terça-feira, 17 de janeiro de 2023

HOJE SERÁ ONTEM AMANHÃ

A MELHOR FORMA DE VOCÊ PREVER O FUTURO É CRIÁ-LO. NÃO IMPORTA QUE ELE SE TRANSFORME EM PASSADO ANTES DE VIRAR FUTURO, MAS, SIM, QUE SEJA BOM PARA VOCÊ.

Na véspera da virada do ano, o Worldometer contabilizava 140 milhões de nascimentos e 67 milhões de mortes em 2022. Entre outras personalidades célebres, reverteram ao Criador Elizabeth II,  Jô Soares, Éder Jofre, Gal Costa, Erasmo Carlos, Rolando Boldrin, Arnaldo Jabor (não necessariamente nessa ordem) e, no apagar das luzes, o "rei" Pelé (29/12) e o papa emérito Bento XVI (31/12). 

Todo final de ano, videntes, cartomantes e futurólogos "preveem" o desaparecimento de famosos, mas não os citam nominalmente. Seus vaticínios são como os dos horoscopistas de tabloides, tipo "aquarianos precisam cuidar melhor da saúde", "librianos devem evitar investimentos arriscados" e "piscianos podem esperar novidades no campo sentimental”. O Sars-CoV-2 surgiu na China no final de 2019, mas eu não me lembro de ter lido nenhuma previsão dando conta da pandemia que esse vírus maldito causaria. Nem de que Putin invadiria a Ucrânia, embora houvesse sinais claros de que isso viria a acontecer.
 
O mundo é regido por uma lei de permanência. Apesar de estar sempre morrendo, a vida está sempre renascendo. A dissolução apenas dá à luz novos modos de organização, e uma morte é a mãe de mil vidas. Cada hora, como vem, não passa de uma prova do quão efêmero (apesar de seguro e certo) é o todo. É como uma imagem refletida nas águas, que permanece a mesma apesar de o rio continuar fluindo. O sol se põe, mas nasce de novo. O dia é engolido pela noite escura e volta a brotar dela, tão novo como se nunca tivesse sido extinto. 
 
A primavera se transforma em verão, atravessa o outono, vira inverno, e então retorna em grande estilo, triunfando sobre a sepultura, apesar de seguir a passos apressados e firmes em direção à morte desde o início dos tempos. Lamentamos os desabrochares de setembro porque as flores vão secar e morrer, mas sabemos que setembro irá se vingar de junho com a revolução daquele ciclo solene que nunca para, e que nos ensina, em nosso ápice de esperança, a sermos sempre sóbrios, e, na profundeza da desolação, a nunca nos desesperarmos. 
 
Astrólogos afirmam que o fim da quadratura Saturno/Urano — que marcou os anos de 2021 e 2022 com muita instabilidade — fará de 2023 um ano melhor. Eu torço por isso, mas, como dizem os gringos, hoping for the best but expecting the worst.
 
O presidente eleito, dizem os adivinhos, deve esperar um ano de muita oposição e cobrança (eu cheguei a essa mesmíssima conclusão sem consultar a posição de Saturno em relação ao Sol no mapa da Independência — segundo a qual o povo (Lua) não terá suas necessidades supridas no primeiro ano do novo governo, mas sentirá uma grande diferença em relação à gestão anterior (finalmente se descobriu que merda fede). 
 
Observação: Plutão perdeu o status de planeta há quase duas décadas, mas os astrólogos ainda o consideram como tal e o associam ao poder (!?). E com Saturno em Peixes (dizem eles), os governantes terão de lidar com desastres naturais e outras ocorrências que tais. 
 
Saturno passou pela casa 1 do mapa da Independência do Brasil pela última vez entre 1994 e 1995, quando o Plano Real pôs fim a uma hiperinflação surreal e galopante. Peixes é o signo da empatia, mas as Lulas surgiram no período Cambriano e têm grande importância para comunidades bentônicas (que habitam o fundo do mar) e pelágicas (que vivem na coluna d´água). 

Na economia, astrologicamente, pode haver melhoras lentas e graduais; na Saúde, devido à pandemia, questões como depressão e ansiedade continuarão presentes.

Que Deus se apiede de nós.