A MEMÓRIA DOS CREDORES COSTUMA SER MELHOR QUE A DOS DEVEDORES.
Combinado com
um monitor externo de dimensões generosas e um combo de teclado e mouse wireless,
um laptop (ou notebook, como queiram) de configuração razoável pouco (ou nada)
fica devendo a um desktop mediano, e, de quebra, "volta a ser
portátil" sempre que o usuário quiser.
Por outro
lado, computadores portáteis custam mais caro que os de mesa, sua manutenção é
mais onerosa e seu upgrade, bem mais limitado. Isso sem falar que o uso em
trânsito os expõe a tombos, impactos e, por que não dizer, à cobiça dos amigos
do alheio.
Um computador
de boa estirpe, de mesa ou portátil, irá prestar bons serviços por quatro ou
cinco anos. Isso porque, mesmo que continue funcionando direitinho depois desse
prazo, os fabricantes têm por norma estimular as “compras repetitivas”,
o que fazem lançando novas versões em intervalos de tempo cada vez menores, e valendo-se
de campanhas de marketing para disseminar a ideia de que as
"inovações" justificam o investimento na aquisição de um modelo
supostamente “superior”.
Para garantir
que seu público-alvo seja alcançado, a indústria criou o conceito de “obsolescência
programada”, que consiste em abreviar a “vida útil” dos assim
chamados “bens duráveis”, antecipando a troca de algo que não precisa
ser trocado por um modelo novo que provavelmente irá durar bem menos. Mas não é
só.
Novas exigências
dos sistemas operacionais e aplicativos podem tornar obsoletos os modelos mais
antigos. Basta lembrar que, ao anunciar o Windows 11, a Microsoft incluiu na
lista de requisitos
mínimos o famigerado TPM 2.0 (processador
de criptografia destinado a robustecer a segurança durante a
inicialização do sistema; para mais detalhes sobre o recurso e como fazer para
ativá-lo, acesse esta
postagem) e CPUs de oitava geração ou superior. Claro que
não demoraram a surgir maneiras "não oficiais" de fazer o upgrade em
máquinas que não contam com esses recursos (para mais detalhes, assista a este vídeo), mas essa
é uma outra conversa.
Interessa
dizer que seu note irá lhe prestar bons serviços por mais tempo se você não o
tratar ao coices, embora isso não significa que você não será forçado a substituí-lo,
mais cedo ou mais tarde, por um computador novo.
A estimativa
de vida útil de um produto pode ser abreviada por mau uso ou falta de
manutenção. No caso específico do note, é importante desligar o aparelho (ou
colocar o sistema em hibernação) na hora de transportá-lo — e usar uma maleta almofadada
ou uma mochila apropriada. Ainda que drives de memória sólida (SSD) sejam "menos
frágeis" que discos rígidos eletromecânicos, há outros componentes internos
que podem ser danificados por vibração excessiva, solavancos bruscos e outros
"acidentes de percurso".
Embora "laptop"
signifique "sobre o colo", usar o aparelho apoiado nas coxas por
longos períodos não é uma boa ideia — além de ser desconfortável, pois o calor
gerado durante o funcionamento é transferido para as pernas do usuário. Colocar
o portátil em cima de travesseiros, almofadas, colchas ou algo do gênero pode
prejudicar a circulação do ar no interior do gabinete — pelo mesmo motivo,
mantenha as ranhuras de ventilação desobstruídas e procure ajuda especializada se
o microventilador do cooler emitir ruídos estranhos. E, por motivos óbvios, evite
comer e/ou beber enquanto usa o portátil.
O Windows
não oferece um utilitário nativo para monitoramento da temperatura do hardware,
mas existem diversos aplicativos (como o Core Temp e o HWMonitor) que suprem essa lacuna. Por outro lado,
melhor do que desligar o aparelho antes que ele superaqueça é evitar
que ele superaqueça. No caso específico dos portáteis, suportes com ventiladores acoplados não custam caro e produzem bons
resultados.
O preço do computador
depende diretamente da configuração de hardware, e isso vale tanto para desktops
quanto para laptops. Modelos de entrada de linha são mais acessíveis, mas
deixam a desejar na hora de rodar apps mais "exigentes" (como
editores de vídeo, games e outros que tais). Quando for comprar um PC, seja de
mesa ou portátil, prefira um modelo que integre ao menos 8GB de RAM, HDD/SSD com
1TB de espaço e CPU/GPU de responsa.
O Windows
multitarefa, mas você não é. A navegação por abas, facilita um bocado a vida do
internauta, mas deve ser usada com parcimônia. Até porque os navegadores são
ávidos consumidores de memória RAM, e cada aba aberta aumenta o consumo
(quase tanto novas instâncias do aplicativo). Portanto, seja seletivo ao usar
as abas e mantenha abertas somente aqueles que são necessárias naquele momento.
Para não
precisar anotar o endereço da página que você tenciona revisitar mais adiante,
adicione-a aos favoritos ou fixe-a na Barra de Tarefas ou no menu
Iniciar do Windows (para acessar essas opções, abra a tela de
configurações do Edge e na setinha à direita de Mais Ferramentas).
Note que você
pode configurar o navegador para "adormecer" as abas que ficarem
inativas por um determinado período, de modo a reduzir o consumo de memória é ciclos
do processador. Para tanto, clique em Configurações (na página de configurações
do navegador), depois em O sistema e o desempenho (na coluna à
esquerda da página) e habilite as opções Salvar recursos com guias inativas
e Esmaecer guias inativas (oriente-se pela figura 1). Feito isso,
em Colocar as guias inativas em suspensão após o período de tempo
especificado, escolha a opção desejada — recomendo 5 minutos, mas você pode
escolher entre 30 segundos e 12 horas.
No Google
Chrome, é possível fazer mais ou menos a mesma coisa, mas desde que você
adicione o plugin (extensão) Great
Suspender. Ele monitora as abas abertas em tempo real e coloca em
animação suspensa as que estão inativas. Concluída a instalação, reinicie
o navegador, clique no ícone que será exibido na porção à direita da barra de
endereços e, no menu suspenso, clique em Configurações, ajuste
o tempo de inatividade da página e torne a reiniciar o navegador. O
intervalo padrão é de uma hora, mas você pode alterar para qualquer outro
entre 20 segundos e 3 dias (também nesse caso eu sugiro 5
minutos).
Se seu PC dispõe
de pouca RAM (muitos modelos de entrada de linha trazem míseros 4GB), mantenha
em execução somente os aplicativos necessários — com exceção das ferramentas de
segurança (como antivírus, firewall, antispyware e que tais), os demais
programas não têm motivo para estar na lista da inicialização automática, mas ninguém
explicou isso aos desenvolvedores.
Programa
enxeridos, como o Skype, o Teams e OneDrive,
entre outros, não só retardam a inicialização do sistema como degradam o
desempenho global do computador. Mesmo rodando nos bastidores, eles disputam
ciclos de processamento e espaço RAM com os programas que a gente
está realmente utilizando.
Alguns aplicativos
permitem rever essa configuração durante a processo de instalação (na maioria
dos casos, basta desmarcar uma caixinha de verificação), mas a gente nem sempre
atenta para esse detalhe. O Windows permite desativar a inicialização
automática de aplicativos instalados (basta clicar em Iniciar >
Configurações > Aplicativos > Inicialização, como se vê na figura 2),
mas não nos permite evitar que novos aplicativos se aboletem no seu banco do
carona. Felizmente, o Advanced
System Care, da IOBit,
supre essa lacuna.
Mantenha seu computador
limpo, tanto interna como externamente, mas assegure-se de que os produtos que
você for usar na carcaça, tela e teclado sejam adequados. E só faça a faxina
com o aparelho desligado. Já a limpeza interna é um procedimento simples e que pode ser
feita por qualquer usuário, mas isso nos desktops. Nos portáteis, só
deve se arriscar a desmontar o aparelho quem tiver alguma familiaridade com hardware.
E sendo o seu caso, você não precisa das minhas dicas; se não for, recorra a um
computer guy de confiança.