As chamadas “Fake
News” devem crescer exponencialmente, no próximo ano, por conta das
eleições presidenciais e da polarização do cenário político. Mas elas não são
nenhuma novidade, sobretudo no âmbito da política, onde, desde sempre, os
candidatos plantam boatos visando desacreditar seus adversários e fazê-los
perder votos.
No século VI, o historiador bizantino Procópio arruinou a reputação do imperador Justiniano com um texto chamado “Anekdota”, que o historiador Robert
Darnton, em entrevista à Folha, comparou com
o que aconteceu na disputa entre Hillary
e Trump pela presidência dos EUA. Aliás,
a expressão “pós-verdade”, eleita a palavra do ano em 2016 pelo Dicionário Oxford, também existe há
mais de uma década, embora seu “pico de uso” tenha se dado em 2016, por conta
da cachoeira de notícias falsas veiculadas no Facebook, YouTube, etc.
sobre o Brexit e as eleições estadunidenses.
O fato é que a popularização da internet e das redes sociais fez com que o jornalismo deixasse de ser o único canal de disseminação de notícias, pois o público não quer mais ser informado apenas pelo que uma emissora de TV, de rádio ou jornal impresso resolve veicular. Em outras palavras, cada vez menos pessoas buscam informações nos veículos tradicionais de comunicação ― que supostamente apuram os fatos, checam as informações com as partes envolvidas e com uma pluralidade de fontes ―, enquanto cada vez mais pessoas absorvem o que é publicado nas redes sociais, onde pululam informações imprecisas, exageradas, tendenciosas ou mesmo mentirosas.
O Fact-cheking sempre foi uma premissa do trabalho dos jornalistas. Com as facilidades da internet, no entanto, um político, um jogador de futebol ou uma artista famosa estão a um clique de distância do público ― um tuíte, um post no Facebook, uma foto no Instagram, e assim por diante. Mas quem verifica a autenticidade dessas informações?
A resposta é você, eu e os demais internautas conscientes e responsáveis. O problema é que não é fácil diferenciar “bostagens” de
postagens, até porque os boateiros precisam soar convincentes para levar os incautos a replicar seu besteirol ― e a maioria dos “inocentes úteis” o faz sem se antes
confirmar as informações. Portanto, antes de compartilhar factoides,
verifique se aquilo que você recebeu pelo WhatsApp ou viu nas redes sociais também foi noticiado em jornais,
revistas e sites supostamente confiáveis. Tenha em mente que, embora a dicotomia na política tupiniquim não tenha sido uma criação de Lula ou do PT, é indiscutível que ela se tenha acentuado por obra e graça do Demiurgo de Garanhuns e de seu espúrio partido, com a estapafúrdia cruzada “nós contra eles”, onde não há adversários, só inimigos.
Para piorar, não faltam pessoas que, por ignorância ou má-fé replicam “notícias” absurdas, como Lula ter sido indicado para o Prêmio Nobel (só se fosse de picaretagem), um dos filhos do petralha ter sido visto dirigindo uma Ferrari de ouro no Uruguai, o juiz Moro ser nazista, fascista ou bancado pela CIA, o presidente Temer usar as calcinhas da primeira dama, e por aí segue a Procissão de São Besteirol e suas consequências reais que, em casos extremos, podem originar ações violentas.
Para separar o joio do trigo, o E-farsas é sopa no mel. O site tem mais de 10 anos de existência e um vasto banco de informações facilmente pesquisáveis sobre a maioria boatos difundidos pela Internet. Outra excelente opção e o Boatos.org, que segue basicamente a mesma linha editorial, embora seu conteúdo não seja exatamente o mesmo ― entre um e outro, o melhor é pesquisar nos dois. O site de Veja também segue na mesma direção com o recém-criado blog ME ENGANA QUE EU POSTO. E o mesmo se aplica ao site LUPA, que se autodeclara a primeira agência de Fact-cheking do Brasil.
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