A CORRUPÇÃO NA POLÍTICA É APENAS UMA CONSEQUÊNCIA DAS ESCOLHAS DO ELEITORADO.
Em 2011, um experimento chamado Oscillation Project with Emulsion-tRacking Apparatus (Opera, na sigla em inglês), desenvolvido por físicos europeus para estudar o fenômeno da oscilação de neutrinos, ameaçou anular tudo o que se sabia até então sobre a velocidade da luz, a Teoria da Relatividade e a física moderna.
Isso porque, diferentemente das partículas
de luz, os neutrinos possuem uma quantidade desprezível de massa e, à luz (sem
trocadilho) da teoria de Einstein, deveriam viajar a uma velocidade menor
que a da luz. Acabou que o experimento detectou neutrinos se movendo a uma
velocidade superior à da luz. Mais adiante, porém, descobriu-se que a divergência foi causada por um
relógio mal conectado, que registrou a passagem do Tempo incorretamente. Assim,
toda a Física moderna foi questionada devido a um cabo de fibra ótica solto.
Cientistas
são pessoas, e pessoas são seres falíveis. A diferença é que os cientistas
aprendem com os próprios erros, ao passo que o esclarecidíssimo eleitorado
tupiniquim comete o mesmo erro seguidamente, esperando que uma hora isso resulte num acerto. Segundo o Teorema do Macaco Infinito, um milhão de
macacos datilografando aleatoriamente em um milhão de máquinas de escrever reproduzirão, em um milhão de anos, a obra completa de Shakespeare. Mas o Brasil não pode esperar um milhão de anos.
Voltando aos computadores quânticos, a velocidade de processamento alcançada por essa
tecnologia promete revolucionar o universo da TI, já que, operando com qubits
em vez de bits tradicionais, os sistemas quânticos executam em poucos
segundos cálculos que os computadores atuais levariam milhões (ou bilhões) de anos
para concluir.
Relembrando: Enquanto um bit binário só é capaz de assumir um de dois valores (ou zero, ou um), os bits quânticos — ou qubits — também trabalham com valores 0 e 1, mas não de forma excludente, o que lhes permite a execução simultânea de mais de um bilhão de cópias de um cálculo.
Nem tudo
são flores nesse jardim. Para além de um sem-número de dificuldades (cuja
discussão foge aos propósitos deste texto), há ainda a questão do custo. Embora
as perspectivas sejam alvissareiras — como comprova a máquina quântica que a IBM instalou nas
dependências da Cleveland Clinic, no estado norte-americano de Ohio —, muita água vai rolar até
podermos ter uma belezinha dessas em casa. Seja devido ao espaço que elas
ocupam, seja por ser preciso mantê-las refrigeradas (em temperaturas
baixíssimas), seja porque elas custam milhões de dólares.
Por enquanto, os sistemas quânticos são utilizados nos meios científico e acadêmico — em simulações
extremamente precisas e complexas do comportamento do clima no planeta, por
exemplo. Vale destacar que tamanho poder de processamento seria “sopa no mel” para os
cibercriminosos, já que chaves criptográficas que hoje são consideradas seguras poderiam
ser quebradas em menos de um segundo.
Ainda que já
tenhamos conversado sobre criptografia
em outras oportunidades, não custa relembrar que esse processo (também conhecido
como encriptação ou ciframento) consiste basicamente em tornar os
dados incompreensíveis para quem não dispõe da respectiva “chave
criptográfica”. Na E2EE (sigla
de End-to-End Encryption), o emissor e o receptor das mensagens
contam com uma chave pública, que codifica o conteúdo antes de
transmitir as mensagens, e uma chave privada, que decifra o
conteúdo das mensagens recebidas (esse processo pode ocorrer de
forma simétrica ou assimétrica).
Uma chave de 3 bits, por exemplo, oferece 23 possibilidades
(000, 001, 010, 011, 100, 101, 110, 111). Mas cada bit acrescentado ao expoente
dobra a quantidade de combinações possíveis, exigindo maior esforço
computacional e mais tempo para o exaurimento das possibilidades. A
criptografia de 256 bits tem um comprimento de chave de 2265, que
oferece 115 quattuorvigintillion de combinações possíveis (número que corresponde a 115 multiplicado por
10 elevado à 75 potência). Faça as contas.
Continua...