sábado, 28 de janeiro de 2023

NÃO SE ECOLHE LADO QUANDO NÃO EXISTE LADO A ESCOLHER

 

O candidato que elegemos presidente em 2018 para evitar a volta do desempregado que deu certo se apresentava como um ex-militar probo, de origem humilde, que defendia a família e comia pão com Leite Moça no café da manhã trajando uma patética camiseta pirata do Palmeiras e calçando chinelos RiderEleito, fingiu ser avesso ao uso de cartões corporativos, mas abasteceu a cozinha palaciana com camarões eviscerados (R$ 199 o quilo), bacalhau dessalgado (R$124 o quilo), filé-mignon, picanha, paçoca, castanha de caju, lasanha, iogurte, pipoca de micro-ondas e bolacha recheada. Além, é claro, de muito Leite Moça. Em 2019, foram compradas 15 caixas de leite condensado em abril, 30 em outubro e outras 20 em dezembro. 
 
Ao longo dos últimos quatro anos, 
cartões corporativos bancaram viagens de lazer de Micheque, diárias de hotel para zero dois "trabalhar" em home office, combustível, alimentação e hospedagens nas famigeradas motociatas e outras despesas que tais.
  
Observação: Um procedimento investigatório protocolado dias atrás pela deputada Erika Hilton, do PSOL-SP, pede o ressarcimento de R$ 182.909,83 e a responsabilização criminal do ex-mandatário e outros gestores envolvidos nas motociatas bolsonaristas por improbidade administrativa, peculato e emprego irregular de verbas ou rendas públicas.

O dublê de sociopata e genocida passou o carnaval de 2021 no Forte Marechal Luz, em São Francisco do Sul (SC), mas R$ 130 mil foram torrados com hospedagem de seguranças, R$ 8 mil foram gastos com gasolina e outros R$ 19 mil com óleo diesel. Para poupar o leitor de detalhes vomitativos, menciono apenas que, em quatro anos de mandato, o mito dos despirocados torrou R$ 122 milhões em viagens (detalhes no Blog Vozes, de Lúcio Vaz). 
 
Engana-se quem acha que essa página foi virada com a posse do Pai dos Pobres, Mãe dos Ricos e enviado pela Divina Providência para acabar com a fome dos depauperados e multiplicar a fortuna dos milionários. De acordo com o petista, ele e Janja não têm onde morar porque o primeiro-casal que lhes precedeu destruiu o Alvorada, e Paulo Guedes deixou a Granja do Torto abandonada. 
 
Observação: Depois de quatro anos de Bolsonaro no Alvorada, era de esperar que houvesse muitas rachadinhas na residência oficial da PR, mas não que quadros de valor incalculável desaparecesse ou fossem danificados e tapetes, sofás e exemplares da Constituição fossem destruídos. Pior ainda foi o estado do gramado, que serviu de pasto durante quatro anos para a boiada que se acumulava no cercadinho. O pouco que restou morreu, pois o capitão mandou trocar o adubo por cloroquina e ivermectina — que o digam as emas.
 
Seria realmente necessário acomodar Lula e Janja na melhor suíte presidencial do hotel de luxo Meliá, de 183 metros quadrados e diária de R$ 6 mil? Até agora, isso já nos custou a bagatela de R$ 216.824, e o casal 23 continuará no hotel até 2 de fevereiro (a previsão de que a reforma do Alvorada seria concluída no último dia 25 furou).

Continua...