós da calça, mas isso é coisa do passado. Não há problema em levar o smartphone no bolso, mas convém evitar o bolso traseiro da calça. Primeiro porque os aparelhos atuais são quase tão grandes quanto uma tábua de carne — e, com metade da carcaça exposta, o smartphone chama a atenção dos amigos do alheio. Segundo porque o risco de esquecer de tirar o dito-cujo do bolso antes de acomodar o buzanfã numa cadeira, poltrona etc. pode causar danos (não só, mas principalmente) ao display. E moçoilas que vestem calças 3 números abaixo de seu manequim para ressaltar o derrière voluptuoso nem precisam se sentar para expor o telefoninho a uma torção para a qual ele não foi projetado.

Outro detalhe que merece destaque é a autonomia da bateria — quanto maior a amperagem, melhor, pois maior será o intervalo entre as recargas. Considera-se adequada uma bateria que permita usar o celular durante um dia inteiro sem “pit stop”, e isso exige pelo menos 5.000 mAh. Menos que isso exige diminuir o brilho do display, desabilitar o alerta vibratório e as conexões Bluetooth, Wi-Fi, NFC, o GPS e outros recursos que não estiverem sendo utilizados, sob pena de ficar sem carga no meio do dia.  

Fechar aplicativos desnecessários e impedi-los de rodar em segundo plano também ajuda a poupar energia. No Android, basta tocar em Configurações > Bateria > Detalhes de uso e ativar a Economia de bateria (este roteiro foi baseado no Motorola G60, mas, de modo geral, vale para a maioria dos aparelhos, embora nomenclatura e caminhos possam variar um pouco).

Ao contrário da baterias de níquel-cádmio dos tempos de antanho, as atuais, à base de íon/polímero de lítio, não estão sujeitas ao “efeito memória”, de modo que podem ser recarregadas a qualquer momento. Aliás, não é preciso colocar o celular na carga após tirá-lo da caixa e esperar 8, 12 ou 24 horas para começar a utilizá-lo, como se recomendava antigamente.

Se você precisar sair e seu telefone estiver com pouca carga, os carregadores “TurboPower” (da Motorola) e assemelhados são sopa no mel, pois recarregam a bateria mais rapidamente do que os modelos convencionais — alguns minutos na tomada são suficientes para horas de uso, e a presença de chips e da ligação entre software e hardware permitem que o celular administre o carregamento de modo a não haver prejuízo para a vida útil da bateria.

Observação: De acordo Hélio Oyama, Diretor de Gerenciamento de Produtos da Qualcomm na América Latina, o carregamento rápido é um compromisso conjunto de hardware e software. O hardware, no próprio celular, recebe a energia e procede ao carregamento rápido da bateria inserida no smartphone, enquanto o software é responsável pela análise da necessidade (quantidade) de energia, pelo nível de carregamento da bateria, pelo nível de potência e por manter nos patamares adequados a corrente, a voltagem e a temperatura durante a recarga.

Continua...