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sexta-feira, 5 de maio de 2017

AINDA SOBRE A REMOÇÃO DO FUNDO DE IMAGENS

A POLÍTICA BRASILEIRA ESTÁ DE TAL FORMA CORROMPIDA QUE O ELEITOR SENTE QUE ERRA SEMPRE QUE VOTA, INDEPENDENTEMENTE DO CANDIDATO ESCOLHIDO.

Conforme prometido, retomo a questão da remoção do fundo de imagens à luz de um serviço online que oferece recursos semelhantes aos do Photoshop, mas que não custa um tostão e é fácil de usar ― quando se conhece o caminho das pedras, naturalmente. Aliás, trata-se de um editor online bem completo, mas eu não vou abordar seus demais recursos, pois isso fugiria ao escopo desta postagem. Então, vamos ao que interessa:

Para acessar o Photoshop Online, clique neste link (sugiro salvar o URL nos seus favoritos para acessar a página mais facilmente sempre que você quiser). Altere o idioma para Português (recomendável) e defina a origem da imagem ― supondo que ela esteja no seu computador, selecione a segunda das quatro opções disponíveis (oriente-se pela ilustração acima).

Observação: A primeira opção permite criar uma figura a partir do zero; a terceira, carregar as imagens a partir da URL e a quarta, importar a figura do Facebook, do Pixlr, etc.

Com a figura na tela de edição, dê duplo clique no pequeno cadeado da caixa Camadas para desbloquear o fundo da imagem (talvez seja necessário alterar o tamanho da janela do navegador para evitar que um anúncio do Google se sobreponha à caixa Camadas). Em seguida, use a varinha mágica para delimitar as áreas que deverão ficar transparentes. Ao final, pressione a tecla Delete e faça o download do resultado.

O procedimento requer alguns ajustes simples, mas que demandam um mínimo de familiaridade com o Editor. Como seria trabalhoso criar um passo-a-passo ilustrado, clique aqui para assistir a um vídeo que explica o processo tintim por tintim. Melhor que isso, só dois disso.  




PURGANTE SUPREMO

O efeito purgativo provocado pelas recentes decisões da 2ª Turma do STF se estendeu à já desmiolada militância petista, que viu a soltura provisória de José Dirceu como “uma vitória a ser comemorada” ― prova cabal que o laxante esvaziou a “cabeça de camarão” da patuleia ignara.

Em sua pretensa cruzada contra as prisões preventivas alongadas ― que vêm se mostrando fundamentais nas negociações de colaborações premiadas ― o ministro Gilmar Mendes iniciou seu voto afirmando tratar-se de “um caso complexo e triste da nossa história”, dando a impressão de que se referia ao maior escândalo de corrupção do país, mas não. Ele aludia ao fato de o guerrilheiro de festim estar preso desde agosto de 2015 sem que as sentenças condenatórias prolatadas pelo juiz Sérgio Moro terem sido confirmadas pelo TRF-4.

Dias Toffoli, ex-advogado do PT, também decidiu acudir o antigo companheiro. “A prisão preventiva não pode ser utilizada como um instrumento antecipado de punição”, afirmou sua excelência. E Ricardo Lewandowski foi além: “O risco de reiteração é remotíssimo”, delirou. “Não se pode impor ao paciente que aguarde preso indefinidamente eventual condenação no segundo grau de jurisdição”.

Como bem definiu o jornalista Augusto Nunes, a decisão por três votos a dois provou que o caminho mais curto entre uma cela e o portão de saída da cadeia começa e termina na sala em que delibera a 2ª Turma do STF. Na semana passada, esse atalho foi percorrido por Bumlai, o empresário vigarista que, no governo do amigo Lula, entrava sem pedir licença no gabinete mais importante do Palácio do Planalto. Condenado por gestão fraudulenta e corrupção passiva, o pecuarista mantém no baú dos pecados mortais um punhado de bandalheiras de altíssima voltagem ― sobre o assassinato do prefeito Celso Daniel, por exemplo, ele sabe muito mais do que a imprensa publicou ―, e vai esperar livre como um táxi a decisão em segunda instância por obra e graça da demoníaca trindade Mendes-Toffoli-Lewandowski.

No mesmo dia em que a segunda turma soltou o herói da petralhada, a primeira devolveu à cadeia o goleiro Bruno, condenado por assassinato triplamente qualificado, ocultação de cadáver e sequestro de menor. Bruno deu azar. Enquanto Bumlai e Dirceu já podem se dedicar em tempo integral a obstruir a Justiça e ocultar provas (ou destruí-las), ele terá de aguardar atrás das grades o julgamento do seu recurso. Se tivesse sido julgado pela outra turma, certamente seria abençoado pela trinca de togas compassivas, para a qual um dia na cadeia é infinitamente mais alongado do que um ano nas ruas. Afinal, meliante também é gente. E isto aqui é o Brasil.

Em tempo: Dirceu já foi condenado em dois processos no âmbito da Lava-Jato, cujas penas, somadas, passam de 32 anos de prisão (a primeira ação foi julgada há cerca de um ano e a segunda, em março passado). No mesmo dia em que o trio calafrio acolheu o pedido de habeas corpus do guerrilheiro de merda, o MPF ofereceu mais uma denúncia contra ele, que o juiz Moro pode aceitar a qualquer momento ―  e que pode resultar ou não resultar em novo pedido de prisão preventiva do petista. A primeira condenação (a 23 anos e 3 meses de prisão em regime fechado, que foram posteriormente reduzidos para 20 anos e 10 meses devido à idade de Dirceu, que é septuagenário) ocorreu em junho do ano passado, de modo que o TRF-4 deve confirmá-la em breve. Tão logo isso ocorra, o petralha perderá o direito de aguardar a decisão final da ação em liberdade e será devidamente reconduzido ao xilindró (de onde jamais deveria ter saído).

Agora as boas notícias: Antonio Palocci, o ex-todo-poderoso ministro dos governos petistas ― que, em depoimento ao juiz Moro, afirmou ter informações e provas que dariam pelo menos mais um ano de trabalho à Lava-Jato e chegou mesmo contratar o escritório de advocacia Adriano Bretas, especializado na negociação de delações premiadas com o MPF ― parece ter desistido de colaborar com a Justiça, estimulado pela soltura de seus comparsas. Só que Fachin negou liminarmente seu pedido de habeas corpus e enviou o julgamento não para a 2ª Turma, mas para o plenário da Corte. O despacho foi curto e não esclareceu o motivo dessa decisão, mas não é difícil inferir que, diante da divergência de entendimento entre as duas turmas, o ministro preferiu apostar suas fichas no apoio dos demais magistrados, já que o trio calafrio que integra sua turma certamente repetiria o que fez no julgamento do pedido de Dirceu. Na avaliação do jornalista Gerson Camarotti, do G1, a votação do habeas corpus de Palocci será muito apertada; a tendência é de que o desempate caiba à presidente Cármen Lúcia.

Agora, meus caros, vamos realmente conhecer o Supremo que temos.

Curiosidades: Segundo o Estadão, horas antes de o STF decidir soltar Dirceu, o petista já dava como certa a decisão a seu favor. O placar que ele antecipou a Paulo Rocha e Wilmar Lacerda, com quem conversou na manhã da última terça-feira, acabou se confirmando naquela tarde, incluindo os nomes dos ministros que votaram a seu favor. (Aqui entre nós, em se tratando daqueles ministros, eu não esperava nada diferente, embora alimentasse a esperança de estar errado). Outra: Em seu primeiro jantar fora do Complexo Médico-Penal de Pinhais, Dirceu resolveu comer... pizza!

E como hoje é sexta-feira:


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