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quarta-feira, 19 de julho de 2017

VOCÊ CONHECE SEU PC? Parte XI

NÃO É TRISTE MUDAR DE IDEIAS, TRISTE É NÃO TER IDEIAS PARA MUDAR.

Ainda sobre o drive de HDD (ou drive de disco rígido), em meados da década passada o jurássico padrão IDE ATA (ou PATA) foi substituído pelo SATA, devido não somente ao melhor desempenho, mas também à facilidade de instalação (que dispensava a configuração Master/Slave), ao suporte ao Plug’n’Play real (que já permitia a conexão “a quente”, ou seja, sem desligar o computador, como nas interfaces USB), e aos cabos e conectores de apenas 7 vias ― que ocupavam menos espaço e permitiam uma melhor circulação do ar no interior do gabinete ―, que eram mais estreitos e maleáveis do que os cabos flat (chatos) de 80 vias utilizados pelo padrão PATA.

Mesmo que dificilmente o leitor tencione realizar uma integração caseira, até porque essa opção deixou de ser economicamente atraente, embora seja a única maneira de configurar a máquina a seu gosto e de acordo com seu perfil de usuário, sempre existe a possibilidade de o drive de HD original de uma máquina comprada pronta dar pau, e aí será preciso substituí-lo.  

Eu sei que é remota a possibilidade de alguém se preocupar com a escolha de um drive, já que, como dito anteriormente, quase ninguém mais, hoje em dia, se aventura a montar seu computador em casa. Mesmo assim, vale a recomendação de fuçar as especificações técnicas do aparelho, no ato da compra, e dar preferência a modelos que tragam drives de marcas tradicionais (SAMSUNG, TOSHIBA, SEAGATE, WESTERN DIGITAL, etc.) e com fartura de espaço para armazenamento de dados. Vale também atentar para a densidade da mídia, a rotação dos discos (quanto maiores esses valores, melhores serão as taxas de transferência e o desempenho do dispositivo) e o tempo médio de acesso (quanto menor, melhor). Se seu orçamento permitir, prefira um modelo SSD, que ainda tem preço salgado, mas é muito mais rápido que o drive eletromecânico tradicional (para saber mais, clique aqui, aqui e aqui).

Quanto aos demais drives, o FDD (floppy drive ou drive de disquete) sumiu do mapa há alguns anos, pois, depois de décadas de bons serviços prestados, ele se fazia presente em alguns modelos por uma questão protocolar, não por real necessidade. E o drive de mídia óptica segue pelo mesmo caminho e faz a viagem bem mais rapidamente: com a popularização da banda larga, ouvir música em rádios online é mais prático (e menos arriscado) do que recorrer a redes de compartilhamento P2P (como o KaZaA, o LimeWire e distinta companhia) para criar acervos personalizados e queimá-los em CDs. A instalação de softwares, tanto freewares quanto pagos, ser feita via download, o que dispensa o usuário de adquirir os arquivos em mídia óptica (embora em determinadas situações seja interessante dispor do disco, como no caso do Windows e de suítes de segurança cujas mídias servem também como disco de resgate). E para quem gosta de assistir a um bom filme ou seriado na tela do computador, o Netflix oferece mais benefícios por um custo inferior ao da locação de DVDs (que era tão popular até poucos anos atrás). Aliás, com o Chromecast ou com a Apple TV, por exemplo, você pode assistir à programação no seu televisor, mesmo que o aparelha não seja Smart.

Continuamos no próximo capítulo.

PONDO OS PINGOS NOS IS

Já me senti tentado ― e mais de uma vez ― a limitar meus textos à pura e simples exposição dos fatos, permitindo ao leitor tirar suas conclusões sem a influência de minhas opiniões. No entanto, o post não é um artigo de jornal ou revista, onde o texto dissertativo de cunho não ficcional tem como objetivo relatar fatos, pessoas ou circunstâncias, até porque a opinião do veículo é expressa no editorial e a dos jornalistas e colaboradores, em suas respectivas colunas.

Em minhas postagens, os fatos são a matéria prima, não o produto acabado. Não fosse assim, não faria sentido escrevê-las. Mas daí a distorcer as informações para adequá-las a paradigmas ideológicos ou partidários ― como fazem diversos blogueiros e até profissionais da imprensa ― vai uma longa distância. Dito isso, passemos ao assunto do dia.

A condenação de Lula pelo juiz Sérgio Moro eram favas contadas, e já foi devidamente comentada em postagens anteriores (para ler a sentença, clique aqui, mas tenha em mente que a peça tem mais de 200 páginas). Igualmente esperada era a interposição de recurso pela defesa do ex-presidente (aliás, o MPF deve recorrer da decisão, notadamente porque Lula foi absolvido das “imputações de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o armazenamento do acervo presidencial por falta de prova suficiente da materialidade”). Antes de apelar para o TRF4, no entanto, os advogados de sua insolência ingressaram com embargos de declaração, supostamente para esclarecer “dez omissões” na sentença ― só que o documento de 67 páginas detalhou apenas 9, mas até aí morreu o Neves.

Moro acolheu o recurso, deu suas explicações, repetiu nove vezes que não houve omissão, obscuridade ou contradição no ponto e concluiu: “Quanto aos embargos de declaração da defesa, inexistem omissões, obscuridades ou contradições na sentença, devendo a defesa apresentar os seus argumentos de impugnação da sentença em eventual apelação e não em incabíveis embargos. Embora ausentes omissões, obscuridades ou contradições na sentença, recebo os embargos para os esclarecimentos”.

Observação: Vale esclarecer que, a despeito do que foi amplamente divulgado logo após a publicação da sentença, Lula ficará inelegível por 7 anos, e não por 19, já que o magistrado lhe impôs essa pena pelo dobro do tempo da condenação referente ao crime de lavagem de dinheiro (3 anos e 6 meses), e não pelo dobro do total da pena, que envolveu também o crime de corrupção passiva e totalizou 9 anos e 6 meses de prisão em regime fechado.

Os recursos de apelação ― tanto do réu quanto da acusação ― serão julgados pela 8ª Turma do TRF4, em Porto Alegre, cujo histórico na Lava-Jato é amplamente desfavorável aos réus. Das 40 condenações proferidas pela 13ª Vara Federal de Curitiba e já julgadas em segunda instância, apenas cinco foram revertidas. Em 15 casos, as penas foram aumentadas em 116 anos de prisão. Na média, os recursos foram julgados um ano e quatro meses após a decisão original, mas a estimativa do presidente do Tribunal, Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, é de que, no caso em assunto, a 8ª Turma se pronuncie até agosto de 2018 ― antes das eleições, portanto. Isso é de importância fundamental porque, uma vez confirmada a sentença, Lula estará sujeito à “Lei da Ficha Limpa” e não poderá concorrer à presidência da República no pleito do ano que vem. No entanto, o desembargador salientou que "não haverá nenhum privilégio" para acelerar o andamento do processo no TRF4.

Embora pudesse ter pedido a prisão preventiva de Lula e entendesse que não faltavam razões para fazê-lo ― tais como “iniciativas inapropriadas” do ex-presidente para intimidá-lo e também intimidar policiais federais, procuradores e jornalistas, além de tentativas de destruição de provas ―, o juiz Moro ponderou que a prisão cautelar de um ex-presidente da República “não deixa de envolver certos traumas, e a prudência recomenda que se aguarde o julgamento pela Corte de Apelação antes de se extraírem as consequências próprias da condenação”. A pergunta é: o que acontecerá se o TRF4 demorar para julgar o caso e Lula tiver tempo de registrar sua candidatura? A resposta é: só Deus sabe. Vejamos isso melhor:

Segundo o entendimento atual do STF, a condenação em segunda instância invalida a presunção de inocência e o réu passa a cumprir a pena, mesmo que recorra a instâncias superiores (no caso, o STJ e o próprio STF). Por outro lado, na hipótese de o STJ acolher um pedido da defesa e suspender liminarmente os efeitos da condenação, aí a porca torce o rabo, pois a situação seria inédita ― ou seja, não existe jurisprudência firmada. No entanto, o entendimento da maioria dos juristas é de que, em advindo a condenação em segunda instância depois que Lula tiver registrado sua candidatura, o registro será cassado. Na hipótese de ele ser eleito e condenado após sua diplomação, a lei prevê que o diploma seja considerado nulo, mas, por se tratar de uma eleição presidencial ― caso em que a Constituição determina a suspensão de qualquer processo que envolva o novo presidente ―, sobrevirá um intenso debate jurídico, pois “nunca antes na história deste país” aconteceu algo parecido e, portanto, não existe jurisprudência formada.

Volto a dizer que seria fundamental o STF se pronunciar o quanto antes sobre uma questão que parece ter caído no esquecimento geral: se a maioria dos ministros já se posicionou no sentido de que réus em ações penais não podem substituir o presidente da República interinamente ― vale lembrar o caso de Renan Calheiros, que foi afastado da linha sucessória presidencial quando se tornou réu por peculato ―, faz sentido um réu condenado, como é caso de Lula, disputar à presidência da República?

Enfim, estamos no Brasil. E viva o povo brasileiro.

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terça-feira, 4 de julho de 2017

VOCÊ CONHECE SEU PC? ― Parte IV

THERE ARE THREE METHODS TO GAIN WISDOM: FIRST, BY REFLECTION, WHICH IS NOBLEST; SECOND, BY IMITATION, WHICH IS EASIER; AND THIRD, BY EXPERIENCE, WHICH IS THE BITTEREST. (CONFUCIUS)

A disseminação dos desktops entre usuários domésticos se deveu em grande medida à arquitetura aberta da plataforma PC, que estimulou o mercado cinza numa época em que as máquinas “de grife” custavam os olhos da cara. Hoje em dia, porém, poucos usuários montam pessoalmente seus PCs ou encarregam dessa tarefa um Computer Guy de sua confiança para mais detalhes, leia esta postagem). Não só porque é mais prático adquirir o aparelho pronto num hipermercado ou grande magazine e contar com a garantia de fábrica, além de pagar o produto em suaves prestações mensais. Claro que quem é “do ramo” não abre mão de escolher a dedo os componentes e ajustar a configuração da máquina às suas preferências, necessidades e possibilidades, mas isso já é outra história (se esse assunto lhe interessa, não deixe de ler a trinca de postagens iniciada por esta aqui).

Mesmo que você não pretenda montar sua próxima máquina, convém ter uma noção ― elementar que seja ― de como a coisa funciona, pois isso é fundamental na hora de escolher do modelo mais adequado ao seu perfil. Então vamos lá.

Embora seja indevidamente chamado de CPU por muita gente, aquela caixa metálica que abriga os componentes internos do computador ― placa-mãe, processador, placas de expansão, drives de HD e de mídia óptica, módulos de memória, ventoinhas, etc. ― e agrupa as interfaces necessárias à conexão dos periféricos (teclado, mouse, monitor, impressora, caixas acústicas, joystick, e por aí afora) atende pelo nome de “case”, “gabinete” ou “torre”. CPU é a sigla, em inglês, de Unidade Centra de Processamento, e remete ao processador principal do sistema (principal porque pode haver mais do que um, como na placa gráfica, por exemplo, que pode contar com uma GPU ― sigla de Graphics Processing Unit).

Os gabinetes costumam ser comercializados com ou sem fonte de alimentação integrada, em tamanhos, cores e formatos para todos os gostos e bolsos. O jurássico padrão AT caiu em desuso no final do século passado, e como o BTX (lançado pela Intel em 2003) não prosperou, o ATX ainda é a bola da vez. No entanto, quem compra uma máquina pronta não tem muito espaço de manobra: é aceitar ou não o modelo definido pelo fabricante e ponto final.

É certo que, de uns tempos para cá, os notebooks (ou laptops) se tornaram a opção preferida dos usuários de PCs. A despeito de custarem ou pouco mais do que os desktops de configuração semelhante, eles combinam desempenho aceitável com a praticidade do transporte e do uso em trânsito. Todavia, seu reinado vem sendo seriamente ameaçado pelos tablets ― menores, mais leves, enfim, verdadeiramente portáteis, embora eu os veja mais como complemento do que como substituto do PC convencional, notadamente pelo pouco espaço para armazenamento de dados e, por que não dizer, pelo desconforto dos teclados virtuais, que são um porre quando se precisa redigir documentos de texto e até mensagens de email mais extensas. Por outro lado, tem gente que se vira bem até mesmo com as telinhas dos smartphones, de modo que isso é uma questão de preferência pessoal.

Oportuno salientar também que os PCs tipo “ALL-IN-ONE” são excelentes opções para quem não abre mão de teclado, mouse e tela de grandes dimensões. Todavia, como os notebooks e os tablets, esses modelos devem ser comprados prontos, já que sua montagem (e, por que não dizer, sua manutenção) exige ferramental apropriado e expertise de que a maioria dos usuários domésticos não dispõe.

O resto fica para as próximas postagens. Até lá.

ESTUFE O PEITO: O BRASIL ESTÁ BEM NA FITA

Não é qualquer republiqueta de bananas que pode se orgulhar de ter o presidente denunciado por corrupção, a ex-presidente impichada e investigada por suspeitas de corrupção, e seu antecessor e mentor ― que é penta-réu na Justiça penal e a qualquer momento deve ser sentenciado pela primeira vez ― posando de candidato à presidência e empunhando a bandeira da moralidade, malgrado seja ele o grande responsável pela institucionalização da corrupção no país. Não é uma beleza?

Seguem essa procissão de orgulhos nacionais o Congresso afundado em denúncias, com ambas as Casas presididas por investigados na Lava-Jato e compostas por uma caterva de réus e indiciados, mais preocupada em salvar rabo do que em defender os interesses legítimos da população. Logo atrás vem o Judiciário, onde magistrados das nossas mais altas Cortes, a pretexto de travar uma “cruzada” contra as prisões preventivas da Lava-Jato, soltam criminosos condenados, como José Dirceu, mentor intelectual do mensalão, o ex-goleiro Bruno, homicida e sequestrador de menor, o médico Roger Abdelmassih, estuprador serial condenado a 278 anos de prisão.

Isso sem mencionar a palhaçada protagonizada pelo TSE de Gilmar Mendes, que manteve o amigo Michel na presidência da Banânia a despeito da enxurrada de provas do uso de dinheiro roubado no financiamento da campanha de sua chapa em 2014.  Ou o senador Aécio Neves, que foi afastado do cargo por determinação judicial ― já que seu imprestável partido não teve colhões para lhe cassar o mandato ―, e agora é reempossado por obra e graça do ministro Marco Aurélio, e às vésperas do recesso do Judiciário, para que eventual recurso do MPF seja apreciado somente no mês que vem. É ou não para a gente estufar o peito?

Voltando a Lula, especulava-se que sua primeira condenação saísse nesta segunda-feira, até porque o Moro julgou o processo de Antonio Palocci na semana passada (e condenou o ex-ministro petralha a 12 anos e 2 meses de prisão), mas de duas uma: ou ele ainda não concluiu o rascunho do mapa do inferno do molusco (a sentença de Palocci resultou num calhamaço de 311 páginas, nas quais o “chefe” foi citado 75 vezes), ou está sendo mais cuidadoso.

Segundo o Estadão, investigadores e advogados que acompanham de perto o andamento dos processos na 13ª Vara Penal de Curitiba avaliam que a sentença deve demorar mais alguns dias, até porque as alegações finais da defesa têm 363 páginas. Além disso, há que se levar em conta a recente decisão da 8ª Turma do TRF-4, que, por 2 votos a um, absolveu João Vaccari por “insuficiência de provas” (em linhas gerais, os desembargadores Leandro Paulsen e Victor Laus entenderam que a condenação foi imposta com base apenas no depoimento de delatores). Essa decisão pode influenciar no julgamento de Lula, que procurou jogar sobre a ex-primeira-dama a responsabilidade pela compra de uma cota da Bancoop no Edifício Solaris e por visitar mais vezes o tríplex cuja propriedade ele nega.

A iminência da publicação da sentença vem gerando especulações no âmbito político e no mercado financeiro. Se condenado em primeira e segunda instâncias, Lula ficará impedido de disputar as eleições de 2018 (com base na Lei da Ficha-Limpa). Vale lembrar que Moro tem sob seus cuidados mais dois processos contra o petralha; um que trata de repasses de empreiteiras à LILS e outro sobre o emblemático Sítio Santa Bárbara.

Enquanto isso, Michel Temer também tem muito com que se preocupar. Nesta terça-feira, a CCJ da Câmara deve escolher o relator da denúncia apresentada por Janot. A comissão tem 66 parlamentares, 40 dos quais da base aliada, mas isso não garante muita coisa: o próprio presidente da comissão, Rodrigo Pacheco, que é do PMDB, já deu sinais de independência ao afirmar que, se Janot realmente apresentar 3 denúncias, elas deverão tramitar de forma separada. O Planalto já tentou reverter a situação trocando o atual presidente de Furnas por outro que agrade a Pacheco e ao PMDB mineiro, mas o deputado voltou a dizer que isso não mudará sua postura e que a troca apenas corrige uma “falta grave” com Minas, já que o PMDB local sempre indicou o dirigente máximo da estatal ― veja leitor como são tomadas as decisões importantes no governo e, mais uma vez, estufe orgulhosamente o peito, não só por ser brasileiro, mas também por ter ajudado a eleger essa cáfila de fisiologistas.

Na quarta-feira, Temer tem outra provação: aprovar a reforma trabalhista no plenário do Senado ― o que, de certa forma, é seu principal trunfo para permanecer no cargo. O Planalto conta com 48 dos 81 votos, e precisa apenas de 41 (maioria simples), ou seja, 41 votos, mas prevê cinco “traições”, o que deixaria o projeto no limite de não ser aprovado ― volto a chamar a atenção do leitor para a sobreposição do “jogo político” ante os interesses da nação, pois é nítido que os parlamentares definem seus votos ao sabor de suas conveniências pessoais.

A rigor nenhuma bancada dos 10 principais partidos da base aliada, que reúnem 327 dos 513 deputados, fechou apoio ao presidente contra a denúncia da PGR. Reuniões devem acontecer ao longo desta semana para definir o posicionamento a ser adotado, e o clima é de incerteza. Nem mesmo o PMDB fechou questão, de modo que cada um dos 63 deputados federais do partido poderá votar “de acordo com sua consciência” (e lá político tem consciência?). Mais crítica ainda é a situação do PSDB, que conta com 46 parlamentares: 6 dos sete deputados que integram a CCJ devem votar pela aceitação da denúncia. Até mesmo o líder do DEM ― partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que se mostra cada vez “menos aliado” ao presidente ― evitou fazer uma defesa enfática de Temer. Segundo ele, o partido vai reunir a bancada para tirar uma posição somente após ouvir a versão da defesa, pois até agora “só se conhece a versão da acusação por meio da denúncia enviada apresentar pela PGR”.

A denúncia chegou à Câmara na quinta-feira passada. Após a defesa se manifestar, haverá cinco sessões para o deputado que for designado relator apresentar seu parecer. Em seguida, o processo vai ao plenário. Para que o STF dê seguimento ao caso, são necessários os votos de 342 deputados.

Resta-nos estufar o peito e acompanhar o desenrolar dos acontecimentos.

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terça-feira, 27 de junho de 2017

VOCÊ CONHECE SEU PC?

SOBRE DILMA: A PIOR COISA DO MUNDO É UMA INCOMPETENTE COM INICIATIVA.

Ninguém precisa ser chef de cuisine para preparar uma macarronada, nem engenheiro mecânico para dirigir um automóvel. Aos PCs, aplica-se o mesmo raciocínio, embora houve tempos em que operar um microcomputador não era para qualquer um, notadamente quando não havia interface gráfica e tudo era feito a partir do prompt de comando. Aliás, se você chegou a usar o velho o velho MS-DOS, clique aqui para matar as saudades ― se não for dessa época, clique assim mesmo e leia também as postagens subsequentes, pois o link em questão remete ao capítulo de abertura de uma sequência sobre o Windows e sua evolução através dos tempos.

Voltando à premissa inicial, mesmo um motorista amador precisa saber que é fundamental checar os níveis do fluído de arrefecimento e do óleo do motor regulamente, bem como calibrar os pneus semanalmente, e que, se adquiriu um veículo popular, não deve esperar a performance de uma Ferrari. Mutatis mutandis, dá-se o mesmo com o computador, daí a importância de você escolher uma máquina adequada a seu perfil de usuário, porque levar em conta apenas no preço (no menor preço, para ser mais exato) é insatisfação garantida sem dinheiro de volta. Mas vamos por partes.

Chamamos computador a um dispositivo eletrônico capaz de manipular informações sob a forma de dados digitais. E apesar de realizar cálculos monstruosos em frações de segundo, esse prodígio da tecnologia moderna só é capaz de “entender” linguagem de máquina ― enormes sequências de zeros e uns ―, já que tudo o que ele processa, lê e grava (de letras, símbolos e algarismos a músicas, imagens, vídeos e instruções operacionais) é representado através da notação binária, onde o bit (forma reduzida binary digit) é a menor unidade de informação que o computador consegue manipular, e pode representar apenas dois estados opostos ― fechado/aberto, desligado/ligado, falso/verdadeiro, etc. ―, que, por convenção, são expressos pelos algarismos 0 e 1. Para economizar tempo e espaço, não vou descer a detalhes sobre esse assunto; quem quiser saber mais a respeito pode clicar aqui para acessar uma abordagem detalhada, mas em linguagem simples, de fácil compreensão.

Deixando de lado o informatiquês que tanto atazana a vida dos leigos e iniciantes, podemos definir o computador como um aparelho baseado em dois segmentos distintos, mas interdependentes: o hardware e o software. Numa definição jocosa que remonta aos primórdios da informática, o hardware é aquilo que o usuário chuta, e o software, aquilo que ele xinga. Colocando de outra forma, o primeiro remete à parte física do sistema computacional (o gabinete e seus componentes internos, periféricos como o monitor, o mouse, o teclado, etc.), e o segundo corresponde ao sistema operacional e demais programas (navegador de internet, processador de textos, cliente de correio eletrônico, etc.).

No léxico da informática, o termo programa designa um conjunto de instruções em linguagem de máquina que descreve uma tarefa a ser realizada pelo computador, e pode referenciar tanto o código fonte, escrito em alguma linguagem de programação, quanto o arquivo executável que contém esse código. O sistema operacional também é um programa, conquanto seja tido e havido como uma espécie de software-mãe, pois cabe a ele gerenciar o hardware e o software, prover a interface entre o usuário e a máquina (e vice-versa) e servir como base para a execução dos demais programas (aplicativos, utilitários, etc.).

Para evitar que este texto se prolongue demais, a continuação fica para a próxima postagem.

LULA PRESTES A SER CONDENADO E TEMER DENUNCIADO

O grande chefe da ORCRIM, na definição do procurador Deltan Dallagnol, ficou meio que esquecido depois que o presidente Michel Temer foi acusado de ser o chefe da quadrilha mais perigosa do Brasil. Aliás, tanto ele quanto sua nefasta pupila foram lembrados na apocalíptica delação da JBS, notadamente pelos US$150 milhões que teriam bancado suas campanhas. Só que as denúncias contra Temer e as benesses concedidas a Joesley e companhia pela PGR roubaram a cena e relegaram o deus pai da petralhada a uma posição secundária. Agora, porém, a coisa deve mudar de figura.

Nesta segunda-feira, o juiz Moro sentenciou Antonio Palocci a 12 anos e 2 meses de prisão, e deve julgar a qualquer momento a ação em que Lula é acusado de receber benefícios espúrios da OAS de Leo Pinheiro (representados pela emblemática cobertura tríplex no Guarujá e pelo pagamento do transporte e armazenamento da pilhagem que o ex-presidente trouxe de Brasília quando deixou o Palácio do Planalto). Na sentença em que condenou o ex-ministro petista, Moro citou Lula 68 vezes, na maioria delas em transcrições de depoimentos usados como prova para estipular as penas impostas aos réus. Num desses trechos, o magistrado escreveu: 

Percebe-se ainda que ‘Italiano’ é a pessoa com acesso ao então Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que é também o caso de Antônio Palocci Filho (...) Chama ainda a atenção a referência de que, apesar do veto, seriam cogitadas alternativas junto ao então Presidente, ‘tributárias e ou com a Petrobrás’, para compensar o Grupo Odebrecht, prova da intenção de solicitação de contrapartida ilegal em favor dele por parte do Governo Federal”.

Palocci, vale lembrar, mostrou-se propenso a municiar a Lava-Jato com informações e documentos que, segundo ele, garantiriam mais um ano de trabalho aos procuradores, mas ainda não formalizou seu acordo de colaboração premiada. Na sentença, Moro mencionou que essa oferta se destinava mais a constranger outros réus e investigados na Lava-Jato do que propriamente a contribuir com a Justiça. Agora, porém, a condenação pode servir de estímulo para a delação, e aí a situação dos ex-presidentes petralhas tende a se complicar.

Vale lembrar também que a defesa de Lula, sem argumentos fáticos para contestar as acusações, tem sido useira e vezeira em tentar desqualificar o trabalho do MPF e em criar embaraços e protelações, chegando mesmo a pedir ― sem sucesso ― que os processos contra seu cliente fossem retirados do juiz Sérgio Moro. Mas talvez o magistrado seja o menor dos problemas do petralha. Segundo O Antagonista, uma reportagem da Folha sobre os juízes “linha-dura” da 8ª Turma do TRF-4, que revisa as decisões da 13ª Vara Federal de Curitiba, é de fazer o molusco arrancar os cabelos. Quase metade das penas dadas por Moro foram aumentadas na segunda instância, algumas delas em mais de dez anos. Na quarta-feira (21), por exemplo, o processo contra Gerson de Mello Almada, ex-sócio da Engevix, chegou à Turma com uma condenação a 19 anos de reclusão e saiu com uma pena de 34 anos e vinte dias. Lula é feliz com Moro e não sabe.

Complicada, também, é a situação de Michel Temer, a quem só resta a retórica vazia para tentar convencer as Velhinhas de Taubaté de que seu governo está firme e forte. “Nada nos destruirá”, disse ele, enfático, às vésperas da denúncia de Janot.

Observação: Na noite de ontem, Janot denunciou o presidente da República e seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures por corrupção passiva. O ministro Fachin, relator da Lava-Jato no STF, deverá enviar a acusação para a Câmara, onde será votada em plenário. Caso 342 dos 513 deputados votem contra o presidente, a denúncia voltará para o Supremo, que decidirá se afasta o presidente ― já na condição de réu ― por até 180 dias ou até decisão final do processo, o que ocorrer primeiro. Estrategicamente, Janot preferiu fatiar a denúncia em três partes e apresentar as outras duas (por obstrução de justiça e organização criminosa) nos próximos dias. Para ler na íntegra a primeira delas, clique aqui.

Quase 24 horas depois que as primeiras informações sobre a delação de Joesley Batista vieram a público, Temer afirmou, em pronunciamento à nação, que o inquérito no supremo seria o território onde surgiriam as provas de sua inocência, e que exigiria pronta e rápida apuração dos fatos. Palavras ao vento, como se viu mais adiante, pois o que o presidente vem fazendo desde então é usar todos os meios disponíveis para barrar o processo, distribuindo, inclusive, cargos e verbas em troca de apoio dos parlamentares (vale reforçar que, para se livrar desse imbróglio, Temer não precisa de 171 votos a seu favor. O que ele precisa  impedir que 342 deputados votem contra ele, o que, convenhamos, é bem mais fácil).

Resumo da ópera: Ao que tudo indica, pela primeira vez na nossa história teremos ― e na mesma semana ― um presidente da República formalmente denunciado pelo MPF durante o exercício do mandato e um ex-presidente da República condenado na Justiça Penal.

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terça-feira, 20 de junho de 2017

AINDA SOBRE O DESEMPENHO DO WINDOWS 10

A MANOBRA CONTRIBUI PARA A LIBERDADE DE AÇÃO E REDUZ AS PRÓPRIAS VULNERABILIDADES.

Antes de abordar o Superfetch ― que seria o tema alvo desta postagem ―, eu achei por bem relembrar alguns conceitos importantes. Acompanhe:

PCs da mesma marca e modelo têm configurações de hardware semelhantes, mas podem se comportar de maneira distinta porque o desempenho de cada um depende em grande medida da configuração do Windows, da quantidade de aplicativos instalados, da maneira como eles são inicializados, da regularidade com que são feitas as manutenções preventivo-corretivas e por aí vai.

Modelos de entrada de linha costumam integrar componentes de baixo custo ― processadores chinfrins e memória RAM genérica e em quantidade aquém das reais necessidades do aparelho ― o que impacta negativamente no desempenho do sistema. Na esteira da evolução do hardware, o software foi se tornando cada vez mais exigente. Veja que, enquanto o Win95 rodava com apenas 8MB de RAM, o Ten de 32-bit pede 1GB (para as versões de 64-bit, a Microsoft recomenda 2GB). Ainda assim, se você está pensando em trocar seu PC, assegure-se de que o novo venha com pelo menos 4GB de memória.

Conforme a gente já discutiu uma porção de vezes, o processador é o cérebro do computador, mas uma configuração equilibrada faz toda a diferença. Isso porque de nada adianta ter uma CPU de ponta sem que haja contrapartida das memórias HDD. Aliás, isso nos remete a duas analogias simpáticas, que meus leitores habituais já conhecem, mas que eu repito em atenção aos que caíram aqui por acaso ou que passaram a me acompanhar há pouco tempo. Vamos a elas:

Na primeira, eu comparo o PC a uma orquestra, onde o processador faz o papel de maestro, e saliento que uma boa apresentação depende não só de um regente competente, mas também de músicos qualificados, afinados e integrados entre si. Bons músicos podem até suprir ― ou disfarçar ― as limitações de um maestro chinfrim, mas não o contrário: por mais que o maestro se descabele, a incompetência da equipe comprometerá inexoravelmente o sucesso do concerto. Guardadas as devidas proporções, o mesmo se dá em relação ao PC, que depende de uma configuração equilibrada, com componentes adequados e bem dimensionados. Uma CPU será subutilizada se o subsistema de memórias for lento ― ou subdimensionado, situação em que o processador passa a depender da memória virtual, que é baseada no HDD (detalhes mais abaixo). E da feita que essa memória de massa é milhares de vezes mais lenta que a memória física, a conclusão é óbvia.

Moral da história: mais vale um sistema equilibrado, mesmo que com uma CPU mediana, do que um maestro de altíssimo gabarito regendo uma orquestra composta por elementos desafinados e mal-ajambrados.

A segunda analogia visa facilitar o entendimento da dinâmica entre o processador, as memórias e o disco rígido: Imagine o PC como um escritório e a CPU como um funcionário extremamente diligente, mas sem iniciativa própria. Durante o expediente, nosso hipotético funcionário atende a telefonemas, recebe e transmite informações e instruções, elabora cartas e relatórios, responde emails, e por aí afora ― tudo praticamente ao mesmo tempo. No entanto, quando algum elemento indispensável ao trabalho não está sobre a mesa, nosso pobre e assoberbado colaborador perde um bocado de tempo escarafunchando gavetas abarrotadas e estantes desarrumadas (quem mandou não desfragmentar o HDD?). E a situação fica ainda pior quando ele tem de abrir espaço na mesa (já atulhada) para acomodar outros livros e pastas, sem mencionar que, depois, será preciso arrumar tudo de novo antes de retornar à tarefa interrompida (aos desatentos, vale frisar que a escrivaninha corresponde à memória cache, as gavetas, à RAM; as estantes, ao HDD, e a “abertura de espaço”, à memória virtual).

Observação: Esses termos grafados em azul são hiperlinks clicáveis, e remetem a postagens ― ou sequências de postagens ― que tratam da memória RAM, do disco rígido e da memória virtual. Garanto a você que clicar neles não estraga sem mouse nem machuca sua mão. Portanto, a menos que você não tenha interesse pelo assunto, faça-o.

Para não espichar ainda mais este texto, o Superfetch fica para o próximo post.

QUASE LÁ.

Conforme eu relembrei recentemente, hoje, 20 de junho, termina o prazo concedido pelo juiz Sergio Moro para as defesas dos réus apresentarem suas razões finais no processo sobre o renegado tríplex do Guarujá ― como se costuma dizer, o sucesso tem muitos pais, mas o fracasso é órfão. Depois disso, os autos ficarão conclusos para sentença e, juntamente com outras seis ações da Lava-Jato que tramitam na 13ª Vara Federal de Curitiba, aguardarão a decisão do magistrado (que, ao todo, conduz 35 processos oriundos da Operação, sem mencionar duas denúncias do MPF ― uma contra Lula e outra contra Dirceu ― que ainda pendem de aceitação para se tornarem processos). Por lei, processos que envolvem réus presos tem prioridade sobre os demais ― como é o caso do tríplex, no qual Léo Pinheiro e corréu e está preso preventivamente desde setembro do ano passado ―, mas não há um prazo determinado para a prolação da sentença.

Segundo informações da Gazeta do Povo, a ação penal oriunda da Lava-Jato em trâmite há mais tempo na Justiça Federal e que aguarda decisão já tem mais de mil dias. A denúncia foi oferecida pelo MPF em abril de 2014 e envolve o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e três parentes dele, todos acusados de obstrução da Justiça ― aliás, um deles morreu em janeiro deste ano. Outro processo iniciado em 2014 (um mês depois da deflagração da Lava-Jato) e que também aguarda uma sentença de Moro envolve o doleiro Carlos Habib Chater. Além destes, pendem de decisão processos envolvendo o ex-ministro Antônio Palocci, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, os executivos da Andrade Gutierrez e o doleiro Alberto Youssef.

O tempo que o magistrado leva para avaliar cada processo varia caso a caso, conforme a complexidade, o número e a situação dos réus, e por aí afora. A sentença mais rápida determinada demorou apenas quatro meses, a contar da data da denúncia oferecida pelo MPF, e resultou na condenação do ex-deputado federal petista André Vargas a 14 anos e quatro meses de prisão. O publicitário Ricardo Hoffmann foi condenado a 12 anos e 10 meses e o irmão do ex-deputado, Leon Vargas, a 11 anos e quatro meses. A denúncia havia sido oferecida pelo MPF em maio daquele ano. O único que respondeu ao processo em liberdade foi Leon Vargas.

No outro extremo, o doleiro Raul Henrique Srour foi condenado a 7 anos e 2 meses de prisão depois de 2 anos 1 um mês contados a partir do oferecimento da denúncia. O processo mais antigo da Lava-Jato (ainda em tramitação) é contra a doleira Nelma Kodama, que cumpre prisão domiciliar depois de firmar um acordo de colaboração premiada. A denúncia foi oferecida em 10 de abril de 2014, e a última movimentação na ação se deu em novembro de 2015.

Outros nove processos iniciados em 2014 ainda tramitam sob os cuidados de Moro. Um deles envolve a família do ex-deputado federal José Janene, morto em 2010. Seis pessoas, incluindo a ex-mulher, um irmão e duas filhas de Janene respondem pelos crimes de lavagem de dinheiro. A denúncia foi oferecida em julho de 2014 e a última movimentação processual foi em novembro do ano passado. Como não há réus presos, não há estimativa de quando o processo pode chegar ao fim.

E Lula lá! Quanto antes, melhor.

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