O
DESCONTENTAMENTO POPULAR É O PRIMEIRO PASSO PARA A DECADÊNCIA DE UM
HOMEM OU DE UMA NAÇÃO.
Mesmo
quem não compartilha o computador com não está livre de eventuais
bisbilhoteiros, ou, pior, de ser vítima de um acesso remoto não
autorizado (a propósito, não deixe de conferir minhas matérias sobre política de contas de usuário do Windows, criptografia, senhas, pastas protegidas e arquivos ocultos). Então, nada de dar sopa para o azar: arquivos sigilosos, documentos pessoais e assemelhados
devem ser mantidos longe dos olhos dos bisbilhoteiros, e a melhor
maneira de você fazer isso é armazená-los em pastas protegidas por
senha. Afinal, nunca se sabe quando seu cunhado mala vai pedir para “dar
uma espiadinha nos emails” enquanto espera a picanha assar ― ainda que a
popularização dos smartphones tenha tornando bem menos frequente esse
tipo de aporrinhação.
Quem chegou a usar o saudoso Windows XP deve estar lembrado de como era fácil criar pastas protegidas por senha ― bastava dar um clique direito num ponto vazio do desktop, clicar em Novo > Pasta, clicar com o botão direito sobre o ícone da nova pasta, selecionar a opção Enviar para... > Pasta Compactada e, no menu Arquivo da pasta compactada, clicar em Adicionar Senha, digitar e confirmar a palavra secreta e clicar em OK.
O XP é página virada, como também Vista e o Seven ― onde a alternativa às pastas compactadas protegidas por senha era a criação de pastas ocultas, que escondiam dos olhos curiosos os arquivos confidenciais ou eventualmente comprometedores, mas não resistiam a um bisbilhoteiro com conhecessem esse “truque”. Enfim, como o Eight foi um fiasco retumbante e o Ten já está no mercado há um ano e meio, vou me ater a ele e dizer que, embora seja possível criar pastas protegidas por senha mediante uma intrincada incursão pelo Registro, o melhor é recorrer a um aplicativo como o Lock-a-Folder, que é leve, gratuito e muito fácil de usar: depois de baixar e instalar o programinha e criar a senha-mestra, basta clicar em “Lock A Folder”, escolher a pasta se deseja proteger e pronto. Para desfazer a proteção, é só selecionar a pasta na lista e clicar em “Unlock Selected Folders”; para trocar a senha-mestra, clicar em “Change Master Password” e seguir as instruções na tela.
Observação: Dentre outras funções, o compactador/descompactador de arquivos WinRAR permite criar pastas compactadas protegidas por senha (mais detalhes neste vídeo), mas é bom ter em mente que se trata de um shareware, que você pode testar gratuitamente por um período pré-definido, ao final do qual terá de comprar a licença para continuar usando o produto.
Era isso, pessoal. Abraços e até a próxima.
SAUDOSISMO ― CONCLUSÃO
Para concluir esta sequência, resta dizer que, embora não
fosse exatamente uma sumidade, Itamar
Franco estava no lugar certo na hora certa e soube se cercar de pessoas
capacitadas. Assim, Fernando Henrique
Cardoso, à frente do ministério da Economia e assessorado por Edmar Bacha, Pérsio Arida, André Lara
Resende, Gustavo Franco e Pedro Malan, instituiu o real como moeda nacional ― em 1º de
julho de 1994 ―, após ajustar as contas públicas mediante um corte no Orçamento
e de dolarizar (e desindexar) a Economia com a implantação da URV. Sem anúncios de surpresa ou
congelamentos de preços e salários, o Plano
Real entrou para a história como o episódio que acabou com a inflação e
inaugurou um novo ciclo de desenvolvimento econômico.
Quando a nova moeda passou a valer, sua paridade com o dólar
era de 1 para 1, e a partir daí a abertura comercial e a manutenção do câmbio
valorizado mantiveram a inflação sob controle. Como efeito colateral, as
importações foram muito estimuladas e impediram que as empresas nacionais
aumentassem seus preços, já que isso tornaria a concorrência impossível. O
Plano sofreu com crises posteriores, especialmente externas, mas o fato é que a
inflação se manteve dentro de níveis aceitáveis. Em 1999, o Banco Central criou
o regime de metas para a inflação, a Selic
passou a ser a âncora monetária e o câmbio, flutuante. Em alguns momentos,
temeu-se a volta da inflação, mas a estabilidade da moeda resistiu e o país
nunca mais passou perto do índice hiperinflacionário de 2708%, alcançado em 1993.
Itamar foi
sucedido por Fernando Henrique ― o melhor presidente que este país
conheceu em sua história recente, a despeito de, em 1997, mediante uma emenda
constitucional no mínimo controversa (*), ter
ressuscitado a famigerada reeleição para cargos executivos
(como compensação à redução do mandato presidencial de 5 para 4 anos). Com
isso, após derrotar uma dúzia de postulantes e vencer Lula no
segundo turno, o tucano ganhou mais 4 anos no Planalto, ao longo dos quais
protagonizou um governo sofrível, dando margem à vitória da esquerda em 2002 e
aos funestos 13 anos e lá vai fumaça de lulopetismo ― encerrados meses atrás
com o impeachment de Dilma e a ascensão de Michel
Temer à presidência da Banânia.
Voltando ao saudosismo,
muitos dos que reprovam o governo Temer
dizem que o país estava melhor nos tempos de Lula e Dilma. Na
avaliação desses desmiolados, bastou o peemedebista assumir para a farra
começar, como se a dupla de imprestáveis que o precedeu fosse austera e pouco
afeita a gastos desnecessários (Aerolulas,
luxuosas suítes no Copa e em hotéis
estrelados do mundo inteiro, bolsas Hermès,
cabeleireiros Kamura, e por aí
afora). Para eles, nada disso importa; o que importa é o “golpista” vir
torrando horrores em sorvete e creme de
avelãs (!?)
Segundo foi divulgado recentemente pela imprensa, uma
licitação para abastecer o avião presidencial previa gastos R$ 1,7 milhão com sorvetes de marcas
famosas, sucos, pães especiais, refeições com direito a entrada, prato
principal e sobremesas, cápsulas de café, sanduíches, e outros acepipes. Em
nota, a Presidência afirmou que Temer
tomou conhecimento da licitação assim que voltou de um compromisso em Maceió e
determinou seu pronto cancelamento, bem como a redução do custo desse serviço
em relação ao que vinha sendo praticado anteriormente, valendo o mesmo para
todas as aeronaves que servem ao Governo Federal.
Observação: De acordo com o O GLOBO, só com sorvete
Premium da Häagen Dazs, o
governo gastaria R$ 7.500 (500 potes
de 100 gramas). Seriam mais R$ 21 mil
em 1.500 litros de água de coco, outros R$
18.3 mil em 5.000 cápsulas de café expresso, e mais de R$ 96 mil em uma tonelada e meia de torta de chocolate. Haveria
ainda sanduíches de mortadela a R$ 16,45
a unidade, dos quais 500 já teriam sido encomendados pela Presidência. Também
na lista, sanduíches de atum e do tipo misto, com queijo e presunto, além de sal rosa do Himalaia. Almoços e
jantares que seriam servidos no avião poderiam custar até R$ 167 cada, com entrada, prato principal e sobremesa. O cardápio
incluía medalhões de filé, cordeiro assado ou supremo de frango grelhado, com
acompanhamentos. Cada café da manhã chegaria a até R$ 96 e teria iogurte tipo grego, frutas da estação em cubos, frios
fatiados, pães e um prato principal (omelete, quiche, beirute ou outros). Havia
também itens da culinária árabe, como quibe e esfihas, além de empadas e outras
delícias incluídas no vasto cardápio que seria oferecido a Temer e seus acompanhantes nas viagens a bordo do avião
presidencial.
Aos saudosistas e defensores dos imprestáveis presidentes
petralhas, vale relembrar que desde 2012 foram firmados pelo menos 9 contratos
por órgãos ligados ao Palácio do Planalto, no valor total de mais de R$ 5 milhões para refeições a bordo. Só
em 2014 e 2015, o governo repassou mais de R$
1,5 milhão para empresas de catering
(que operam com fornecimento de comida preparada e serviços correlatos). Em
2013, foram R$ 2,5 milhões, e em
2012, mais R$ 2 milhões. Entre
os alimentos requisitados, itens caros como sorvetes de grife, camarão, salmão e até caviar
faziam parte das refeições nos aviões presidenciais, na gestão de Dilma Rousseff. Em anos anteriores, no
contrato com a Presidência da República, a Coca-Cola em lata saía a R$
3,40, enquanto nos supermercados custava em torno de R$ 1,50. No ano passado, pela cotação do Planalto, cada pote de Nutella custava a R$ 34, enquanto no mercado saía por
“apenas” R$ 21(**).
Mas a esquerda festiva tudo pode, afinal são gente do povo,
são os pais dos pobres, lutam por causas nobres. O penta-réu penal, garoto-propaganda de empreiteiras e
cervejaria corruptas, a alma mais
honesta do país, gastou, apenas nos últimos dois meses deste ano, mais de R$ 6 mil em gasolina. E tudo em
um único posto de São Bernardo do Campo!
(Para
quem não sabe, continuamos pagando as despesas reais e fictícias desse
safado). Façam as contas e vejam o quanto o molusco abjeto precisaria rodar ― com
o carro que também bancamos ― para torrar toda esta grana com combustível. E a
presidanta mais incompetenta e coniventa
com a corrupção da nossa história continua torrando nossa grana com viagens,
seguranças, alimentação, etc. Só que a imprensa quer saber é do maldito Häagen-Dazs de Temer. Essa é a causa dos nossos problemas. Antes era de graça, né?
(*) Voltarei a esse assunto numa próxima
postagem.
(**) Fonte: Blog
UAI.
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