QUEM NASCE BURRO NÃO MORRE CAVALO.
Montar o próprio computador era uma prática comum nos primórdios da computação pessoal que acabou caindo em desuso com a popularização das máquinas prêt à user.
Embora a integração pessoal permita escolher a dedo os componentes de hardware, comprar a máquina pronta, com sistema operacional pré-instalado e garantia do fabricante, é uma opção bem mais atraente. E a redução no preço dos portáteis e a possibilidade de usar o laptop como substituto dos PCs de mesa sem abrir mão da portabilidade (talvez fosse mais correto dizer “mobilidade”) jogaram a derradeira pá de cal, sem mencionar que, hoje em dia, se a maioria dos usuários não sabe diferenciar um HDD de um SSD, que dirá montar o próprio computador?
Máquinas compradas prontas costumam trazer o Windows como “parte do pacote”, donde muita gente nem imagina que existe vida inteligente fora do Planeta Microsoft. É fato que que o Windows está presente em mais 70% dos computadores pessoais mundo afora, mas o macOS e o Linux abocanham, respectivamente, 15,4% e 2,5% desse segmento de mercado (lembrando que o sistema da maçã é restrito aos aparelhos da marca, e que o pinguim, fora de seu nicho, não passa de um ilustre desconhecido).
A onipresença do Windows reedita o dilema da Tostines, mas o macOS e as distribuições Linux são alternativas interessantes. O "problema", por assim dizer, é que os produtos da Apple custam os olhos da cara, e o sistema criado por Linus Torvalds a partir do Unix é mais difícil de usar. As vantagens e desvantagens de cada um dependem do perfil e da expectativa de cada usuário. Para quem está acostumado a usar o Windows, tanto o macOS quanto as distros Linux causam estranheza num primeiro momento — como acontece quando a gente muda de casa, de emprego, de carro, de celular, etc. Mas essa sensação diminui depois de algum tempo e cessa completamente ao final do período de adaptação.
O Windows é servido em diversos sabores, mas a versão Home — tida e havida como “mais indicada” para o âmbito doméstico por ser mais “leve” que a Pro — acompanha a maioria das máquinas de “entrada de linha”. Aliás, comprar um PC “de grife” significa aceitar tacitamente as escolhas do fabricante, tanto no âmbito do hardware quanto do software.
Embora sejam mais restritivos que os desktops, notebooks costumam permitir upgrades de memória e troca do HDD (eletromecânico) por um SSD (baseado em memória flash), mas o molho pode custar mais caro que o peixe. Quanto ao sistema, existe a possibilidade de virtualização (que foge ao escopo desta postagem), mas trocar o Windows por uma distro Linux só faz sentido em situações personalíssimas, sem falar que o custo da licença da Microsoft vem embutido no preço do aparelho.
A popularidade do Windows estimula a criação de aplicativos. Muitos desses apps têm versão específica para macOS, mas nem sempre estão disponíveis na App Store — ou até estão, mas não oferecem a mesma gama de recursos ou são encontradas somente em versão shareware (paga). A título de ilustração, eu sou fã de carteirinha do MS Paint desde os tempos do Win 3.1, quando esse despretensioso editor gráfico atendia por Paintbrush, mas fiquei decepcionado com a versão para macOS, que consegue ser ainda mais espartana do que a original.
Continua...