quinta-feira, 7 de julho de 2022

O TÚMULO DO INTERNET EXPLORER

A MONOTONIA É A MORTE DA MOTIVAÇÃO.

Em meados dos anos 1990, os poucos internautas domésticos que havia utilizavam, em sua maioria, o Netscape Navigator, criado por Jim Clark e Marc Andreessen nas dependências da Mosaic Communications Corporation. 


Observação: Os primeiros browsers para Unix surgiram em 1991, mas o Netscape foi o pioneiro na exibição textos e imagens de websites — e o responsável pela consagração do termo “navegar” como sinônimo de “folhear” páginas da Web.

 

Na sequência, a Microsoft licenciou o código do Spyglass Mosaic — um dos browsers pioneiros no mercado —, a partir do qual desenvolveu o Internet Explorer. Em1996, o IE foi incluído no Windows 95 Plus!, depois integrado ao Win95 OSR 2 e, mais adiante, promovido a componente nativo do festejado Win98. E assim teve início uma disputa que ficaria conhecida mais adiante como a Primeira Guerra dos Browsers. 

 

Em 1997, o IE destronou o Navigator, tornou-se o queridinho dos internautas e reinou sobranceiro por mais de dez anos. Em 2008, o Google lançou o Chrome, dando início à Segunda Guerra dos Browsers. Em meados de 2012, o Chrome superou o IE em número de usuários e continuou crescendo na preferência dos internautas. Embora os principais navegadores (como o Firefox, o Opera e o Microsoft Edge, que sucedeu ao IE) se equivalham em desempenho e recursos, o Chrome continua liderando esse segmento de mercado.  

 

No melhor estilo “Die Hard” — ou duro de matar, como o título da série protagonizada por Bruce Willis foi traduzido para o português —, o IE continuou integrando o Windows, mesmo depois que a Microsoft reconheceu sua decadência senil. Em 2015, quando lançou o Win10, a empresa incluiu o sucessor do IE aos componentes do novo sistema, numa tentativa malsucedida de reprisar o sucesso que obteve no final do século passado. Mas a falta compatibilidade (na contramão dos principais concorrentes, o Edge rodava única e exclusivamente no Win10) e de extensões (o número reduzido de usuários não estimulou os desenvolvedores parceiros a criá-las), mais a demora nas atualizações (enquanto os concorrentes instalavam novas versões automaticamente, o Edge dependia do Windows Update) e as indesejáveis semelhanças do novo com o velho — a começar do ícone do software —, afugentaram os fãs do moribundo IE, que migraram em massa para o Chrome.

 

A Microsoft lançou o Edge Chromium no início de 2020. A exemplo do Chrome, do Opera e do Vivaldi, entre outros, ele foi baseado no Projeto Chromium, o que lhe garantiu compatibilidade com múltiplas plataformas (inclusive os sistemas móveis Android e iOS) e abriu um vastíssimo leque de extensões. Não foi exatamente um gol de placa, mas os aprimoramentos implementados a posteriori melhoram o navegador e, consequentemente, sua imagem aos olhos dos usuários. 


Da feita que eu publiquei uma longa sequência sobre navegadores entre 6 de maio e 16 de junho de 2020 — que terminou com esta postagem —, seria redundante descer a detalhes, até porque o mote desta abordagem não é o Edge, mas o Chrome. Mas vale destacar que a Microsoft finalmente jogou a derradeira pá de cal sobre o esquife do vetusto e longevo Internet Explorer


Para homenagear o browser, o engenheiro de software sul-coreano Jung Ki-Young criou uma lápide com o logotipo do IE e postou uma foto que viralizou na nação asiática (vide imagem). Como epitáfio, o autor da brincadeira escreveu: “Ele era uma boa ferramenta para baixar outros navegadores”.


Continua...