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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

INTRIGAS DA CONSPIRAÇÃO - MORTE DE EDUARDO CAMPOS - TROJAN HORSE

MULHER INVISÍVEL TRAI O MARIDO DURANTE 10 ANOS E ELE DIZ QUE NUNCA VIU NADA!

Intrigas conspiratórias sobejam no Brasil. Um bom exemplo é a que busca ligar a presidente Dilma ao acidente que matou seu então adversário Eduardo Campos (PSB).
Segundo a empresa de segurança digital ESET, que publicou um alerta sobre o golpe, a falsa notícia brinda os incautos com um Cavalo de Troia que abre as portas do sistema infectado aos crackers de plantão.
A maracutaia reproduz fielmente o logo do site G1 (das Organizações Globo), exibe a manchete “Dilma Rousseff é indiciada em acidente aéreo” e o subtítulo “Caixa Preta de avião revela envolvimento do PT em morte de Eduardo Campos”.
Uma vez que consegue captar o interesse dos internautas, o e-mail tenta induzir as vítimas a clicar no link ASSISTA AQUI A REPORTAGEM COMPLETA, que faz baixar automaticamente o malware Trojan Downloader, destinado a roubar senhas bancárias e números de cartões de crédito do usuário.
A ESET recomenda que, para não cair nesse golpe, os usuários precisam evitar clicar em links de e-mails suspeitos ou desconhecidos e ter uma solução de segurança atualizada, instalada no computador ou dispositivos móveis com acesso à Internet. Afinal, cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém.

Mudando de pau para cassete, assistam aos vídeos a seguir e, se puderem, tenham um ótimo dia.


sexta-feira, 22 de agosto de 2014

AINDA SOBRE A MORTE DE EDUARDO CAMPOS

O HOLOCAUSTO FOI UM PERÍODO OBSCENO NA HISTÓRIA DA NOSSA NAÇÃO (Lula).

Se, ao clicar  sobre algum arquivo PDF que você encontra na Web e que pretende copiar, os comandos COPIAR/COLAR estiverem desabilitados, experimente selecionar o texto e teclar CTRL+C. Caso isso não funcione, você pode transcrever a coisa manualmente, mas não custa nada, antes, recorrer ao serviço oferecido pelo site http://www.free-ocr.com/, que funciona como como um scanner virtual com função de reconhecimento de caracteres. Com ele, para extrair o texto desejado – inclusive de imagens em apresentações em PowerPoint –, basta fazer o upload do arquivo e copiar o conteúdo a partir da transcrição exibida na janelinha respectiva.

******************************************************************************

Impressiona ver como o nosso povo é capaz de espalhar toda sorte de versões de fatos, digamos, chocantes, mas não consegue diferenciar um estadista de um populista, haja vista (a rima ocorreu por mero caso) as maracutaias que transformaram esta nação em um esgoto a céu aberto a partir momento em que os Petralhas assumiram o poder. Vejam a seguir mais uma “intriga da conspiração”:
Deus teria falado com Eduardo Campos durante culto da Assembléia de Deus de Pernambuco e a morte dele, prevista e repassada por uma mulher que estava na igreja (para saber mais, clique aquiaqui e aqui).
Corre agora a boca pequena que Juscelino da Luz teria previsto a morte do candidato durante uma cerimônia religiosa na qual uma das protagonistas vaticinou: “Grande será o cortejo para ti, homem de honra. A tua vida está em minhas mãos, e na esteira do tempo, determinarei os teus dias” (tudo isso teria sido gravado num vídeo que deverá incorporar uma edição especial sobre a vida do ex-governador).
A informação, que surgiu em um site chamado O Fuxico Gospel, provém da mesma fonte segundo a qual Luciana Gimenez estaria possuída pelo Diabo.

Teorias mais abalizadas, por assim dizer, afirmam  que o acidente ocorreu por falha do piloto, que teria mudado bruscamente em função de uma ilusão gerada pelo mau tempo (para mais informações, clique aqui). Por outro lado - e tudo sempre tem outro lado -, muita gente continua achando que essa história está mal contada, inclusive o próprio PSB. Basta garimpar a Web e saber separar leviandades daquilo que realmente dá o que pensar.

Veja mais:

Moradores do bairro Boqueirão, em Santos, relatam que a aeronave onde estava o presidenciável Eduardo Campos pegou fogo poucos instantes antes da queda e tentou desviar de prédios.


Marina Silva desistiu de embarcar na última hora, preferindo viajar num avião de carreira, juntamente com seus assessores.

Coincidentemente, na véspera de sua morte, o candidato concedeu entrevista ao jornal nacional:



Comentários serão bem vindos.


Antes de encerrar, aprecie as curiosidades a seguir:

Os 10 países onde MENOS se trabalha por ano (base 2011) para pagar impostos:

1. Maldivas: 0 hora
2. Emirados Árabes Unidos: 12 horas
3. Bahrein: 36 horas
4. Qatar: 36 horas
5. Bahamas: 58 horas
6. Luxemburgo: 59 horas
7. Omã: 62 horas
8. Suíça: 63 horas
9. Irlanda: 76 horas
10.Seicheles: 76 horas

Os 10 países onde MAIS se trabalha em um ano para pagar impostos:

1. Brasil: 2.600 horas (é mais que o dobro do 2º colocado!)
2. Bolívia: 1.080 horas
3. Vietnã: 941 horas
4. Nigéria: 938 horas
5. Venezuela: 864 horas
6. Bielorrússia: 798 horas
7. Chade: 732 horas
8. Mauritânia: 696 horas
9. Senegal: 666 horas
10.Ucrânia: 657 horas

Fonte: Banco Mundial (Doing Business 2011)

"O Brasil tem a maior carga tributária do mundo para pagar a MAIOR CORRUPÇÃO DO MUNDO". Acompanhe:

Percentual de Tributos sobre o Preço Final!

PRODUTO % Tributos/preço final


Passagens aéreas
8,65%
Transporte Aéreo de Cargas
8,65%
Transporte Rod. Interestadual Passageiros
16,65%
Transporte Rod. Interestadual Cargas
21,65%
Transp. Urbano Passag. - Metropolitano
22,98%
Vassoura
26,25%
CONTA DE ÁGUA
29,83%
Mesa de Madeira
30,57%
Cadeira de Madeira
30,57%
Armário de Madeira
30,57%
Cama de Madeira
30,57%
Sofá de Madeira/plástico
34,50%
Bicicleta
34,50%
Tapete
34,50%

MEDICAMENTOS
36%

Motocicleta de até 125 cc
44,40%

CONTA DE LUZ
45,81%
CONTA DE TELEFONE
47,87%

Motocicleta acima de 125 cc
49,78%
Gasolina
57,03%
Cigarro
81,68%

PRODUTOS ALIMENTÍCIOS BÁSICOS

Carne bovina
18,63%
Frango
17,91%
Peixe
18,02%
Sal
29,48%
Trigo
34,47%
Arroz
18,00%
Óleo de soja
37,18%
Farinha
34,47%
Feijão
18,00%
Açúcar
40,40%
Leite
33,63%
Café
36,52%
Macarrão
35,20%
Margarina
37,18%
Margarina
37,18%
Molho de tomate
36,66%
Ervilha
35,86%
Milho Verde
37,37%
Biscoito
38,50%
Chocolate
32,00%
Achocolatado
37,84%
Ovos
21,79%
Frutas
22,98%
Álcool
43,28%
Detergente
40,50%
Saponáceo
40,50%
Sabão em barra
40,50%
Sabão em pó
42,27%
Desinfetante
37,84%
Água sanitária
37,84%
Esponja de aço
44,35%

PRODUTOS BÁSICOS DE HIGIENE

Sabonete
42%
Xampu
52,35%
Condicionador
47,01%
Desodorante
47,25%
Aparelho de barbear
41,98%
Papel Higiênico
40,50%
Pasta de Dente
42,00%

MATERIAL ESCOLAR

Caneta
48,69%
Lápis
36,19%
Borracha
44,39%
Estojo
41,53%
Pastas plásticas
41,17%
Agenda
44,39%
Papel sulfite
38,97%
Livros
13,18%
Papel
38,97%
Agenda
44,39%
Mochilas
40,82%
Régua
45,85%
Pincel
36,90%
Tinta plástica
37,42%

BEBIDAS

Refresco em pó
38,32%
Suco
37,84%
Água
45,11%
Cerveja
56,00%
Cachaça
83,07%
Refrigerante
47,00%

CD
47,25%
DVD
51,59%

Brinquedos
41,98%

LOUÇAS

Pratos
44,76%
Copos
45,60%
Garrafa térmica
43,16%
Talheres
42,70%
Panelas
44,47%

PRODUTOS DE CAMA, MESA E BANHO

Toalhas - (mesa e banho)
36,33%
Lençol
37,51%
Travesseiro
36,00%
Cobertor
37,42%
Automóvel
43,63%

ELETRODOMÉSTICOS

Sapatos
37,37%
Roupas
37,84%
Aparelho de som
38,00%
Computador
38,00%
Fogão
39,50%
Telefone Celular
41,00%
Ventilador
43,16%
Liquidificador
43,64%
Batedeira
43,64%
Ferro de Passar
44,35%
Refrigerador
47,06%


Microondas
56,99%

MATERIAL DE CONSTRUÇÃO

Fertilizantes
27,07%
Tijolo
34,23%
Telha
34,47%
Móveis (estantes, cama, armários)
37,56%
Vaso sanitário
44,11%
Tinta
45,77%
Casa popular
49,02%
Mensalidade Escolar
37,68% (ISS DE 5%)



ALÉM DISSO, VOCÊ PAGA DE 15% A 27,5% DO SEU SALÁRIO A TÍTULO DE IMPOSTO DE RENDA, ALÉM DE PLANO DE SAÚDE, ESCOLA PARA OS FILHOS, IPVA, IPTU, INSS, FGTS ETC. E O AVIÃO QUE CAI LEVA O EDUARDO CAMPOS... CADÊ A DILMA E O LULA NUMA HORA DESSAS?

E.T.: Sobrando um tempinho, vale a pena assistir a estes clipes:




Bom final de semana a todos.

sexta-feira, 14 de julho de 2023

TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO



Segundo o ministro da Defesa, José Múcio, o fato de Mauro Cid comparecer fardado à CPMI dos Atos Golpistas não afrontou a Comissão. Mas gastar oito dos 15 minutos da manifestação inaugural jactando-se de sua formação militar e vinculando ao Exército os atos que praticou como esbirro de Bolsonaro foi um acinte, a exemplo de sua recusa a responder qualquer pergunta, inclusive sobre a própria idade (!?). Ao instruírem-no a se apresentar de farda, seus superiores transformam um drama criminal num processo de desmoralização das FFAA; ao transformarem a inquirição num show de horrores intercalado por exibições de despreparo, os parlamentares produziram material para a convocação de uma outra CPI para investigar a inutilidade de certas CPIs


Ao informar que ficaria em silêncio para não se autoincriminar, o não-depoente reconheceu estar encrencado em oito inquéritos (por participação nas manifestações golpistas de 8 de janeiro, nos atos antidemocráticos de 2019, no caso das joias sauditas e na fraude nos cartões de vacinação, e por cumplicidade com as milícias digitais bolsonaristas na propagação de fake news, pagamento em dinheiro vivo de despesas da ex-primeira-dama e vazamento de inquérito sigiloso). Nenhuma dessas atividades está inserida no rol que o Exército chamou de "temas referentes à função" para a qual ele fora designado. 


Se estivesse em trajes civis, Cid teria desonrado apenas a si próprio; fardado, empurrou as Forças Armadas para dentro de inquéritos que enferrujam a reputação de um oficial cuja carreira estava fadada a atingir o generalato e cujo silêncio transformou o nada numa palavra que ultrapassa tudo. CPMI, por sua vez, deixou claro que seu funcionamento dificilmente resultará em algo útil. Planejada pela oposição e controlada pelo governo, a comissão transformou-se numa versão coletiva da velha prática de jogar dinheiro público pela janela. Se pudesse, o contribuinte acionaria o Procon. Como a inutilidade legislativa não se encaixa no ramo do Direito do Consumidor, resta torcer para que os parlamentares desenvolvam por conta própria o senso do ridículo.


***


A morte de políticos em circunstâncias trágicas é terreno fértil para teorias da conspiração. A viagem sem volta de Adriano da Nóbrega, Gustavo Bebianno, PC Farias, Luís Eduardo Magalhães, Eduardo CamposUlysses Guimarães, Celso Daniel, Toninho do PT e Juscelino Kubitschek (entre outros) para a terra dos pés juntos levantou suspeitas pelas mais diversas razões (um sabia demais, outro pretendia denunciar esquemas de corrupção, outro foi vítima de vingança, e por aí segue a procissão). 

 

A versão segundo a qual PC Farias foi morto pela namorada, que se suicidou em seguida, não convence nem a Velhinha de Taubaté, embora tenha bastado para o STF a determinar o arquivamento do inquérito que investigava o deputado Augusto Farias (mais detalhes nas postagens finais da sequência Collor lá...). Claro que teorias conspiratórias não envolvem somente políticos, e que algumas são tão bizarras que chegam a ser risíveis. Para muitos lunáticos, a alunissagem da Apollo 11 foi encenada num deserto dos EUA, seres evoluídos habitam as profundezas da Terra, Keanu Reeves é imortal, a longevidade da rainha Elizabeth II devia-se à ingestão regular de carne humana, Bolsonaro foi um grande presidente e Lula é a alma viva mais honesta do Brasil.

 

Durante sua campanha, Juscelino Kubitschek prometeu 50 anos de progresso em 5 anos de governo. Eleito presidente, construiu Brasília, abriu a economia para o capital internacional e criou um sem-número de empregos (diretos e indiretos). Como nada é perfeito, rios de dinheiro canalizados para erguer do nada uma cidade no meio do nada inflou barbaramente a dívida externa. Além disso, as novas oportunidades de emprego ensejaram um êxodo rural desordenado, e a migração de trabalhadores do campo para as cidades prejudicou a produção agrícola e fomentou o aumento da pobreza, da miséria e da criminalidade. Em meados dos anos 1970, JK soube pela imprensa que ele teria morrido quando ia de sua fazenda em Luziânia (GO) para Brasília. Ele disse a seu secretário: "Estão querendo me matar, mas ainda não conseguiram". Mas não há nada como o tempo para passar: duas semanas depois, ele morreu quando o Chevrolet Opala em que viajava colidiu com uma carreta.

 

Teorias conspiratórias sustentam que o motorista do ex-presidente levou um tiro na cabeça — tese corroborada pelo condutor da carreta, que disse tê-lo visto "debruçado entre o volante e a porta do automóvel". Mas as marcas dos pneus no asfalto indicam que houve uma tentativa de recuperar o controle do veículo antes da colisão — o que não poderia ter feito por alguém que estivesse morto ou inconsciente. Já o motorista do ônibus que contribuiu para o acidente ao "esbarrar" no carro relatou que dois homens lhe ofereceram dinheiro para assumir a culpa. Um passageiro afirmou que o motorista perdeu o controle di carro porque bateu na mureta, mas a perícia encontrou vestígios da tinta do Opala na lateral do ônibus e vice-versa (os passageiros não perceberam a "leve colisão" por estarem num veículo de 12 toneladas). 

 

Segundo outra teoria, um explosivo foi colocado no carro durante uma parada no hotel-fazenda do brigadeiro Newton Junqueira Villa-Forte — que era ligado ao SNI, e uma terceira sustenta que os freios do Opala foram sabotados. Mas a perícia não encontrou resíduos de explosivo na carcaça do carro nem problemas com o sistema de freios. O perito criminal Alberto Carlos de Minas disse que viu um buraco de bala no crânio do motorista de JK, mas os policiais o impediram de fotografar. 

 

Sem acreditar que a morte de Juscelino foi acidental, Serafim Jardim, seu secretário e autor do livro Juscelino Kubitschek — Onde está a verdade? pediu a exumação do corpo do motorista em 1996. De acordo com o médico-legista Márcio Alberto Cardoso, que acompanhou a exumação, não havia perfurações ou fratura no crânio, apenas o fragmento de um prego daqueles usados para fixar a estrutura de pano nos caixões".

 

A versão de que JK foi vítima de conspiração voltou a ser derrubada em 2001. Convidados para auxiliar nos trabalhos da comissão criada para elucidar os fatos, os peritos criminais Ventura Raphael Martello Filho e João Bosco de Oliveira concluíram que tudo não passou de um acidente. "Com 40 anos de experiência, não consegui descobrir, por meio de laudos, fotos, recursos técnicos e análise do local, que houve ali outra coisa a não ser um acidente de trânsito. O parecer técnico foi feito. Há uma série de impropriedades e argumentos infantis", disse Martello.

 

Mais de trezentas mil pessoas assistiram ao funeral de JK em Brasília, E entoaram a música que se tornou símbolo do ex-presidente: Peixe Vivo. Mas o
 caso continua imerso em brumas, ainda que o fato de o político mineiro ser malvisto pela cúpula do Exército não significa que sua morte tenha resultado de uma conspiração dos militares. 

Continua...

domingo, 22 de outubro de 2023

O IMPEACHMENT E UM POUCO DE HISTÓRIA


Velhos vícios são inimigos acastelados que só a morte pode expurgar. O Partido dos Trabalhadores — fundado em 1980 com o fito de fazer política sem roubar nem deixar roubar — começou a chamar o impeachment de Dilma de "golpe" antes mesmo de o deputado Eduardo Cunha, então presidente da Câmara Federal, dar seguimento ao pedido. Passados sete anos, Lula e seus acólitos voltaram à carga

No final de agosto, o ex-tudo (ex-retirante, ex-metalúrgico, ex-sindicalista, ex-presidiário e ex-condenado) trombeteou que é preciso buscar uma forma de reparar a injustiça sofrida por sua pupila em 2016. A ideia — que ganhou coro com a presidente da sigla, Gleisi Hoffmann — é fazer uma devolução simbólica do mandato a Dilma, a inigualável, como o Congresso fez em 2013 com João Goulart (que foi destituído pelo golpe de 64). 

A patuleia diz que a gerentona de araque foi inocentada pelo TRF-1 das "pedaladas fiscais", mas o que o tribunal fez foi manter (por 3 votos a 0) o arquivamento da ação de improbidade administrativa sem resolução de mérito. A despeito as alegações de Lula et caterva de que a "companheira" foi julgada por "uma coisa que não aconteceu", sua deposição foi bem fundamentada juridicamente e chancelada pelo STF. Golpe foi a maracutaia urdida pelo PT e apoiada por Renan Calheiros e Ricardo Lewandowski  que então presidiam, respectivamente, o Senado e d Supremo  para evitar a cassação dos direitos políticos da ré. 

O processo de responsabilização e destituição de um Presidente da República por crime de responsabilidade é previsto na Constituição Cidadã, que, em seu artigo 52, dispõe que "cabe ao Senado Federal processar e julgar o presidente e o vice-presidente da República por crimes de responsabilidade", e que a condenação resulta na "perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública". 

Mesmo assim, Dilma não perdeu os direitos políticos — ao contrário de Collor, impichado em 1992. que ficou inelegível por 8 anos a despeito de ter apresentado sua carta-renúncia horas antes do julgamento, como se fosse possível condenar alguém à perda do cargo depois de esse alguém ter renunciado.

ObservaçãoO sequestro das poupanças e o envolvimento no esquema PC minaram o relacionamento de Collor com todas as classes braseiras. Eleito pelo minúsculo PRN, o "Rei Sol" dependia vitalmente do apoio de outros partidos para governar, e nunca conquistou uma base sólida. Já o vampiro do Jaburu, que foi às cordas quando veio à tona suas conversas nada republicanas com Joesley Batista, comprou no atacado os votos das marafonas doa Câmara e chegou ao final de seu mandato, ainda que como um patético pato manco.
 
Dilma negou os desvios ocorridos na Petrobras, mesmo tendo presidido o Conselho de Administração da estatal e atuado como ministra-chefe da Casa Civil e ministra de Minas e Energia antes de ser alçada ao Planalto. E ainda manteve Graça Foster no comando da petrolífera de fevereiro de 2012 a fevereiro de 2015. “Foi sob a gestão de Graça que parte do 'saque' à Petrobras foi realizado", ressaltou o jurista Ives Gandra da Silva Martins. 
Os juristas que protocolaram o pedido de impedimento em desfavor da petista argumentaram que ela agiu como se não soubesse das irregularidades na Petrobras. 

Dilma foi penabundada mediante um processo constitucional e teve amplo direito de defesa. Foi condenada porque os parlamentares entenderam houve crimes de responsabilidade. Afirmar que ela não tinha ciência do aparelhamento nas estatais, da promiscuidade com empreiteiras, dos superfaturamentos milionários e das escaramuças no Orçamento com fins eleitorais é fazer pouco caso da inteligência de quem tem ao menos dois neurônios funcionais.
 
Dilma nunca foi política nem demonstrou vocação para gerir o que quer que fosse. Prova disso é que quebrou duas lojinhas de badulaques importados do Panamá em apenas 17 meses — e isso quando a paridade entre o real e o dólar favorecia esse tipo de negócio. Só foi escolhida por Lula para manter aquecida a poltrona presidencial até ele poder voltar a ocupá-la porque José Dirceu e outras estrelas do alto escalão do PT estavam no xadrez — e porque o palanque ambulante convertido em camelô de empreiteiro não teve peito para levar adiante o "golpe via emenda constitucional" que lhe garantiria um terceiro mandato. 

Mas a criatura tomou gosto pelo poder e "fez o diabo" para se reeleger, destruindo o pouco que se aproveitava da obra do criador. Ela contou com os serviços de marqueteiros de primeiríssimo time, como João Santana e sua mulher, Mônica Moura — presos na 23ª fase da Lava-Jato e soltos mediante o pagamento da fiança de R$ 31,4 milhões — e dispôs de recursos milionários oriundos do propinoduto da Petrobras, que lhe permitiram tirar Marina Silva do páreo no primeiro turno e derrotar o José Serra no segundo. 

Observação: Marina voltou a disputar a Presidência em 2014, primeiro como vice de Eduardo Campos (o partido que ela havia fundado no ano anterior não conseguiu registro junto à Justiça Eleitoral a tempo de disputar o pleito) e depois como titular, devido à morte de Campos num acidente que continua alimentando teorias conspiratórias. Com essa reviravolta, a ex-doméstica, ex-seringueira e ex-ministra chegou a ser cotada para disputar o segundo turno contra Aécio Neves, mas foi tirada do páreo por Dilma, embora tenha obtido 2 milhões de votos a mais que em 2010.
 
Após derrotar Aécio por uma vantagem de 3.46 milhões de votos válidos, o "poste" de Lula pariu a maior crise econômica da história deste país. Em sua fase mais delirante, desfilava com bolsas das grifes Hermès e Vuitton e degustava pratos sofisticadas, vinhos caríssimos, bombons ChocopologieUS$ 250 a unidade de 42 g — e chocolates Delafee recobertos de fios de ouro 24K. Quando estava de dieta, ela mordia um pedacinho do chocolate e descartava o resto na lixeira

Em viagens ao exterior, a versão tupiniquim da Rainha Má se hospedava nos melhores hotéis e frequentava os mais finos restaurantes. Durante uma visita à Califórnia, torrou US$ 100 mil só com aluguel de carros — foram contratados 25 motoristas para levar a comitiva brasileira de lá para cá a bordo de limusines, vans, ônibus e até um caminhão. A visita durou apenas único dia, mas o contribuinte brasileiro arcou com o custo da circulação da frota inteira durante duas semanas. Para completar a comédia, o governo só pagou a locadora porque depois de ser ameaçado de cobrança judicial nos EUA.
 
No Brasil, o presidente da República é um gigante de pés de barro, já que depende da base aliada, dos acordos com as oligarquias e do dinheiro das empresas para governar. Em vez de mandar no sentido absolutista, nosso mandatário é mandado. Os que tiveram capacidade política e diplomática terminaram seus mandatos, mas Dilma nunca teve essas qualidades e, pior, sempre se cercou de assessores tão ou mais mal preparados do que ela própria (caso de Erenice GuerraGleisi Hoffmann e Aloízio Mercadante, para ficar somente nos mais notórios). 

Tanto Fernando Henrique quanto o proprio Lula semearam alianças com grandes legendas, mas Dilma e seus ineptos negociadores as deixaram morrer  não à toa, a debacle da gestão da gerentona de araque ganhou força quando a aliança com o PMDB definhou.

O Estado brasileiro funciona à base da corrupção. Negociações entre Executivo e Legislativo acontecem na maioria das democracias, mas a maneira como são feitas no Brasil é absolutamente delirante. Nossa Constituição é claramente parlamentarista, mas a adoção do parlamentarismo foi rejeitada pelo esclarecidíssimo eleitorado tupiniquim no plebiscito de 1993, o que enfunou as velas do presidencialismo de cooptação. E deu no que está dando. 

Inexiste nesta republiqueta de bananas o princípio da responsabilidade. Quando não chantageia o Executivo, o Congresso Nacional é subserviente a ele. E isso vem acontecendo desde o "suicídio" de Getúlio Vargas.

terça-feira, 26 de julho de 2022

O DESEMPREGADO QUE DEU CERTO (SEXTA PARTE)

 

Após presidir o Brasil de 2003 a 2010, Lula deixou o cargo com o ego inflado e a popularidade nas alturas. Suas gestões foram marcadas por políticas sociais (como o Bolsa Família), crescimento da economia (puxado, em grande medida, pela alta das commodities) e escândalos de corrupção (como o Mensalão). Ironicamente, a despeito de boa parte da alta cúpula petista ter acabado na cadeia, o maior interessado no esquema sequer foi indiciado na ação penal 470. E ainda conseguiu eleger um "poste" para manter aquecida a poltrona presidencial até que ele voltasse a ocupá-la, dali a quatro anos. 

 

Durante um jantar regado a Romanée-Conti — vinho da Borgonha que chega a custar US$ 25 mil a garrafa —, Lula tirou uma baforada da cigarrilha cubana (acesa pelo diligente vassalo Delúbio Soares) e disse: "Sem falsa modéstia, companheiros, eu elejo até um poste para governar o Brasil." E elegeu mesmo. Mas ele não contava com o imprevisto, que, como se sabe, pode ter voto decisivo na assembleia dos acontecimentos. 

 

Antes de empalar a nação com a gerentona de festim, o petralha-mor planejava emplacar seu ministro-chefe da Casa Civil. Mas a canoa virou quando o guerrilheiro de fancaria foi denunciado por Roberto Jefferson como operador-mor do Mensalão. O médico ribeirão-pretano Antonio Palocci, ministro da Fazenda durante a primeira gestão lulopetista, também foi cogitado. Mas o barco afundou quando veio à tona o imbróglio envolvendo o caseiro Francenildo Costa, testemunha de acusação no “Escândalo da República de Ribeirão Preto” (cujo cenário era uma mansão de Brasília onde rolavam negociatas do governo em meio a encontros com prostitutas agendados pela cafetina Jeany Mary Corner). 

 

O único "poste" fabricado pelo morubixaba da Petelândia que deu alguma luz, noves fora Fernando Haddad na disputa pela prefeitura de São Paulo  que não passou de uma "estaca", pois perdeu a reeleição para Doria em 2016 e foi derrotado por Bolsonaro no pleito presidencial de 2018 —, foi Dilma. A tragédia começou quando Dirceu e outras estrelas do alto escalão petista foram parar no xadrez. Lula, sem ter como levar adiante o golpe (via emenda constitucional) que lhe garantiria o terceiro mandato, preferiu a estocadora de vento à Marina Silva, achando que ela não se apegaria ao cargo e seria mais fácil de manipular. Ledo engano: a cria não só tomou gosto pelo poder como "fez o diabo" para se reeleger, o que azedou suas relações com o criador. 

 

Esse "erro estratégico" feriu de morte a relação de Lula com Marina, que abandonou o governo em 2008 e o PT no ano seguinte. Em 2010, filiada ao PV, Marina concorreu à Presidência, mas Dilma contava com o apoio do mentor, da máquina pública e dos marqueteiros como João Santana e Mônica Moura — que mais adiante seriam presos na 23ª fase da Lava-Jato e soltos mediante o pagamento de fiança de R$ 31,4 milhões. Isso para não falar nos milhões de reais oriundos do propinoduto da Petrobras. Assim, a ex-guerrilheira de fancaria derrotou o tucano José Serra por 46,91% a 32,61% dos votos válidos.

 

Observação: Monica Moura revelou que Lula teve um "estremecimento" com Dilma em 2014, quando ele quis ser o candidato e ela não aceitou. Em depoimento o MPF, a publicitária relatou conversas que João Santana manteve com a presidenta nos meses que antecederam a disputa eleitoral daquele ano. 

 

Marina disputou novamente a presidência em 2014, primeiro como vice na chapa do peessedebista Eduardo Campos — o partido que ela havia criado em fevereiro de 2013 não conseguiu registro junto ao TSE a tempo lançá-la candidata ―, e depois como titular — Campos morreu num acidente aéreo a dois meses do primeiro turno. Dada essa reviravolta, imaginou-se que Marina enfrentaria Aécio no segundo turno, mas ela foi escanteada por Dilma, que venceu o tucano safado por uma vantagem de 3.459.963 de votos. Se os 10% dos eleitores que anularam o voto, votaram em branco ou se abstiveram de votar naquele pleito tivessem votado no neto de Tancredo, os próximos capítulos da história desta banânia poderiam ter sido bem diferentes, ainda que não necessariamente gloriosos. 

 

Superando a si mesma em incompetência, Dilma produziu a maior crise econômica que este país amargou desde a redemocratização. A inépcia e a arrogância da "figura feminina de expressão tristemente notável" — como Dilma era descrita nos autos da ação penal 366/70 — propiciaram seu afastamento em maio de 2016 e o pé na bunda definitivo em 31 de agosto daquele ano. 

 

Continua...