O SUCESSO NORMALMENTE VEM PARA QUEM ESTÁ OCUPADO DEMAIS PARA PROCURAR POR ELE.
Softwares são escritos por pessoas, e pessoas são seres
falíveis. Daí não existirem programas de computador totalmente livres de bugs (erros de programação) e,
consequentemente, a indústria do software considerar “aceitável” a ocorrência “x”
falhas a cada “y” linhas de código.
Quanto mais complexo for o programa, mais linhas de
código ele terá e maior será a incidência de erros de programação. A título de
ilustração, o Office 2013 é
formado por 50 milhões de linhas e o Mac OS X Tiger, por quase 90 milhões. Não é difícil imaginar o tamanho da encrenca.
Ainda que partam do projeto (fase alfa) e burilem o software etapa por etapa (beta, closed beta, open beta, e release candidate) até a versão gold (comercial), os desenvolvedores não estão livres de cometer erros pontuais.
A maioria desses
erros é identificada pelo controle de qualidade, mas pode acontecer
de um bug passar batido e vir a ser descoberto depois do lançamento comercial do software. Nesse caso, desenvolvedores responsáveis se apressam a
criar as devidas correções e disponibilizá-las através de patches (remendos) ou de atualizações de versão, conforme o ponto do ciclo de vida em que o programa
se encontra.
Correções “a posteriori” geram custos e
tendem a comprometer a imagem dos fabricantes. Sem falar no risco de a emenda sair
pior que o soneto — como já aconteceu com alguns “pacotes cumulativos mensais” da Microsoft, que tiveram “efeitos colaterais” imprevistos e indesejados.
Para além disso, todos os updates semestrais que a empresa lançou
desde 2015, quando passou a comercializar o Windows como
serviço, continham bugs e aporrinharam, em maior ou menor grau, um
número significativo de usuários.
Antigamente, isso não acontecia com tanta frequência. Nem poderia. Até 2015, a Microsoft lançava novas versões do Windows em intervalos de 2 a cinco anos e, além do Patch Tuesday (pacote de correções liberado mensalmente, sempre na segunda terça-feira, como o próprio nome sugere), havia somente os service packs, que funcionavam como mini atualizações de versão.
Os SPs incluíam todas as atualizações/correções lançadas para determinada versão do Windows desde seu lançamento (ou do lançamento do service pack anterior), e não raro acrescentavam novos recursos e funções ao sistema. Mas é preciso ter em mente que mesmo XP, a despeito se ser a versão mais longeva do Windows, tendo sido suportado pela Microsoft durante 13 anos, foi alvo de apenas 3 service packs (média de um para cada 3 anos e 3 meses de seu ciclo de vida).
Basta comparar essa periodicidade com a semestralidade das atualizações de qualidade que a Microsoft disponibiliza para o Win 10 desde o primeiro aniversário do lançamento do sistema como serviço para entender o que eu quero dizer.
Continua...