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segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

VOLTANDO AOS DRIVES SÓLIDOS (SSDs)

SEJA LÁ O QUE FOR, EU SOU CONTRA!

As principais diferenças entre HDDs eletromecânicos e de estado sólido foram discutidas numa recente sequência de postagens, mas eu achei por bem dedicar mais algumas linhas ao assunto para relembrar que:

― O grande entrave à popularização dos drives sólidos é o custo. Por enquanto, somente máquinas de configuração top e preço nas alturas vêm de fábrica com essa tecnologia, embora versões de menor capacidade, puras ou híbridas, já comecem a equipar notebooks de preços mais acessíveis.

― Do ponto de vista do armazenamento, os discos rígidos utilizam pequenas estruturas magnéticas para informar o valor de cada informação, enquanto os drives sólidos o fazem eletronicamente, como os pendrives e cartões de memória ― e por não terem partes móveis eles são menores, mais leves e rápidos que os HDDs, menos susceptíveis a danos decorrentes de impactos ou quedas e mais comedidos no consumo de energia, o que os torna uma boa alternativa para usuários de notebooks.

― Como a vida útil das células de memória flash é limitada, os SSDs têm a vida útil abreviada pela constante gravação de dados (a leitura não provoca efeitos deletérios), ainda que o usuário provavelmente trocará o computador antes de a unidade de memória sólida apresentar problemas.

― Como a desfragmentação dos arquivos consiste num processo de realocação de dados ― que exige uma longa sequência de regravações para que a unidade seja otimizada ―, não é recomendável desfragmentar SSDs. Além de não melhor o desempenho, a desfragmentação reduz a vida útil do componente. Portanto, use o Defrag para reagrupar dados espalhados ao longo das trilhas dos seus discos magnéticos, mas não nos SSDs, que operam a partir de processos elétricos, e não mecânicos, podendo, portanto, acessar os dados são acessados de qualquer lugar com a mesma rapidez, como acontece na memória RAM.

― Tampouco apague as “áreas vazias” em SSDs ― nos modelos convencionais, isso resulta em ganho de espaço e facilita a recuperação de arquivos excluídos acidentalmente, mas em drives sólidos isso não só é desnecessário como desaconselhável. Sistemas operacionais modernos suportam o TRIM ― tecnologia que “informa” ao drive que determinados arquivos foram apagados e que os blocos onde eles se encontravam armazenados devem ser submetidos a um processo de limpeza para que novas informações possam ser gravadas. Com isso, os arquivos excluídos são prontamente apagados, ao contrário do que se verifica nos HDDs, onde a exclusão pura e simples não os apaga prontamente, apenas marca como disponíveis os clusters que eles ocupavam, daí o fato de um arquivo excluído acidentalmente poder ser recuperado por aplicativos dedicados enquanto os clusters que os abrigavam não forem sobrescritos. Para conferir se o TRIM está ativo no seu computador, reveja a postagem do último dia 14.

― Da mesma forma que a desfragmentação, a formatação completa é desnecessária e prejudicial nos SSDs. Primeiro, porque o TRIM apaga os arquivos definitivamente; segundo, porque o procedimento não proporciona melhorias de desempenho e ainda desperdiça valiosos ciclos de reescrita do dispositivo.

― Edições do Windows anteriores ao Seven não suportam o TRIM, o que torna desaconselhável seu uso com SSDs. Sem o TRIM, além de os arquivos apagados permanecem disponíveis para recuperação, o dispositivo tende a demorar bem mais tempo para gravar os dados, produzindo lentidão no sistema como um todo. Claro que há ferramentas capazes de minimizar esse problema (desenvolvidas pelos próprios fabricantes de drives), mas isso já é outra conversa.

― Também é importante não esgotar totalmente a capacidade de armazenamento dos SSDs ― o que pode ser um problema, já que os modelos mais baratos são espartanos oferecem umas poucas centenas de gigabytes. O ideal é deixar pelo menos 25% de espaço livre, de modo que, se seu PC dispõe de um SSD e um HDD ― ou de um drive híbrido ―, use o componente de memória flash basicamente como unidade de leitura (ao contrário da escrita, a leitura pura e simples não compromete a vida útil das células de memória). Isso significa instalar nele o sistema operacional e os apps que você utiliza com maior frequência e concentrar todo o resto no drive eletromecânico, especialmente os arquivos de mídia, que consomem um absurdo de espaço e podem ser carregados a partir de um HDD interno ou externo sem qualquer problema ou lentidão.

― Não custa relembrar que pode valer a pena desabilitar o arquivo de paginação no drive sólido (desde que você disponha de, pelo menos, 6GB de RAM), pois esse recurso, também conhecido como memória virtual, funciona como uma extensão da memória física e sujeita o drive a constantes regravações. Considere ainda a possibilidade de desativar a restauração do sistema, o Superfetch e o Windows Search (indexação dos dados para agilizar pesquisas).

Era isso, pessoal. Espero ter ajudado.

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