O CACHORRO É O MELHOR AMIGO DO HOMEM PORQUE NÃO CONHECE O DINHEIRO.
Para concluir esta sequência sobre segurança, mais algumas
dicas:
Ao receber um link por email, mensagem instantânea ou rede
social, pouse o ponteiro do mouse sobre ele ― via de regra, isso faz com que o
caminho completo seja exibido. Se você reconhecer o domínio do seu banco, por
exemplo, pode ser que a mensagem seja legítima. Mesmo assim, não deixe de fazer
pesquisa no Google, mas preste muita atenção, pois as páginas falsas
podem ser bem parecidas com as verdadeiras.
Se o logo do banco e/ou as indicações de seus serviços
aparecerem no meio de uma página branca, por exemplo, ou “boiando” no meio de
uma borda que tenta imitar a cor usada no site verdadeiro, pode ter certeza de
que o troço é mesmo falso ― ou seja, o cibervigarista explorou uma
vulnerabilidade do SQL e dos serviços do ISS para fazer com que o
endereço da homepage do banco aponte para a página falsa (o pior é que isso
pode ser feito de maneira surpreendentemente simples).
Se o nome que aparece no
e-mail é o nome verdadeiro da instituição ou domínio que ela utiliza, copie o
link suspeito na barra de outro navegador (Firefox, Opera, etc.)
e atente para o endereço exibido no pé da página. Se não bater, é maracutaia.
Desconfie de links terminados em .exe ou .bat
(extensões que designam arquivos executáveis ou programas que podem fazer
downloads muito rápidos e infectar sua máquina com trojans ou keyloggers).
Para tirar a limpo, copie o URL da página na caixa de pesquisa do Google,
faça o download do arquivo ― mas não o abra ― e cheque-o com seu
antivírus. Se nada for detectado, repita a verificação com o VIRUSTOTAL ou o URLVOID, que checam os endereços com
diversos serviços ao mesmo tempo.
Observação: Se você usa o Mozilla
Firefox, uma boa ideia é instalar as extensões Long URL
please ― que substitui a maior parte dos URLs encurtados pelos
originais, facilitando a identificação do destino ― e o URL Tollpit ―
que mostra o destino do link quando o ponteiro do mouse é pousado sobre ele.
Os links encurtados ― muito populares entre
usuários do Twitter ― se popularizaram também em Blogs, Webpages e
até na mídia impressa (como sabem que lê as publicações
da Editora Abril, por exemplo). O problema é que, depois de
abreviados (http://zip.net/bntFJp, por
exemplo), eles não oferecem nenhum indício que permita identificar seu endereço
“real”. Em casos assim, vale recorrer ao SUCURI, que checa a segurança
tanto em links encurtados quanto normais.
Observação: Para checar os links com os serviços
sugeridos linhas acima, é preciso informar o URL suspeito no campo de buscas do
site. Como é mais fácil copiar do que digitar o endereço, caractere por
caractere, é preciso tomar cuidado para não abrir o link por descuido. Para
evitar, dê um clique direito sobre o link em questão e, no menu suspenso,
escolha a opção Copiar atalho, Copiar Link ou Copiar
endereço do link (o nome varia conforme o navegador). Em seguida,
posicione o ponteiro do mouse dentro da caixa de busca, dê outro clique direito
e selecione a opção Colar (ou simplesmente pressione o
atalho Ctrl+V).
Sites como ExpandMyURL, Knowurl e LongUrl
convertem links encurtados em convencionais e, em alguns casos, informam
também se a página é segura. Dependendo do serviço usado no
encurtamento do link, você pode obter mais informações introduzindo
o URL reduzido na barra de endereços do navegador, acrescentando
um sinal de adição (+) e teclando Enter.
Boa sorte.
SIMPLES ASSIM
O Brasil está falido porque o governo gasta mais do que
arrecada. Qualquer dona de casa sabe que as despesas domésticas não podem superar
a renda da família. O governo, não. A expectativa era de fechar 2017 com um
déficit de R$ 139 bilhões. Como a
arrecadação ficou abaixo, o governo, em vez de cortar gastos, simplesmente elevou a meta fiscal para escandalosos
R$ 159 bi. A conta das despesas
deveria ser de subtração, mas virou multiplicação. Seria o mesmo que a nossa
dona de casa, em vez de apertar o cinto ao constatar que iria sobrar mês no fim
do salário, negociasse um aumento nos limites do cartão de crédito e do cheque
especial. Simples assim.
O rombo fiscal não foi criado por Michel Temer. Ele é fruto da incompetência administrativa da
gerentona de festim. Mas o governo Temer
nada mais é do que o terceiro tempo do governo Dilma, e os ratos continuam roendo, os corruptores corrompendo, os
corruptos se locupletando e a máquina pública gastando à larga para sustentar
um Estado incompetente, perdulário e corrupto. Simples assim.
No Rio de Janeiro,
há 200 mil servidores vivendo da caridade de parentes ou morrendo por não ter
como comprar medicamentos ou receber atendimento médico. Na UERJ, a penúria é tanta que se estende
ao refeitório e aos banheiros. Professores e alunos, sem aula e sem
perspectiva, assistem estupefatos o governador Pezão ― que não pagou o 13º salário de 2016 e nem os salários e
aposentadorias de maio, junho por falta de recursos ― torrar R$ 2,5 milhões no aluguel de um jatinho
para “ter mais conforto” ao viajar com sua equipe. O Rio é apenas mais um exemplo de um sistema político falido. No âmbito
federal, o Planalto liberou R$ 5,7
bilhões para emendas de parlamentares em troca da fidelidade a um
presidente sem autoridade moral para colocar o país nos trilhos. Simples assim.
Na terça-feira retrasada, o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo registrou R$ 1,3 trilhão em tributos pagos pelos
brasileiros. A marca foi alcançada 22 dias mais cedo que em 2016, demonstrando
que arrecadação acelerou de um ano para outro ― ou, em outras palavras, que o
rombo no bolso dos consumidores ficou maior. Um trilhão de reais é dinheiro pra burro. Aliás, o Brasil tem a
maior carga tributária em toda América Latina ― proporcionalmente, o montante é
mais de 50% superior à média da região. O problema é que aqui se rouba muito, e
o pouco dinheiro que escapa é usado para bancar mordomias absurdas.
De acordo com a ONG Contas Abertas, o Poder Legislativo ― isto é, a Câmara
Federal e o Senado ― custa aos brasileiros R$
1,16 milhão por hora, 24 horas por dia, 365 dias por ano ― aí incluídos os
finais de semana, recessos parlamentares e as segundas e sextas-feiras, embora os parlamentares trabalhem somente
de terça a quinta. Cada parlamentar recebe um salário bruto de R$ 33,7 mil. Os 513 deputados federais
custam, em média, R$ 86 milhões ao mês,
o que representa um custo anual de R$ 1
bilhão. E ainda contam com uma porção de mordomias, como o direito a uma
penca de assessores ― um senador pode ter 50, 60 apaniguados, inclusive no seu
próprio escritório de representação. E o que fazem nossos “caros”
representantes quando o presidente da República é denunciado por corrupção?
Vendem seus votos descaradamente, como prostitutas que comercializam o corpo
nas zonas de baixo meretrício. E o que fazem na hora de votar as tão
necessárias reformas? Cuidam de seus próprios interesses, buscando maneiras de
obstruir as investigações da Lava-Jato, de aprovar leis que os favoreçam na
renegociação de dívidas ― como no caso vergonhoso do REFIS, que virou palco de disputas políticas por um perdão de R$ 220 bilhões. Simples assim.
Observação: Deputados e senadores que integram a “bancada do Refis” devem cerca de R$ 3 bilhões à União, como revelou a Folha
em abril. Liderado pelo deputado peemedebista Newton Cardoso Jr, o bando pôs em xeque o Ministério da Fazenda no
último dia 9. O senador Fernando Coelho
Bezerra foi o porta-voz da bancada, que entregou uma lista com seis “prioridades
inegociáveis”, a fatura a ser paga em troca de 54 votos contrários à
admissibilidade da denúncia contra Michel
Temer ― R$ 13,8 bilhões, em 2017.
A bancada quer manter a ampliação do limite de R$ 15 milhões para R$ 150
milhões em dívidas que permitem uma entrada menor (5%) no ato da adesão
(emenda apresentada por um deputado que tem dívidas de R$ 53 milhões), a manutenção de descontos de juros e mora (chegam a
99% em alguns casos), a permissão para que devedores que respondem a processos
criminais por questões tributárias possam ser contemplados pelo programa e que
devedores excluídos de Refis anteriores por pagamentos irrisórios sejam
reinseridos no novo programa. Simples assim.
A divergência de opiniões entre o núcleo político e a equipe
econômica aniquilou o maior trunfo do atual governo ― o time de especialistas
supostamente descolado dos tradicionais hábitos brasilienses. O desgaste
pessoal de Henrique Meirelles
começou a se acentuar ainda na fase de resistência à ampliação oficial do rombo
― ao anunciar o aumento dos impostos sobre combustíveis, ele quebrou um pacto
não escrito com seus principais eixos de sustentação, o empresariado e o
mercado financeiro. E o Planalto agravou o problema ao abrir o pacote de
bondades que construiu sua ponte para a sobrevivência. Até quem não considera a
revisão da meta um desastre, caso de Raul
Velloso, especialista em contas públicas, faz a conexão: “Emendas são
gastos obrigatórios em que não se consegue mexer. Mas acreditar que o governo
de plantão não vai usar o orçamento em benefício próprio é muita ingenuidade.
Seria suicídio. E a última coisa que esse governo é, é suicida”. Simples assim!
O rombo da meta moral
é a outra face dessa mesma moeda. O déficit dos políticos com a população
cresceu astronomicamente após as duas votações ― na CCJ e no plenário da Câmara ― da denúncia contra Michel Temer. Todos sabiam ― ou
deveriam saber, ainda que alguns deputados não passem de ilustres imbecis ― que
não lhes cabia condenar ou absolver o presidente, mas autorizar o Supremo a
investigá-lo. Mesmo assim, resolveram mandar às favas a opinião pública ― 81% da população querem que Temer seja
investigado ―, ignorar o maior escândalo de corrupção já surgido contra
um presidente da República no exercício do cargo e impedir o curso da Justiça,
talvez por medo da sentença do Supremo e também para salvar o próprio rabo.
A sociedade não se esquecerá de que partidos e parlamentares
da situação e da oposição barraram uma investigação legítima e necessária. O
próprio Temer, no atordoado
pronunciamento que fez à nação depois que sua conversa de alcova com o moedor
de carne bilionário veio a público, disse que ansiava pelo inquérito no STF, pois seria o território onde
surgiriam as provas de sua inocência. Mas sua insolência mudou de ideia e optou
pelo caminho mais fácil ― mais fácil ainda porque quem paga a fatura, como
sempre, é o contribuinte. Simples assim.
Haveria muito mais a dizer, mas o tempo é curto e a
paciência do leitor tem limites. Particularmente, se pudesse, eu muraria o Palácio do Planalto, o
Congresso Nacional e a Esplanada dos Ministérios, encheria d’água como uma
banheira monumental e jogaria dentro dela centenas de secadores de cabelo
ligados numa rede de 220v. Simples assim.
Confira minhas
atualizações diárias sobre política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/