Mostrando postagens com marcador SSD. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador SSD. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 31 de outubro de 2017

HDD/SSD ― A MEMÓRIA DE MASSA DO PC ― Parte 3

O IMPORTANTE NÃO É AQUILO QUE FAZEM DE NÓS, MAS O QUE NÓS MESMOS FAZEMOS DO QUE OS OUTROS FIZERAM DE NÓS.

Vimos que o drive sólido (SSD) substitui com vantagens o eletromecânico (HDD), mas que, devido ao elevado custo de fabricação, modelos com fartura de espaço costumam equipar notebooks de configuração de ponta (e preços idem), enquanto drives híbridos ― ou mesmo SSDs puros, mas de capacidade mais modesta ― são direcionados a PCs de configuração mediana e preços mais acessíveis.

Uma das vantagens dessa “nova” tecnologia advém da maneira como os dados são gravados e lidos. Como eu disse no capítulo de abertura, a formatação física dos drives eletromecânicos mapeia a superfície dos pratos, que são divididas em trilhas, setores e cilindros. O setor corresponde à menor unidade física do disco, e tem capacidade para armazenar 512 bytes (não confundir com cluster; que é a menor unidade lógica que o SO é capaz de acessar, e geralmente é formado por um conjunto de setores).

Além da formatação física, o disco rígido passa por uma formatação lógica por ocasião da instalação do Windows. Esse processo cria uma tabela de alocação de arquivos que permite ao sistema “enxergar” e gerenciar o espaço disponível no drive (no caso do Windows, os formatos mais usados são a FAT, o NTFS e, mais raramente, a exFAT). O tamanho do cluster varia conforme o sistema de arquivos. No NTFS, cada cluster possui entre 512 bytes e 4 KB, dependendo do tamanho da partição. Quanto menor for o cluster, menos espaço será desperdiçado, sobretudo na gravação de arquivos pequenos, pois, mesmo que tenha um único byte de tamanho, esse arquivo ocupará um cluster inteiro.

O sistema operacional é o responsável pela leitura e gravação dos dados, mas, no controle do tráfego de informações entre a memória de massa e a RAM, ele conta com o auxílio do BIOS, que supervisiona a entrada e saída de informações. Quando, por exemplo, comandamos a gravação de um arquivo, a instrução é repassada ao sistema, que altera a estrutura da tabela de alocação para indicar a presença daquele arquivo no diretório escolhido, seleciona os clusters disponíveis para armazenar os dados e repassa os endereços ao BIOS, que cuida dos detalhes físicos da gravação ― ou seja, transfere os dados da RAM para o HDD e solicita à controladora do disco que posicione as cabeças de leitura/gravação sobre os clusters correspondentes. Se o arquivo não couber integralmente num cluster, o sistema localizará mais clusters disponíveis (tantos quantos forem necessários) e repassará as coordenadas ao BIOS, até que o arquivo seja totalmente gravado. Concluído esse processo, os clusters ocupados são registrados na tabela de alocação, para que não sejam sobrescritos durante a gravação de outros dados.

Quando o computador é novo, há muito espaço livre na memória de massa, e os arquivos podem ser armazenados em clusters contíguos, o que facilita tanto a gravação dos dados quanto sua posterior leitura. Conforme vamos instalando e removendo aplicativos, criando, alterando e apagando arquivos, vão surgindo lacunas entre os clusters, e nem sempre o espaço vago deixado pelo arquivo que acabamos de excluir comporta integralmente o arquivo que criamos em seguida, daí o sistema distribuir o restante pelos demais clusters disponíveis ao longo da trilha. Isso evita o desperdício de espaço, mas acarreta demora na gravação e, principalmente, na leitura dos arquivos segmentados, já que o sistema precisa localizar cada fragmento e remontar tudo, num imenso quebra-cabeça.

Felizmente, o Windows dispõe de uma ferramenta para organizar a bagunça que ele próprio cria, mas isso já é conversa para o próximo capítulo.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

HDD/SSD ― A MEMÓRIA DE MASSA DO PC ― Parte 2

AS MÁS COMPANHIAS SÃO COMO UM MERCADO DE PEIXE; ACABAMOS NOS ACOSTUMANDO AO MAU CHEIRO.

Vimos que o disco rígido é a memória de massa do PC, e que é a partir dele, onde os dados são armazenados de forma persistente, que o sistema, os aplicativos e os demais arquivos são carregados e processados na memória RAM. Claro que eles não são carregados inteiros ― ou não haveria memória que chegasse ―, mas divididos em páginas (pedaços do mesmo tamanho) ou segmentos (pedaços de tamanhos diferentes), conforme suas características. A RAM é muito mais rápida que o disco rígido, mas o problema é que, por ser volátil, ela não é capaz de preservar seu conteúdo quando o computador é desligado ― ou, melhor dizendo, quando o fornecimento de energia é interrompido.

Vale lembrar que o PC utiliza memórias de diversas tecnologias (ROM, CACHE, RAM, HDD, SWAP FILE, etc.), mas, de momento, interessa-nos discutir a memória de massa, e como já falamos sobre o disco rígido no capítulo anterior, trataremos agora do SSD, que, de uns tempos a esta parte, vem substituindo o HDD tradicional dos PCs, mas de forma gradativa, pois o custo da memória flash encarece significativamente a produção de drives de estado sólido de grandes capacidades.

SSDs não têm motor, discos ou qualquer outra peça móvel. Seus componentes básicos são a memória flash, que armazena os arquivos de maneira semelhante à da RAM, tornando o processo de leitura e gravação muito mais veloz, e o controlador, que gerencia o cache de leitura e gravação de arquivos, criptografa informações, mapeia trechos defeituosos da memória, e por aí afora. Mas nem tudo são flores nesse jardim.

Embora sejam menores, mais leves, econômicos, resistentes, silenciosos e velozes do que os jurássicos drives eletromecânicos, sua vida útil é limitada pela quantidade de regravações que as células de memória flash são capazes de suportar. Mesmo assim, eles não costumam “micar” antes de 4 ou 5 anos de uso intenso (segundo os fabricantes, sempre otimistas quando lhes convém, sua vida útil pode chegar a 10 anos ― bem maior, portanto, que a dos discos rígidos magnéticos). E considerando que a maioria de nós não fica mais de 5 anos com o mesmo aparelho ― até por conta da obsolescência programada ―, é improvável que o drive de estado sólido dê sinais de fadiga durante a vida útil do computador.

Para amenizar o impacto do custo de produção e tornar seus produtos mais competitivos, fabricantes de PCs de entrada de linha e preços intermediários se valem de drives híbridos, que combinam uma unidade SSD de pequena capacidade com um modelo eletromecânico tradicional, proporcionando melhor desempenho a preço menor. A memória flash funciona como cache, armazenando e garantindo acesso rápido aos arquivos utilizados com frequência (sistema e aplicativos), enquanto os discos magnéticos se encarregam dos demais dados (músicas, vídeos e arquivos pessoais). O processo é transparente e automático, e tanto o usuário quanto o sistema operacional “enxergam” o conjunto como se ele fosse um drive comum.

É importante salientar que a forma como os dados são gravados nos SSDs evita a famigerada fragmentação dos arquivos. E ainda que assim não fosse, a fragmentação não comprometeria o desempenho do drive, já que não há cabeças de leitura e gravação se movendo ao longo da superfície dos discos (e nem discos) para remontar os arquivos como num grande puzzle. Portanto, se o seu computador dispões um drive SSD, você pode aposentar o desfragmentador ― voltarei a esse assunto mais adiante, mas quem quiser mais detalhes irá encontrá-los nesta postagem).

Continua no próximo capítulo.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

HDD/SSD ― A MEMÓRIA DE MASSA DO PC


O AMOR ENTRE DUAS CRIATURAS TALVEZ SEJA A TAREFA MAIS DIFÍCIL QUE NOS FOI IMPOSTA, A MAIOR E ÚLTIMA PROVA, A OBRA PARA A QUAL TODAS AS OUTRAS SÃO APENAS UMA PREPARAÇÃO.

Por armazenar os dados de forma persistente (não confundir com permanente) o HDD constitui a memória de massa (ou secundária) do computador. É a partir dele que os dados são transferidos para a RAM (memória física ou principal), onde os programas são carregados e as informações, processadas, desde o próprio sistema operacional até um simples documento de texto ―  nenhum computador atual, seja um grande mainframe ou uma simples calculadora de bolso, funciona sem uma quantidade mínima de memória RAM.

O primeiro HDD era composto de 50 pratos de 24” de diâmetro, custava absurdos US$ 30 mil e armazenava míseros 4.36 MB ― ou seja, pouco mais que uma faixa musical em .mp3. Hoje, qualquer computador de entrada de linha traz um drive de 500 GB a 1 TB, mas se sobra espaço, falta desempenho: enquanto a velocidade dos processadores aumentou milhões de vezes desde os anos 1980, a taxa de transferência de dados dos HDDs cresceu alguns milhares de vezes, e a rotação dos pratos mal quadruplicou. Como o tempo de acesso é inversamente proporcional ao volume de dados, o disco rígido disputa com o anacrônico BIOS o ranking dos gargalos de desempenho do computador.

Aos poucos, o BIOS vem sendo substituído pelo UEFI, que, dentre outras vantagens, reduz significativamente o tempo de inicialização do sistema. Já os HDDs vêm cedendo espaço aos SSDs (sigla de Solid State Drive), também paulatinamente, devido à dificuldade de conciliar fartura de espaço com preço competitivo. Mas vamos por partes. 

Por mais que tenha evoluído ao longo das últimas 6 décadas, o drive de HD ainda é um conjunto de discos (ou pratos) que, acionados por um motor, giram em alta velocidade (alguns modelos vão além das 10 mil RPM) dentro de uma caixa hermeticamente fechada. Cada prato é recoberto de ambos os lados por uma camada metálica e formatado (fisicamente) na fábrica, quando é dividido em trilhas, setores e cilindros.

As trilhas são "faixas concêntricas" numeradas da borda para o centro e divididas em (milhões de) setores de 512 bytes. Se o drive integrar dois ou mais discos, existe ainda a figura do cilindro, que corresponde ao conjunto de trilhas de mesmo número dos vários pratos (o cilindro 1 é formado pela trilha 1 de cada face de cada disco, o cilindro 2, pela trilha 2, e assim por diante). O primeiro setor ― conhecido como setor de bootsetor zerotrilha zero ou MBR ― abriga o gerenciador de boot, as FATs ― tabelas de alocação de arquivos usadas na formatação lógica das partições inicializáveis ― e outros dados inerentes à inicialização do sistema.

Observação: Note que setor e cluster são coisas distintas: o primeiro corresponde à menor unidade física do HDD, ao passo que o segundo, geralmente formado por um conjunto de setores, remete à menor unidade lógica que o SO é capaz de acessar para armazenar dados.

Os dados são gravados e lidos por cabeças eletromagnéticas posicionadas na extremidade de um braço controlado pelo atuador. Combinando o efeito giratório produzido no disco pelo motor com o movimento do braço, as cabeças podem gravar/ler dados em qualquer ponto da superfície dos discos. A gravação é feita mediante a inversão da polaridade das moléculas do revestimento metálico dos partos, que gera sinais elétricos interpretados pela placa lógica do drive como os bits zero e um que, em linguagem de máquina, compõem os arquivos digitais. Na leitura, a diferença é que as cabeças não alteram a polaridade das moléculas, apenas “leem” os sinais elétricos e os enviam para a placa lógica interpretar.
   
Para não espichar demais esta postagem, vamos deixar o resto para a próxima. Até lá.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

quarta-feira, 19 de abril de 2017

AINDA SOBRE O HDD E O DESLIGAMENTO DO COMPUTADOR (CONTINUAÇÃO)

UMA CRIANÇA NÃO É UM ADULTO EM MINIATURA, MAS TEM MUITO ADULTO POR AÍ QUE MAIS PARECE UMA CRIANÇA GRANDE.

A resposta para a pergunta que eu deixei em aberto no post anterior é: Depende. Vai interromper o trabalho por alguns minutos ― para ir ao banheiro, por exemplo? Deixe o computador ligado. Vai almoçar? Coloque a máquina em standby (na lista do menu Iniciar, clique na opção Suspender). Encerrou por hoje e só vai usar o computador amanhã? Hibernar pode ser melhor do que Desligar ― lembrando sempre que o sistema tende a ficar mais “pesado” quando é usado por dias a fio sem uma “revigorante” reinicialização.

Observação: Embora não seja o escopo deste artigo, vale lembrar também que você pode configurar sua senha de logon no Windows para ser exigida quando o sistema volta do descanso de tela, do standby ou da hibernação, de maneira a inibir a ação dos bisbilhoteiros de plantão, conforme, aliás, a gente já viu em outras postagens.

Antes de prosseguir, vale relembrar alguns pontos importantes, começando pelo o número de inicializações que um HDD é capaz de suportar ― que não é infinito, mas vem aumentando ao longo dos anos. Hoje em dia, é mais comum o computador se tornar obsoleto bem antes que o drive dê sinais de exaustão. Claro que acidentes acontecem; um surto de energia (causado por um relâmpago que atinge a rede elétrica, por exemplo) pode causar danos irreversíveis, sem mencionar que reinicializações resultantes de “apagões” inesperados podem acarretar problemas em nível de software (perda de dados, corrupção de arquivos, etc.). Nos portáteis, existe também o risco de choques físicos ― quedas, impactos, etc. ―, daí os drives de estado sólido (SSD, baseados em memória flash e sem partes móveis) serem mais comuns nessa plataforma do que nos desktops, mas isso é uma outra história (que eu contei nesta postagem).

Para quem não tem o saudável hábito de seguir os links que eu incluo nos meus textos (uma evolução fantástica em relação à mídia impressa, onde era preciso recontar as mesmas histórias inúmeras vezes), ou não sabe que as palavras ou frases sublinhadas e grafadas em azul remetem a outras webpages ― e, portanto, não estão aí para enfeitar, mas para esclarecer pontos importantes ―, segue um breve resumo:

O HDD eletromecânico é composto por uma câmara selada (carcaça), em cujo interior um ou mais pratos (discos) giram em alta velocidade em torno de seu eixo, mediante a ação de um motor. A leitura/gravação dos dados é feita por minúsculas cabeças eletromagnéticas (heads) posicionadas na extremidade de braços (arms) controlados por um atuador. Essas cabeças alteram a polaridade das moléculas de óxido de ferro do revestimento metálico que recobre os partos, gerando sinais elétricos que a placa lógica interpreta como imensos conjuntos de bits zero e um, que são os arquivos digitais.

Durante o processo de fabricação, os drives dão formatados fisicamente, quando então as superfícies dos pratos são “divididas” em trilhas, setores e cilindros. As trilhas são faixas concêntricas numeradas da borda para o centro e divididas em (milhões de) setores de 512 bytes. Quando o drive conta com dois ou mais pratos, o cilindro corresponde ao conjunto de trilhas de mesmo número existente nos vários pratos (o cilindro 1 é formado pela trilha 1 de cada face de cada disco, o cilindro 2, pela trilha 2, e assim por diante). O primeiro setor – conhecido como setor de boot, setor zero, trilha zero ou MBR – abriga o gerenciador de boot, as tabelas de alocação de arquivos usadas na formatação lógica (feita pelo próprio usuário quando da instalação do sistema) das partições inicializáveis e outros dados inerentes à inicialização do computador. Note que setor e cluster são coisas diferentes: o primeiro é a menor unidade física do HDD, ao passo que o segundo, geralmente formado por um conjunto de setores, é a menor unidade lógica que o SO é capaz de acessar

Já os SSDs não têm motor, discos, nem quaisquer outras peças móveis. Seus componentes básicos são a memória flash ― onde os dados são armazenados como na RAM, o que torna o processo de leitura e gravação muito mais veloz ― e o controlador, que gerencia o cache de leitura e gravação de arquivos, criptografa informações, mapeia trechos defeituosos da memória, e por aí afora. Sua adoção vem sendo feita de forma gradativa, notadamente em máquinas mais caras, até porque o preço do gigabyte nesse tipo de memória é bem maior que nos HDDs convencionais.

Observação: Existem também os drives híbridos, que combinam uma unidade SSD de pequena capacidade com um HDD convencional e proporcionam desempenho melhor a preço menor. A memória flash funciona como cache, armazenando e garantindo acesso rápido aos arquivos utilizados com maior frequência (sistema e aplicativos), enquanto os discos magnéticos se encarregam dos demais dados (músicas, vídeos e arquivos pessoais). O processo é transparente e automático, e tanto o usuário quanto o SO "enxergam" o conjunto como se ele fosse um drive comum.

Continuamos na próxima, pessoal. Até lá.

MONTESQUIEU NÃO CHEGOU AO BRASIL 

O Brasil é um país estranho. Já completamos o primeiro trimestre e nada, de fato, ocorreu na política nacional — além, obviamente, das estarrecedoras revelações que vieram a público com a suspensão do sigilo da “Lista de Fachin”. Lula continua solto, posando de salvador da pátria, e Dilma, vomitando seus estapafúrdios discursos mundo afora, ora em portunhol capenga, ora num hilário arremedo de francês de galinheiro.  

Em suma, tudo passa pelo Judiciário. É como se os outros dois poderes — Executivo e Legislativo — fossem apenas meros apêndices da estrutura de poder. Nunca na história recente da democracia brasileira este desequilíbrio esteve tão evidente. Juízes, desembargadores e ministros ocupam o primeiro plano da cena política. São os atores principais. Abandonaram os autos dos processos. Ocupam os microfones com naturalidade. Discursam como políticos. Invadem competências de outros poderes, especialmente do Legislativo. No caso do Supremo Tribunal Federal, a situação é ainda mais grave. Aproveitando-se da inércia do Congresso Nacional, o STF legisla como se tivesse poder legal para tal, interpreta a Carta Magna de forma ampliada, chegando até a preencher supostas lacunas constitucionais. Assumiu informalmente poderes constituintes e sem precisar de nenhum voto popular. Simplesmente ocupou o espaço vazio.

O projeto criminoso de poder petista ao longo de 13 anos destruiu a institucionalidade produzida pela Constituição de 1988. Cabe registrar que até então não tínhamos um pleno funcionamento das instituições. Contudo, havia um relativo equilíbrio entre os poderes e um respeito aos limites de cada um. Mas este processo acabou sendo interrompido pelo PT.

O petrolão foi apenas uma das faces deste projeto que apresou a estrutura de Estado. E que lá permanece. Depois de quase um ano da autorização para a abertura do processo do impeachment, pouco ou nada foi feito para despetizar a máquina governamental. Pedro Parente, quando assumiu a presidência da Petrobras, afirmou que havia uma quadrilha na empresa. Porém, o tempo passou e nada foi apresentado. O que sabemos sobre a ação do PT e de partidos asseclas na empresa deveu-se à ação da Justiça. Foram efetuadas investigações internas? Funcionários foram punidos? Os esquemas de corrupção foram eliminados? A empresa buscou ressarcimento do assalto que sofreu? Como explicar que bilhões foram desviados da Petrobras e seus gestores não foram sequer processados?

Se a nova direção da Petrobras foi omissa, o mesmo se aplica a um dos pilares do projeto criminoso de poder petista, o BNDES. Foi um assalto. Empréstimos danosos ao interesse público foram concedidos sem qualquer critério técnico. Bilhões foram saqueados e entregues a grupos empresariais sócios do PT. Porém, até o momento, Maria Silvia Bastos Marques não veio a público expor, ainda que sucintamente, a situação que encontrou ao assumir a presidência do banco. E os empréstimos a Cuba? E às republicas bolivarianas? E para as ditaduras da África negra?

Não é possível entender o silêncio das presidências da Petrobras e do BNDES. Por que não divulgam a herança maldita que receberam? Desinteresse? Medo? Não é politicamente conveniente? Por que os brasileiros só tomaram — e continuam tomando — conhecimento das mazelas da Petrobras e do BNDES através dos inquéritos e processos judiciais? Por que os presidentes, ex-diretores e demais responsáveis não foram processados pelos novos gestores?

Se o Executivo continua refém da velha ordem, o mesmo se aplica ao Legislativo. O Congresso Nacional se acostumou ao método petista de governar. Boa parte dos parlamentares foram sócios da corrupção. Receberam milhões de reais indiretamente do Estado. Venderam emendas constitucionais, medidas provisórias, leis e até relatórios conclusivos de comissões parlamentares de inquéritos. Tudo foi mercantilizado. E os congressistas participantes do bacanal da propina lá continuam. Desta forma, diversamente de outros momentos da nossa história (1961, 1964 e 1984-85), o Congresso não tem voz própria na maior crise que vivemos. Quais deputados e senadores poderão se transformar em atores à procura de uma solução política? Quem tem respeitabilidade? Quem fala em nome da nação?

Tanto no Executivo como no Legislativo a velha ordem se mantém com apenas pequenas alterações. Colaboradores ativos do petismo, sócios entusiasmados do maior saque estatal da nossa história, ocupam importantes postos nos dois poderes. Há casos, como o de Leonardo Picciani, que seriam incompreensíveis a algum analista estrangeiro que não conhecesse a hipocrisia da política brasileira. O deputado votou contra a abertura do processo do impeachment e, mesmo assim, foi premiado com o cargo de ministro do novo governo. Boa parte da base parlamentar que sustentou os governos criminosos do PT agora apoia Michel Temer, sem, em momento algum, ter efetuado alguma autocrítica.

É justamente devido às contradições dos outros dois poderes que o Judiciário acabou invadindo o espaço que constitucionalmente não é o seu. Isto não significa que opere sem divergências. Pelo contrário. Basta recordar os constantes atritos entre os responsáveis pela Lava-Jato e alguns ministros do STF, o que também não é recomendável.

O que é inquestionável é o desequilíbrio entre os poderes. Mais ainda, a supremacia do Judiciário. É um desserviço ao Estado democrático de Direito o enorme poder dos juízes, também porque, mas não apenas por isso, sequer receberam um voto popular. E continuam incólumes ao controle democrático. O que diria o Barão de Montesquieu de tudo isso?

Postagem criada com base em texto do historiador Marco Antonio Villa.

Confira minhas atualizações diárias sobre política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

FICOU SEM ESPAÇO NO HD APÓS MIGRAR PARA O WINDOWS 10? ENTÃO VEJA COMO PROCEDER

FALTA AO VIRTUOSO A FEÉRICA, A IRISADA, A MULTICOLORIDA VARIEDADE DO VIGARISTA.

Foi-se o tempo em que os PCs traziam HDs com poucas centenas de megabytes de espaço. Hoje em dia, qualquer máquina de configuração mediana ― ou mesmo de entrada de linha ― conta com pelo menos 500 GB (com a possível exceção das que integram SSDs, devido ao preço ainda elevado desse tipo de memória, mas isso já é outra história).

No entanto, sempre tem quem armazena arquivos multimídia volumosos (como filmes e clipes de vídeo, por exemplo), instala tudo quanto é freeware que encontra pela frente e guarda indefinidamente milhares de fotos e coleções de músicas com o propósito de um dia ― sabe lá Deus quando ― gravar tudo isso em CDs ou transferir para pendrives. Desse jeito, até o HD mais espaçoso pode ficar lotado rapidamente, com consequente prejuízo para o desempenho do sistema operacional e do computador como um todo.

No Windows 10, conferir a quantas anda o espaço disponível no HD é ainda mais fácil do que nas edições anteriores: basta abrir a pasta Computador e checar a barra correspondente ao ícone que representa a unidade na qual o Windows está instalado (geralmente C:). No entanto, eu recomendo dar um clique direito sobre a unidade em questão e selecionar Propriedades, pois, além de obter informações mais detalhadas, você pode aproveitar o embalo para executar a Limpeza de disco (conforme a gente já discutiu em outras oportunidades).

Vale frisar que suítes de manutenção como o Advanced System Care, o CCleaner, o Glary Utilities e tantas outras ― sobre as quais a gente também já falou em diversas oportunidades ― fazem um serviço mais elaborado ou, no mínimo, complementam a faxina feita pela ferramenta nativa do Windows (mais detalhes nesta postagem).

Lembro também que, caso essa faxina não resolva seu problema de espaço, convém você considerar a possibilidade de apagar pontos antigos de restauração do sistema, desinstalar aplicativos desnecessários e transferir arquivos volumosos (como os de multimídia e outros que foram mencionados linhas atrás) para mídias ópticas e/ou dispositivos de armazenamento removível.

Outra providência que resulta em economia de espaço é a exclusão de arquivos temporários. Para isso, na caixa de diálogo do menu Executar ― que você pode abrir pressionando ao mesmo tempo as teclas Windows e R ―, digite temp, dê Enter, selecione os arquivos listados e pressione a tecla Delete. Em seguida, no mesmo menu Executar, digite %temp% e repita o procedimento retro citado.

Há quem sugira ainda desativar a memória virtual (ou arquivo de paginação, como queira), mas eu não recomendo, a não ser que, em vez de um drive eletromecânico, seu PC seja equipado com SSD. No entanto, é consenso entre os especialistas sistemas com 8 GB ou mais de RAM ficam mais ágeis sem a memória virtual (para mais detalhes, reveja esta postagem). Então, se você acha mesmo que pode abrir mão desse recurso, veja como reconfigurá-lo no Windows 10:

― Dê um clique direito no logo do Windows que é exibido na extremidade esquerda da sua barra de tarefas (o mesmo em que você clica com o botão esquerdo para acessar o menu Iniciar).

― Clique então em Sistema e, na porção esquerda da tela que se abrirá em seguida, clique em Configurações avançadas do sistema.

― Selecione a guia Avançado e, no campo Desempenho, clique em Configurações... e novamente na guia Avançado.

― No campo Memória virtual da janelinha que se abrirá em seguida, clique em Alterar.

― Desmarque a caixinha ao lado de Gerenciar automaticamente o tamanho do arquivo de paginação, selecione (se necessário) o drive ou partição em que o Windows está instalado e marque a opção Sem arquivo de paginação.

Observação: Note que essa mesma janela permite definir manualmente o tamanho do arquivo de paginação. Para isso (embora essa questão fuja aos propósitos da postagem, já que o tema em pauta é a recuperação de espaço no HD), selecione a opção correspondente, preencha os campos Tamanho inicial e Tamanho máximo com o mesmo valor (que deve ficar entre uma vez e meia e três vezes a quantidade de memória RAM instalada no computador), confirme em OK e reinicialize o sistema.

A MORTE DE TEORI ZAVASCKI ― OUTRO “PAVOROSO ACIDENTE”?

Eram 5h da tarde quando a notícia caiu feito uma bomba ― ou feito o Beechcraft C90GT de prefixo PR-SOM, a bordo do qual se encontrava o ministro do STF Teori Zavascki e outras quatro pessoas, mas essa analogia me pareceu de mau gosto, de modo que resolvi ficar com a primeira.

Eu já havia encerrado o expediente quando soube do “pavoroso acidente” e resisti à tentação de postar algo no Blog e na comunidade de política devido à falta de informações confiáveis. Até aquele momento, sabia-se apenas que a aeronave ― que decolou por volta das 13h00 do Campo de Marte, na região central da capital paulista, e tinha como destino a cidade de Paraty, no litoral fluminense ― havia caído no mar, a 2 km do campo de pouso de destino (chamar aquilo de aeroporto é piada) e que Zavascki poderia ser um dos passageiros. Meia hora depois, todos os telejornais confirmavam que o ministro estava mesmo a bordo e que havia morrido no acidente, e, mais adiante, que havia cinco pessoas a bordo (e não quatro, como havia sido dito anteriormente), que nenhuma delas sobreviveu para contar a história e que as causas da tragédia podiam ser... qualquer coisa.

Teori era o relator dos processos da Lava-Jato no STF. A ele caberia homologar os acordos de 77 delatores da Odebrecht, que, até onde se sabe, envolvem cerca de 200 políticos de diversos partidos ― que poderão ter a carreira abreviada e até mesmo passar um tempo no complexo penitenciário de Pinhais, em Curitiba, caso as denúncias sejam confirmadas, os respectivos inquéritos, instaurados, e as ações, julgadas em desfavor dos réus. Só isso já dá e sobra para inúmeras teorias da conspiração ― que realmente vêm pipocando na Web. Pode ser que tudo não passe de uma lamentável coincidência, mas dizem que coincidências nada mais são do que Deus agindo nos bastidores ― no caso, por motivos óbvios, seria mais provável que o Diabo tivesse culpa no cartório.

Ainda não são conhecidas ― pelo menos até o momento em que estou rabiscando estas linhas ― as verdadeiras causas do acidente, e não vejo sentido em perder tempo com meras especulações. Melhor acompanhar o desenrolar das investigações para ver que bicho dá. Mesmo quanto ao futuro da Lava-Jato ― que a perda de Zavascki certamente atrapalha, ou pelo menos retarda, mas isso não significa que a Operação esteja comprometida. Ainda não se sabe quem será o novo relator, até porque fala-se em duas maneiras de escolhê-lo: na primeira, Temer aponta o substituto de Zavascki (que deve ser sabatinado pela CCJ do Senado e referendado pelo plenário da Casa), e ele herdará as ações que estavam sob os cuidados de seu antecessor. Na segunda, a ministra Carmem Lucia, atual presidente da Corte, sorteia o novo relator entre os 9 colegas remanescentes (o STF é composto por 11 magistrados, mas, nesse caso, a presidente não conta), embora alguns palpiteiros afirmem que esse sorteio deve envolver apenas os 4 componentes que restaram na Segunda Turma do Supremo, da qual TZ fazia parte (e que é presidida por Gilmar Mendes e conta com os ministros Celso de Mello, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski).

Já deu na mídia que o presidente Temer deve indicar para o posto seu ministro da justiça, o boquirroto dublê de Kinder ovo e Lex Luthor, que atende por Alexandre de Moraes. Há quem sugira o nome de Sergio Moro, mas parece que essa ideia é defendida apenas pelos (muitos) admiradores do magistrado. Demais disso, é bom lembrar que se Moro ocupasse a vaga, estaria automaticamente impedido de julgar recursos de casos relativos às ações que ele próprio julgou em primeira instância.

A coisa toda ainda é muito recente. Não se sabe ao certo sequer onde o corpo de Zavascki será sepultado. Alguns dizem que será velado no STF e de lá enviado para Santa Catarina (o ministro nasceu naquele estado, no município de Faxinal dos Guedes), enquanto outros dizem que tanto o velório quanto o sepultamento serão em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Voltarei com mais detalhes quando os tiver e achar que posso confiar nas informações.

E como a vida continua e hoje é sexta-feira:



Confira minhas atualizações diárias sobre política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

DRIVES SSD ─ JÁ É HORA DE MIGRAR? (final)

SE TAMANHO FOSSE DOCUMENTO, O ELEFANTE SERIA DONO DO CIRCO.  

IMPORTANTE: Se você está estranhando o fato de a Microsoft ter se tornado tão generosa de repente, a ponto de disponibilizar o Windows 10 de graça para cerca de 1 bilhão de PCs selecionados em 190 países, saiba que isso nada mais é do que uma estratégia de marketing destinada a agilizar a adoção do novo sistema (como sabemos, o Eight não conseguiu desbancar o Seven, e o XP e as edições mais recentes do Windows Server continuam sendo amplamente utilizadas, especialmente no âmbito empresarial). Aproveitando o embalo, a empresa determinou ainda que, por ocasião da evolução para o Ten, o novo EDGE assuma automaticamente o status de navegador padrão. Mas você pode reverter facilmente essa configuração. Para saber como, acesse esta postagem.

Como vimos no post anterior, a popularização do solid state drive (SSD) é mera questão de tempo ─ e de preço, já que um modelo interno com capacidade de 1 TB custa em torno de R$2.800, ou seja, tanto quanto um notebook de configuração mediana.

Mas nem tudo são flores no jardim dos SSDs: embora não tenham componentes móveis e sejam menores, mais leves, econômicos, resistentes, silenciosos e milhares de vezes mais rápidos do que seus jurássicos predecessores, esses drives têm sua vida útil limitada pela quantidade de regravações que suas células de memória flash são capazes de suportar ─ que é de 10.000 ciclos no caso dos chips MLC, onde cada célula armazena 2 bits utilizando 4 níveis de tensão diferentes, o que permite criar chips com o dobro da capacidade dos SLC (tecnologia original de chips de memória flash NAND), embora mais lentos e menos duráveis.

Observação: Para evitar que as áreas mais usadas (como as de swap, por exemplo) falhem prematuramente, sistemas de wear leveling alteram os setores toda vez que arquivos são criados ou modificados, fazendo com que o bloco anterior só seja reutilizado depois que todos os demais sejam usados pelo menos uma vez.

Todavia, mesmo considerando que os SSDs atuais suportam um número de regravações menor do que os mais antigos (entre 3.000 e 5.000 ciclos), os primeiros sinais de que suas células estão perdendo a capacidade de reter os dados não costumam ocorrer antes de 4 ou 5 anos de uso intenso. Já os fabricantes adotam posturas mais conservadoras, estimando a vida útil de seus produtos em algo entre 5 e 10 anos ─ bem maior que a dos discos magnéticos, portanto.

Observação: Diante da possibilidade de uma ou outra célula de memória falhar antes do previsto, o controlador do drive é incumbido de remapear as páginas defeituosas (utilizado setores de uma área de armazenamento temporário chamada de spare área) à medida que os defeitos forem surgindo, concedendo, dessa maneira, uma "sobrevida" ao dispositivo, que só dará seus últimos suspiros quando as páginas problemáticas atingirem cerca de 7% do total.

O volume dos SSDs é medido em valores binários, mas, por uma questão de marketing, os fabricantes se valem da notação decimal. Assim, num drive de 250 GB, cuja capacidade deveria ser de 268.435.456.000 bytes, o usuário "perde" quase 19 GB (para entender melhor essa questão, reveja esta postagem e a complementação subsequente).

Para concluir, duas recomendações importantes:

1)      Ao adquirir um SSD, prefira um modelo cuja memória trabalhe de maneira síncrona ─ eles são um pouco mais caros, mas garantem melhor desempenho na manipulação músicas, fotos e vídeos;

2)      A forma como os arquivos são gravados nos SSDs não propicia a fragmentação dos dados ─ e ainda que assim não fosse, uma eventual fragmentação não acarretaria grande prejuízo para o desempenho, já que, como vimos, não há cabeças se movendo ao longo da superfície dos discos (e nem discos) para remontar os arquivos como num grande quebra-cabeça. Então, não os desfragmente (para evitar repetições desnecessárias, veja mais detalhes a respeito nesta postagem).

Observação: A troca de um HDD por um SSD (ou por uma solução híbrida, como vimos na primeira parte desta matéria) tem mais chances de sucesso se levada a efeito quando da compra de um computador novo, configurado de fábrica e com o sistema operacional devidamente pré-instalado. Mas com alguma expertise, um pouco de paciência e este tutorial apresentado pelo Mestre Gabriel Torres, quem sabe você não se anima a fazer o transplante por sua conta (e risco)?



E como hoje é sexta-feira...

No caminho para sua fazenda nos cafundós de Joaíma (MG), um mineiro comprou um balde, um galão de tinta, dois frangos e um ganso, todos os animais vivos. Quando saiu da loja, ficou matutando como levar as compra para casa. Aí uma mulher apareceu e perguntou como chegar até a Fazenda Baluarte, nos encosto de Filisburgo (MG).
Minha fazenda fica pressas bandas memo. Eu podia te levá até lá, mas ainda não resolvi como vou carregá cum isso tudo aqui diz o mineiro.
Cê coloca o galão de tinta dentro do barde, carrega o barde numa mão, o ganso na outra mão e um frango debaixo de cada braço responde a mulher.
Partiram os dois pela estrada e, mais adiante, diz o mineiro:
Vamo cortá caminho e pegá este ataio pelo mato, que vamo economiza muito tempo.
A mulher, cismada, responde:
Eu tô sozinha e não tenho como me defendê. Como vou sabê se quando a gente entrá no mato ocê não vai avançá em cima de mim e levantá minha saia e abusá de mim?
Eu tô carregano um barde, um galão de tinta, dois frango e um ganso... Como eu ia fazê isso cocê com tantas coisa nas mão? Se eu sortá o ganso e os frango, eles foge tudo!
Muito simples, uai: Cê coloca o ganso no chão, põe o barde invertido em cima dele, coloca o galão de tinta prá pesá em cima do barde..
E os dois frango?
Eu siguro, uai!  

Boa sorte a todos e até a próxima.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

DRIVES SSD ─ O FIM DOS JURÁSSICOS HDDs ELETROMECÂNICOS ─ JÁ É HORA DE MIGRAR?

O PODER ABOMINA O VÁCUO.

A velocidade dos processadores cresceu milhões de vezes desde os anos 80, ao passo que a taxa de transferência dos HDDs (Hard Disk Drives) aumentou apenas alguns milhares de vezes e a rotação dos pratos (que é de importância fundamental para desempenho do drive), menos de quatro vezes. Somando a isso a capacidade astronômica de armazenamento dos drives atuais (que chega a inacreditáveis 10TB!) e o fato de o tempo de acesso ser inversamente proporcional ao volume de dados, fica fácil compreender porque o disco rígido disputa com o anacrônico BIOS o título de principal gargalo de desempenho do PC.

Observação: O primeiro HDD de que se tem notícia foi lançado pela IBM no final da década de 50 ─ um portento de US$ 30 mil, composto por 50 pratos de 24 polegadas de diâmetro, mas que era capaz de armazenar somente 4.36 MB (o que corresponde uma faixa musical de tamanho médio em MP3).

O BIOS deve ser substituído em breve pelo UEFI (que, dentre outras vantagens, reduz sobremaneira o tempo de inicialização do sistema), mas o HDD já vem sendo (lenta e progressivamente) substituído pelos drives de estado sólido (SSDs) ─ solução que ainda não se popularizou mais expressivamente devido ao preço elevado desses componentes, que chegam a custar de 10 a 15 vezes mais que seus correspondentes eletromecânicos.

Numa visão simplista, mas adequada aos propósitos desta matéria, o HDD tradicional é composto por uma câmara selada (carcaça), em cujo interior um ou mais pratos (discos) acionados por um motor giram em alta velocidade. A gravação dos dados fica a cargo de cabeças eletromagnéticas (heads) posicionadas na extremidade de um braço (arm) controlado por um atuador. Essas cabeças alteram a polaridade das moléculas de óxido de ferro do revestimento metálico que recobre os discos, gerando sinais elétricos que a placa lógica interpreta como imensos conjuntos de bits zero e um, que representam os arquivos digitais em linguagem de máquina.  

Observação: Todo HD é formatado fisicamente na fábrica, quando então as superfícies dos pratos são divididas em trilhas, setores e cilindros. As trilhas são "faixas concêntricas" numeradas da borda para o centro e divididas em (milhões de) setores de 512 bytes. Quando o drive é composto por dois ou mais discos, há ainda a figura do cilindro, que corresponde ao conjunto de trilhas de mesmo número dos vários pratos (o cilindro 1 é formado pela trilha 1 de cada face de cada disco, o cilindro 2, pela trilha 2, e assim por diante). O primeiro setor – conhecido como setor de boot, setor zero, trilha zero ou MBR – abriga o gerenciador de boot, as tabelas de alocação de arquivos usadas na formatação lógica (feita pelo próprio usuário quando da instalação do sistema) das partições inicializáveis e outros dados inerentes à inicialização do computador. Note que setor e cluster são coisas diferentes: O primeiro corresponde à menor unidade física do HDD, ao passo que o segundo, geralmente formado por um conjunto de setores, remete à menor unidade lógica que o SO é capaz de acessar para armazenar dados.

Já os SSDs não têm motor, discos, nem quaisquer outras peças móveis. Seus componentes básicos são a memória flash ─ que armazena os arquivos de maneira semelhante à da RAM, tornando o processo de leitura e gravação muito mais veloz ─ e o controlador ─ que gerencia o cache de leitura e gravação de arquivos, criptografa informações, mapeia trechos defeituosos da memória, e por aí afora. Embora já existam HDDs para PCs com até 10TB, os SSDs mal chegam a 10% desse espaço (convenhamos que não é pouco, pois 1TB corresponde a 1.099.511.627.776 bytes; para não se atrapalhar em conversões dessa natureza, é só recorrer a esta tabela).

Observação: Existem também os drives híbridos, que combinam uma unidade SSD de pequena capacidade com um HDD convencional e proporcionam desempenho melhor a preço menor. A memória flash funciona como cache, armazenando e garantindo acesso rápido aos arquivos utilizados com maior frequência (sistema e aplicativos), enquanto os discos magnéticos se encarregam dos demais dados (músicas, vídeos e arquivos pessoais). O processo é transparente e automático, e tanto o usuário quanto o SO "enxergam" o conjunto como se ele fosse um drive comum.

Para não espichar demais esta postagem, o resto fica para amanhã. Abraços e até lá.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

PCs – LENTIDÃO – CAUSAS E SOLUÇÕES

O MAL DEVE SER FEITO DE UMA SÓ VEZ, AO PASSO QUE O BEM DEVE SER FEITO AOS POUCOS.

A reclamação mais recorrente entre usuários de computador remete à lentidão – não só, mas principalmente durante a inicialização do sistema. Bom mesmo seria se a máquina ficasse pronta para uso “instantaneamente”, tal qual uma lâmpada acende ao comando do interruptor, mas para que algo semelhante ocorra será preciso primeiro solucionar os dois principais gargalos de dados que comprometem o desempenho do sistema.
O primeiro deles é o BIOS – conjunto de instruções operacionais que dá suporte ao hardware e inicia a carga do sistema operacional. Essa solução acompanha os PCs desde seus mais verdes anos, e embora esteja em decadência senil, aposentá-la requer encontrar um substituto rápido, versátil, eficiente e economicamente viável.
Ao que tudo indica, esse sucessor deverá ser o Unified Extensible Firmware Interface (UEFI) – tecnologia desenvolvida pela Intel em parceria com a Microsoft, que promete inicializar o computador em poucos segundos, como se ele estivesse simplesmente retornando do modo SUSPENDER. Demais disso, sua adoção permite que o código de programação seja alterado sem afetar outros setores de sua estrutura – o que é uma maneira mais prática dos desenvolvedores atualizarem seus recursos e corrigirem os erros existentes –, além de ser carregado por meio de qualquer recurso de memória não volátil e levar os drivers necessários para sua operação.

Observação: Para dar uma ideia do poder de fogo da tecnologia em questão, a Phoenix apresentou um notebook capaz de realizar o boot e entregar o comando do sistema ao usuário em apenas 10 segundos (acesse esta postagem e assista ao vídeo).

O segundo gargalo é representado pelo jurássico HD. Isso porque a evolução tecnológica teima em privilegiar determinados setores em detrimento de outros. Veja que, enquanto as CPUs se tornaram milhões de vezes mais rápidas no último quarto de século, a velocidade de transferência de dados entre os discos rígidos e a RAM cresceu alguns milhares de vezes, e a rotação dos pratos, ridículas quatro vezes. Em contrapartida, a capacidade de armazenamento dos discos aumentou substancialmente nesse mesmo período  e quanto maior a quantidade dados, mais tempo é necessário para lê-los.
Nesse caso específico, todavia, a solução já foi definida e vem sendo aplicada em PCs de topo de linha, notadamente ultrabooks. E tão logo os drives de estado sólido (SSD) cresçam em espaço (já existem modelos que alcançam a marca do Terabyte) e seu preço final se torne mais palatável, os jurássicos HDs eletromecânicos serão aposentados com as honras a que faz jus uma solução criada em meados do século passado.

Antes de encerrar, vou dedicar algumas linhas à razão que me levou à escolher a frase de abertura desta postagem, extraída do livro O Príncipe, escrito por Nicolau Maquiavel em 1513 e publicado em 1523, obra que certamente não é uma das preferidos da Presidente.
No primeira gestão, Dilma vendeu a felicidade dos juros baixos, da energia abundante e barata, dos programas sociais infinitos, e passou os dois últimos anos de seu mandato de olho na reeleição.

Segundo ela, a inflação estava sob controle e não deveria ultrapassar a meta, o que era conversa para dormitar bovinos, como constata qualquer um que vai ao supermercado e gasta praticamente o dobro para fazer a mesma compra que fazia no início do ano passado (e fica estarrecido ao ver quanto desse valor corresponde à carga tributária embutida nos produtos, que de uns tempos a esta parte vem sendo informada no pé do cupom fiscal).

Como bem definiu a ex-premiê britânica Margaret Thatcher, falecida em 2013: "o socialismo dura enquanto o dinheiro dos outros não acaba". Mas acabou, e a incumbência de pôr a casa em ordem ficou a cargo do recém-empossado ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que, seguindo os ensinamentos do escritor italiano retro citado, resolver fazer as maldades às claras, sem meias palavras, ressuscitando o CIDE (contribuição de intervenção no domínio econômico) sobre os combustíveis, amentando o IOF nas operações de crédito, o PIS/CONFINS sobre produtos importados e o IPI sobre cosméticos. Isso sem mencionar os cortes dos gastos dos ministérios (eis a parte mais difícil), a mudança de regras de benefícios sociais, o retorno da cobrança de IOF sobre automóveis e itens da linha branca e a não correção da tabela que estabelece as diferentes faixas de tributação do imposto de renda.

Vamos ver que bicho vai dar, porque quem vai pagar a conta, a gente já sabe. 

Um ótimo dia a todos e até mais ler.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

HDs e SSDs

LEMBRE-SE DE CAVAR O POÇO BEM ANTES DE SENTIR SEDE

Muita gente vê o HD como um simples repositório de dados e o avalia em função da capacidade de armazenamento. No entanto, rotação (RPM), taxas de transferência, tempo de acesso e tamanho do buffer, dentre outras especificações “nebulosas”, também influenciam significativamente o desempenho do drive – e do PC como um todo.

Observação: Um HD “rápido” agiliza a inicialização do Windows e o lançamento dos programas, além de degradar menos o desempenho do sistema quando a memória virtual está em uso. 

Os primeiros discos rígidos eram enormes e custavam os olhos da cara, embora disponibilizassem menos espaço do que uma caixinha de disquetes. Atualmente, basta fazer uma rápida pesquisa no Mercado Livre para encontrar drives de 1 TB por R$ 200 e modelos de 3 TB por menos de R$ 400. No entanto, a despeito do reduzido tempo de acesso e das taxas de transferência elevadas, esses dispositivos são eletromecânicos e, portanto, sensíveis a impactos e variações bruscas de energia, além de milhares de vezes mais lentos que a memória RAM (para saber mais, clique aqui).
Já os drives de memória em estado sólido (SSD) utilizam chips de memória flash não volátil (como os cartões de memória e pendrives), o que os torna mais resistentes e muuuuuuito mais velozes que os discos tradicionais. O grande problema é preço, que inviabiliza a aquisição de modelos de grande capacidade (já existem versões para PC de até 1 TB).
Em síntese, os HDs convencionais são a opção adequada para quem não pode gastar muito e lida com grandes volumes de dados, ao passo que os modelos SSD se destinam a quem quer espremer até a última gota de desempenho do sistema e não se importa em gastar mais alcançar esse objetivo. Mas vale lembrar que é possível obter o melhor desses dois mundos com drives híbridos, que juntam num mesmo dispositivo a fartura de espaço dos pratos magnéticos com a agilidade de um SSD de pequena capacidade.

Observação: Drives híbridos combinam uma unidade SSD de pequena capacidade com um HD eletromecânico tradicional. A primeira funciona como cache, armazenando e garantindo acesso rápido aos arquivos mais frequentemente utilizados, ao passo que o segundo armazena os demais dados (tais como músicas, vídeos e seus arquivos pessoais). O processo é transparente e automático, e tanto o usuário quanto o sistema "enxergam" um HD “comum”.

Abraços a todos e até mais ler.