O VOTO
DEVE SER RIGOROSAMENTE SECRETO. SÓ ASSIM, AFINAL, O ELEITOR NÃO TERÁ VERGONHA
DE VOTAR NO SEU CANDIDATO.
Esta matéria ficou bem maior do que eu esperava, mas agora
chegamos ao capítulo que precede o tutorial prometido desde o início, mediante
o qual você poderá realinhar os ponteiros
do seu cronógrafo se um relojoeiro relapso não o fizer quando substituir a
bateria. Antes, porém, achei por bem fazer algumas considerações adicionais.
Acompanhe.
Via de regra, o cronógrafo
é comandado por dois pequenos botões
posicionados acima e abaixo da coroa. Na maioria dos casos, o botão superior
dispara a contagem de tempo e a interrompe ao ser pressionado uma segunda vez,
e um toque no botão inferior “zera” os contadores (vermos mais detalhes no
próximo e derradeiro capítulo).
Relógios analógicos sem cronógrafo podem ter dois
ou três ponteiros: um, menor, que marca as horas; outro, maior, que
marca os minutos; e um terceiro, que, se houver, costuma ser comprido como o
dos minutos, só que bem mais fino, e tem por função dar uma volta completa no
mostrador enquanto que o ponteiro dos minutos avança uma casa.
Observação: Talvez você nunca tenha reparado que o
ponteiro dos minutos não avança de casa em casa a cada 60 segundos, mas dá um “pulinho” a cada 5 segundos (ou a
cada 10 segundos, dependendo da configuração estabelecida pelo fabricante).
Em relógios assim, o único ajuste necessário após a troca da
bateria é da hora ― e da data, caso o modelo tenha calendário ―,
e isso o relojoeiro costuma fazer, embora pessoas detalhistas (como eu) prefiram
sincronizar o relógio de pulso com o do computador (o relógio do Windows pode ser sincronizado
automaticamente com um relógio atômico
― saiba mais sobre relógios atômicos no 5º capítulo desta sequência ―, o
que lhe confere precisão quase absoluta). Demais disso, a maioria dos
trocadores de bateria não se dão ao trabalho de sincronizar o ponteiro dos segundos com o dos minutos ― ajuste do
qual eu não abro mão, até porque, para mim, quando é meio-dia ou meia-noite, os
três ponteiros do relógio devem apontem precisamente para o centro do marcador
das 12 horas.
Essa configuração é simples, mas exige alguma paciência,
especialmente em mecanismos chinfrins, cujo ponteiro dos minutos costuma mudar
de posição quando a coroa é pressionada de volta, depois que a hora é ajustada.
Mecanismos de boa estirpe, como os da Omega,
não apresentam esse inconveniente, até porque, na posição que ajusta o calendário,
a cora move apenas o ponteiro das horas ― o que é útil nos meses com 30 dias e
no início e término do horário de verão, por exemplo. Mas isso já é outra
conversa.
Enfim, para sincronizar
o ponteiro dos segundos com o dos minutos ― de modo que o primeiro complete
a volta no exato instante em que o segundo aponta para o marcador do minuto
correspondente:
― Puxe a coroa para a posição de ajuste do horário
(lembrando que é preciso desatarraxá-la nos modelos providos de coroa de rosca e puxá-la até o “segundo
dente” nos modelos com calendário), mas só fazê-lo no momento exato em que o
ponteiro dos segundos estiver apontando para o marcador das 12 horas. Nesse
estágio, o ponteiro dos segundos é imobilizado (na verdade, o mecanismo entra
em “animação suspensa”).
― Acerte o horário de modo que o ponteiro dos minutos fique
um minuto adiantado em relação à hora marcada no relógio que você está usando
como referência (do smartphone ou do computador, por exemplo). Quando esse
relógio marcar precisamente o horário ajustado ― por exemplo, 03h49min00s, como no Seamaster que ilustra esta postagem
(os destaques salientam que o ponteiro dos segundos está na marca das 12 horas e o dos minutos,
uma casa antes da marca das 10 horas) ― empurre gentilmente a coroa a posição
de repouso, e o ponteiro dos segundos voltará a se mover. Se, ao cabo de um
minuto, você notar que a sincronização não ficou perfeita, bem, aí é só refazer
o procedimento.
Observação: Convém
tomar muito cuidado ao pressionar a coroa de volta à posição de repouso, pois
qualquer movimento indesejado do ponteiro dos minutos, por menor que ele seja,
será suficiente para comprometer a exatidão do ajuste.
O resto fica para o capítulo final, pessoal. Até lá.
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