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quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

AINDA SOBRE AS OPÇÕES DE DESLIGAMENTO DO WINDOWS


SITUAÇÕES TERRÍVEIS TORNAM-NOS CAPAZES DE FAZER COISAS HORRÍVEIS.

Vimos que, dentre outros aprimoramentos, a substituição do padrão AT pelo ATX nos gabinetes, placas-mãe e fontes de alimentação permitiu o desligamento do computador por software. Na esteira dessa evolução, a Microsoft  tornou possível programar o botão de Power (liga/desliga) do computador — e o fechamento da tampa, no caso de notebooks e netbooks — para adotar as mesmas ações que nos são oferecidas quando clicamos na setinha à esquerda do comando Desligar do Menu Iniciar.

Vale relembrar que Sair, Suspender, Hibernar, Desligar e Reiniciar produzem cada qual um resultado diferente. Desligar, como o nome sugere, encerra o Windows e desliga totalmente o computador, mas há situações em que a suspensão ou a hibernação são mais indicadas, pois o sistema leva menos tempo para "despertar" e retorna com os aplicativos e telas do mesmo jeito que se encontravam quando o computador "adormeceu".

Suspender coloca a máquina em stand-by, ou seja, desliga o monitor e desenergiza  alguns componentes de hardware, mas exige que o cabo de força permaneça conectado à tomada (no caso dos desktops, já que note e netbooks dispõem de baterias). Para reativar o Windows, basta mover o mouse ou pressionar qualquer tecla, e como o conteúdo da memória RAM é preservado, o retorno é imediato e todos os aplicativos, janelas etc. ressurgem exatamente como estavam.

A opção Hibernar transfere o conteúdo da RAM para o arquivo hiberfil.sys (no disco rígido) e desliga totalmente o aparelho. Nos portáteis, essa função não consome bateria, e desktops, permite, inclusive, desplugar o cabo de energia da tomada (ou do no-break/estabilizador/filtro de linha). O "despertar" não é tão rápido quanto na opção Suspender, mas costuma demorar menos que no boot convencional, e os aplicativos, janelas, etc. também retornam como estavam quando o computador foi "posto para dormir". Note que essa função pode não estar disponível no botão Iniciar, já que a maioria das máquinas atuais permite apenas que se coloque o PC em suspensão e definir um período de tempo de ociosidade a partir do qual a máquina entra automaticamente em hibernação ou em suspensão híbrida (mais detalhes nesta postagem).

Quanto a Reiniciar... bem, primeiro é preciso deixar claro que reiniciar um dispositivo computacional consiste basicamente em desligá-lo e tornar a ligar logo em seguida. O termo "reinicializar" não significa exatamente a mesma coisa, mas o uso consagra a regra e eu não vou encompridar este texto discutindo questões semânticas. Convém ter em mente apenas que desligar o PC, o tablet ou o smartphone interrompe o fornecimento da energia que alimenta os circuitos, capacitores e demais componentes da placa-mãe, propiciando o "esvaziamento" das memórias voláteis. Na reinicialização, o intervalo entre o encerramento do sistema e o boot subsequente é de uma fração de segundo, o que nem sempre é suficiente para que as reservas de energia se esgotem completamente e, consequentemente, as memórias voláteis sejam totalmente esvaziadas. Portanto, a não ser em situações específicas (mais detalhes nesta postagem), prefira desligar o aparelho e tornar a ligá-lo após alguns minutos, em vez de se valer do comando Reiniciar.

Sugiro usar a suspensão durante ausências curtas — no horário do almoço, por exemplo —, sobretudo no ambiente corporativo, onde isso evita que pessoas não autorizadas acessem o computador. Mas primeiro é preciso criar uma senha de logon fazer algumas configurações — no Windows 10, clique em Iniciar > Configurações > Contas > Opções de entrada e, sob Senha, clique em Adicionar ou Alterar (note que esse ajuste afetará a sua conta da Microsoft, caso você tenha uma).

Observação: Também é possível inibir a ação de bisbilhoteiros ativando a proteção de tela e definido a exigência de senha para liberar o sistema. No Windows 10, digite proteção de tela no campo de buscas da Barra de Tarefas, clique em Alterar Proteção de Tela (Painel de Controle), escolha a opção desejada (bolhas, faixas, fotos, polígonos, etc.), defina o tempo de ociosidade a partir do qual ela entrará em ação (de 1 a 9999 minutos) e assinale a caixa de verificação Ao reiniciar, exibir tela de logon.

Durante ausências prolongadas (à noite, por exemplo), use a Hibernação, mas não deixe de desligar totalmente o computador pelo menos uma vez por semana, evitando, assim, que o sistema fique lento.

Continua na próxima postagem.

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

CRISE? QUE CRISE?



Enquanto falta dinheiro para comprar giz para as escolas e gaze para os hospitais — e Bolsonaro sugere espaçar as idas ao banheiro para economizar papel higiênico —, nossos colossos togados confundem recursos protelatórios e chicanas com o pleno direito de defesa que assiste aos réus. Como se não bastasse, os doutos decisores decidem em flagrante desacordo com os interessas da sociedade e, entre uma sessão e outra, banqueteiam-se, a expensas do Erário, com lagosta na manteiga queimada, bacalhau à Gomes de Sá, frigideira de siri, moqueca, arroz de pato, carré de cordeiro, medalhões e “tornedores de filé”. Tudo regado a uísques e vinhos importados e premiados, naturalmente.

Escusado repetir (mais uma vez) por que considero a atual composição do STF a pior de toda a história. A quem interessar possa, esta postagem e a subsequente dão uma boa ideia da suprema agonia, e mais dois textos — igualmente ilustrativos — as complementam (tome uma dose cavalar de Plasil e clique aqui e aqui degustá-los). Mas não posso me furtar a relembrar que, graças ao folclórico "nós contra eles" de Lula e seu bando, a cizânia dividiu a sociedade e se espalhou como metástase pela alta cúpula do Judiciário, transformando o Brasil na única democracia do mundo formada por 13 poderes: o Executivo, o Legislativo e os 11 ministros supremos, que agem como se cada qual fosse dono da verdade e de seu próprio tribunal.

A divisão em alas "garantista" e "punitivista" azedou o relacionamento entre os togados supremos. Como se não bastassem os embates verbais (para não dizer bate-bocas) entre Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso, dignos de cortiço de quinta categoria — num deles, Barroso acusou Mendes (e não se razão, mas isso já é outra conversa) de ser “uma pessoa horrível, uma mistura do mal com atraso e pitadas de psicopatia” —, agora o presidente e o vice-presidente da corte quase não se falam.

Toffoli integra a ala "garantista", que defende a impunidade a pretexto de resguardar o direito dos réus; Fux, a dos "punitivistas", favorável ao cumprimento antecipado da pena em nome do combate à impunidade. Segundo matéria publicada na revista Época, os membros desse grupo são chamados pejorativamente pelos do outro time de "iluministas". O relacionamento entre os dois está a tal ponto estremecido que não houve, durante o último recesso, a tradicional divisão do plantão: o presidente dos togados preferiu ficar ele próprio responsável por todas as decisões urgentes do período, inclusive aquela em que, a pretexto de proteger Flávio Bolsonaro, sobrestou todos os demais processos baseados em dados compartilhados pelos órgãos de fiscalização e controle sem autorização judicial.

Não se espera que um juiz — qualquer juiz — decida visando agradar a gregos e troianos, mas que julgue em conformidade com a legislação vigente. Por outro lado, a intenção do legislador nem sempre está expressa de forma clara e na letra fria da lei, daí os magistrados se valerem da "hermenêutica" termo que o jargão jurídico emprestou do religioso para definir a interpretação dos textos legais à luz do "espírito" da lei, ou seja, visando inferir o alcance das intenções do legislador.

Interpretar a lei não significa legislar, como deveriam saber os togados supremos — e muitos de seus pupilos nas instâncias inferiores — que parecem achar que, se limites existem, é para que sejam ultrapassados. Agem como se dirigissem em alta velocidade, imbuídos da certeza de que nenhum policial rodoviário se atreveria a multá-los; afinal, eles são supremos, inatingíveis, incontestáveis, irretorquíveis e incriticáveis.

Quiseram os constituintes de 1988 que coubesse ao supremo o direito de errar por último, e à plebe ignara, que paga os altos salários e banca suas escandalosas mordomias dos decisores, o papel de ovelha de presépio.

Como quase tudo mais neste mundo, a política funciona como uma via de mão dupla. Em junho, um pacto institucional celebrado entre os chefes dos Poderes impediu a queda do castelo de cartas tupiniquim. Bolsonaro correu risco real de ser apeado da Presidência, do que se pode inferir que nem todas as conspirações palacianas são fruto da paranoia e da imaginação fértil do capitão e seus pimpolhos.

Observação: Em entrevista a VEJA, o ministro Dias Toffoli confirmou que o Brasil esteve à beira de uma crise institucional entre os meses de abril e maio, e disse que sua atuação foi fundamental para pôr panos quentes numa insatisfação que se avolumava. A combinação explosiva envolvia setores político e empresarial e militares próximos a Bolsonaro. No Congresso, a reforma da Previdência não avançava, e o Executivo acusava os deputados de querer trocar votos por cargos e verbas públicas. O impasse aumentou quando um grupo de parlamentares resolveu desengavetar um projeto que previa a implantação do parlamentarismo — se aprovado, Bolsonaro se tornaria uma figura decorativa, um presidente sem poder (ou um "banana", nas palavras do próprio presidente).

Mas não existe almoço grátis: o pacto conteve a insurreição, mas tornou nosso indômito presidente refém da nova agenda política, cujo objetivo é travar a Lava-Jato e seus desdobramentos. Mutatis mutandis, o mesmo se deu quando Temer comprou o apoio das marafonas do Câmara para se escudar das "flechadas" do ex-PGR Rodrigo Janot. Por uma via, o vampiro do Jaburu se segurou no palácio; por outra, tornou-se um presidente "pato-manco" — ou "lame duck", que é como os americanos se referem a políticos terminam o mandato tão desgastados que os garçons palacianos demonstram seu desprezo servindo-lhes o café frio. E foi parar na cadeia poucos meses depois de descer a rampa do Planalto.

É, a vida tem dessas coisas.

domingo, 24 de junho de 2018

BARROSO DIZ QUE PROIBIÇÃO DA CONDUÇÃO COERCITIVA FOI “ESFORÇO PARA DESAUTORIZAR JUÍZES CORAJOSOS”



De acordo com o ministro Luiz Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, o fim da condução coercitiva foi um esforço em alguma medida para atingir e desautorizar, simbolicamente, juízes corajosos e pode levar a medidas mais “drásticas”.

A condução coercitiva — situação em que o investigado ou réu é levado compulsoriamente para depor num interrogatório — foi largamente utilizada pela Lava-Jato para evitar que os depoentes combinassem versões com outros envolvidos no processo, ocultassem ou destruíssem provas. Isso até que, dezembro passado, no entanto, ela foi suspensa por decisão liminar do ministro Gilmar Mendes (sempre ele), o que levou os procuradores e investigadores da Lava-Jato a buscar alternativas, como a prisão cautelar ou temporária.

Na semana passada, por 6 votos a 5, o pleno do STF avalizou a liminar de Mendes e proibiu a condução coercitiva (vencidos os votos dos ministros Barroso, Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luiz Fux e Cármen Lúcia).

Barroso disse acreditar que, do ponto de vista da efetividade processual, a decisão não faz grande diferença, mas pode produzir um efeito inverso ao pretendido. Em suas próprias palavras, “A condução coercitiva é uma alternativa menos gravosa que a prisão temporária, a prisão cautelar. De modo que, ao proibir a condução coercitiva, incentiva-se a adoção de uma medida mais drástica...”.

Disse o ministro que o Brasil está vivendo uma tormenta na transição do velho para o novo, e que o Supremo desempenha um papel criminal muito amplo, que não deveria ter — porque isso joga a Corte na fogueira das paixões desordenadas da política e é devastados, na medida em que politiza o STF e cria tensão para o tribunal. “Há no STF uma divisão entre os que querem uma nova ordem e os que querem manter a velha ordem”, completou o magistrado, que também classificou sua recente briga com o colega Gilmar Mendes como um acidente de estrada: “Não é de natureza pessoal, são visões diferentes apenas. Corruptos seriais devem ser presos, e o colega tem visão diferente — em relação aos ricos.

Na rusga de março passado, Barroso perdeu a paciência e disse a Mendes: “Me deixa de fora desse seu mau sentimento, você é uma pessoa horrível, uma mistura do mal com atraso e pitadas de psicopatia”. Desde então, os dois deixaram de se falar — aliás, eles nem sequer se cumprimentam.

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