Em oitenta anos de vida, Chico Anysio colecionou seis esposas e criou quase 300 personagens. Seu penúltimo casamento — com a mentora intelectual do confisco da poupança dos brasileiros — rendeu-lhe a alcunha de "humorista que casou com a piada". Seu Coronel Pantaleão — que passava o dia sentado na cadeira de balanço coçando o pé, tripudiando do abestado Pedro Bó e concitando a esposa a confirmar suas histórias mirabolantes imortalizou o bordão é mentira, Terta?
Todo mundo já se viu falando uma inverdade em algum momento, mas mentir de maneira contumaz é sinal de patologia. As "fake news" vêm ganhando mais protagonismo a cada eleição — durante a campanha que antecedeu o 2º turno em 2022, o TSE recebeu mais de 500 alertas diários de notícias falsas e repassou 12.573 casos suspeitos de desinformação para análise das redes sociais (um crescimento de 1.671% na comparação com as eleições municipais de 2020, quando foram registrados 752 encaminhamentos).
Durante a posse de Lula, bolsonaristas inconformados espalharam que o general Augusto Heleno assumiria a Presidência por tempo indeterminado e, na mesma linha dos bloqueios antidemocráticos, reclamaram que as FFAA não tomaram as rédeas do país e convocaram uma greve geral para anular a posse de Lula. Mas nem só do bolsonarismo vivem as notícias falsas.
Em seu discurso de posse na SECOM, o jornalista e deputado gaúcho Paulo Pimenta afirmou que "a desinformação mata" e prometeu intensificar o combate à desinformação. Curiosamente, ele próprio chamou de "fakeada" o atentado contra Bolsonaro em 2018 e disse em disse em diversas oportunidades que o capitão explorava o assunto com fins eleitoreiros.
Sob Bolsonaro, o governo mergulhou nas profundezas do inusitado. Imersos numa realidade paralela, o chefe do Executivo e seus acólitos tropeçavam no óbvio e, abstendo-se de pedir desculpas, passavam adiante fingindo que o óbvio não era o óbvio.
Durante a posse de Lula, bolsonaristas inconformados espalharam que o general Augusto Heleno assumiria a Presidência por tempo indeterminado e, na mesma linha dos bloqueios antidemocráticos, reclamaram que as FFAA não tomaram as rédeas do país e convocaram uma greve geral para anular a posse de Lula. Mas nem só do bolsonarismo vivem as notícias falsas.
Em seu discurso de posse na SECOM, o jornalista e deputado gaúcho Paulo Pimenta afirmou que "a desinformação mata" e prometeu intensificar o combate à desinformação. Curiosamente, ele próprio chamou de "fakeada" o atentado contra Bolsonaro em 2018 e disse em disse em diversas oportunidades que o capitão explorava o assunto com fins eleitoreiros.
Sob Bolsonaro, o governo mergulhou nas profundezas do inusitado. Imersos numa realidade paralela, o chefe do Executivo e seus acólitos tropeçavam no óbvio e, abstendo-se de pedir desculpas, passavam adiante fingindo que o óbvio não era o óbvio.
Em suas manifestações inaugurais, os novos ministros recém-empossados sinalizam que enxergam o óbvio. Nísia Trindade enalteceu a vacinação, acenou com o fortalecimento do programa Farmácia Popular, disse que dará prioridade ao fortalecimento do SUS e prometeu revogar atos anticientíficos. Camilo Santana quer valorizar os professores e resgatar as 650 mil crianças que abandonaram a escola durante a pandemia. Rui Costa anunciou para este mês uma reunião com todos os governadores, independentemente dos partidos e tendências ideológicas.
Nada disso garante que o terceiro governo de Lula será bom, mas evita o desperdício de tempo, paciência e dinheiro dos contribuintes discutindo de que lado da terra plana o governo deve saltar.
Nada disso garante que o terceiro governo de Lula será bom, mas evita o desperdício de tempo, paciência e dinheiro dos contribuintes discutindo de que lado da terra plana o governo deve saltar.