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sábado, 5 de outubro de 2024

A CAIXA DE PANDORA — O MITO E A REALIDADE (CONCLUSÃO)

LASCIATE OGNI SPERANZA VOI CHE ENTRATE

 

No Brasil, os chefes do Executivo federal, estadual e municipal são eleitos em dois turnos. Caso nenhum candidato obtenha mais de 50% dos votos válidos no primeiro turno, os eleitores voltam às urnas para escolher entre os dois mais votados. 

No primeiro turno, um eleitor que não vota no candidato com quem tem mais afinidade porque o dito-cujo está mal colocado pesquisas eleitorais é um idiota. Mas o que esperar de um eleitorado com Q.I. de ameba e lobotomizado pela polarização?

Pesquisas de intenções de voto devem ser vistas com reservasEm 2018, todas apontavam a vitória de Haddad e a eleição de Dilma para o Senado, mas Bolsonaro foi eleito e a mulher sapiens ficou em quarto lugar. Dias após o primeiro turno, eu cantei essa bola. Não por ser clarividente, mas porque o capetão obteve quase o dobro dos votos do bonifrate de Lula, e todos os candidatos à Presidência que chegaram ao segundo turno na dianteira até então acabaram sendo eleitos. 
 
Pandora abriu sua caixa uma vez, mas os brasileiros borrifam desgraças em si mesmos a cada dois anos. Em 2018, preferindo errar com convicção a tentar acertar, despacharam Bolsonaro e Haddad para o segundo turno, embora pudessem testar Geraldo Alckmin (ainda tucano), Henrique Meirelles, João Amoedo, ou mesmo Ciro Gomes (afinal, situações desesperadoras justificam medidas desesperadas). E deu no que deu. 

Em 2022, podendo dar uma chance a Simone Tebet, Felipe D'Ávila ou Ciro, a récua de muares votou a escolher a execrável "dupla de dois". Lula, já "descondenado", não precisou de preposto e se beneficiou da gestão desastrosa de seu antecessor. E deu no que está dando: enviado pela terceira vez ao Planalto, o petista levou na bagagem a corja mensaleira e petroleira que havia submergido no auge da Lava-Jato. A (indi)gestão em curso só não é pior que a anterior porque nada pode ser pior que o refugo da escória da humanidade. Mas o páreo é duro. 

Diz a sabedoria popular que cada povo tem o governo que merece. Sob Bolsonaro, o "centrão" transformou a ocupação do Orçamento num processo de bolsonarização das instituições. Lula escapou do mensalão, tropeçou no Petrolão e foi libertado da prisão, mas segue refém do Imperador da Câmara. Tanto nhô-ruim como nhô-pior são meros agentes transmissores de um mal maior. 
 
Comparado aos vexames que Bolsonaro fez o Brasil passar no exterior, um espirro que Lula desse no microfone da ONU soaria como um esguicho de bom senso. Foi assim na cerimônia de abertura no ano passado, mas as diferenças ficaram menos evidentes neste ano. 

De volta ao mesmo púlpito, com o dedo e riste e a voz roufenha, o Sun Tzu de fancaria discursou como discursa para os ignorantes que o endeusam. Falou sobre meio ambiente enquanto as queimadas estragavam o ambiente inteiro de seu discurso. Não repetiu o ridículo de seu antecessor, que culpava os indígenas, a imprensa e as ONGs pelo fogo, mas foi compelido a reconhecer que os incêndios na Amazônia dizimaram cinco milhões de hectares só no mês de agosto. 
 
Lula lamentou a falta de perspectiva de paz na Ucrânia e a crise humanitária em Gaza e na Cisjordânia, lastimou a expansão do conflito para o Líbano, avaliou que resposta de Israel ao Hamas tornou-se "punição coletiva para o povo palestino" e voltou a criticar o embargo econômico dos EUA a Cuba. Mas não deu um único pio sobre as violações aos direitos humanos na Venezuela do tirante-companheiro Nicolás Maduro.
 
Lamúrias não ornam com a pretensão de liderar o debate sobre a emergência climática, e um chefe de Estado que silencia sobre as atrocidades cometidas em um país vizinho não pode ser levado a sério quando palpita sobre perversões que enxerga na Europa, no Oriente Médio e na América do Norte. Antes de atuar como professor do mundo, Lula deveria extrair lições de suas próprias contradições.
 
A raiz da degeneração da nossa democracia é profunda. Apesar dos avanços obtidos com a redemocratização, o Brasil não progrediu graças aos governantes, mas apesar delesA conivência, mesmo dos menos desonestos, permitiu que a corrupção se disseminasse por todas as esferas do poder

A vida ensina que a primeira regra dos buracos é "quem cair dentro de um deve parar de cavar", mas o povo brasileiro, habituado ao precipício, prefere jogar mais terra por cima. Brecht ensinou que o pior analfabeto é o analfabeto político, que se orgulha de ignorar a política sem se dar conta de que da sua ignorância nasce o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio dos exploradores do povo, e Churchill, que a democracia é "a pior forma de governo afora todas as outras".

A lição do dramaturgo alemão fazia sentido na época em que ele caminhava entre os vivos; hoje, qualquer pessoa que tenha dois neurônios funcionais percebe que não precisa dos políticos para viver e que viveria melhor sem eles. Quanto ao ensinamento do estadista britânico, quem apoiou as Diretas Já, festejou a vitória Tancredo, lamentou sua morte e se decepcionou com a redemocratização  como é o caso deste que vos fala  endossa o que disseram Pelé e Figueiredo sobre misturar brasileiros com urnas em eleições presidenciais.

Numa democracia de respeito, eleger o chefe do Executivo pelo voto direto é a expressão suprema da soberania popular; num país como o nosso, onde o voto é obrigatório dos 18 aos 70 anos, falar em "festa da democracia" é gozação. Nossas eleições deveriam ser uma ação de cidadãos racionais e interessados, mas nosso eleitorado jamais se notabilizou pela capacidade cognitiva e incorporou a desinformação e a ignorância que norteiam desde sempre seu comportamento nas urnas. E vale tudo para se aproveitar dos mais despreparados e menos qualificados, até mesmo levar urnas aos confins da selva amazônica para que silvícolas que sequer falam português exerçam o "sagrado direito do voto". 
 
Às vésperas de completar 18 anos, minha prioridade era a carteira de habilitação; alistamento militar e título de eleitor, meros inconvenientes que vinham no pacote da maioridade. Votei pela primeira em 1978, quando os generais ainda ditavam as regras e os governadores e parte dos parlamentares eram "biônicos" (indicados pela alta cúpula militar). 
Em 1989, votei em Mario Covas no primeiro turno e em Collor no segundo, mas só porque a alternativa era Lula, e Lula não era uma alternativa. 

Muita coisa mudou desde então, incluindo a mentalidade dos adolescentes. Mas esse empenho dos políticos pela participação dos "eleitores facultativos" é eminentemente oportunista, sobretudo em tempos de polarização, quando se mais com o fígado do que com a razão.
 
Às vésperas das eleições municipais, os paulistanos estão novamente numa sinuca de bico. Votar em Tábata Amaral é escolher o mal menor – a despeito do que eu disse sobre "voto útil", Datena tem menos chances de se eleger do que eu de ser ungido papa. A deputada
 está longe de ser a candidata dos sonhos dos paulistanos minimamente esclarecidos, mas votar nos afilhados de Bolsonaro e de Lulaou no franco-provocador despirocado Pablo Marçal, é insanidade em estado bruto. 

Sempre se pode votar em branco ou anular o voto, mas eu acho melhor aproveitar o fim de semana para tomar um chopp à beira-mar e acompanhar a apuração pela TV. 

Observação: O voto em branco indica que o eleitor não se identifica com nenhum candidatos, mas não é considerado na contagem. Já o voto nulo é um protesto mais explícito  mas é mito que 50% + 1 votos nulos anulam a eleição. Não comparecer às urnas, por sua vez, é uma forma de protestar contra o sistema como um todo, embora muitos a vejam como desinteresse ou alienação política.
 
Pandora abriu sua caixa movida pela curiosidade, mas os brasileiros o fazem por cegueira mental. Não há outra explicação para um ex-presidente semianalfabeto, que foi réu em duas dúzias processos criminais, condenado a mais de 20 anos de reclusão, solto e reabilitado politicamente graças a uma tecnicidade claramente fabricada por togas camaradas, voltar a presidir o país que ele e seus comparsas foram acusados de assaltar.
 
Nossa caixa de Pandora será reaberta amanhã (alea jacta est!). As pesquisas indicam que Nunes, Boulos e Marçal estão tecnicamente empatados. O
 tanto de votos que o franco-provocador obtiver espelhará o número de eleitores que, como ele, têm a cabeça cheia de merda. 

A exemplo do escorpião da fábula, Marçal é incapaz de agir contra sua própria natureza. A despeito da cadeirada, voltou a trocar insultos com Nunes, responder com embromação a indagações objetivas de especialistas e eleitores, cutucar Boulos e Datena com provocações subliminares e, numa tabelinha com Marina Helena, defender a atuação anticientífica de Bolsonaro na pandemia de Covid. Enquanto os prefeitáveis brigam entre si, dois milhões de cidadãos brasileiros residentes de São Paulo não têm o que comer. 

Nosso maior problema é o eleitorado (vide postagem anterior). Uma ampla reforma política ajudaria um bocado, mas como esperar que os fisiologistas corruptos que dominaram a "res publica" contrariem os próprios interesses? Qual força popular poderia, em nome da decência, reverter o fiasco da nossa democracia? Como diria Bob Dylan, the answer, my friend, is blowing in the wind.
 
Considerando que a esperança ficou presa no fundo da caixa, talvez seja a hora de votar nas putas. Está visto que continuar elegendo os filhos delas jamais fará com que o Brasil reencontre seu norte.

sexta-feira, 4 de outubro de 2024

A CAIXA DE PANDORA — O MITO E A REALIDADE

NÃO ESPEREIS O JUÍZO FINAL; ELE SE REALIZA TODOS OS DIAS.

 

"Abrir a Caixa de Pandora" é uma metáfora para ações que desencadeiam consequências maléficas e irreversíveis. 

Segundo a mitologia grega, Pandora ("aquela que tem todos os dons") foi criada por Hefesto e Palas Atena a mando de Zeus, que queria castigar Prometeu ("aquele que pensa antes") por roubar o fogo dos deuses e dá-lo aos homens. 

Depois de ganhar um dom de cada divindade de Olimpo, Pandora recebeu de Zeus uma caixa que jamais deveria ser aberta e a missão de seduzir Epimeteu ("aquele que pensa depois"). Encantado com a beleza da moça e ignorando as advertências do irmão, Prometeu, sobre aceitar presentes do deus dos deuses, Epimeteu tomou a moça como esposa (e eu que achava que "presente de grego" tinha a ver com a lenda do Cavalo de Troia). 
 
Quando criou a mulher, Deus também criou a curiosidade. A curiosidade levou Pandora a abrir a caixa e libertar todos os males que recaíram sobre a humanidade. Mas a esperança, que é "a última que morre", ficou presa no fundo da caixa, talvez para nos dar forças para lutar contra as adversidades, mesmo que o mal muitas vezes vença o bem.
 
Revisito essa fábula por três motivos: 1) sempre gostei de mitologia; 2) muita gente usa essa metáfora sem saber sua origem; 3) insistir no erro esperando produzir um acerto é a melhor definição de imbecilidade que eu conheço. 
 
Em momentos distintos da ditadura, Pelé e o general Figueiredo alertaram para o perigo de misturar brasileiros com urnas em eleições presidenciais. Ambos foram muito criticados, mas o tempo provou que eles estavam certos. O eleitores fazem nas urnas, a cada dois anos, o que Pandora fez uma única vez. Só que não por curiosidade, e sim por ignorância. E como ensinou o Conselheiro Acácio (personagem do romance O Primo Basílio), as consequências vêm sempre depois. 
 
A ditadura militar resultante do golpe de 1964 durou 21 longos anos. A reabertura, lenta e turbulenta, não se deveu ao "espírito democrático" dos presidentes-generais Geisel e Figueiredo, mas ao ronco das ruas e à pressão da imprensa, que se intensificaram em 1984, depois que uma manobra de bastidor sepultou a emenda Dante de Oliveira

Em janeiro do ano seguinte, Tancredo Neves derrotou Paulo Maluf por 480x180 votos de um colégio eleitoral formado por 686 deputados, senadores e delegados estaduais. A exemplo da Viúva Porcina (aquela que foi sem nunca ter sido), Tancredo entrou para a história como nosso primeiro presidente civil desde João "Jango" Goulart, mas baixou ao hospital horas antes da cerimônia de posse e morreu 38 dias e 7 cirurgias depois.

A raposa mineira levou para a sepultura a esperança de milhões de brasileiros e deixou de herança um neto que envergonharia o país e um mix de puxa-saco dos militares, oligarca da politica de cabresto nordestina, escritor, poeta e acadêmico que se chamava José Ribamar Ferreira de Araújo Costa, mas era conhecido como José Sarney

Sem o carisma e o traquejo administrativo do finado, Sarney tentou descascar o formidável abacaxi econômico (inflação, dívida externa e desemprego nas alturas) através de uma série de pacotes de medidas econômicas baseadas no congelamento de preços e salários. Ao final de sua aziaga gestão, a inflação estava em 4.853% ao ano, mas os prefeitos haviam voltado a ser eleitos diretamente, a Constituição Cidadã fora promulgada (aumentando de 4 para 5 a duração de seu mandato) e a primeira eleição presidencial direta desde 1960, realizada.   
 
Em 15 de novembro de 1989, o cardápio de postulantes ao Planalto oferecia 22 opões, incluindo Ulysses Guimarães, Mário Covas e Leonel Brizola. E o que fez esclarecido eleitorado ao quebrar o jejum de urna de 29 de urna? Escalou Lula e Fernando Collor para disputar o 2º turno. O caçador de marajás de mentirinha venceu o desempregado que deu certo, mas o envolvimento no esquema PC lhe rendeu um impeachment.
 
Observação: Em maio do ano passado, o STF condenou Collor a 8 anos e 10 meses de reclusão, mas ele continua livre, leve e solto graças a um pedido de vista apresentado pelo ministro Dias Toffoli na véspera do último carnaval. Em contrapartida, qualquer "reles mortal" que acessar o Xwitter durante a suspensão ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes corre o risco de ser multado em R$ 50 mil. Dá para acreditar numa coisa dessas?
 
Com a deposição do Rei-Sol, o baianeiro e namorador Itamar Franco foi promovido a titular, nomeou Fernando Henrique ministro da Fazenda e editou o Plano Real, cujo sucesso pavimentou o caminho que levou o grão-duque tucano a vencer o pleito presidencial de 1994 no 1º turno. Em 1997, picado pela mosca azul, sua alteza comprou a PEC da reeleição

Como quem parte, reparte e não fica com a melhor parte é burro ou não tem arte, o tucano de plumas vistosas disputou a reeleição em 1998 e foi eleito no 1º turno, mas em 2002, sem novos truques para tirar da velha cartola, não conseguiu eleger seu sucessor.
 
Após três derrotas consecutivas, Lula venceu José Serra e deu início aos 13 anos, 4 meses de 12 dias de lulopetismo corrupto que só foi interrompidos em 2016, com o impeachment de Dilma Rousseff, a inolvidável gerentona de araque

Num primeiro momento, a troca de comando pareceu uma lufada de ar fresco numa catacumba: depois de mais de uma década ouvindo garranchos verbais de um ex-retirante semianalfabeto e frases desconexas de uma mandatária incapaz de juntar lé com cré numa frase que fizesse sentido, ter um presidente que sabia falar – e que até usava mesóclises – era um refrigério.
 
Temer conseguiu reduzir a inflação (que havia retornado firme e forte sob Dilma) e aprovar o Teto de Gastos e a Reforma Trabalhista, mas seu prometido "ministério de notáveis" se revelou uma notável agremiação de corruptos e sua "ponte para o futuro", uma patética pinguela. 

A conversa de alcova gravada à sorrelfa por Joesley Batista só não derrubou o vampiro do Jaburu porque sua tropa de choque – capitaneada pelo deputado Carlos Marun – comprou votos das marafonas da Câmara para escudá-lo das "flechadas de Janot". Apesar do desgaste, o nosferatu claudicou como "pato manco" até o final do mandato-tampão e transferiu a faixa para Jair Bolsonaro. 
 
Sem a proteção do manto presidencial, o vampiro que tinha medo de fantasma chegou a ser preso, mas foi socorrido pelo desembargador Ivan Athié, então presidente da 1ª Turma do TRF-2, que havia sido afastado do cargo durante 7 anos por suspeitas de corrupção e venda de sentenças, mas fora reintegrado em 2011, quando o STF trancou o processo contra ele. E viva a Justiça brasileira!
 
Ao acompanhar o golpe de Estado que levou Napoleão III ao poder, Karl Marx concluiu que a história acontece como tragédia e se repete como farsa. O Barão de Itararé dizia que político brazuca é um sujeito que vive às claras, aproveita as gemas não despreza as cascas, e o saudoso maestro Tom Jobim (que era brasileiro até no nome), ensinou que o Brasil não é para principiantes. E com efeito. 
 
Em 2018, havia 13 postulantes ao Planalto. Nenhum deles empolgava, é verdade, mas por que se arriscar a acertar com Geraldo Alckmin, Álvaro Dias, Henrique Meirelles ou João Amoedo quando se podia pode errar com certeza escalando para o embate final um mau militar e parlamentar medíocre travestido de "outsider antissistema" e um patético bonifrate do então ex-presidiário mais famoso do Brasil?

Em 2022, as opções era ainda menos atraentes, sobretudo depois que o "establishment" eliminou Sergio MoroJoão Dória e Eduardo Leite da quimérica "terceira via". Mas, de novo, por que correr o risco de acertar votando em Simone Tebet, em Felipe D'ávilaou mesmo em Ciro Gomes (situações desesperadoras justificam medidas desesperadas) quando se podia errar com certeza despachando Lula e Bolsonaro para o 2º turno?
 
Tanto num caso como no outro a maldita polarização fez com que tanto a merda quanto as moscas fossem as mesmas. A diferença foi que em 2018 a parcela minimamente pensante do eleitorado se viu obrigada a apoiar o ex-capitão para evitar que o país fosse presidido pelo fantoche do presidiário, e em 2022, embarcar na falaciosa "Frente Democrática", capitaneada pelo então ex-presidiário "descondenado" para evitar mais 4 anos (ou sabe Deus quantos) sob a batuta do refugo da escoria da humanidade.
 
Há males que tempo cura e males que vêm para pior e com o passar do tempo. Lula 3.0 é uma reedição piorada das versões 1 e 2, e como como nada é tão ruim que não possa piorar, o macróbio petista cogita disputar a reeleição em 2026 (que os deuses nos livrem tanto dessa desgraça quanto da volta do capetão-golpista).
 
As consequências da inconsequência do eleitorado tupiniquim são lamentados todos os dias, inclusive por quem abriu a Caixa de Pandora achando que estava escolhendo o menor de dois males, mas isso só se justifica quando e se não há outra opção. E tanto em 2018 quanto em 2022 havia alternativas; só não viu quem não quis ou não conseguiu porque sofre do pior tipo de cegueira que existe. 
 
Observação: Um levantamento feito pelo portal g1 apurou que 61 pessoas com mandados de prisão em aberto (leia-se fugitivos da polícia) se candidataram a prefeito ou a vereador nas eleições deste ano. A maioria dos casos envolve dívida de pensão alimentícia, mas há suspeitos de estelionato, roubo, homicídio e estupro. 
 
Reza uma velha (e filosófica anedota) que Deus estava distribuindo benesses e catástrofes naturais pelo mundo que acabara de criar, quando um anjo apontou para o que seria futuramente o Brasil e perguntou: "Senhor, por que destinastes a essa porção de terra clima ameno, praias e florestas deslumbrantes, grandes rios e belos lagos, mas não desertos, geleiras, vulcões, furações ou terremotos?" E Deus respondeu: "Espera para ver o povinho filho da puta que vou colocar aí."
 
Políticos incompetente e/ou corruptos que ocupam cargos eletivos não brotam nos gabinetes por geração espontânea; se eles estão lá, é porque foram eleitos por ignorantes polarizados, que brigam entre si enquanto a alcateia de chacais se banqueteia e ri da cara deles. 
 
Einstein achava que o Universo e a estupidez humana eram infinitos, mas salientou que, quanto ao Universo, ele ainda não tinha 100% de certeza. Alguns aspectos de suas famosas teorias não sobreviveram à passagem do tempo, mas sua percepção da infinitude da estupidez humana merece ser bordada com fios de ouro nas asas de uma borboleta. 
 
Não há provas de que boas ações produzam bons resultados – a "lei do retorno" é mera cantilena para dormitar bovinos – mas sabe-se que más escolhas costumam gerar péssimas consequências, como prova e comprova a história desta republiqueta de bananas: nossa independência  foi comprada, a Proclamação da República foi um golpe militar (o primeiro de muitos), o voto é um "direito obrigatório", nossa democracia é uma piada e o sistema político está falido. 
 
Desde 1889, 35 brasileiros alcançaram a Presidência pelo voto popular, eleição indireta, linha sucessória ou golpe de Estado (o número depende de como alguns casos específicos, como presidências muito breves ou interinas, mas isso não vem ao caso neste momento). Oito integrantes dessa seleta confraria – começando pelo primeiro, Deodoro do Fonseca – deixaram o cargo prematuramente, e dos cinco que foram eleitos pelo voto direto desde a redemocratização, dois acabaram impichados. 

Dos mais de 30 partidos políticos que mamam nas tetas dos fundos eleitoral e partidário (ou seja, são bancados pelo suado dinheiro dos "contribuintes"), nenhum representa os interesses da população, e alguns são verdadeiras organizações criminosas. 

O Brasil de hoje lembra aquelas fotos antigas de reis africanos, que imitavam os trajes e trejeitos dos governantes de nações mais evoluídas e recebiam aulas de civilização dos oficiais do Império Britânico, mas achavam que para se transformar em soberanos civilizados bastava copiar as vestes e adereços daqueles que lhes falavam das maravilhas da Rainha Vitória ou de Napoleão III. 

O resultado se vê nas fotografias. As mais clássicas mostram negros magros, ou gordíssimos, com uma cartola de segunda-mão na cabeça, calças rasgadas ou remendadas, pés descalços ou calçados com uma bota só, velha e sem graxa. Imaginavam-se nobres, esses coitados, iguais a seus pares europeus, mas, junto com as novas roupas e os acessórios, continuavam usando colares feitos de ossos, pulseiras de metal e argolas na orelha ou no nariz, enquanto eram roubados até o último papagaio pelos que supostamente vieram ensiná-los a ter valores cristãos, avançados e democráticos.
 
O Brasil aparece na foto como uma democracia de Primeiro Mundo, mas a realidade do dia a dia mostra pouco mais que uma cópia barata e malsucedida do artigo legítimo. Nossas eleições são subordinadas a todo tipo de patifaria, do voto obrigatório ao anacrônico horário eleitoral "gratuito", passando por deformações propositais que entopem a Câmara Federal com políticos das regiões que têm meia dúzia de eleitores. 

O resultado é um monumento à demagogia, à corrupção e à estupidez. Acordos políticos são urdidos na surdina por parlamentares que votam com base em seus interesses pessoais. Milícias e fações criminosas têm representantes no Congresso, nas Assembleias Legislativas estaduais e nas Câmaras Municipais. Candidatos só entram em algumas regiões se tiverem proteção dos criminosos, e os moradores são "convidados" a votar na "turma da casa".
 
Os direitos dos cidadãos representam a área mais notável das semelhanças com reis africanos. Nunca houve tantos direitos escritos nas leis nem o poder público foi tão incompetente para mantê-los. O Congresso não representa o povo que o elegeu para tal, e há uma recusa sistemática em combater o crime por parte de nove entre dez políticos com algum peso. Com quase 50 mil assassinatos por ano, o Brasil é um dos países onde a vida humana tem menos valor. 
 
Se nossas instituições funcionassem – e suas excelências não se cansam de dizer que elas funcionam –, a Câmara teria aberto pelo menos um dos quase 150 pedidos de impeachment contra Bolsonaro, e o Centrão não teria transformado a ocupação do Orçamento num processo de bolsonarização das instituições. Pode passar pela cabeça de alguém que exista democracia num país como esse? 
 
Quando nossos nobres parlamentares perderam a credibilidade e o mais alto cargo do funcionalismo público federal passou a ser ocupado por uma sequência de mandatários que, noves fora Fernando Henrique — já foram presos ou respondem a processos criminais, o Judiciário se tornou nosso último bastião. Mas faz tempo que as opiniões e os vieses político-partidários dos eminentes togados (que deveriam ser isentos, imparciais e apartidários) se tornaram públicos e notórios.
 
O Supremo poderia nos ter livrado do aspirante a golpista em diversas oportunidades (motivos para tal não faltaram), mas as excelências que tudo decidem – do destino dos presidentes ao furto de codornas — acharam melhor dar tempo ao tempo, apostando na sapiência inigualável dos eleitores. 

É fato que Alexandre de Moraes impediu a consumação do golpe, mas também é fato que ele já deveria ter tirado de circulação o "mito" dos extremistas de direita, que mesmo inelegível até 2030 faz pose de cabo eleitoral de luxo e articula com seus comparsas no Congresso uma improvável (mas não impossível) anistia a si e aos golpistas do 8 de janeiro. 
 
Como o chanceler Charles De Gaulle não disse, mas a frase lhe é atribuída, "le Brésil n’est pas un pays serieux". 
 
Continua...

sábado, 24 de agosto de 2024

SEGURO MORREU DE VELHO (CONCLUSÃO)

OS SÁBIOS FALAM PORQUE TÊM ALGO A DIZER E OS TOLOS, PORQUE PRECISAM DIZER ALGO.

Stalkerware é o nome que se dá a softwares espiões que monitoram a localização dos dispositivos em tempo real e bisbilhotam as atividades das vítimas — de conversas telefônicas e mensagens a perfis de mídia social, fotos e histórico do navegador. Já o spouseware (spouse = cônjuge) é basicamente a mesma coisa, mas ganha esse nome quando é usado por casais para espionar/monitorar os(as) parceiros(as) sem o conhecimento deles. 

Segundo um pesquisa feita pela Kaspersky, 1 em cada 4 brasileiros já foi ou está sendo vítima de algum tipo de monitoramento abusivo por meio da tecnologia, e menos de 30% das vitimas já ouviram falar em stalkerware e spousewareMais da metade dos entrevistados stalkeados disseram que foram espionados pelo celular, 36% por equipamentos específicos, 24% por spywares instalados no computador, 14% pela webcam, 12% por dispositivos para casa inteligente e 13% não souberam explicar como a perseguição ocorreu. 

ObservaçãoCerca de 60% dos entrevistados disseram que compartilham com parceiros e/ou familiares a senha de desbloqueio do celular e dados de login em serviços como iCloud, OneDrive, Google Account e outros que não só armazenam fotos e dados pessoais como têm recursos de localização geográfica.

Vale destacar que o monitoramento não caracteriza assedio ou perseguição quando a pessoa monitorada tem conhecimento e concorda em abrir mão a privacidade em prol da segurança. Mas chama a atenção o fato de a maioria dos entrevistados estar ciente de que a geolocalização do aparelho é passível de rastreamento e não saber que o recurso pode ser usado por terceiros à sua revelia. 


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Numa República, todos são iguais aos olhos do Estado. Ou deveriam ser. O rateio do Orçamento federal brasileiro segue a lógica de Pasárgada, onde a amizade vale mais do que a cidadania: num instante em que Lula acusa o Congresso de "sequestrar" verbas do governo por meio de emendas opacas e impositivas, descobre-se que o Planalto também envia suas remessas Pix para meia dúzia de prefeituras as. Coisa de R$ 1,4 bilhão em um ano e meio.
Desde que Manuel Bandeira revelou o desejo de ir-se embora para a fictícia Pasárgada, onde ele era amigo do Rei, o apreço do soberano nunca foi tão ansiado. A amizade real virou um refrão nacional de cunho pecuniário. Para alguns, ser amigo do Rei significa dar o passo mágico com o qual os que estão fora passam para dentro do cofre do Tesouro — como ocorreu com os gestores petistas de Araraquara, Mauá, Diadema e Hortolândia, em São Paulo, e Cabo Frio e Belford Roxo, no Rio de Janeiro.
As seis cidades privilegiadas abrigam apenas 0,86% da população brasileira e estão a léguas de distância dos piores índices de desenvolvimento do país. E enquanto municípios com indicadores sociais bem mais precários tropeçam na burocracia, os amigos do Rei têm acesso à garagem, sobem pelo elevador privativo e entram no gabinete presidencial sem bater, levados pela mão por Marcola (falo de Marco Aurélio Santana Ribeiro, chefe de Gabinete de Lula, não de Marcos Camacho, líder do PCC).
Ao beneficiar os amigos, Lula perde o nexo na guerra que trava com o Congresso para reaver parte dos R$ 50 bilhões distribuídos anualmente aos municípios mediante emendas parlamentares. Numa República em que a Presidência é a Pasárgada de alguns, dependendo do desfecho da controvérsia orçamentária mediada pelo Supremo Tribunal Federal, quem assegurar o apreço do Rei pode até dispensar os outros atrativos da terra sonhada do poeta — ginástica, bicicleta, burro brabo, pau-de-sebo, banho de mar, beira de rio e amor desejado na cama escolhida. 
Tudo isso ficaria irrisório diante do acesso privilegiado à maçaneta do gabinete do Rei e, sobretudo, à chave do cofre.

 

Em muitos casos, o próprio usuário instala o spyware ao clicar inadvertidamente num link malicioso ou baixar um app infectado, mas um cônjuge ciumento ou uma mãe "zelosa" também podem se aproveitar de um descuido do(a) parceiro(a) ou o(a) filho(a) para fazer o servicinho sujo. A maioria dos apps espiões disponíveis para download na Internet costuma se disfarçar de joguinhos, blocos de notas ou outros programinhas aparentemente inofensivos e oferecer menos recursos do que as versões comercializadas por empresas, cuja instalação requer acesso físico e desbloqueio do aparelho. 

Programinhas espiões rodam nos bastidores e são difíceis de identificar, mas o aquecimento anormal do aparelho, a diminuição da autonomia da bateria, o aumento do consumo de dados do plano de Internet e reconfigurações feitas à revelia do usuário são sinais de infecção. Na dúvida, evite usar dispositivo enquanto o inimigo não for encontrado e neutralizado. 

Se uma ferramenta antimalware não der conta do recado, tente localizar e eliminar o suspeito através da lista de apps instalados — mas não remova nada sem antes fazer uma busca no Google, sob pena de excluir apps legítimos ou componentes do sistema operacional). Se nem assim for possível resolver o problema, parta para o tratamento de choque, ou seja, reverta o dispositivo à configuração de fábrica. 
 
Por último, mas não menos importante: mantenha o sistema e os apps atualizados, habilite a autenticação de dois fatores em todas as contas, use a biometria para desbloquear a tela, só baixe aplicativos da Apple Store, Google App Store, da loja oficial do fabricante do celular e de outras fontes confiáveis, j
amais deixe seu telefone dando sopa e não tire os olhos dele se emprestá-lo a um desconhecido. 

Como diz o ditado, "em rio que tem piranha, jacaré nada de costas".

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

SEGURO MORREU DE VELHO...

O AMOR CEGA; O CASAMENTO DEVOLVE A VISÃO.

Muita gente que se preocupa com a possibilidade de seus celulares serem monitorados e suas assistentes virtuais — Gemini, Siri, Alexa etc. — "escutarem" suas conversas entope suas redes socais com fotos da casa, do carro novo, do restaurante que frequentam ou dos filhos vestidos com o uniforme da escola.
 
A despeito de a amaça de "espionagem" ser real e de não faltarem programinhas-espiões, jabuti não sobe em árvore. So haverá um spyware no aparelho caso alguém o tenha instalado. 

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA 

Não faltam ensaios e livros de autores diversos sobre as causas do fracasso social e econômico tupiniquim. Entre os motivos mais recorrente da nossa doença fiscal crônica figuram a incompetência, o desperdício e, corrupção e a cultura do privilégio, enraizada em nossa sociedade e nas relações desta com o Estado desde a chegada dos portugueses.
Em O Flagelo da Economia de Privilégios: Brasil, 1947 – 2020, Fernando de Holanda Barbosa destrincha de forma acachapante a armadilha fiscal que construímos — e da qual não saímos — a partir dos privilégios. O autor organiza em décadas, ciclos e governos os últimos 70 anos do país, e demonstra como, exceto em dois ou três diminutos soluços de austeridade e equilíbrio fiscais, déficits correntes e recorrentes nas contas públicas impediram o crescimento sustentável do país a partir de ganhos de produtividade e poupança interna.
A maior das lições é a prova da forma mesquinha como as "elites" se organizam em torno de privilégios para si e para quem lhes é próximo ou interessante. E aí não há distinção entre público e privado, pois as relações se misturam. Os subsídios e as desonerações fiscais de setores escolhidos a dedo — sempre a pretexto do bem comum — são os exemplos mais claros e frequentes que nos saltam aos olhos.
No Brasil, governantes (municipais, estaduais e federal) e membros do Legislativo e do Judiciário decidiram que a eles vale e pode tudo, ainda que custe o eterno subdesenvolvimento ou, no melhor das hipóteses, o status "em desenvolvimento".
A Taxação Olímpica – termo cunhado pelo portal O Antagonista — é o mais recente caso dessa cultura inútil e ineficaz. Como tubarões que farejam uma gota de sangue A 300 metros de distância, os congressistas populistas e oportunistas farejaram uma oportunidade de "lacração" (e votos) sobre a premiação dos atletas brasileiros que participaram das Olimpíadas de 2024 em Paris, e, de forma simplória e açodada, propuseram a isenção de impostos sobre os ganhos dos "heróis nacionais".
Em um tempo de redes sociais como fontes de informação e de políticos tiktokers como pensadores e formuladores das políticas do país, a ideia ganhou corpo e o apoio da população, que foi levada a acreditar que toda isenção de impostos é boa e que todos que fazem algo de bom para o país — coisa que os nossos políticos não fazem — merecem benefícios — que nossos políticos têm —, independentemente de quem venha a pagar a conta.
Em nota, a Receita Federal explicou a impossibilidade do benefício/privilégio e chamou a atenção para o óbvio ululante: as medalhas não são tributadas, apenas as premiações em dinheiro (rendimentos), a exemplo do que ocorre com qualquer trabalhador que receba mais do que R$ 2.640,00 mensais. A despeito do orgulho que nos dão, nossos medalhistas são atletas profissionais e, em sua maioria, muito bem remunerados. Dito isso, não faz o menor sentido isentar de imposto um atleta que recebe um prêmio de dezenas ou centenas de milhares de reais, quando mais não seja porque a isenção que alguém recebe sempre é paga por um enfermeiro, um policial, um professor, um bombeiro, enfim...
No país dos privilégios, políticos não se importam com critérios quando e se as regalias lhes rendem popularidade e votos. Assim, farejando o cheiro da carniça (no caso, ganho eleitoral para os adversário), o rei da rapinagem, águia entre os urubus, pai dos pobres e mão dos ricos se apressou a editar uma MP para transferir mais renda dos pobres para os ricos. A regra prevê que valores recebidos por atletas em Jogos Olímpicos e Paralímpicos como premiação pela conquista das medalhas, pagos por Comitê Olímpico do Brasil (COB) e Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), ficam isentos de tributação pelo Imposto de Renda, segundo informou o Palácio do Planalto no último dia 8, o dia.
Rebeca Andrade, Gabriel Medina, as meninas do futebol e do vôlei, enfim, todo esse pessoal, em maior ou menor escala e valor, recebe por ano o dinheiro que um simples trabalhador não ganha em séculos. À luz dos rendimentos acumulados, essa turma integra a seleta confraria dos 5% mais ricos do país, e não será isentando-os do imposto de renda que lhes renderemos as mais do que justas homenagens.
Texto de Ricardo Kertzman. 
 
Spywares são programados para executar o serviço sujo sem chamar a atenção, mas baixo desempenho, aquecimento anormal e redução da autonomia da bateria sem motivo aparente sinalizam sua presença. Em sendo o caso, a
 primeira coisa a fazer é abrir o menu Configurações e tentar identificar na lista de aplicativos algum elemento que não aparece na tela de início (lembrando que, em vez de exibir seu nome e logotipo verdadeiros, os programinhas espiões tentam se passar por joguinhos ou blocos de notas, por exemplo). 

Se você não encontrar nenhum item suspeito, confira o consumo de recursos do telefone. No Android, toque em Bateria > Uso da bateria > Ver detalhes; no iOS, toque em Ajustes > Bateria e role a tela até a seção de uso da bateria por aplicativo. Em ambos os casos será exibida uma lista com os apps e o consumo de bateria de cada um deles. Se algo lhe parecer suspeito, faça uma busca no Google para saber do que se trata.
 
Uma vez que os softwares de rastreamento e/ou monitoramento aumentam o tráfego de rede, vale checar
 se seu plano de Internet móvel está apresentando um consumo anormal. E fique esperto se seu aparelho passar a aquecer mais que o normal quando está no seu bolso ou você está executando tarefas leves (lembrando que é comum o telefone esquentar durante a recarga da bateria ou quando você joga ou vê vídeos, por exemplo),
 
Se você passar a receber mensagens de texto estranhas, com muitas letras e números ou que parecem ser um código, ou então conversas aleatórias de números desconhecidos, abra o olho, pois isso é sinal de que o intruso que controla app espião está tentando obter sua localização. Jamais toque num link que porventura apareça nessas mensagens, já que ele pode levar ao download de outros spywares.

Nunca se sabe quando e se um cônjuge ciumento ou uma mãe "zelosa" vai aproveitar uma distração do parceiro ou do filho para instalar um programinha espião no celular. Na dúvida, consulte o histórico do seu navegador. 

Ponha as barbichas de molho se a tela passar a ligar "do nada", se ficar mais difícil de desligar o celular, ou se ele vibrar sem que haja qualquer notificação. Ainda que esses sintomas possam advir de bugs no sistema ou em algum app legítimo, seguro morreu de velho. E como é prevenir é melhor que remediar, instale uma suíte antimalware e só baixe aplicativos da Google Play Store ou da loja oficial do fabricante do aparelho ou da Google Play Store, no caso do Android, ou da Apple Store, caso você use um iPhone, 
 
Programinhas maliciosos difíceis de ser encontrados tendem a ser igualmente difíceis de eliminar, mas a boa notícia é que sempre se pode restaurar as configurações de fábrica para tudo voltar a ser como dantes no quartel de Abrantes (pelo menos no âmbito do software).