Boas notícias andam tão escassas quanto nota de 100 em bolso
de mendigo. Tanto no cenário nacional quanto no internacional. No Brasil (mesmo com a Lava-Jato em ação), novos
focos de corrupção surgem a cada dia, talvez porque a justiça prende e a banda podre do STF solta. Nos EUA, as atrocidades de Trump se multiplicam, a exemplo dos conflitos na Síria e na Faixa de Gaza, dos atentados promovidos pelo Estado Islâmico, e por aí segue a procissão. Entrementes,
o mundo para, para assistir a mais um “casamento real” no Reino Unido, desta feita entre o príncipe Harry e a plebeia divorciada e afrodescendente Meghan Markle ― a Rachel Zane do seriado Suits.
O enlace acontece neste sábado, mas
vem mobilizando a imprensa mundial há meses. Como não poderia deixar de ser, várias
emissoras brasileiras cobrirão ao vivo o evento, que começa às 8h da manhã, no
horário de Brasília. Estima-se que o impacto da cerimônia nas redes sociais seja maior que a do casamento do príncipe
William com Kate Middleton, em
2011― na época, o Brasil ficou entre os dez países que mais geraram conteúdo
sobre o assunto no Facebook.
Ah, e no
mês que vem tem Copa do Mundo na Rússia (na última, que, coincidentemente, foi sediada pelo Brasil, a seleção
canarinho foi desclassificada pela alemã por incríveis, vexatórios e
inesquecíveis 7 a 1). Aí todo mundo vai parar para assistir às 55
partidas de 90 minutos cada (desconsiderando intervalos, prorrogações e afins) e, ao
final, comemorar o resultado ou se debulhar em lágrimas. Triste Brasil, não pelo país que
é, mas pelo povinho que tem.
Dito isso, vamos à matéria do dia:
Dito isso, vamos à matéria do dia:
Uma decisão liminar do juiz federal Haroldo Nader no âmbito de uma ação popular movida por Rubens Nunes, coordenador do Movimento Brasil Livre ― que embasou o pedido na condenação do petista em segunda instância e início do cumprimento de pena de reclusão ―, cassou, ao menos provisoriamente, uma série de benefícios que Lula vinha usufruído na condição de ex-presidente desta Banânia.
No entender do magistrado, por estar sob custódia permanente da PF, o petista recebe proteção dos agentes federais; por ter seu direito de locomoção restrito ao prédio público da PF, não precisa de veículos com motoristas; por estar afastado dos afazeres normais e das atividades política, profissional e social, escusado disponibilizar assessores gerais. Quanto à possibilidade de progressão da pena, além de ser mera expectativa no momento atual, ela só ocorreria daqui a mais de dois anos.
No mês passado, o
site petista Brasil 247 publicou que o PT
convocaria correligionários, militantes e simpatizantes para uma “vaquinha pró-Lula”, cujo objetivo seria
evitar que os familiares do petista fossem “condenados à fome e à miséria” depois que seus recursos e os do Instituto Lula foram bloqueados e seus filhos ficaram desempregados
“devido à onda de ódio que tomou conta do
Brasil”. “É difícil, porque deputado e senador do PT são “duros”. Nós contribuímos com R$ 4 mil para o partido, mas vamos
ajudar; se cada um doar R$ 500 ou R$ 1.000, será uma boa colaboração”,
disse a senadora Gleisi Hoffmann,
presidente nacional da sigla e ré no STF
em processo oriundo da Lava-Jato. Já
Paulo Okamoto, presidente do IL, afirma que Lula não tem condições de pagar água, luz, advogados, convênio
médico e todas as despesas básicas de sua subsistência, e que o próprio
instituto só tem condições de operar por mais dois meses, pois também foi alvo
de bloqueios judiciais.
Tudo isso é conversa
mole para boi dormir. Com a inevitável exceção da militância irracional, todos
sabem que a situação financeira da Famiglia
Lula da Silva é mais que confortável. Segundo a Folha publicou em setembro de 2016,
o patrimônio do chefe do clã cresceu 360%,
em valores nominais, após o final de seu segundo mandato, em 2010. Quando
deixou a presidência, Lula declarou
ao fisco um patrimônio de R$ 1,9 milhão.
Em 2015, no entanto, o valor total de seus bens (também segundo sua declaração
de rendimentos) era de R$ 8,8 milhões,
o que representa um aumento de R$ 6,9
milhões.
Lula e o PT querem fazer crer que a Lava-Jato deixou os filhos do petralha
desempregados e em apuros financeiros, mas a revista digital Crusoé mostra claramente que os fatos
contradizem mais essa versão estapafúrdia dos petistas. Confira a seguir um
resumo da matéria.
Até ser preso, Lula fez o possível para se colocar na
condição de vítima da Lava-Jato e,
em especial, do juiz Sergio Moro. Mas
seu objetivo era dar cores mais fortes à narrativa da perseguição que ele diz
sofrer. Mesmo com ele na prisão, seus filhos vivem uma vida que desmente o
alegado quadro de penúria, com apartamentos em endereços nobres, carros de
luxo, dividendos milionários e tratamento VIP providenciado por parceiros de
negócios. O mais bem-resolvido no quesito financeiro é Fábio Luís ― o “Ronaldinho
dos negócios” ― que trocou o modesto emprego de tratador de animais no Zoo
de São Paulo pelo comando da Gamecorp ―
empresa de jogos e entretenimento criada em parceria com a operadora de
telefonia Oi.
Registros arquivados
na Junta Comercial de São Paulo mostram que, nos últimos anos, o “menino de ouro” embolsou cerca R$ 70 mil por mês ― e foi reeleito
presidente da companhia na semana passada, sem alteração na remuneração do
cargo. Até hoje Lulinha mora num luxuoso
apartamento de 335 metros quadrados, encravado num dos bairros mais valorizados
da capital paulista. O imóvel tem quatro espaçosas suítes (uma delas equipada
com jacuzzi), terraço gourmet, escritório e quatro vagas de garagem, onde,
entre outros automóveis caros, fica a SUV de R$ 155 mil, cuja placa leva suas
iniciais do moço (FLS). “Coincidentemente”, o proprietário do apartamento é Jonas Suassuna, sócio de Lulinha, que também aparece
oficialmente como um dos donos do famoso Sítio
Santa Bárbara, em Atibaia. Ao registrar o imóvel em 2009, Suassuna informou que pagou R$ 3 milhões ― hoje, ele vale cerca de R$ 7 milhões ―, e disse à PF que Fábio Luís paga R$ 15 mil mensais de aluguel.
Observação: O apartamento,
que está listado em um processo aberto pela Receita Federal contra seu
proprietário oficial, passou por uma ampla reforma, cujo custo ― estimado por
peritos da PF ― chegou a R$ 1,6 milhão. Os procuradores da Lava-Jato acreditam que, a exemplo do
que ocorreu com o sítio de Atibaia, Suassuna apenas emprestou o nome para
esconder o real proprietário do imóvel. Um e-mail em que Lilian Bittar, mulher de Kalil
Bittar ― outro sócio e uma espécie de “faz tudo” do filho de Lula ―, pediu a Suassuna uma procuração para que fossem feitos ajustes no
apartamento, visando deixá-lo ao gosto do “menino de ouro”, evidentemente.
Qualquer semelhança com o sítio de
Atibaia, ou mesmo com o tríplex do
Guarujá, não é, portanto, mera coincidência.
Entre 2005 e 2016,
passaram pelas contas da Gamecorp
cerca de R$ 317 milhões, segundo um
laudo da PF. Desse montante, R$ 80 milhões vieram da Oi, e desses,
R$ 5,5 milhões entraram por um lado e saíram por outro através de
transferências para contas de empresas abertas em nome de Fábio Luís ou mesmo para contas pessoais. Os repasses da Oi eram tratados, internamente, como
uma espécie de mesada.
Ex-aspirante a
treinador de futebol, com passagens por clubes como Palmeiras e Corinthians,
o irmão mais novo de Lulinha é dono
de empresas de marketing esportivo que passaram igualmente por uma devassa da
polícia e do Ministério Público após a descoberta de que receberam dinheiro de
lobistas ansiosos para abrir portas em Brasília durante o governo petista. A
exemplo do irmão, Luís Cláudio
morava até meses atrás em um apartamento confortável nos Jardins, a duas
quadras da avenida Paulista, e ainda que fosse apontado nos registros do
edifício como proprietário, no cartório de imóveis a unidade não está
oficialmente em seu nome, mas da Mito
Participações (o nome diz algo?), uma empresa do advogado Roberto Teixeira, compadre e parceiro
de negócios de Lula desde os
primórdios da carreira política do petista. Não há, nos registros bancários do
pimpolho, qualquer evidência de que ele pagasse aluguel a Teixeira para morar no apartamento, que também passou por uma
reforma para recebê-lo. “Aqui nós sabíamos que o apartamento foi comprado para
o filho do Lula, que, no condomínio,
era tratado como proprietário do apartamento”, diz um vizinho.
Luís Cláudio ostenta
ainda uma movimentação bancária de respeito. Para além das transações das
empresas das quais é sócio, de 2011 a 2014 ele recebeu em suas contas pessoais R$ 1,4 milhão, e seus gastos elevados
com cartão de crédito, nos últimos anos, chamou a atenção dos investigadores.
das operações bancárias do filho mais jovem de Lula, um dado em especial chamou
atenção dos investigadores. O recorde foi em 2013, quando foram gastos mais de R$
300 mil reais ― algo como 25 mil reais por mês. Uma das faturas chegou a 53
mil.
O ex-futuro-treinador
de futebol, que paralelamente a suas incursões pelo mundo do lobby ainda se aventurou
como organizador de torneios de futebol americano patrocinados por empresas alvo
da Lava-Jato, dirige, além de um
comportado sedan executivo, um Ford
Maverick turbinado de fazer inveja a colecionadores. Carros semelhantes são
vendidos na praça por R$ 50 mil, e não são coisa de quem não está na miséria.
O mais discreto dos
rebentos de Lula é Sandro Luís, dono de uma distribuidora
de gás que no ano passado agregou a seu patrimônio uma camionete zero
quilômetro de R$ 90 mil. Sandro mora
em um apartamento de meio milhão de reais, registrado em nome da mulher, que
fica numa das áreas mais valorizadas de Santo André, no ABC paulista. O filhote
também é dono da Flexbr ― empresa de
tecnologia que tinha como cliente o Instituto
Lula, do qual recebeu cerca de R$
100 mil.
Já Marcos Cláudio, filho de Marisa Letícia, mas que Lula adotou como seu, talvez seja o
único dos rebentos que não tem a vida que queria. Ele era vereador em São
Bernardo do Campo, mas não conseguiu se reeleger em 2016. No entanto, de todos
os irmãos, é o que tem mais tem propriedades registradas em seu nome: três
imóveis ao todo, entre eles uma casa cuja aquisição foi oficialmente declarada
por meio milhão de reais. Lurian, a
primeira filha de Lula, aparenta ser
a menos abastada, mas também não está ao relento. Aos 44 anos, ela ocupa um
cargo comissionado na ALERJ, no gabinete da deputada petista Rosângela Zeidan. O salário é de R$ 7
mil e o horário, flexível. Crusoé
telefonou por quatro dias seguidos para o gabinete, mas Lurian não estava havia aparecido por lá.
A estabilidade
financeira dos filhos, conquistada paralelamente à ascensão do pai na vida
pública, veio acompanhada de outros privilégios. Os que decidiram se aventurar
pelo universo dos negócios, ainda nos tempos em que Lula era presidente, tiveram a assessoria de José Carlos Bumlai, o pecuarista e amigão de Lula que também caiu foi pego pela Lava-Jato por intermediar
negócios suspeitos na Petrobras. Bumlai,
além de fornecer assessoria e conselhos, providenciava toda sorte de
facilidades. Quando a filharada do chefe precisava viajar com discrição, por
exemplo, ele arrumava um jatinho particular.
Mais recentemente, com
Lula já fora do Planalto e Bumlai sob escrutínio das autoridades,
coube a Jonas Suassuna ― aquele do
sítio de Atibaia e do apartamento de Lulinha
― a tarefa de manter a rotina VIP dos filhos do ex-presidente. Na mansão que
construiu na Ilha dos Macacos, em Angra dos Reis, ele reservou um dos melhores
quartos para a família. Entre os funcionários, o aposento era conhecido como “o quarto dos Lula”. Sempre que
possível, os filhos do petista passavam por lá para relaxa, e até o helicóptero
para levá-los até a ilha era Suassuna
quem bancava. Em um desses animados convescotes al mare, Sandro Luís e sua mulher, Marlene,
anunciaram a mudança para o apartamento novo, em Santo André, e, ao saber que
uma das convidadas estava de viagem marcada para os Estados Unidos, encomendaram
vários eletrodomésticos com os quais desejavam equipar a nova cozinha. O pedido
foi tomado como uma ordem e a encomenda, entregue semanas depois. Mas a conta
nunca chegou para Sandro e Marlene.
Os filhos de Lula devem dividir em breve a herança
deixada pela mãe, que era casada com Lula
em regime de comunhão universal de bens, de modo que tudo que era dele também
pertencia a ela. A despeito do bloqueio determinado pela Justiça, os bens
deixados pela ex-primeira dama (que somam algo em torno de R$ 10 milhões), fora a parte de dona Marisa nos milhões que Lula
faturou com sua empresa de palestras, mas essa é uma questão que se encontra
sub judice. Tudo somado e subtraído, mesmo descontando a parte do bolo que a Justiça
pode tomar se entender que são recursos acumulados ilicitamente, o quadro geral
é de uma família próspera e distante, muito distante, da penúria lastimada por Lula. Mais ainda se levarmos em conta
que em 1989, quando se candidatou pela primeira vez à Presidência, ele tinha
apenas uma casa modesta em São Bernardo,
uma camionete, um caminhão e uma perua Ford Belina.
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