Como gasta mais do que arrecada, o governo precisa buscar dinheiro no mercado de crédito. Isso obriga o BC a manter os juros altos e impede que o Estado avance um milímetro na melhoria do ensino público — que seria a única maneira eficaz de combater o subdesenvolvimento.
Nada produz mais desigualdade, pobreza e injustiça social do que o déficit, e nada é mais rentável para os que mandam no Estado e se beneficiam com o estouro permanente nas contas oficiais. O campeão absoluto dessa filosofia de governo é o próprio chefe do governo, e por má intenção deliberada: não é de seu interesse político e pessoal — e nem das forças que o apoiam — manter as finanças do país numa situação de equilíbrio. A repercussão das recentes declarações de D, Lula III na mídia sugere que já há alguma impaciência com a fixação (cada vez mais esquisita) de sua alteza em espalhar divagações cretinas pelo Brasil e mundo afora.
Uma parte dos jornalista e analistas acha que se trata apenas de irresponsabilidade, mas outra acha que Lula exibiu, mais uma vez, sua ignorância sem limites. E a coisa deve continuar assim, pois não há ninguém em seu ministério ou entre as pessoas de sua confiança com coragem para lhe dizer que o rei está nu — até porque a maioria acha realmente que ele não está.
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Quem surgiu primeiro, o ovo ou a galinha? Eis aí uma pergunta que continua causando divergências entre os estudiosos. Estima-se que os ovos surgiram 340 milhões de anos atrás e as galinhas, há coisa de 50 milhões de anos. Elas teriam advindo de uma espécie selvagem que, em algum momento, pôs ovos com embriões, e esses embriões, depois de se tornarem adultos, puseram ovos como os que conhecemos. Segundo um estudo publicado na revista científica Nature, os primeiros ancestrais das aves e répteis podem ter gerado filhotes vivos, e que algumas espécies ovíparas — como as galinhas — evoluíram de ancestrais vivíparos. Consequentemente, o ovo só pode ter surgido depois da galinha.
Deixando de lado os ovos e as galinhas, um comercial lançado nos anos 1980 por uma famosa fabricante de biscoitos perguntava: "Tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?" Até onde se sabe, ninguém conseguiu desvendar esse esse enigma, mas qualquer pessoa com QI superior ao de uma maçaneta sabe que o lulopetismo — sinônimo de atraso, fisiologismo, corrupção, populismo, autoritarismo e outras mazelas — foi o elemento catalisador que levou Bolsonaro ao poder em 2018.
A rusticidade, a ignorância, a crueldade e a vocação golpista do chefe do clã das rachadinhas trouxeram o chefão petista de volta do quinto dos infernos. Se ele não tivesse conspirado diuturnamente contra a democracia, amasiado a Covid, vituperado a imprensa, o Congresso e o STF, não andasse com Fabrício Queiroz, Carla Zambelli, Fernando Collor, milicianos, bolsokids e rebotalhos que tais, o ex-tudo (ex-corrupto, ex-presidiário, ex-condenado etc.) talvez continuasse gozando suas férias compulsórias em Curitiba.
Ninguém é mais responsável do que Bolsonaro pela merda que o Brasil virou nos últimos anos (não que antes fosse muito melhor). E o pior é que esse circo de horrores não terminou: nem bem vestiu a faixa presidencial, seu sucessor começou a trabalhar em prol do retorno do bolsonarismo.
Observação: O "imbrochável" está inelegível (foi duas vezes condenado), mas outro(a) radical de direita pode lhe fazer as vezes em 2026. Por quê? Porque antes mesmo de completar seis meses de mandato D. Lula III passou pano para Venezuela e Argentina, vituperou a Ucrânia, tretou com os EUA e com o Banco Central e indicou seu advogado pessoal para ocupar a vaga do amigo da finada no STF.
Um dos alvos prediletos dos bolsonaristas foi o STF, que Lula transformou, em seus primeiros oito anos de governo, numa confraria de amigos do rei. A indicação de Toffoli — o ex-advogado do PT reprovado em dois concursos para juiz de Direito, abriu os portões do inferno. Na sequência, a segunda esposa de Lula emplacou o amigo de família que, mancomunado com Renan Calheiros, rasgou a Constituição no julgamento do impeachment de Dilma. Bolsonaro, por sua vez, cobriu com a suprema toga os ombros de Nunes Marques "com que tomou muita tubaína", e do "terrivelmente evangélico" André Mendonça, que foi saudado com pulinhos, urros e falas estranhas pela então primeira-dama.
Mesmo com tudo que ocorreu no Brasil durante a gestão do lunático genocida, não será de estranhar se começaremos 2027 às voltas com promessas de fechamento do STF, aplicação do artigo 142, pedidos de intervenção militar, sinais por celular para ETS, hino nacional para pneus e colônias de férias da terceira idade nas portas dos quartéis.
Além de enxovalhar e rebaixar ainda mais as instituições democráticas e o que sobrou de decoro presidencial, o morubixaba da petralhada alimenta precocemente a fogueira golpista que ainda tem brasas quentes, desperdiçando mais uma oportunidade de levar um mínimo de esperança àqueles que não têm nenhuma pelo país.
Evitar esse cataclismo exige um mínimo de decoro do atual mandatário, a quem o antecessor concedeu uma inédita terceira oportunidade de emporcalhar o Brasil. Lula é o ovo, a galinha, o Tostines e sei lá o que mais do bolsonarismo, que, por sua vez, se alimenta do excremento que o lulopetismo produz.
Já vimos esse filme e sabemos como ele termina.