Quem chegou a usar o saudoso Windows XP deve estar lembrado de como era fácil criar pastas protegidas por senha ― bastava dar um clique direito num ponto vazio do desktop, clicar em Novo > Pasta, clicar com o botão direito sobre o ícone da nova pasta, selecionar a opção Enviar para... > Pasta Compactada e, no menu Arquivo da pasta compactada, clicar em Adicionar Senha, digitar e confirmar a palavra secreta e clicar em OK.

O XP é página virada, como também Vista e o Seven ― onde a alternativa às pastas compactadas protegidas por senha era a criação de pastas ocultas, que escondiam dos olhos curiosos os arquivos confidenciais ou eventualmente comprometedores, mas não resistiam a um bisbilhoteiro com conhecessem esse “truque”. Enfim, como o Eight foi um fiasco retumbante e o Ten já está no mercado há um ano e meio, vou me ater a ele e dizer que, embora seja possível criar pastas protegidas por senha mediante uma intrincada incursão pelo Registro, o melhor é recorrer a um aplicativo como o Lock-a-Folder, que é leve, gratuito e muito fácil de usar: depois de baixar e instalar o programinha e criar a senha-mestra, basta clicar em “Lock A Folder”, escolher a pasta se deseja proteger e pronto. Para desfazer a proteção, é só selecionar a pasta na lista e clicar em “Unlock Selected Folders”; para trocar a senha-mestra, clicar em “Change Master Password” e seguir as instruções na tela.

Observação: Dentre outras funções, o compactador/descompactador de arquivos WinRAR permite criar pastas compactadas protegidas por senha (mais detalhes neste vídeo), mas é bom ter em mente que se trata de um shareware, que você pode testar gratuitamente por um período pré-definido, ao final do qual terá de comprar a licença para continuar usando o produto.

Era isso, pessoal. Abraços e até a próxima.


SAUDOSISMO ― CONCLUSÃO

Para concluir esta sequência, resta dizer que, embora não fosse exatamente uma sumidade, Itamar Franco estava no lugar certo na hora certa e soube se cercar de pessoas capacitadas. Assim, Fernando Henrique Cardoso, à frente do ministério da Economia e assessorado por Edmar Bacha, Pérsio Arida, André Lara Resende, Gustavo Franco e Pedro Malan, instituiu o real como moeda nacional ― em 1º de julho de 1994 ―, após ajustar as contas públicas mediante um corte no Orçamento e de dolarizar (e desindexar) a Economia com a implantação da URV. Sem anúncios de surpresa ou congelamentos de preços e salários, o Plano Real entrou para a história como o episódio que acabou com a inflação e inaugurou um novo ciclo de desenvolvimento econômico.

Quando a nova moeda passou a valer, sua paridade com o dólar era de 1 para 1, e a partir daí a abertura comercial e a manutenção do câmbio valorizado mantiveram a inflação sob controle. Como efeito colateral, as importações foram muito estimuladas e impediram que as empresas nacionais aumentassem seus preços, já que isso tornaria a concorrência impossível. O Plano sofreu com crises posteriores, especialmente externas, mas o fato é que a inflação se manteve dentro de níveis aceitáveis. Em 1999, o Banco Central criou o regime de metas para a inflação, a Selic passou a ser a âncora monetária e o câmbio, flutuante. Em alguns momentos, temeu-se a volta da inflação, mas a estabilidade da moeda resistiu e o país nunca mais passou perto do índice hiperinflacionário de 2708%, alcançado em 1993.

Itamar foi sucedido por Fernando Henrique ― o melhor presidente que este país conheceu em sua história recente, a despeito de, em 1997, mediante uma emenda constitucional no mínimo controversa (*), ter ressuscitado a famigerada reeleição para cargos executivos (como compensação à redução do mandato presidencial de 5 para 4 anos). Com isso, após derrotar uma dúzia de postulantes e vencer Lula no segundo turno, o tucano ganhou mais 4 anos no Planalto, ao longo dos quais protagonizou um governo sofrível, dando margem à vitória da esquerda em 2002 e aos funestos 13 anos e lá vai fumaça de lulopetismo ― encerrados meses atrás com o impeachment de Dilma e a ascensão de Michel Temer à presidência da Banânia.

Voltando ao saudosismo, muitos dos que reprovam o governo Temer dizem que o país estava melhor nos tempos de Lula e Dilma. Na avaliação desses desmiolados, bastou o peemedebista assumir para a farra começar, como se a dupla de imprestáveis que o precedeu fosse austera e pouco afeita a gastos desnecessários (Aerolulas, luxuosas suítes no Copa e em hotéis estrelados do mundo inteiro, bolsas Hermès, cabeleireiros Kamura, e por aí afora). Para eles, nada disso importa; o que importa é o “golpista” vir torrando horrores em sorvete e creme de avelãs (!?)

Segundo foi divulgado recentemente pela imprensa, uma licitação para abastecer o avião presidencial previa gastos R$ 1,7 milhão com sorvetes de marcas famosas, sucos, pães especiais, refeições com direito a entrada, prato principal e sobremesas, cápsulas de café, sanduíches, e outros acepipes. Em nota, a Presidência afirmou que Temer tomou conhecimento da licitação assim que voltou de um compromisso em Maceió e determinou seu pronto cancelamento, bem como a redução do custo desse serviço em relação ao que vinha sendo praticado anteriormente, valendo o mesmo para todas as aeronaves que servem ao Governo Federal.

Observação: De acordo com o O GLOBO, só com sorvete Premium da Häagen Dazs, o governo gastaria R$ 7.500 (500 potes de 100 gramas). Seriam mais R$ 21 mil em 1.500 litros de água de coco, outros R$ 18.3 mil em 5.000 cápsulas de café expresso, e mais de R$ 96 mil em uma tonelada e meia de torta de chocolate. Haveria ainda sanduíches de mortadela a R$ 16,45 a unidade, dos quais 500 já teriam sido encomendados pela Presidência. Também na lista, sanduíches de atum e do tipo misto, com queijo e presunto, além de sal rosa do Himalaia. Almoços e jantares que seriam servidos no avião poderiam custar até R$ 167 cada, com entrada, prato principal e sobremesa. O cardápio incluía medalhões de filé, cordeiro assado ou supremo de frango grelhado, com acompanhamentos. Cada café da manhã chegaria a até R$ 96 e teria iogurte tipo grego, frutas da estação em cubos, frios fatiados, pães e um prato principal (omelete, quiche, beirute ou outros). Havia também itens da culinária árabe, como quibe e esfihas, além de empadas e outras delícias incluídas no vasto cardápio que seria oferecido a Temer e seus acompanhantes nas viagens a bordo do avião presidencial.

Aos saudosistas e defensores dos imprestáveis presidentes petralhas, vale relembrar que desde 2012 foram firmados pelo menos 9 contratos por órgãos ligados ao Palácio do Planalto, no valor total de mais de R$ 5 milhões para refeições a bordo. Só em 2014 e 2015, o governo repassou mais de R$ 1,5 milhão para empresas de catering (que operam com fornecimento de comida preparada e serviços correlatos). Em 2013, foram R$ 2,5 milhões, e em 2012, mais R$ 2 milhões. Entre os alimentos requisitados, itens caros como sorvetes de grife, camarão, salmão e até caviar faziam parte das refeições nos aviões presidenciais, na gestão de Dilma Rousseff. Em anos anteriores, no contrato com a Presidência da República, a Coca-Cola em lata saía a R$ 3,40, enquanto nos supermercados custava em torno de R$ 1,50. No ano passado, pela cotação do Planalto, cada pote de Nutella custava a R$ 34, enquanto no mercado saía por “apenas” R$ 21(**).

Mas a esquerda festiva tudo pode, afinal são gente do povo, são os pais dos pobres, lutam por causas nobres. O penta-réu penal, garoto-propaganda de empreiteiras e cervejaria corruptas, a alma mais honesta do país, gastou, apenas nos últimos dois meses deste ano, mais de R$ 6 mil em gasolina. E tudo em um único posto de São Bernardo do Campo! (Para quem não sabe, continuamos pagando as despesas reais e fictícias desse safado). Façam as contas e vejam o quanto o molusco abjeto precisaria rodar ― com o carro que também bancamos ― para torrar toda esta grana com combustível. E a presidanta mais incompetenta e coniventa com a corrupção da nossa história continua torrando nossa grana com viagens, seguranças, alimentação, etc. Só que a imprensa quer saber é do maldito Häagen-Dazs de Temer. Essa é a causa dos nossos problemas. Antes era de graça, né?

(*) Voltarei a esse assunto numa próxima postagem.

(**) Fonte: Blog UAI.

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