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quarta-feira, 18 de setembro de 2019

ENTREVISTA NO RODA VIVA — A VOLTA DOS QUE NÃO FORAM



Alguns atores — a minoria, infelizmente — incorporam o personagem com tal maestria que nem parecem representar. Mutatis mutandis, o mesmo se aplica a alguns apresentadores — que se identificam com seus programas de tal maneira que, sem eles, o show não tem a menor graça (imaginem o Programa Sílvio Santos sem o próprio ou o Domingão do Faustão sem o dito-cujo).

Sempre gostei do Roda Viva — quadro de entrevistas que a TV Cultura leva ao ar, nas noites de segunda-feira, desde 1986. Já ancoraram o programa Marília Gabriela, Heródoto Barbeiro, Lillian Witte Fibe e outros medalhões do jornalismo. O meu preferido era o Augusto Nunes, que comandou o show de 1987 a 1989 e de 2013 a 2108, mas deixou o posto em abril de 2018 devido a pressões políticas (sucedeu-lhe o insípido Ricardo Lessa, que se desligou do programa há cerca de 8 semanas).

Na última segunda-feira, após meses sem sintonizar a Cultura — aliás, a TV aberta no Brasil anda uma m***a —, resolvi conferir a exumação do Vampiro do Jaburu (leia-se a primeira entrevista de Michel Temer a uma emissora de TV depois que ele deixou a presidência). Quem atuou como âncora nesta edição foi Daniela Lima — uma loira bonitinha, mas que consegue ser ainda mais sem sal que seu antecessor.

Não foi difícil notar que o emedebista pouco mudou na voz, mas seus cabelos... digo, pouco mudou na aparência, mas sua maneira enxergar as coisas já não é a mesma. Ou parece não ser. Talvez por estar nitidamente preocupado com seu legado, o trevoso tenta passar essa impressão. 

Não colou, mas não importa. Importa mesmo é que meu estoque de Plasil acabou. Então, segue o vídeo com a entrevista completa dessa alma do outro mundo e, na sequência, as ponderações de Caio Copolla sobre esse circo de horrores (no segundo vídeo, se necessário, avance a exibição até a marca dos 45 minutos e comece a assistir a partir daí).

Vade retro! Cruz, credo, pé de pato, mangalô três vezes!   


sexta-feira, 26 de julho de 2019

PT X MORO — MAIS UMA TENTATIVA DE CRIMINALIZAR O MOCINHO E ENDEUSAR OS BANDIDOS.



O partido dos picaretas classificou como “armação” o inquérito que investiga a invasão dos celulares de Moro e de outras autoridades (ao todo, são quase 1.000 aparelhos, dentre os quais os do presidente da República, o que, no mínimo, configura crime contra a segurança nacional).

O PT, através de nota divulgada na noite da última quarta-feira (veja a transcrição no final da postagem), afirmou que o ministro da Justiça “comanda” o inquérito da PF com o propósito é "produzir  mais uma armação contra o partido" — o que é típico de quem mede os outros pela própria régua —, e que as investigações confirmam a autenticidade das conversas ilegais e escandalosas que Moro tentou desqualificar nas últimas semanas. Mesmo depois que um dos advogados dos criminosos mudou a narrativa (que a princípio negava o envolvimento de seus clientes com as invasões) e declarou que a intenção de Walter Delgatti Neto — apontado como o responsável pelas invasões — seria vender as mensagens obtidas ao PT, essa caterva ainda têm a cara-de-pau de falar em "criminosa tentativa de envolver o Partido dos Trabalhadores num caso em que é Moro que tem de se explicar e em que o maior implicado é filiado ao DEM".

Também por meio de nota, o DEM disse que não tem como controlar as ações de todos os seus filiados, mas, pelo sim, pelo não, expulsou Delgatti. Já a revista Veja, que a exemplo de diversos veículos de imprensa se alinhou ao panfletário comuna de Glenn Verdevaldo, publicou que “SUPOSTOS HACKERS” de Moro e Dallagnol movimentaram mais de R$ 627 mil depois que o Intercept começou sua campanha difamatória. É triste ver uma publicação que tanto prestigiou o combate à corrupção e aos corruptos descer a esse ponto.

Com a confissão e provável delação premiada de Delgatti, resta saber quem está por trás do hackeamento das autoridades e jornalistas. Particularmente, acho difícil tudo se resumir a esses quatro gatos pingados; se alguém pagou pelo serviço, é preciso localizar esse alguém e saber com que intenção ele fez o que fez. E as informações sobre a Lava-Jato foram repassadas para o site The Intercept, pode-se argumentar que, ao divulgá-las, os editores cumpriram sua função jornalística protegida pela Constituição, mas alguns juristas entendam que, como esse material só poderia ser obtidas com autorização judicial, o site e quem mais o publicou deveria, no mínimo, desconfiar que sua origem era ilegal.

Se houve pagamento pelas informações, é preciso apurar se o trabalho foi encomendado pelo pagante ou se foi realizado e, posteriormente, seu produto foi vendido ao site ou a quem quer que seja. Se o pagamento foi feito antes, Verdevaldo e companhia foram cúmplices. E como o crime continuou a ser praticado até a véspera da prisão dos envolvidos, com os celulares do ministro Paulo Guedes e da deputada Joice Hasselmann sendo invadidos, a situação do Intercept se complica ainda mais se houve pagamento por novas informações nesse período.

Mudando de pato pra ganso, a revista eletrônica Crusoé assevera que, antes mesmo de atender aos rogos de sua mulher, Roberta Rangel, e da mulher do amigão do peito, Guiomar Mendeso atual presidente dos togados supremos teria manifestado publicamente seu interesse em investigações do Coaf, do MPF e da PF sobre Greenwald. Agora, ao agasalhar o pedido da defesa de Flávio Bolsonaro, o ministro paralisa por atacado uma miríade de investigações e processos em que houve compartilhamento de informações do Coaf com o Ministério Público sem prévia autorização judicial.

Além de zero um e seu ex-factótum Fabrício Queiroz, uma caudalosa enxurrada de criminosos — de sonegadores a traficantes, passando pelo curandeiro abusador João de Deus e pela seleta confraria de políticos investigados, denunciados e réus na Justiça — foram beneficiados pela decisão de Toffoli, e alguns deles, como o ex-deputado emedebista Edson Albertassi e o deputado estadual pedetista reeleito Luiz Martins, ambos réus na Lava-Jato e presos no Complexo de Gericinó, já entraram com pedidos para suspender as investigações.

Na última terça-feira, Raquel Dodge ingressou com embargos declaratórios contra a decisão de Toffoli, por considera a liminar ultra petita — ou seja, que ela extrapolou o pedido feito pela defesa ao abranger todas as investigações em andamento no país (vale lembrar que um juiz, em sua decisão, não pode ir além do que é solicitado pelas partes).

A procuradora-geral argumentou que o intercâmbio de informações do Coaf com investigações do Ministério Público é fato corriqueiro no ordenamento jurídico brasileiro, que o Supremo sempre referendou essa utilização, e que a decisão "suspendeu toda e qualquer investigação, inquérito, ação penal e execução penal em curso no território nacional em que haja informação do COAF, da Receita Federal e do BACEN ao Ministério Público, o que vai muito além do que foi pedido pelo requerente em petição avulsa e pelo Ministério Público no recurso extraordinário".

Resta saber se Toffoli imporá limites ao alcance da controversa liminar ou se ao menos levará o assunto ao plenário do Supremo (que retoma as atividades no início do mês que vem). A informação que se tem é de que ele tenciona consultar seus colegas sobre uma possível antecipação do julgamento da ação relativa ao compartilhamento de dados entre órgãos de controle e de investigação, que está pautado para novembro. Todavia, ensina a sabedoria popular que em pinto de padre, barriga de criança e cabeça de juiz não se deve confiar.

Voltando ao protagonista da tragicomédia espúria que objetiva libertar o sevandija eneadáctilo e enxovalhar Sérgio Moro e os procuradores da Lava-Jato, além, sabe-se agora, de desestabilizar a República como um todo, a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Verdevaldo se tornou fundamental depois que os quatro bois de piranha foram apanhados e seu líder, Walter Delgatti Neto, vulgo “Vermelho”, confessou ter sido o responsável pelas invasões, liberou para a PF todos os seus arquivos armazenados na nuvem e afirmou ter dado ao site The Intercept o acesso a informações capturadas do aplicativo Telegram em sua megaoperação.

Observação: Principal alvo da Operação Spoofing, Delgatti foi preso com a boca na botija, enquanto acessava uma conta no aplicativo Telegram em nome do ministro da Economia, Paulo Guedes. A informação foi confirmada na última quarta-feira, durante uma coletiva do diretor do Instituto Nacional de Criminalística e do coordenador-geral de Inteligência da PF. O líder da gangue depôs na noite de terça-feira acompanhado por um defensor público, mas trocou de advogado no dia seguinte.

Em postagem no Twitter, Moro escreveu: "Parabenizo a Polícia Federal pela investigação do grupo de hackers, assim como o MPF e a Justiça Federal. Pessoas com antecedentes criminais, envolvidas em várias espécies de crimes. Elas, a fonte de confiança daqueles que divulgaram as supostas mensagens obtidas por crime". Leandro Demori, editor do Intercept, respostou: "Nunca falamos sobre a fonte. Essa acusação de que esses supostos criminosos presos agora são nossa fonte fica por sua conta". Em nota, a defesa de Verdevaldo disse que não comenta assuntos relacionados à identidade de suas fontes anônimas. E dá-lhe óleo de peroba!

As investigações correm sob sigilo e quase nada se sabe além do pouco que foi divulgado, mas essa história ainda vai feder. E muito.

A nota de PT:

O ministro Sergio Moro, responsável pela farsa judicial contra o ex-presidente Lula, comanda agora um inquérito da Polícia Federal com o claro objetivo de produzir mais uma armação contra o PT.
As investigações da PF sobre as pessoas presas em São Paulo confirmam a autenticidade das conversas ilegais e escandalosas que Moro tentou desqualificar nas últimas semanas.
Acuado, o ex-juiz repete seus conhecidos métodos: prisões espetaculares e vazamentos direcionados contra seus adversários. É criminosa a tentativa de envolver o PT num caso em que é Moro que tem de se explicar e em que o maior implicado é filiado ao DEM. O PT sempre foi alvo desse tipo de farsa, como ocorreu na véspera da eleição presidencial de 1989, quando a polícia vestiu camisetas do partido nos sequestradores do empresário Abílio Diniz antes de apresentá-los à imprensa. O PT tomará as medidas judiciais cabíveis contra os agentes e os responsáveis por mais esta farsa. Quem deve explicações ao país e à Justiça é Sergio Moro, não quem denuncia seus crimes.
(a) Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT.
(a) Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara dos Deputados
(a) Humberto Costa, líder do PT no Senado Federal

Dando tempo e jeito, não deixe de assistir à discussão sobre esse furdunço no Jovem Pan Morning Show desta quinta-feira: