Fernando Collor de Mello, o primeiro presidente eleito pelo voto popular desde Jânio Quadros (1960) e o primeiro a sofrer um processo de impeachment na "Nova República", tornou-se o primeiro ex-presidente desta banânia a ser condenado em última instância por corrupção.
Da feita que o Brasil é um país de muitas leis e pouca vergonha na cara, o fato de o meliante ter presidido esta banânia — que deveria ser um agravante — funciona atenuante: na condição de "ex-comandante-em-chefe das Forças Armadas", o "Rei Sol" pode vir a cumprir a pena privativa de liberdade numa sala de Estado Maior.
Regalia semelhante foi concedida a Lula. Em razão da "dignidade do cargo", o petista iniciou o cumprimento da pena numa "cela VIP" de 15 metros quadrados, com mesa redonda e quatro cadeiras, estante, TV de plasma, esteira ergométrica, frigobar, banheiro com pia, vaso sanitário e chuveiro elétrico. Diferentemente dos demais detentos, ele não era obrigado a varrer a cela, limpar o banheiro e recolher o lixo, daí alguns agentes o terem apelidado de “Lula Escobar” — numa alusão ao narcotraficante colombiano Pablo Escobar, que construiu uma mansão-presídio para nela cumprir sua pena.
Às 17h43 de 8 de novembro de 2019 — menos de 24 horas depois de o STF reverter seu entendimento sobre a prisão em 2ª instância — o petista deixou a carceragem da PF. Na sequência, também graças às togas camaradas, foi descondenado, reabilitado politicamente e, com mais de 60 milhões de votos no 2º turno no pleito de 2022, conduzido ao Palácio do Planalto pela terceira vez (fato inédito na história desta banânia).
Observação: Nunca é demais lembrar que, se em 2018 o lulopetismo corrupto ensejou a vitória do bolsonarismo boçal, a execrável gestão do pior mandatário desde Tomé de Souza abriu as catacumbas e exumou o chefão petista em 2022. E viva o eleitorado brasileiro!
Aos 15 anos, Collor ouviu de uma vidente que seria presidente. Em 1979, entrou para a política como prefeito biônico (indicado pela ditadura) de Maceió. Dez anos depois, prometendo abater com um único tiro o “tigre da inflação” (que avançava a uma velocidade de 80% ao mês), derrotou Lula no 2º turno da primeira eleição presidencial direta desde 1960.
Além de substituir o cruzado novo pelo cruzeiro, o “Plano Collor” incluiu ações de impacto — como a extinção ou fusão de ministérios e órgãos estatais, a demissão de funcionários públicos, o congelamento de preços e salários e o confisco dos ativos financeiros. A responsável pelo pacote de maldades foi a ministra da Fazenda Zélia Cardoso de Mello, que mais adiante teria um tórrido affair com o ministro Bernardo Cabral, conhecido como Boto Tucuxi e desposaria Chico Anysio — que ficou conhecido como "o humorista que casou com a piada").
Em janeiro de 1991, Zélia lançou o Plano Collor II. Cinco meses depois, ela e seu plano foram substituídos, respectivamente, por Marcílio Marques Moreira e pelo Plano Marcílio. Em outubro de 1992, dias antes de Collor ser afastado da presidência, Gustavo Krause assumiu o Ministério da Fazenda.
Continua...