No início deste mês, deu na Folha que a delação de Léo Pinheiro havia empacado, pois os investigadores não engoliram a
lorota de que as obras realizadas no famoso tríplex do Guarujá
e no sítio de Atibaia teriam sido uma
forma de agradar a Lula ―
e não contrapartidas a algum benefício que a OAS tenha recebido ―, e que o
petista não desempenhou papel algum nas reformas, e blá, blá, blá.
Mas, diante da perspectiva de 16 anos de prisão, o empresário achou mudando a cantilena: segundo Reinaldo Azevedo
publicou em seu Blog, na última segunda-feira, Pinheiro reconheceu que Lula era mesmo lobista da empesa,
que tratou da reforma do sítio de Atibaia e do apartamento do Guarujá diretamente
com ele, e que arrumou emprego para o marido de Rosemary
Noronha ― maldosamente chamada de “primeira amante” quando Lula era presidente e ela, chefe do “Planaltinho” (escritório da
Presidência da República em São Paulo).
Observação: Dizem as más-línguas que Rose e Lula “trocavam figurinhas” desde 1993, que ela foi incorporada à
equipe de campanha na corrida presidencial de 1994, posteriormente promovida a
secretária de José Dirceu, lotada mais
adiante como "assessora especial" no braço do Palácio do Planalto em
São Paulo e, por decisão do próprio Lula,
promovida a chefe do gabinete, quando então passou a ter direito a três assessores
e carro e motorista. O relacionamento do casal foi escondido do público durante
décadas, mas Rose integrava a comitiva
oficial sempre que a primeira-dama não acompanhava o ex-presidente em viagens
internacionais, a despeito de sua presença causar constrangimento no Itamaraty e
de ela viajar “clandestinamente” (ou seja, sem figurar na lista oficial) no
avião presidencial. Durante esses quase 20 anos, a moçoila casou-se duas vezes.
Seu primeiro marido trabalhou na Casa Civil do então ministro José Dirceu, quando ela assumiu o escritório
de São Paulo. Na chefia do gabinete, Rose
era conhecida pelo temperamento difícil, e ainda que fosse discreta e evitasse
contato com a imprensa, funcionários do alto escalão do governo e amigos do
ex-presidente não negam o relacionamento de ambos (a propósito, vele a pena ler
esta
matéria).
Pinheiro diz ainda que doou dinheiro de forma
ilegal para as campanhas presidenciais do PT
de 2006, 2010 e 2014 e que as propinas foram negociadas com Guido Mantega e Luciano Coutinho. Além disso, despejou acusações contra Aécio, Jucá,
Geddel, Renan Calheiros e Eduardo
Cunha. Segundo a petralhada, a caca teria atingido também Michel Temer, mas até agora não há
sinais disso, e sim de que o PT é que
sai ainda mais destroçado dessa nova cachoeira de imputações.
Paralelamente, Marcelo Odebrecht ― que até pouco tempo criticava duramente os delatores da Lava-Jato ― acabou revendo seus
conceitos depois que todos os recursos jurídicos e as maracutaias de bastidores
que visavam livrá-lo da cadeia falharam. E o que deve vir à tona em sua delação vem
tirando o sono de um bocado de figurões da República, dentre os quais Lula, Dilma, 13 governadores e 36 senadores (tanto do PT quanto do PMDB e de outros partidos).
Dentre outras coisas, o príncipe das empreiteiras já confirmou que uma conta do marqueteiro João Santana no exterior recebeu US$3 milhões da Odebrecht, e que outros US$22,5 milhões foram repassados em dinheiro vivo. Essa dinheirama (financiamento de campanha não declarado) teria sido coordenada por Giles Azevedo e Anderson Dorneles, pessoas de estrita confiança de Dilma, “a injustiçada”.
Na lista da empresa ― cujo faturamento saltou de R$17,3 bilhões para R$107,7 bilhões em 12 anos de governo petista ― também estariam Romero Jucá, os atuais ministros Geddel Vieira Lima e Eduardo Alves, e o senador Aécio Neves. E a situação dos ex-ministros petistas Antonio Palocci e Guido Mantega é bastante delicada: o primeiro, apelidado de “Italiano”, aparece ligado a um pagamento irregular de R$6 milhões; o segundo, chamado de “pós-italiano”, de R$50 milhões. Entre 2008 e 2012, os pagamentos irregulares da Odebrecht ao PT teriam alcançado R$200 milhões.
Como disse a ex-ministra da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento do segundo mandato de Dilma,
a senadora peemedebista Kátia Abreu,
“EM BREVE, NO BRASIL, A BANANA VAI COMER
O MACACO. A CADA DIA, MAIS UMA AGONIA. AS SURPRESAS NÃO ACABAM”.