quarta-feira, 6 de julho de 2022

SE NÃO FOSSE TRÁGICO SERIA CÔMICO

 

"É UM ABSURDO ESSA COISA DI PARCERIA COM O PT, TÁ LIGADO? NÓIS É BANDIDO, MAIS TEM VERGONHA NA CARA. TÁ PENSANO O QUÊ?! NÓIS NUM VAI NA MISSA PRA PEDI VOTO EM ANO DE ELEIÇÃO. NÓIS NUM É LOCO. NÓIS MATA, MAIS NUM MANIPULA FOTO. NÓIS ESQUARTEJA, MAIS NUM CHEGA NEM PERTO DUMA URNA ELETRÔNICA. O BAGULHO É LOCO, MAIS TUDO TEM LIMITE. TUDO!"

 

Muita coisa anda em falta no Brasil. De salsicha em lata a biscoito Salpet. De político com vergonha na cara a eleitor consciente. Mas sobram crimes mal resolvidos e, consequentemente, teorias conspiratórias. Cito como exemplos o "suicídio" de Getúlio Vargas (1954); o "acidente" rodoviário que matou Juscelino Kubitscheck (1976); os "acidentes aéreos" que mataram Ulysses Guimarães (1992), Eduardo Campos (2014) e Teori Zavascki (2017); a estranha morte de PC Farias; os assassinatos de Toninho do PT (2001) e Celso Daniel (2002); o atentado contra Bolsonaro (2018); o assassinato de Marielle Franco (2018); a morte de Gustavo Bebianno (2020); a execução de Adriano da Nóbrega (2020); e por aí segue o féretro, digo, segue a procissão.

 

Sérgio Gomes da Silva, mais conhecido como "O Sombra", foi apontado em 2003 como o mentor intelectual da execução de Celso Daniel. O processo foi anulado em 2014, Sombra morreu de câncer em 2016 e o crime continua envolto em sombras. Em sua delação premiada, Antonio Palocci referendou a versão oficial, descartando qualquer vínculo com a cúpula do PT (talvez medo de acabar como Celso Daniel).

 

Observação: Uma década antes de o escândalo do Petrolão vir a público, o co-fundador do PT Cesar Benjamin denunciou uma série de financiamentos de bancos e empreiteiras para a campanha de Lula à Presidência. Perguntado pela revista Época se achava que esses episódios tinham ligação com a morte de Celso Daniel, ele respondeu: “Eu não acho, tenho certeza. E houve muitos cadáveres morais. Este foi o físico.” (Não só aquele diga-se; outras sete pessoas ligadas ao caso morreram, entre elas o legista que atestou que o prefeito foi barbaramente torturado antes de ser assassinado). Em 2015, já desfiliado da sigla, Benjamin postou no Facebook um texto pra lá de sugestivo. 

 

Também em delação premiada à PF, o ex-mensaleiro Marcos Valério afirmou que foi encarregado de pagar R$ 6 milhões pelo silêncio do empresário Ronan Maria Pinto, que teria informações sobre a ligação do PT e o PCC com a morte do ex-prefeito de Santo André, e estaria chantageando Lula et caterva (saiba mais sobre o Mensalão e o assassinato de Celso Daniel no livro O CHEFE). Valério disse que, na época (2005), administrava um caixa clandestino do PT de R$ 100 milhões, e que "(...) eu tinha muito mais que os seis milhões na mão deles, eu tinha umas dez vezes mais que isso na mão, então, pagar os 6 milhões não era o problema".

 

De acordo com a Gazeta do Povo, a notícia não fez nem cócegas na burguesia petista. "Muito estranho ressuscitarem Marcos Valério e até Celso Daniel a poucos meses da eleição", disse um sindicalista. "Tinha que ser careca mesmo!", desprezou um professor universitário. "Vocês vão ter que engolir o Lula", afirmou ou argumentou ou ameaçou alguém que passou atrás do jornalista Paulo Polzonoff Jr., autor da matéria. Nas cadeias, contudo, a reação foi bem diferente. 

 

Segundo matéria publicada em VEJA, Marcos Valério é um homem de muitos segredos. No escândalo do mensalão, pelo qual foi condenado a 37 anos de cadeia, atuou como operador de pagamentos a parlamentares em troca de apoio no Congresso ao então presidente Lula. Quase dez anos depois, a revista revela trechos inéditos da delação premiada que o publicitário fechou com a PF — e que foi homologada pelo então decano do STF, ministro Celso de Mello. Em um de seus mais emblemáticos depoimentos, Valério afirma que ouviu do então secretário-geral do PT, Sílvio Pereira, detalhes sobre o que seria a relação entre petistas e a principal facção criminosa do país.


Valério informou que o empresário do ramo dos transportes Ronan Maria Pinto chantageava o então presidente para não revelar o que supostamente seria uma bala de prata contra o partido: detalhes de como funcionava o esquema de arrecadação ilegal de recursos para financiar petistas. O delator afirma que soube da suposta chantagem contra Lula após conversar PereiraDe acordo com o delator, o então secretário-geral petista o informou que Ronan ameaçava revelar que o PT recebia clandestinamente dinheiro de empresas ônibus, de operadores de transporte pirata e de bingos e que, neste último caso, os repasses financeiros ao partido seriam uma forma de lavar recursos do crime organizado. Valério é claro ao explicar a quem se referia ao mencionar, genericamente, crime organizado: o PCC.

 

Em uma série de depoimentos à PF, que VEJA publicou com exclusividade, o operador do mensalão informa que o então prefeito de Santo André Celso Daniel, assassinado em janeiro de 2002 em um crime envolto em mistérios, havia produzido um dossiê detalhando quem, dentro dos quadros petistas, estava sendo financiado de forma ilegal. 


O que Daniel não sabia, disse o delator aos investigadores, é que a arrecadação clandestina por meio de empresas de ônibus não beneficiava apenas a cúpula partidária: vereadores e deputados petistas que mantinham relações com o crime organizado estavam recebendo livremente dinheiro sujo. Na versão do operador do mensalão, o dossiê elaborado pelo prefeito assassinado simplesmente sumiu.

 

Ainda segundo a reportagem, após o assassinato de Daniel o partido cuidou de afastar os políticos envolvidos com o PCC. "A posteriori, o PT fez uma limpa, tirando um monte de gente, vereador, que era ligado ao crime organizado. Vocês podem olhar direitinho que vocês vão ver que o PT fez uma limpa, expulsando do partido essas pessoas", disse Valério.

 

VEJA tentou falar com Silvio Pereira, que não retornou os contatos. Paulo Okamoto, um dos atuais coordenadores da campanha de Lula, demonstrou irritação ao ser questionado sobre as acusações de Valério sobre ligações do partido com a facção criminosa. “Tem que perguntar para o pessoal do PCC. Eu não tenho nada para te informar sobre isso”, afirmou.


A Lava-Jato descobriu que metade dos R$ 12 milhões de um empréstimo ilegal solicitado por José Carlos Bumlai ao banco Schahin, a pedido do PT, foi usado para pagar Ronan. Semanas atrás, a Polícia Civil deflagrou operação contra esquema de lavagem de dinheiro para o PCC. Um dos alvos foi o vereador Senival Moura, líder do PT na Câmara de Vereadores de São Paulo e dono de frota de ônibus. Em outra frente recente, o Denarc de São Paulo acusa João Muniz Leitecontador de confiança da família de Lula, de lavar dinheiro para o mesmo grupo criminoso. Muniz também foi alcançado pela Lava-Jato.


Encerro com um texto (resumido) de Rodrigo Constantino, que, a meu ver, peca por defender incondicionalmente o governo Bolsonaro, mas é cirúrgico quando se trata de dar os nomes aos bois do PT.


"Ligações entre o PT e o crime organizado não chegam a surpreender, considerando que Lula e Fidel Castro fundaram o abjeto Foro de São Paulo. Um vereador petista de SP é denunciado por lavar dinheiro do PCC em operação de ônibus. O contador de Lula era também responsável por lavar dinheiro do PCC, segundo denúncia. Quanta coincidência, não? 


'A esquerda radical e o crime organizado sempre dividiram afinidades ideológicas e pragmáticas. Não obstante, militantes disfarçados de jornalistas não querem investigar nada disso. Não querem sequer repercutir as denúncias de gente de dentro dessas quadrilhas, como o deputado do partido de Evo Moralles que denunciou o financiamento do narcotráfico às campanhas deles. O braço direito do ditador Nicolás Maduro é notório traficante. Cuba virou hub do tráfico de drogas internacional e do terrorismo sob os Castro


'Quem pode fingir surpresa quando o assunto é a ligação do comunismo com o tráfico de drogas? É lamentável o esforço da imprensa em ajudar o líder da quadrilha petista a voltar ao poder no Brasil."

 

Perfeito.