Lula não quer disputar
a eleição para tirar quem quer que seja da pobreza, mas para livrar a si mesmo
da cadeia e fazer novamente o que sempre fez: aproveitar-se da boa-fé dos eleitores
lobotomizados deste país para tornar a saquear o Erário. Mesmo assim, segundo informa Augusto Nunes em seu Blog, a prisão, sob certos aspectos, mudou o
demiurgo de Garanhuns: além de se exercitar pelo menos uma hora e meia todos os
dias na esteira, ele passou a apreciar cantos
gregorianos (pausa para as gargalhadas).
Mas nada
é perfeito. Como se na carta manuscrita enviada ao cumpanhêro Wagnão (Wagner Santana, presidente do Sindicato
dos Metalúrgicos do ABC) — cuja imagem ilustra esta matéria — o Curso Intensivo de Leitura e Escrita para
Presidiários Nota Zero produz efeitos admiráveis, mas não faz milagres.
Em pouco
mais de 100 dias na cadeia, em sendo verdade o que dizem amigos e comparsas que
o visitaram em Curitiba, a “alma viva
mais honesta da galáxia” aprendeu a escrever e ler (além de rezar). Mas ainda
escreve com o jeitão de quem sempre achou que leitura é pior que exercício em
esteira. As correções no original atestam que o autor do manuscrito cometeu
pelo menos 13 crimes (alguns dos quais hediondos) contra o vernáculo.
É possível que Lula esteja lendo com tamanha
velocidade que nem tem tempo para memorizar a grafia das palavras que só agora
começou a usar. É possível que tenha resolvido torturar a língua portuguesa 13
vezes para, simultaneamente, homenagear o PT
e poupar Wagnão do sentimento da
inveja. O certo é que o analfabeto funcional, que jura ter lido 20 livros
em menos de um mês, não teria, caso se inscrevesse no exame do Enem, a menor chance de escapar do zero
com louvor na prova de redação.
Amanhã a gente volta com a
continuação da postagem do último domingo. Até lá.
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