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domingo, 24 de junho de 2018

BARROSO DIZ QUE PROIBIÇÃO DA CONDUÇÃO COERCITIVA FOI “ESFORÇO PARA DESAUTORIZAR JUÍZES CORAJOSOS”



De acordo com o ministro Luiz Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, o fim da condução coercitiva foi um esforço em alguma medida para atingir e desautorizar, simbolicamente, juízes corajosos e pode levar a medidas mais “drásticas”.

A condução coercitiva — situação em que o investigado ou réu é levado compulsoriamente para depor num interrogatório — foi largamente utilizada pela Lava-Jato para evitar que os depoentes combinassem versões com outros envolvidos no processo, ocultassem ou destruíssem provas. Isso até que, dezembro passado, no entanto, ela foi suspensa por decisão liminar do ministro Gilmar Mendes (sempre ele), o que levou os procuradores e investigadores da Lava-Jato a buscar alternativas, como a prisão cautelar ou temporária.

Na semana passada, por 6 votos a 5, o pleno do STF avalizou a liminar de Mendes e proibiu a condução coercitiva (vencidos os votos dos ministros Barroso, Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luiz Fux e Cármen Lúcia).

Barroso disse acreditar que, do ponto de vista da efetividade processual, a decisão não faz grande diferença, mas pode produzir um efeito inverso ao pretendido. Em suas próprias palavras, “A condução coercitiva é uma alternativa menos gravosa que a prisão temporária, a prisão cautelar. De modo que, ao proibir a condução coercitiva, incentiva-se a adoção de uma medida mais drástica...”.

Disse o ministro que o Brasil está vivendo uma tormenta na transição do velho para o novo, e que o Supremo desempenha um papel criminal muito amplo, que não deveria ter — porque isso joga a Corte na fogueira das paixões desordenadas da política e é devastados, na medida em que politiza o STF e cria tensão para o tribunal. “Há no STF uma divisão entre os que querem uma nova ordem e os que querem manter a velha ordem”, completou o magistrado, que também classificou sua recente briga com o colega Gilmar Mendes como um acidente de estrada: “Não é de natureza pessoal, são visões diferentes apenas. Corruptos seriais devem ser presos, e o colega tem visão diferente — em relação aos ricos.

Na rusga de março passado, Barroso perdeu a paciência e disse a Mendes: “Me deixa de fora desse seu mau sentimento, você é uma pessoa horrível, uma mistura do mal com atraso e pitadas de psicopatia”. Desde então, os dois deixaram de se falar — aliás, eles nem sequer se cumprimentam.

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sábado, 16 de junho de 2018

POR 6 VOTOS A 5, STF PROÍBE A CONDUÇÃO COERCITIVA


Por 6 votos a 5 (como já virou praxe), o STF vetou a condução coercitiva de investigados para interrogatórios. Foi decana Celso de Mello o voto que formou maioria e acolheu os pedidos do PT de do Conselho Federal da OAB. Na prática, porém, pouca coisa muda, pois a condução coercitiva de investigados para interrogatórios está vetada desde o final de 2017, quando o ministro Gilmar Mendes — sempre ele! — a proibiu através de uma decisão liminar.

Segundo os investigadores da Lava-Jato, a condução coercitiva era utilizada justamente em substituição às prisões temporárias — um bom exemplo é o caso de José Yunes, João Batista Lima Filho e Wagner Rossi — e, por isso, o uso do instrumento deve aumentar a partir de agora. Ressalte-se que, conforme revelou O Estadão em maio deste ano, as cumpridas pela PF cresceram 31,75% nos primeiros quatro meses de 2018 em relação ao mesmo período do ano passado.

Nas palavras de um integrante da Lava-Jato, a decisão do STF representa um “revés”. Mas, ao mesmo tempo, não se lhe deve dar uma importância exagerada, pois haverá um instrumento mais forte para ser utilizado em caso de necessidade. “Se o objetivo de alguns era afetar a Lava-Jato, isso não ocorrerá, de fato. Mas, certamente, gera um clima negativo”, ressaltou. Outro integrante da Lava-Jato reforça o mesmo raciocínio, argumentando que a condução coercitiva evita que o acusado seja preso temporariamente.

Enfim, assim quis a maioria capitaneada pelo laxante togado. Mas o que é dele está guardado, e ri melhor quem ri por último (voltaremos a esse assunto oportunamente).

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