sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

O CASO TRINDADE (QUARTA PARTE)

A CERTEZA É A MÃE DOS TOLOS

Vimos que uma reportagem exibida no Fantástico em 2010 pôs em cheque a veracidade do "Caso Trindade", afirmando, inclusive, que as fotos tiradas por Almiro Baraúna foram produzidas a partir de duas colheres sobrepostas, tendo a geladeira de casa do fotógrafo como pano de fundo. 

A matéria gerou polêmica, mesmo porque dezenas de testemunhas civis e militares haviam confirmado o avistamento e a autenticidade das fotografias. Mas não há nada como o tempo para passar.

 

De acordo com documentos confidenciais a que a Revista Sociedade Militar teve acesso, o relatório de fim de comissão — que é exigido dos militares que comandam viagens ou operações na Marinha do Brasil — apontou que, no dia 31 de dezembro de 1957, um "radio cifrado" enviado ao Estado Maior da Armada, comunicava o avistamento de objeto voador não identificado, a cerca de 1.600 m de altura. 


O documento menciona ainda que pelo menos 20 militares, entre eles um oficial médico, testemunharam o corrido e disseram que a velocidade do OVNI "era incrível". Dois militares e três civis disseram que haviam testemunhado um episódio semelhante no início daquele mês. 

 

No dia 1º de janeiro de 1958, cerca de 20 pessoas avistaram um objeto prateado sobre o Posto Oceanográfico da Ilha de Trindade. Quinze dias depois, o OVNI foi avistado pelos tripulantes do navio Almirante Saldanha e fotografado por Baraúna. Segundo foi divulgado pela imprensa, quase toda a tripulação do navio viu as fotos e foi unânime em seu depoimento ao Serviço Secreto da Marinha Brasileira. 

 

Baraúna afirmou que as imagens foram autenticadas em duas análises, uma pela empresa Cruzeiro do Sul e outra pela própria Marinha, e a notícia se espalhou pelo país e pelo mundo. Mas não faltaram versões contraditórias e relatos de "testemunhas" que negavam o avistamento do OVNI. Depois da reportagem veiculada pelo Fantástico, um sobrinho de Baraúna, que também era fotógrafo, confirmou a trucagem. 

 

Posteriormente, as fotos foram desacreditadas pelos cientistas do Projeto Blue Book, mas elas continuam sendo consideradas autênticas por muitos pesquisadores do Brasil e do exterior, apesar de um detalhe: em duas fotos, a imagem do disco é idêntica, só que de cabeça para baixo. 

 

Continua...