Mostrando postagens com marcador disputa presidencial 2018. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador disputa presidencial 2018. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 30 de julho de 2018

UMA VEZ FLAMENGO, SEMPRE FLAMENGO



Lula não quer disputar a eleição para tirar quem quer que seja da pobreza, mas para livrar a si mesmo da cadeia e fazer novamente o que sempre fez: aproveitar-se da boa-fé dos eleitores lobotomizados deste país para tornar a saquear o Erário. Mesmo assim, segundo informa Augusto Nunes em seu Blog, a prisão, sob certos aspectos, mudou o demiurgo de Garanhuns: além de se exercitar pelo menos uma hora e meia todos os dias na esteira, ele passou a apreciar cantos gregorianos (pausa para as gargalhadas).

Mas nada é perfeito. Como se na carta manuscrita enviada ao cumpanhêro Wagnão (Wagner Santana, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC) — cuja imagem ilustra esta matéria — o Curso Intensivo de Leitura e Escrita para Presidiários Nota Zero produz efeitos admiráveis, mas não faz milagres.

Em pouco mais de 100 dias na cadeia, em sendo verdade o que dizem amigos e comparsas que o visitaram em Curitiba, a “alma viva mais honesta da galáxia” aprendeu a escrever e ler (além de rezar). Mas ainda escreve com o jeitão de quem sempre achou que leitura é pior que exercício em esteira. As correções no original atestam que o autor do manuscrito cometeu pelo menos 13 crimes (alguns dos quais hediondos) contra o vernáculo.

É possível que Lula esteja lendo com tamanha velocidade que nem tem tempo para memorizar a grafia das palavras que só agora começou a usar. É possível que tenha resolvido torturar a língua portuguesa 13 vezes para, simultaneamente, homenagear o PT e poupar Wagnão do sentimento da inveja. O certo é que o analfabeto funcional, que jura ter lido 20 livros em menos de um mês, não teria, caso se inscrevesse no exame do Enem, a menor chance de escapar do zero com louvor na prova de redação.

Amanhã a gente volta com a continuação da postagem do último domingo. Até lá.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

CUIDADO COM AS FAKE NEWS


As chamadas “Fake News” devem crescer exponencialmente, no próximo ano, por conta das eleições presidenciais e da polarização do cenário político. Mas elas não são nenhuma novidade, sobretudo no âmbito da política, onde, desde sempre, os candidatos plantam boatos visando desacreditar seus adversários e fazê-los perder votos. 

No século VI, o historiador bizantino Procópio arruinou a reputação do imperador Justiniano com um texto chamado “Anekdota”, que o historiador Robert Darnton, em entrevista à Folha, comparou com o que aconteceu na disputa entre Hillary e Trump pela presidência dos EUA. Aliás, a expressão “pós-verdade”, eleita a palavra do ano em 2016 pelo Dicionário Oxford, também existe há mais de uma década, embora seu “pico de uso” tenha se dado em 2016, por conta da cachoeira de notícias falsas veiculadas no Facebook, YouTube, etc. sobre o Brexit e as eleições estadunidenses.

O fato é que a popularização da internet e das redes sociais fez com que o jornalismo deixasse de ser o único canal de disseminação de notícias, pois o público não quer mais ser informado apenas pelo que uma emissora de TV, de rádio ou jornal impresso resolve veicular. Em outras palavras, cada vez menos pessoas buscam informações nos veículos tradicionais de comunicação ― que supostamente apuram os fatos, checam as informações com as partes envolvidas e com uma pluralidade de fontes ―, enquanto cada vez mais pessoas absorvem o que é publicado nas redes sociais, onde pululam informações imprecisas, exageradas, tendenciosas ou mesmo mentirosas.

O Fact-cheking sempre foi uma premissa do trabalho dos jornalistas. Com as facilidades da internet, no entanto, um político, um jogador de futebol ou uma artista famosa estão a um clique de distância do público ― um tuíte, um post no Facebook, uma foto no Instagram, e assim por diante. Mas quem verifica a autenticidade dessas informações? 

A resposta é você, eu e os demais internautas conscientes e responsáveis. O problema é que não é fácil diferenciar “bostagens” de postagens, até porque os boateiros precisam soar convincentes para levar os incautos a replicar seu besteirol ― e a maioria dos “inocentes úteis” o faz sem se antes confirmar as informações. Portanto, antes de compartilhar factoides, verifique se aquilo que você recebeu pelo WhatsApp ou viu nas redes sociais também foi noticiado em jornais, revistas e sites supostamente confiáveis. Tenha em mente que, embora a dicotomia na política tupiniquim não tenha sido uma criação de Lula ou do PT, é indiscutível que ela se tenha acentuado por obra e graça do Demiurgo de Garanhuns e de seu espúrio partido, com a estapafúrdia cruzada “nós contra eles”, onde não há adversários, só inimigos. 

Para piorar, não faltam pessoas que, por ignorância ou má-fé replicam “notícias” absurdas, como Lula ter sido indicado para o Prêmio Nobel (só se fosse de picaretagem), um dos filhos do petralha ter sido visto dirigindo uma Ferrari de ouro no Uruguai, o juiz Moro ser nazista, fascista ou bancado pela CIA, o presidente Temer usar as calcinhas da primeira dama, e por aí segue a Procissão de São Besteirol e suas consequências reais que, em casos extremos, podem originar ações violentas.

Para separar o joio do trigo, o E-farsas é sopa no mel. O site tem mais de 10 anos de existência e um vasto banco de informações facilmente pesquisáveis sobre a maioria boatos difundidos pela Internet. Outra excelente opção e o Boatos.org, que segue basicamente a mesma linha editorial, embora seu conteúdo não seja exatamente o mesmo ― entre um e outro, o melhor é pesquisar nos dois. O site de Veja também segue na mesma direção com o recém-criado blog ME ENGANA QUE EU POSTO. E o mesmo se aplica ao site LUPA, que se autodeclara a primeira agência de Fact-cheking do Brasil.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

SOBRE MICHEL TEMER E O QUADRILHÃO DO PMDB

A despeito do que pensam algumas pessoas de visão monocromática, incapazes de distinguir as nuanças que separam o preto do branco no nosso polarizado cenário político, o fato de eu abominar Lula e o PT não significa que sou partidário dos tucanos, nem que o governo Temer ou ― menos ainda ― que estou propenso a votar em Bolsonaro no ano que vem. Como dizia Mário Quintana, “a burrice é invencível”, de modo que não vale a pena perder tempo com as toupeiras vermelhas. Até porque, na minha avaliação, todos os corruptos, independentemente de suas convicções político-partidárias, deveriam ser despojados dos bens que acumularam ilicitamente e devidamente encarcerados, deportados, exilados, esquartejados e jogados num rio apinhado de piranhas, tanto faz, desde que nunca mais a gente ouvisse falar deles (e delas, porque Dilmanta, Graça Foster, Gleisi Hoffmann, Jandira Feghali, Katia Abreu, Vanessa Grazziotin, dentre outras tantas, também ocupam posições de destaque na minha listinha). Dito isso, sigamos adiante.

Michel Temer, que aspirava a entrar para a história como “o cara que recolocou o Brasil nos eixos”, fá-lo-á pela porta dos fundos, como “o primeiro presidente no exercício do mandato a ser denunciado por crime comum”. Mesmo assim, sob a batuta competente da nauseabunda tropa de choque do Planalto, um coro de 251 marafonas da Câmara entoou a marcha fúnebre enquanto a segunda denúncia contra o peemedebista era sepultada, a despeito da caudalosa torrente de indícios de que ele mijou fora do penico.
 
Na verdade, a denúncia contra Temer e seus ministros não “morreu”; apenas ficará em “animação suspensa” ― como os vampiros durante o dia, quando, dizem, se recolhem a seus caixões nos porões do Jaburu, digo, dos castelos da Transilvânia (que agora se chama Romênia, mas enfim...).

Devido ao deplorável foro privilegiado, TemerMoreira Franco e Eliseu Padilha serão julgados sabe lá Deus quando ― certamente não antes de 2019, a não ser que este governo não dure até o apagar das luzes do ano que vem ― afinal, estamos no Brasil, onde até o passado é imprevisível. Os demais integrantes da tal quadrilha do PMDB Eduardo Cunha, Henrique Alves, Geddel Vieira Lima e Rodrigo Rocha Loures, para citar os mais notórios ―, que não têm prerrogativa de foro, devem responder por seus atos mais cedo, já que o ministro Fachin decidiu remeter ao juiz Sérgio Moro a parte da denúncia por associação criminosa que lhes toca (a parte que versa sobre obstrução à investigação de organização criminosa que envolve Joesley Batista e Ricardo Saud ficará com a Justiça Federal em Brasília).

Gostemos ou não, Temer é presidente que temos e que teremos até o final do ano que vem. E como mais vale acender uma vela do que amaldiçoar a escuridão, melhor torcer para que as manobras imorais da tropa de choque palaciana produzam estabilidade política suficiente para que a equipe econômica continue a fazer seu trabalho. Mesmo que a inflação de 3% a.a. seja conversa pra boi dormi ― como bem sabe quem vive no mundo real, frequenta supermercados, restaurantes, postos de combustíveis, e por aí afora (aliás, de junho até agora o preço do gás de cozinha aumentou mais de 50%) ―, é inegável que a situação do país melhorou muito depois que anta incompetenta foi exorcizada e Temer assumiu o comando da nau dos insensatos. Agora, porém, depois que fez o trato com o diabo e se tornou refém dos parlamentares, a coisa ficou mais complicada.

O lado bom dessa história ― se é que existe algum ― é que não faltam novas emoções, pois fatos novos (e estarrecedores) se reproduzem no lamaçal da política como coelho nas campinas. Como salientou o jornalista Augusto Nunes, errou redondamente quem imaginou, nesta virada de outubro para novembro do ano da graça de 2017, que o feriadão de Finados (com a consequente desativação dos três Poderes) lhe permitiria descansar dos absurdos que inundam diariamente o noticiário jornalístico. A folga foi para o espaço a bordo de maluquices de estarrecer até os napoleões-de-hospício. Confira:

Geddel Vieira Lima, que exerce desde a infância o ofício de delinquente, solicitou ao Supremo Tribunal Federal a identificação do autor da denúncia que levou à descoberta dos mais de R$ 51 milhões guardados num prédio em Salvador e as notas que comprovam a existência de suas impressões digitais na dinheirama (só faltou pedir que lhe devolvessem a bufunfa). A ideia do inventor do apartamento com vista para o mar de dinheiro roubado só serviu para confirmar que no faroeste à brasileira o vilão é que persegue o mocinho.

Sérgio Cabral, recordista mundial de ladroagem em extensão, altura e abrangência, foi previsivelmente salvo por Gilmar Mendes da mudança para um presídio atulhado de criminosos que, perto do saqueador do Rio, parecem coroinhas que só furtam o vinho do padre. Continua hospedado no hotel-presídio que lhe oferece, entre outros mimos cinco estrelas, até os serviços de um mordomo. Alex ― esse e o nome do diligente mucamo ― realiza desde a faxina da cela até um serviço diário de chá da tarde. Tamanha elegância não existe nem nas cadeias de Paris.

Numa discurseira em Belo Horizonte, Lula prometeu trazer de volta ao Brasil a democracia que está por aqui desde 1989, responsabilizou Michel Temer pelo que o orador e sua sucessora fizeram, exigiu um tratamento mais carinhoso para a Petrobras que assaltou e jurou que tanto a alma viva mais pura do país quanto a falecida Marisa Letícia não nasceram para roubar ― verbo que conjugaram incessantemente depois da chegada à vida adulta.

Tom Jobim já dizia que o Brasil não é para amadores, mas agora isto aqui está ficando esquisito até para os mais devotados profissionais.

Visite minhas comunidades na Rede .Link: