NO BRASIL AS
COISAS ACONTECEM, MAS DEPOIS, COM UM SIMPLES DESMENTIDO, DEIXARAM DE ACONTECER.
Segundo o site de tecnologia GIZMODO, um grupo de pesquisadores da Ruhr
University Bochum descobriu diversas vulnerabilidades de segurança em pelo menos 20
modelos de impressoras de grandes marcas ― Dell,
HP, Lexmark, Brother, Samsung são alguns dos fabricantes
possuem de modelos afetados pela falha ―, e alertou que pelo menos uma dessas
brechas permite o roubo de informações que deveriam somente ser impressas (para
mais informações, siga este link ou acesse este blog; para visualizar a tabela com os modelos afetados,
clique aqui).
Algumas impressoras podem ser bloqueadas por ataque DDoS (*) ou resetadas para os padrões de fábrica. Pior ainda, no entanto,
é a possibilidade de capturar documentos enquanto eles são enviados para
impressão. Na pior das hipóteses, os pesquisadores dizem que um hacker poderia
utilizar a impressora como um ponto de entrada para puxar as credenciais da
rede de uma organização e ganhar níveis ainda maiores de acesso à rede.
O time diz ter entrado em contato com todas as marcas
afetadas em outubro, e a Dell foi a
única a responder. O Gizmodo entrou
em contato com as companhias que foram identificadas e apurou que tanto a Lexmark quanto a HP estão investigando o caso. O site promete divulgar novas
informações tão logo recebam outras respostas.
(*) Ataques DDoS consistem
no envio de milhares de requisições simultâneas para um mesmo endereço, visando
causar instabilidades ou mesmo levar o site a parar de responder. Numa analogia
elementar, seria como uma central PABX, que deixa de redirecionar as ligações
para os ramais quando a demanda cresce a ponto de esgotar sua capacidade
operacional.
Ao longo da semana passada, Temer recebeu dezenas de indicações para a vaga que a morte de Teori Zavascki abriu no STF. O candidato
mais forte era Mauro Campell,
ministro do STJ, por seu perfil discreto e por ter sido amigo de Teori. Até mesmo o juiz Sergio Moro chegou a ser cogitado, mas
sua escolha traria prejuízos à Lava-Jato, pois, uma vez no Supremo, o
magistrado estaria impedido de julgar, no grau recursal ou habeas corpus, os
processos em que atuou atuado na 13ª Vara Federal de Curitiba (não sei se Temer levou em conta essa questão, mas
para mim ― e para os demais brasileiros que pugnam pelo fim da corrupção e pela
punição exemplar de corruptos e corruptores ― isso era uma fonte de preocupação).
Enfim, quando o dublê de Kojak e Kinder Ovo estava praticamente descartado,
seu nome voltou à baila e desde então, como não poderia deixar de ser, o
caldeirão de especulações começou a ferver. Vejamos o que disseram a propósito
algumas figurinhas carimbadas da República ― até porque não tenho mais
paciência para o besteirol exacerbado dos fanáticos, extremistas e teóricos da
conspiração.
O ministro do Marco
Aurélio Mello disse ver a indicação com bons olhos, pois, além de atual
ministro da Justiça, Moraes é
professor, constitucionalista, foi secretário de Segurança Pública em Sampa, na gestão Kassab, e secretário de Justiça e Segurança Pública no governo Alckmin. Eu diria também que ele é
filiado ao PSDB, que advogou para o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que vazou informações
sigilosas sobre as investigações da Lava-Jato e demonstrou total incompetência diante
da crise no sistema carcerário. Isso sem mencionar que, em sua tese de
doutoramento, sustentou que, na indicação ao cargo de ministro do Supremo,
fossem vedados os que exercem cargos de confiança “durante o mandato do
presidente da República em exercício”, para que evitar “demonstração de
gratidão política”. Por esse critério, a meu ver, ele próprio deveria se dar
por impedido e declinar da indicação. Mas não vai.
Para Claudio
Lamachia ― presidente nacional da OAB ― “a sociedade brasileira espera que o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, um advogado e
reconhecido constitucionalista, uma vez tendo confirmada sua indicação pelo
Senado, exerça sua missão no STF pautada pela necessária
independência e de forma absolutamente técnica”. Cá entre nós, não seria de
se esperar exatamente isso de qualquer indicado para assumir uma vaga no STF?
O fato é que, se o ora indicado à vaga de ministro do
Supremo não estava à altura do Ministério da Justiça, tampouco estará para
compor nossa mais alta Corte de Justiça. E isso pode se tornar um problemão:
ministros de Estado são exonerados regularmente, mas ministros do Supremo,
salvo raras exceções, permanecem no cago até a aposentadoria compulsória ― o
que garante a Alexandre de Moraes
nada menos que 26 como guardião da Constituição (que Deus nos ajude). Mas Temer e seus acólitos parecem pensar
diferente, haja vista a pressa do Senado em aprovar sua indicação para o cargo.
Dilma levou mais um ano para
substituir Joaquim Barbosa e ninguém
morreu por isso ― mas essa senhora nunca foi referência para coisa alguma, de modo
que..., bom, deixa pra lá.
Importa mesmo dizer é que, se as questões da homologação da Delação do Fim do Mundo e da relatoria
da Lava-Jato já foram resolvidas, não há motivo para nomear o novo ministro a
toque de caixa. Mesmo assim, o recém-eleito presidente do Senado, Estrupício de Oliveira, sucessor de Renan Caralheiros, anunciou na última
terça-feira que a sabatina na CCJ e a votação em plenário devem ocorrer antes
do Carnaval. E se o PMDB tem pressa, mau sinal, porque o partido disputa com o
PT, cabeça a cabeça, o título de agremiação política com maior número de
corruptos.
Observação: Adivinha quem foi
eleito na última quinta-feira, por aclamação, para presidir a CCJ do Senado pelos próximos 2 anos? Edison Lobão ― que, quando era ministro de Minas e Energia, teria
recebido R$ 1 milhão do dono da
construtora UTC, Ricardo Pessoa, em
troca de ingerência política em favor dos interesses do consórcio responsável
pelas obras da usina nuclear Angra 3. O ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado, outro delator da
operação, disse que o senador “queria receber a maior propina mensal
paga aos membros do PMDB”. Eis aí mais um dos “notáveis” de Michel Temer. É mole???
Deltan Dallagnol,
coordenador da Lava-Jato, postou no Face
que o novo ministro terá “forte impacto” no futuro da operação, sobretudo por
poder inverter o placar da votação da questão relativa ao cumprimento de pena
dos condenados em segunda instância ― tese avalizada pelo Plenário do Supremo
no ano passado por 6 votos a 5, mas que, se mudar, pode prejudicar o trunfo
representado pela delação premiada. Mais uma vez, “alea jacta est”.
E como hoje é sexta-feira:
Confira minhas
atualizações diárias sobre política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/