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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

A DELAÇÃO DO FIM DO MUNDO

A edição desta semana da revista VEJA dá conta de que as revelações de 75 executivos da ODEBRECHT, distribuídas em mais de 300 anexos, prometem implodir o mundo político. 

Do pouco que já veio a público, sabe-se que, no panteão presidencial, vai sobrar para os ex-presidentes Lula e Dilma, para o atual presidente, Michel Temer, para o senador tucano José Serra ― duas vezes candidato derrotado à presidência ― e para os tucanos Aécio Neves ― derrotado por Dilma no segundo turno da eleição passada ― e Geraldo Alckmin ― cogitado para concorrer à presidência em 2018.

Fora da galeria presidencial, o estrago é bem mais abrangente, indo do senador peemedebista Romero Jucá ao prefeito carioca Eduardo Paes, do ministro Geddel Vieira Lima ao ex-governador fluminense Sérgio Cabral. Segundo um dos advogados que participaram das negociações ― que tem por objetivo não só reduzir a pena dos executivos da ODEBRECHT, mas também salvar a empresa, que pagará uma multa milionária para continuar operando ―, o conteúdo dos anexos “é avassalador”. A propósito, em conversa com um interlocutor de Brasília, o sempre comedido Sergio Moro afirmou que, pela extensão da colaboração, a turbulência será grande. “Espero que o Brasil sobreviva”, teria dito o magistrado.

Por tudo isso, o acordo que deverá ser assinado dentro dos próximos dias é conhecido como “a delação do fim do mundo”, que atingirá partidos, parlamentares e as maiores lideranças políticas do país.

A aproximação da empreiteira com o PT se deu por obra e graça do todo poderoso Emílio Odebrecht, que se tornou amigo de Lula quando este ainda era aspirante ao Planalto. Com a chegada do partido ao poder, a empresa ampliou seus negócios com o setor público, foi irrigada com bilhões de reais do BNDES e se tornou sócia da Petrobras na petroquímica Braskem (os investigadores da Lava-Jato descobriram mais adiante que esse modelo de corrupção se reproduziu praticamente em todas as estatais, e que somente a ODEBRECHT distribuiu algo em torno de 7 bilhões de reais em propinas (o equivalente a 1% do seu faturamento em uma década).

Desde que assumiu o comando da empresa, em 2008, Marcelo Odebrecht ― engenheiro metódico e organizado ― promoveu uma revolução. O faturamento, que era de 30 bilhões em 2007, pulou para 125 bilhões em 2015, quando a construtora já tinha um Banco (Meinl Bank) em Antígua ― paraíso fiscal caribenho ― apenas para administrar o pagamento de propinas no Brasil e no exterior, além de um departamento secreto ― batizado com o pomposo nome de Setor de Operações Estruturadas ― para gerenciar a lista dos “clientes famosos”. O dinheiro clandestino movimentado em contas secretas ajudou a eleger presidentes da República, deputados, senadores, governadores e prefeitos. Os políticos eram convertidos em servidores da empresa, recompensando-a com novas obras, que resultavam em novas propinas, que elegiam e reelegiam políticos. Em junho do ano passado, todavia, com a prisão do “Príncipe das Empreiteiras” no âmbito da Operação Lava-Jato, o “círculo virtuoso” foi interrompido.

A matéria conclui ponderando que, sem bem explorada ― já que, por regra, delatores precisam contar tudo que sabem para se beneficiar da redução da pena ― a delação da ODEBRECHT também deve ajudar a esclarecer esquemas de corrupção em países como a Venezuela, onde a empresa ajudou clandestinamente o projeto político de Hugo Chávez, e em Angola, onde o Clã Lula da Silva colheu milhões em parceria com a empreiteira.
Quando a Lava-Jato começou, Marcelo Odebrecht deu ordens para que todos os registros das operações clandestinas fossem destruídos, mas os dados foram recuperados pelos investigadores e serão apresentados quando o acordo de delação for assinado. Céus e terras, tremei.

ATUALIZAÇÃO: Políticos já começam a pensar num cenário que antes parecia remoto: e se Temer não resistir à tormenta provocada pela mãe de todas as delações? Afinal, é quase impossível que essa novela rocambolesca chegue ao final antes do final do ano, quando ainda seria viável, por lei, a realização de novas eleições diretas. E se uma eventual queda de Temer ocorrer no ano que vem, o novo presidente da Banânia seria escolhido por votação indireta (no Congresso, com os votos dos 81 senadores e 513 deputados federais). Na semana passada, o jornal Folha de S. Paulo especulou que entre os nomes mais cogitados estão o do ex-presidente do STF Nelson Jobim e o do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso. Pesa a favor do primeiro o fato de ele ter sido ministro de FHC, de Lula e de Dilma, mas nem tudo são flores: Além de ter sido consultor da Odebrecht, Jobim tornou-se sócio do BTG (igualmente enrolado na Lava-Jato) e teria embolsado cerca de R$ 60 milhões! Já FHC, além da oposição ferrenha que viria do PT e associados, tem 85 anos de idade, e, ao que parece, pouca ou nenhuma vontade de voltar à ao Palácio do Planalto. Por enquanto, tudo isso não passa de mera especulação, mas é impressionante a velocidade com que possibilidades se tornam realidade no âmbito da política ― haja vista o impeachment da anta petralha, que patinou, patinou, mas depois deslanchou num estalar de dedos. 

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sábado, 8 de outubro de 2016

AINDA SOBRE O PT E O DEUS PAI DA PETELÂNDIA

Conforme ÉPOCA revelou no ano passado, Lula fazia lobby para a ODEBRECHT sob o pretexto de palestras, valendo-se do status de ex-presidente para viabilizar obras fora do país bancadas pelo banco estatal. Agora, uma nova matéria traz novidades sobre o assunto ― que eu não vou reproduzir aqui, até porque basta seguir o link para ler a íntegra da reportagem (vale a pena conferir).

Seguindo adiante: Conforme VEJA antecipou na semana passada, Lula e seu sobrinho torto Taiguara Rodrigues dos Santos foram indiciados pela Polícia Federal.  Durante as buscas e apreensões realizadas em maio passado, foi encontrado um contrato que faz referência a um acordo firmado entre a empresa de Taiguara e a Uno (União Nacional dos Eventos e Outdoor e a Três Meios), objetivando a “intermediação (...) de relação comercial a ser viabilizada entre a segunda contratante (UNO) e o Partido dos Trabalhadores para a realização de campanhas publicitárias eleitorais em mídia exterior para campanhas políticas para as eleições de 2010”. De acordo com a PF, a empresa do sobrinho do petralha receberia, em troca da intermediação, cerca de 20% do faturamento obtido pela real prestadora de serviços para o PT. Preocupado com a situação de Taiguara, “titio” pediu ao deputado federal petista Paulo Teixeira que prestasse assistência jurídica ao rapaz. O parlamentar indicou o criminalista Roberto Podval, que topou trabalhar de graça para ajudar Taiguara, e a estratégia deu certo, ao menos por enquanto: o sobrinho de Lula, que iria prestar um novo depoimento à PF, resolveu ficar em silêncio.

Em outra matéria (publicada ontem, 6), VEJA informa que o ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava-Jato no STF, atendeu ao pedido da PGR e fatiou o inquérito que apura a formação de quadrilha no esquema do petrolão ― chamado pelos investigadores de “quadrilhão”. Com a decisão, Lula passa a ser alvo de investigação, juntamente com outros políticos do PT e do PMDB, e o inquérito, que tinha 39 investigados, passa agora a ter 66.

Na cúpula petista, além do ex-presidente, Janot afirma haver provas do envolvimento dos ex-ministros Edinho Silva (Comunicação Social), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), do ex-chefe da Casa Civil Jaques Wagner, além do ex-ministro Antonio Palocci, da ex-ministra Erenice Guerra, do ex-líder do governo no Senado Delcídio do Amaral, do ex-chefe de gabinete de Dilma, Giles Azevedo, do pecuarista e amigo de Lula, José Carlos Bumlai, do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e do ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli (todos, como se vê, todos integrantes da mais fina flor da petelândia).

No âmbito dos membros do PT, os novos elementos probatórios indicam uma atuação da organização criminosa de forma verticalizada, com um alcance bem mais amplo do que se imagina no início e com uma enorme concentração de poder nos chefes da organização: Edinho Silva, Ricardo Berzoini, Jacques Wagner, Delcídio do Amaral”, disse o procurador-geral Rodrigo Janot, segundo o qual havia um conluio comandado e articulado por políticos, que atuavam em um esquema de propinas, desvio de dinheiro público, financiamento ilegal de campanhas e enriquecimento ilícito com o objetivo de “garantir a perpetuação no poder”. No âmbito do núcleo do PT, a organização, ao que tudo indica, era especialmente voltada à arrecadação de valores ilícitos, por meio de doações oficiais ao Diretório Nacional, que, posteriormente, fazia os repasses de acordo com a conveniência da organização criminosa.

Entre os peemedebistas, o chefe do MP alega haver uma divisão no partido entre Câmara dos Deputados e Senado Federal e indica que precisam ser investigados Eduardo Cunha, o ex-ministro do Turismo Henrique Alves, os deputados Alexandre dos Santos, Altineu Cortes, André Moura, Arnaldo Faria de Sá, Carlos William, João Magalhães, Manoel Junior, Nelson Bornier e a atual prefeita de Rio Bonito (RJ), Solange Almeida ― todos aliados de Cunha. No núcleo do PMDB do Senado as provas indicam haver evidências da participação do senador Jader Barbalho, do ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, dos lobistas Milton Lyra e Jorge Luz, além de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro. “Estes dois grupos, embora vinculados ao mesmo partido, ao que parece, atuam de forma autônoma, tanto em relação às indicações políticas para compor cargos relevantes no governo quanto na destinação de propina arrecadada a partir dos negócios escusos firmados no âmbito daquelas indicações”, disse Janot.

O Partido Progressista, que tem o maior número de parlamentares já investigados no escândalo do petrolão, também teve nomes citados no novo pedido de ampliação do inquérito sobre a Lava-Jato. O procurador-geral disse ao Supremo que devem ser incluídos na investigação sobre a quadrilha que atuava no propinoduto da Petrobras os deputados federais Eduardo da Fonte e Aguinaldo Ribeiro. E o pior é que políticos desse naipe são os que vão debater e votar, no Congresso, as tão necessárias medidas anticorrupção. Para mim, isso é o mesmo que colocar a raposa para tomar conta do galinheiro.

Enfim, por essas e outras que o PT (para não dizer a classe política em geral) marcha inexoravelmente rumo à lata de lixo da história. Não é partido ferido, anêmico ou doente terminal, mas um partido morto, que jamais se livrará da pecha de corrupto. Volto a lembrar que seu líder máximo e fundador, o ex-presidente Lula, já é réu em três inquéritos criminais, além responder a outros cinco. E o resultado se viu nas eleições do último domingo, e provavelmente se repetirá em 2018. 

A convicção de que o PT e seus integrantes são corruptos e coniventes com práticas criminosas é compartilhada por pelo menos 80% da população brasileira, e isso tende a se acentuar ainda mais, à medida que novos fatos venham à tona e novos membros dessa fação criminosa sejam indiciados e presos. Alguns defensores fanáticos ainda pregam que a legenda deve renascer a partir do trabalho junto aos jovens, mas, quando usam o termo "renascer", atestam que o partido está morto, e que o passar do tempo só vai torná-lo um cadáver ainda mais fétido e insuportável.

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terça-feira, 7 de junho de 2016

LULA LÁ! - OU: EM BREVE, NO BRASIL, A BANANA VAI COMER O MACACO. A CADA DIA MAIS UMA AGONIA. AS SURPRESAS NÃO ACABAM).

No início deste mês, deu na Folha que a delação de Léo Pinheiro havia empacado, pois os investigadores não engoliram a lorota de que as obras realizadas no famoso tríplex do Guarujá e no sítio de Atibaia teriam sido uma forma de agradar a Lula ― e não contrapartidas a algum benefício que a OAS tenha recebido ―, e que o petista não desempenhou papel algum nas reformas, e blá, blá, blá.

Mas, diante da perspectiva de 16 anos de prisão, o empresário achou mudando a cantilena: segundo Reinaldo Azevedo publicou em seu Blog, na última segunda-feira, Pinheiro reconheceu que Lula era mesmo lobista da empesa, que tratou da reforma do sítio de Atibaia e do apartamento do Guarujá diretamente com ele, e que arrumou emprego para o marido de Rosemary Noronha ― maldosamente chamada de “primeira amante” quando Lula era presidente e ela, chefe do “Planaltinho” (escritório da Presidência da República em São Paulo).

Observação: Dizem as más-línguas que Rose e Lula “trocavam figurinhas” desde 1993, que ela foi incorporada à equipe de campanha na corrida presidencial de 1994, posteriormente promovida a secretária de José Dirceu, lotada mais adiante como "assessora especial" no braço do Palácio do Planalto em São Paulo e, por decisão do próprio Lula, promovida a chefe do gabinete, quando então passou a ter direito a três assessores e carro e motorista. O relacionamento do casal foi escondido do público durante décadas, mas Rose integrava a comitiva oficial sempre que a primeira-dama não acompanhava o ex-presidente em viagens internacionais, a despeito de sua presença causar constrangimento no Itamaraty e de ela viajar “clandestinamente” (ou seja, sem figurar na lista oficial) no avião presidencial. Durante esses quase 20 anos, a moçoila casou-se duas vezes. Seu primeiro marido trabalhou na Casa Civil do então ministro José Dirceu, quando ela assumiu o escritório de São Paulo. Na chefia do gabinete, Rose era conhecida pelo temperamento difícil, e ainda que fosse discreta e evitasse contato com a imprensa, funcionários do alto escalão do governo e amigos do ex-presidente não negam o relacionamento de ambos (a propósito, vele a pena ler esta matéria).

Pinheiro diz ainda que doou dinheiro de forma ilegal para as campanhas presidenciais do PT de 2006, 2010 e 2014 e que as propinas foram negociadas com Guido Mantega e Luciano Coutinho. Além disso, despejou acusações contra AécioJucá, Geddel, Renan Calheiros e Eduardo Cunha. Segundo a petralhada, a caca teria atingido também Michel Temer, mas até agora não há sinais disso, e sim de que o PT é que sai ainda mais destroçado dessa nova cachoeira de imputações.

Paralelamente, Marcelo Odebrecht ― que até pouco tempo criticava duramente os delatores da Lava-Jato ― acabou revendo seus conceitos depois que todos os recursos jurídicos e as maracutaias de bastidores que visavam livrá-lo da cadeia falharam. E o que deve vir à tona em sua delação vem tirando o sono de um bocado de figurões da República, dentre os quais Lula, Dilma, 13 governadores e 36 senadores (tanto do PT quanto do PMDB e de outros partidos).

Dentre outras coisas, o príncipe das empreiteiras já confirmou que uma conta do marqueteiro João Santana no exterior recebeu US$3 milhões da Odebrecht, e que outros US$22,5 milhões foram repassados em dinheiro vivo. Essa dinheirama (financiamento de campanha não declarado) teria sido coordenada por Giles Azevedo e Anderson Dorneles, pessoas de estrita confiança de Dilma, “a injustiçada”.

Na lista da empresa ― cujo faturamento saltou de R$17,3 bilhões para R$107,7 bilhões em 12 anos de governo petista ― também estariam Romero Jucá, os atuais ministros Geddel Vieira Lima e Eduardo Alves, e o senador Aécio Neves. E a situação dos ex-ministros petistas Antonio Palocci e Guido Mantega é bastante delicada: o primeiro, apelidado de “Italiano”, aparece ligado a um pagamento irregular de R$6 milhões; o segundo, chamado de “pós-italiano”, de R$50 milhões. Entre 2008 e 2012, os pagamentos irregulares da Odebrecht ao PT teriam alcançado R$200 milhões.

Como disse a ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do segundo mandato de Dilma, a senadora peemedebista Kátia Abreu, “EM BREVE, NO BRASIL, A BANANA VAI COMER O MACACO. A CADA DIA, MAIS UMA AGONIA. AS SURPRESAS NÃO ACABAM”