PARA SER VITORIOSO VOCÊ PRECISA VER O QUE NÃO ESTÁ VISÍVEL.
A porção visível da World Wide Web, conhecida como Surface Web, reúne cerca de 10% das webpages. As demais ficam hospedadas na Deep Web e na Dark Web, e não são indexadas pelos mecanismos de buscas nem pode ser acessadas pelos navegadores convencionais (Chrome, Edge, Firefox, etc.).
Para navegar nessa porção "submersa", costuma-se usar o TOR, que foi desenvolvido no final dos anos 90 pelo Laboratório de Pesquisa Naval dos Estados Unidos e pode ser baixado e instalado como qualquer navegador comum. TOR é a sigla para The Onion Router" — nome que remete a suas "camadas superpostas", como as de uma cebola. Em vez de pegar uma rota direta entre o computador e as páginas ocultas da Web, esse browser percorre caminhos aleatórios através servidores encriptados, evitando o rastreamento dos usuários e a exposição online de suas ações. Para agregar mais privacidade, recomenda-se combinar o TOR com uma VPN (detalhes na sequencia iniciada por esta postagem).
O TOR pode ser usado para navegar na Surface Web de forma mais segura e para acessar a Deep Web e a Dark Web. Seu mecanismo de busca padrão é o DuckDuckGo, que é preferível ao Google Search por não armazenar o histórico das pesquisas, evitando o rastreamento e a coleta de dados (note que você pode defini-lo como buscador padrão no Chrome, Firefox, Edge, etc. e instalá-lo como aplicativo no Android).
A Deep Web abriga sites protegidos por senhas e outras camadas de segurança ou que simplesmente informam os mecanismos de busca para não os indexar. Navegar por eles não é ilegal nem apresenta risco para o computador. Muita gente o faz para burlar restrições e acessar serviços de TV ou cinema que não são oferecidos em suas regiões, baixar músicas pirateadas e filmes que ainda não chegaram aos cinemas, por exemplo. Aliás, alguns desse site podem ser acessados por browsers comuns (desde que o interessado conheça o caminho das pedras).
A Dark Web é uma pequena porção da Depp Web protegida por diversas medidas de segurança de rede, como firewalls e criptografia. Seu conteúdo só pode ser acessado por um navegador anônimo (como o TOR, conta com o operador de registro ".onion") e sua reputação não é das melhores (por ter sido uma área de atuação exclusiva de hackers, agentes de segurança pública e cibercriminosos).
Vale reforçar que não é ilegal usar o TOR nem acessar a "porção submersa" Web para ler o New York Times ou usar o Facebook em versão .onion, por exemplo. Já se intenção for comprar drogas online ou números de cartões de crédito roubados, a coisa muda de figura. A legalidade depende de como o usuário age — como diz o ditado, "armas não matam pessoas; pessoas matam pessoas".
Continua...
