Alguns atores — a minoria, infelizmente — incorporam o personagem com tal maestria que nem parecem representar. Mutatis mutandis, o mesmo se
aplica a alguns apresentadores — que se identificam com seus programas de
tal maneira que, sem eles, o show não tem a menor graça (imaginem o Programa Sílvio Santos sem o próprio ou o Domingão
do Faustão sem o dito-cujo).
Sempre gostei do Roda Viva — quadro de entrevistas que a TV Cultura leva ao ar, nas noites de segunda-feira, desde 1986. Já ancoraram o programa Marília Gabriela,
Heródoto Barbeiro, Lillian Witte Fibe e outros medalhões
do jornalismo. O meu preferido era o Augusto
Nunes, que comandou o show de 1987 a 1989 e de 2013 a 2108, mas deixou
o posto em abril de 2018 devido a pressões políticas (sucedeu-lhe o
insípido Ricardo Lessa, que se desligou do programa há cerca de 8 semanas).
Na última segunda-feira, após meses sem sintonizar a Cultura
— aliás, a TV aberta no Brasil anda uma m***a —, resolvi conferir a exumação do Vampiro do Jaburu (leia-se a primeira
entrevista de Michel Temer a uma
emissora de TV depois que ele deixou a presidência). Quem atuou como âncora nesta
edição foi Daniela Lima — uma loira bonitinha, mas que consegue ser ainda mais sem sal que seu
antecessor.
Não foi difícil notar que o emedebista pouco mudou
na voz, mas seus cabelos... digo, pouco mudou na aparência, mas sua maneira enxergar
as coisas já não é a mesma. Ou parece não ser. Talvez por estar nitidamente
preocupado com seu legado, o trevoso tenta passar essa
impressão.
Não colou, mas não importa. Importa mesmo é que meu estoque de Plasil acabou. Então, segue o vídeo com
a entrevista completa dessa alma do outro mundo e, na sequência, as
ponderações de Caio Copolla sobre esse circo de horrores (no segundo vídeo, se necessário, avance a exibição até a marca dos 45 minutos e comece a assistir a partir daí).
Vade retro! Cruz, credo, pé de pato, mangalô três vezes!