domingo, 30 de março de 2025

MEDALHÕES DE FILÉ COM MOLHO DE GORGONZOLA

A POBREZA, A COLONIZAÇÃO, O MODERNISMO E A IGNORÂNCIA TRANSFORMARAM O FEIJÃO EM SÍMBOLO CULINÁRIO DA NAÇÃO.

Andam dizendo que o preço da carne baixou, mas ninguém avisou a gerência dos mercados que eu frequento, já que cortes como filé mignon, picanha e maminha — assim como o café, o ovo e o azeite — estão pela hora da morte. Mas só se vive um vez, e caixão não tem gaveta. A má notícia é que o filé e o queijo gorgonzola, estrelas da receita de hoje, estão custando os olhos da cara, mas a boa é que o resultado vale cada centavo. 

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Alexandre de Moraes votou por condenar a cabeleireira Debora Rodrigues dos Santos — que de santa só tem o nome — a 14 anos de prisão e pagamento de multa de R$ 50 mil. Flavio Dino acompanhou seu voto, mas Luiz Fux interrompeu o julgamento com um pedido de vista. É importante deixar claro que Débora participou do acampamento golpista defronte ao Quartel General do Exército, estava alinhada à dinâmica criminosa e apagou dados do celular referentes ao período das manifestações antidemocráticas. Assim, além da pichação da estátua da Justiça com a frase "perdeu Mané" (referindo-se a uma fala do ministro Luis Roberto Barroso para manifestantes numa rua de Nova York), ela responde por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito (pena de quatro anos e seis meses de reclusão); golpe de Estado (pena de cinco anos); dano qualificado, (pena de um ano e seis meses, além do pagamento de multa); e associação criminosa armada (pena de um ano e seis meses), cuja gravidade as penas mínimas relacionadas não condizem com a formalização de Acordo de Não Persecução Penal.

Entendeu, mané?


Anote aí os ingredientes:
 
—  500g de filé mignon em medalhões;
 
250 g de queijo gorgonzola picado;
 
— 1 caixinha de creme de leite (o verdadeiro, não a famigerada "mistura láctea" que lhe faz as vezes);
— 100 ml de leite integral;
 
— Azeite/manteiga para untar a frigideira;                                                                  
O preparo é bem simples:                             
 
1) Despeje o creme de leite, o leite e o gorgonzola numa panela, leve ao fogo baixo e mexa até que o queijo derreta completamente e o molho atinja a consistência de maionese (se necessário, ajuste o sal, lembrando que o gorgonzola já é salgado).
 
2) Tempere os medalhões com sal e pimenta do reino a gosto e reserve.
 
3) Aqueça uma frigideira antiaderente em fogo médio e unte com um fio de azeite misturado com um pouco de manteiga e grelhe os medalhões de todos os lados (cerca de 2 a 3 minutos de cada lado, dependendo da altura do corte). 
 
4) Acomode os filés em um prato de servir e deixe descansar por três minutos. Nesse entretempo, aqueça o molho gorgonzola.
 
5) Regue a carne com o molho e sirva ainda quente, para garantir o melhor sabor e textura. 
 
Para acompanhar, sugiro batata rústica ou purê de batatas.
 
Bom apetite!

sábado, 29 de março de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 12ª PARTE

O SOL QUE DESPONTA TEM QUE ANOITECER.

A possibilidade de o tempo não ser uma linha reta é uma das questões mais debatidas e desafiadoras da física teórica e da filosofia. Várias teorias exploram essa ideia, algumas baseadas na relatividade de Einstein e outras na existência de dimensões extras e universos paralelos.
 
Einstein demonstrou como a gravidade pode "curvar" o espaço-tempo, afetando a passagem em regiões sujeitas à uma intensa atração gravitacional — como o horizonte de eventos de um buraco negro, onde o tempo se desacelera em relação a áreas mais afastadas. Isso, por si só, não atesta a reversibilidade do tempo, mas confirma que ele não é absoluto e pode ser influenciado por massas e energias extremas.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Nesta quarta-feira, Bolsonaro e outros 7 denunciados por tentativa de golpe de Estado foram convertidos em réus pela 1ª Turma do STF, a despeito dos esforços de seus advogados, todos criminalistas experientes, conhecidos por atuar em casos como o do mensalão e da Lava-Jato.
Demóstenes Torres, que defende o ex-comandante da Marinha, é procurador aposentado do Ministério Público de Goiás. Ele teve o mandato de senador cassado em 2012, suspeito de ter recebido R$ 3,1 milhões do bicheiro Carlinhos Cachoeira.  
Celso Sanchez Vilardi, que coordena a equipe jurídica de Bolsonaro desde janeiro, atuou nas defesas de empresários investigados em operações como Lava-Jato e Castelo de Areia e defendeu o empresário Eike Batista e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares no caso do mensalão.
José Luis Oliveira Lima, advogado do general Braga Netto, defendeu o petista José Dirceu no caso do mensalão. 
Eumar Novacki, advogado de Anderson Torres, foi secretário da Casa Civil do governador do DF Ibaneis Rocha e secretário-executivo do Ministério da Agricultura na gestão Michel Temer. 
Paulo Renato Garcia Cintra Pinto, que defende Alexandre Ramagem, foi advogado do PRD, atuou na Assessoria Jurídica Eleitoral do MPF e nas campanhas eleitorais do PT.
Andrew Fernandes Farias, que defende o general Paulo Sérgio Nogueira, é especialista em ações envolvendo a Justiça Militar e presidiu Comissão de Direito Militar da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal.
Sem comentários.
 
A Teoria das Cordas (sobre a qual já falamos em outras oportunidades) propõe que, além das três dimensões espaciais e uma temporal que percebemos, existem dimensões extras onde o tempo pode ser manipulado de maneiras que ainda não compreendemos. Isso levanta a possibilidade de curvaturas ou acessos não-lineares ao tempo em certos pontos do universo.
 
A Teoria do Big Bounce sugere que o Universo passa por ciclos de expansão e contração, tornando o tempo uma sucessão de "recomeços" após cada colapso cósmico, em vez de uma linha contínua. Dessa forma, a história cósmica seria cíclica, e o tempo, uma sequência de eventos recorrentes em escalas cosmológicas.
 
Um dos desafios para a viagem no tempo é a manipulação da entropia (sobre a qual também já falamos), que tende a aumentar, estabelecendo a "seta do tempo" do passado (baixa entropia) para o futuro (alta entropia). Para reverter esse fluxo, seria necessário encontrar uma forma de reduzir localmente a entropia, um conceito fundamental na criação de buracos de minhoca — atalhos cósmicos que supostamente conectam diferentes épocas ou regiões do espaço-tempo, mas exigem condições extremas, como a existência de matéria exótica.
 
Diversos cientistas têm contestado a noção há muito aceita pela ciência de que a seta do tempo seja uma parte elementar da natureza. Entre teorias e experimentos, há propostas para todos os gostos, da confirmação da seta do tempo até a demonstração de que o futuro afeta o passado. Há inclusive quem sustente que o Universo não dá marcha-a-ré e que a causalidade não se aplica no reino quântico.
 
Por outro lado, algumas teorias contestam a ideia de que a seta do tempo seja uma propriedade fundamental da natureza. Considerar que o futuro surge do presente implica aceitar um presente "fixo", ao menos no momento específico chamado presente, mas a professora Joan Vaccaro, da Universidade Griffith, sustenta que suas equações demonstram que nunca há "fixidez", só fluxo que empurra o passado para o futuro, impulsionado pela "agitação" intrínseca do mundo subatômico. 
 
Ela argumenta que a assimetria do tempo pode ter origem no comportamento sutil das partículas subatômicas, e que o tempo não é apenas um fluxo unidirecional, mas um fenômeno emergente impulsionado pela "agitação" quântica. Se confirmadas, suas equações poderiam redefinir nossa compreensão sobre a dinâmica temporal e abrir novas perspectivas para o estudo das viagens no tempo. 
 
O futuro pode ser mais maleável do que imaginamos, mas as chaves para essa compreensão ainda estão escondidas nos mistérios da física quântica.
 
Continua...

sexta-feira, 28 de março de 2025

A SEGUIR, CENAS DOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS

A MONARQUIA DEGENERA EM TIRANIA, A ARISTOCRACIA, EM OLIGARQUIA, E A DEMOCRACIA, EM ANARQUIA.

 

A péssima governança do Brasil no período pós-ditadura militar — não que as coisas fossem melhores antes do golpe de 64 — deve-se principalmente ao tipo de gente que o Criador, acusado de nepotismo e protecionismo, escalou para povoar o futuro país do futuro que nunca chega. 


Em Ensaio sobre a cegueira, o Nobel de Literatura José Saramago anotou que "a cegueira é um assunto particular entre as pessoas e os olhos com que nasceram; não há nada que se possa fazer a respeito". E com efeito: algumas pessoas não enxergam o óbvio nem que ele lhes morda a bunda, e outras parecem viver no mundo da Lua. 


No universo paralelo onde vivem Lula, Alckmin e Gleisi, o culpado pela inflação dos alimentos é um ladrão de ovos imaginário, e a solução é a população "não comprar produtos quando desconfiar que eles estão caros". Mais brilhante que essa ideia, só mesmo o Plano Cruzado, que Sarney pôs em marcha em fevereiro de 1986, acreditando que fosse possível zerar a hiperinflação por decreto.


Recém-promovida a ministra-chefe da Secretaria das Relações Institucionais, Gleisi acusou o "mercado especulativo" de conspirar contra o Brasil". Alckmin — que em passado recente comparou a reeleição de Lula à "recondução do criminoso à cena do crime” — assumiu a patética liderança do “cordão dos puxa-sacos" do chefe. Dias atrás, após dizer que luta sindical deu ao Brasil seu maior líder popular, o vice-presidente bradou: "Viva Lula, viva os trabalhadores do Brasil!"


Talvez uma troca de ideias com o Pequeno Príncipe de Saint-Exupéry tenha revelado ao ex-tucano que, para baixar a inflação, bastaria retirar da conta o que está caro. Assim, com um simples estalar de dedos, o dinheiro do trabalhador, que hoje não dá para nada, continuaria não dando para nada. Mas o mais espantoso é que nenhum economista desvairado tenha pensado nisso antes. 


Lula é uma caricatura de si mesmo, uma foto amarelada que permanece pendurada na parede do PT porque ele e o PT são uma coisa só. Tirado da cadeia e reabilitado politicamente para impedir que o verdugo do Planalto de continuasse no comando da Nau dos Insensatos, o "descondenado" conquistou seu terceiro mandato graças a um eleitorado que insiste em fazer a cada dois anos, por ignorância, o que Pandora fez uma única vez por curiosidade. 


Sem plano de governo, política de Estado ou metas para o país, Lula 3 se resume a um punhado de medidas paliativas, populistas e eleitoreiras que visam pavimentar a reeleição que, durante a campanha de 2022, ele prometeu que não iria disputar.

 

Bolsonaro iniciou sua trajetória militar em 1973. Treze anos depois, um artigo publicado pela revista Veja lhe rendeu 15 dias de prisão. No ano seguinte, depois que Veja revelou seu plano de explodir bombas em instalações militares como forma de pressionar o comando por melhores salários e condições, ele e seu comparsa foram condenados por unanimidade, mas o STM os absolveu por 9 votos a 4 (a quem interessar possa, a carreira militar do “mito” é detalhada no livro O Cadete e o Capitão: A Vida de Jair Bolsonaro no Quartel, do jornalista Luiz Maklouf Carvalho).

Depois de deixar a caserna pela porta lateral, Bolsonaro foi eleito vereador e sete vezes deputado federal. Ao longo de sua obscura trajetória política, passou por nove partidos (todos do Centrão) e acabou no PL do ex-mensaleiro e ex-presidiário Valdemar Costa Neto, onde disse “estar se sentindo em casa”. 


Cavalgando o antipetismo e prometendo sepultar a "velha política do toma lá, dá cá", o mix de mau militar e parlamentar medíocre conquistou a Presidência porque a alternativa era o bonifrate do então presidiário mais famoso desta banânia. Mas a emenda saiu pior que o soneto. Para se escudar de mais de 140 pedidos de impeachment — um recorde, considerando que Collor foi alvo de 29; Itamar, de 4, FHC, de 24; Lula, de 37; Dilma, de 68; e Temer, de 31 —, ele implementou o "orçamento secreto", que lhe assegurou a conivência de dois presidentes da Câmara (Rodrigo Maia e Arthur Lira); para se imunizar contra investigações por crimes comuns, entregou o comando da PGR ao antiprocurador Augusto Aras, que manteve sob rédea curta com a promessa (jamais cumprida) de indicá-lo para uma poltrona no STF.


Como a fruta não cai muito longo do pé, os filhos seguiram os passos do pai na política: 01, o devoto das rachadinhas, se elegeu deputado estadual pelo Rio de Janeiro em 2002 e foi reeleito três vezes antes de conquistar uma cadeira de senador; 02, o pitbull da Famiglia, se elegeu vereador pelo Rio de Janeiro em 2020 e continua abrilhantando a Câmara Municipal carioca; 03, o fritador de hambúrguer que quase virou embaixador e hoje conspira contra o STF homiziado na cueca de Donald Trump, se elegeu deputado estadual por São Paulo em 2014 e foi reeleito nos dois pleitos seguintes; 04, o caçula entre dos varões, foi o vereador mais votado em Balneário Camboriú (SC) em 2024.


Vários bolsonaristas de primeira hora que abandonaram o barco — como Alexandre Frota, Joice Hasselmann, Gustavo Bebianno, General Santos Cruz e Sergio Moro — foram prontamente rifados, atacados e tratados como comunistas, antipatriotas e traidores por milhões de convertidos que, acometidos de cegueira mental, rezam pela cartilha do Messias que não miracula e acreditam piamente que "Xandão" persegue injustamente um ex-presidente de vitrine, talvez o melhor mandatário desde Tomé de Souza.

 

Argumentar com esse tipo de gente é tão inútil quanto dar remédio a um defunto, mas o mundo é a melhor escola e a vida, a melhor professora. Que o diga Carla Zambelli, a deputada cassada e recém-promovida a ré pelo STF (por ter sacado uma pistola e perseguido um homem negro pelas ruas de São Paulo às vésperas das eleições de 2022). Mesmo acusada por seu "Bolsodeus" pela perda de mais de 2 milhões de votos em São Paulo, pela derrocada bolsonarista e pela persecução penal em curso contra os golpistas aloprados, ela disse em entrevista à CNN que "enfrentar o julgamento dos inimigos é até suportável, difícil é aguentar o julgamento das pessoas que sempre defendi e continuarei defendendo". 


Como a esperança é a última que morre e falta de amor-próprio é uma questão de foro íntimo, Zambelli aposta que o pedido de vista do ministro bolsonarista Nunes Marques mude os votos de Moraes, Cármen Lúcia, Dino, Zanin e Toffoli, que acompanharam o volto do relator. 


Na última terça-feira, Bolsonaro entrou empertigado no STF e assistiu da primeira fila o início da definição de seu destino. Impossível não traçar um paralelo com Fernando Collor, que, impichado em 1992, deixou o Planalto de nariz empinado rumo ao ostracismo. Por outro lado, para surpresa geral, o "mito" resolveu acompanhar do gabinete do filho senador o prosseguimento da sessão, quando então ele e sete comparsas foram promovidos a réus por 5 votos a 0.


Findo o julgamento, Bolsonaro convocou os repórteres e transformou a entrevista em monólogo, numa reedição dos piores momentos do cercadinho e das lives do Alvorada, com direito à ressurreição do fantasma das urnas fraudadas, defesa do voto impresso e o lero-lero segundo o qual a Justiça Eleitoral "jogou pesado contra ele e a favor do Lula". Disse ainda que se limitou a "discutir hipóteses de dispositivos constitucionais", como a decretação do estado de sítio — o que, em sua visão, não é crime. Mas o voto de Moraes conferiu importância capital a sua manifestação: "Não é normal um presidente que acabou de perder uma eleição se reunir com o comandante do Exército, o comandante da Marinha e ministro da Defesa para tratar de uma minuta de golpe". 


Quanto mais se firma a evidência de uma condenação que acrescente anos de inelegibilidade aos oito aplicados pelo TSE e sabe-se lá quantos de prisão em regime inicialmente fechado, maior é a desenvoltura dos ainda aliados no engajamento da substituição do capetão. No espaço de dois dias, Gilberto Kassab, Ricardo Nunes e André do Prado, três fidelíssimos integrantes do entorno de Tarcísio de Freitas, admitiram concorrer ao Palácio dos Bandeirantes em 2026, caso o governador decida disputar a Presidência.


Em via de desidratação desde o fim do mandato e na bica de ver seus malfeitos esmiuçados ao longo da instrução processual penal, Bolsonaro já não tem o mesmo valor como pontifex maximus da extrema-direita, e valerá ainda menos no final do ano se sua condenação, tida como líquida e certa, realmente se concretizar. E de nada adianta querer repetir a estratégia de Lula em 2018, até porque, solto ou preso, ele não tem o mesmo capital político do ex-presidiário, não domina sozinho o campo da direita emergente e tampouco conta com a contrapartida da lealdade, na medida em que jogava os seus ao mar sempre que pressentia a aproximação dos tubarões.


A denuncia aceita na última quarta-feira é um verdadeiro manual de traição à reconstrução de uma democracia que completa 40 anos. Se comprovadas as acusações que constam do libelo acusatório, não há falar em punições excessivas e muito menos em anistia. O cunho jurídico, o sentido político, a natureza simbólica, o caráter histórico, o contexto tenebroso, tudo é inédito: um ex-presidente e um magote de civis e militares da alta cúpula de seu governo passarão pelo escrutínio de um tribunal cuja casa eles e outros acusados pretenderam destruir, juntamente com as sedes dos outros Poderes. 


Enquanto começam a ser julgados os mentores e organizadores do golpe, seguem em exame as ações dos executores, cujas penas suscitam debates sobre excessos e desproporcionalidades como se ali houvesse inocentes e todos tivessem sido condenados a 17 anos de prisão. Houve modulações, sentenças muito menores, absolvições, fugas em descumprimento da lei e centenas de acordos de não persecução penal aos quais não aderiu quem não quis. 


Consumada a condenação e esgotados todos os recursos possíveis e imagináveis, não se pode correr o risco de que súplicas por abrandamento de penas estimulem a repetição de atos que tornem o Brasil vulnerável à volta de um autoritarismo que custou muitas vidas anos de atraso institucional.


Moído pela unanimidade da 1ª Turma, Bolsonaro prioriza a anistia. Atentos aos sinais de fumaça, os ministros se equipam para apagar o fogo do réu: quem admite ou não a anistia é a Constituição, e quem interpreta a Constituição é o Supremo. Nos bastidores, dá-se de barato que uma lei para perdoar condenados por crimes contra a democracia seria declarada inconstitucional por 9 votos a 2, vencidos os ministros bolsonaristas Nunes Marques e André Mendonça. 


Ciente de que a condenação pode sair em seis meses, o presidiário-to-be planeja corrigir o fiasco de Copacabana lotando a Paulista em 6 de abril, às vésperas do julgamento da denúncia contra o núcleo tático da trama golpista, que inclui 11 militares e um policial federal. Em sua prancheta, a hipotética pressão das ruas ganhará as redes sociais, dividirá o noticiário e forçará Hugo Motta a pautar a votação do projeto de anistia. Entrementes, aliados tentam fazê-lo considerar a hipótese de apoiar antes do Natal um presidenciável que se disponha a lhe conceder um indulto. Mas a estratégia subestima as dificuldades. 


Inseridos na comitiva de Lula ao Japão, os chefes e ex-chefes do Congresso parecem ter outras prioridades. Sem falar que, assim como a anistia, a recuperação dos direitos políticos e um eventual indulto também seriam submetidos ao filtro do STF, e ainda está fresca na memória das togas a decisão que derrubou, por inconstitucional, o indulto concedido por Bolsonaro ao condenado Daniel Silveira.

Enfim, quem viver verá. 

quinta-feira, 27 de março de 2025

TRAVA ZAP

FANÁTICO É AQUELE QUE NÃO CONSEGUE MUDAR DE OPINIÃO E NÃO ACEITA MUDAR DE ASSUNTO.

 

Trava Zap é um tipo de mensagem maliciosa disseminada pelo WhatsApp que combina milhares de caracteres aleatórios. O objetivo é travar o mensageiro — ou o próprio celular, já que o app usa toda a memória do dispositivo para tentar processar e ler a mensagem. 

De certo modo, isso faz lembrar os vírus de computador dos tempos de antanho, que pregavam sustos nos usuários produzindo sons estranhos, exibindo mensagens engraçadas/obscenas ou travando o computador. Para piorar, não é difícil de encontrar várias versões desse tipo de programa malicioso na Web, muitas vezes disfarçadas de ferramentas inofensivas. Mas vale destacar que baixar e compartilhar esse tipo de software pode expor o próprio usuário a riscos, como golpes e malwares escondidos.

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Xandão não deixou dúvidas quanto à conversão de Bolsonaro e os sete cúmplices incluídos no "núcleo crucial" da denúncia da Procuradoria da República em réus. Didático, ele injetou na transmissão ao vivo da sessão um vídeo com replay do quebra-quebra de 8 de janeiro e das ações terroristas que eletrificaram Brasília nos dias que antecederam a posse de Lula — na véspera, ele já havia exibido farto material expondo os dados que reuniu para se defender dos ataques que sofre nas redes bolsonaristas. Enfático, chamou de "narrativa mentirosa" a tese segundo a qual o Supremo estaria condenando velhinhas com bíblia na mão, que passeavam num domingo ensolarado pela sede dos Poderes. Assertivo, mostrou que, das 497 condenações imposta aos vândalos, metade teve penas inferiores a três anos de cadeia, substituídas por penas alternativas, que apenas 43 receberam castigos superiores a 17 anos, que as mulheres são 32% dos condenados e os idosos, menos de 9%. 

Assim, a 5 dias do 61º aniversário do golpe de 64, um ex-presidente da República enroscado num atentado à democracia dessa magnitude desce ao banco dos réus com seus comparsas, que foram seduzidos pela sublevação falhada do capitão golpista. Entre eles há três generais (Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira), um almirante (Almir Garnier), um tenente-coronel (Mauro Cid), um ex-ministro da Justiça (Anderson Torres) e um ex-chefe da Abin (Alexandre Ramagem). É imperativo, portanto, punir com todo o rigor da lei o alto-comando da organização criminosa que acionou o que a ministra Cármen Lúcia chamou de "máquina de desmontar a democracia." 

Do ponto de vista político, o chefe do golpe ficou mais próximo da cadeia, e direita brasileira ganhou razões adicionais para se qualificar. Aguardemos, pois, os próximos capítulos dessa novela, que prometem ser emocionantes.


O impacto do Trava Zap mensagem pode variar de um simples travamento temporário, que pode ser resolvido simplesmente reiniciando o WhatsApp, ao comprometimento do dispositivo como um todo — situação que obriga o usuário a reiniciar o celular ou, em casos extremos, restaurar as configurações de fábrica.
 
Se você for alvo dessa praga e o WhatsApp travar, a primeira coisa a fazer e tentar reabrir o aplicativo, excluir a mensagem e bloquear o remetente. Se o programa continue travado, acesse as configurações do aparelho e limpe o cache do WhatsApp. Vale também tentar acessar o WhatsApp Web pelo navegador, já que algumas mensagem travam o celular mas não afetam o acesso pelo computador. Se conseguir, exclua a mensagem e bloqueie o contato. 
 
Se nada disso funcionar, desinstale e reinstale o WhatsApp. Se o aparelho estiver completamente travado, force o desligamento ou espere a bateria acabar (a maioria dos smartphones desliga automaticamente quando o nível de carga cai a 5%).
 
A título de prevenção: 1) Jamais abra mensagens suspeitas — se receber um texto com caracteres estranhos e sem sentido, evite abrir, mesmo que o remetente seja uma pessoa conhecida; se for desconhecido, bloqueie o contato; 2) impeça que desconhecidos adicionem você em grupos — no WhatsApp, toque em Configurações > Privacidade > Grupos e ative a opção Meus Contatos; 3) atualize o WhatsApp regularmente e mantenha backups. 

 

O Trava Zap se enquadra na categoria de fraude eletrônica, conforme o art. 171 da Lei nº 14.155/2021. Se você for vítima desse tipo de ataque, registre um boletim de ocorrência em uma delegacia especializada em crimes cibernéticos e busque a orientação de um advogado para tomar as medidas legais cabíveis

quarta-feira, 26 de março de 2025

PREVISÕES E MAIS PREVISÕES

FUJA DOS POBRES ENRIQUECIDOS E DOS RICOS EMPOBRECIDOS.

 
O mundo avançou mais nos últimos dois séculos do que desde a invenção da roda até Revolução Industrial. Ainda estamos longe do futuro à la The Jetsons, onde carros voadores, faxineiras-robôs e férias em Marte fazem parte do cotidiano, mas já temos telefones celulares, relógios inteligentes e televisores com telas ultrafinas. Robôs de aparência humanóide — como a Rosinha do desenho — estão sendo desenvolvidos, e aspiradores autônomos dividem espaço com os convencionais nas prateleiras das lojas de eletrodomésticos. Quanto a carros voadores, o Genesis X1 e modelos da empresa de mobilidade aérea urbana Eve, da Embraer, devem estar disponíveis no ano que vem.

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Ontem, após rejeitar as preliminares levantadas pelas defesas, a primeira turma do STF suspendeu a sessão e adiou para as 9h30 de hoje a decisão de promover Bolsonaro e outros sete denunciados a réus.
Na segunda-feira, depois de rejeitar o pedido de suspeição de Moraes, Dino e Zanin, o ministro Nunes Marques teve uma recaída de bolsonarite aguda e interrompeu o julgamento da deputada Carla Zambelli quando o placar era de 4 a 0 pela condenação a 5 anos e 3 meses de prisão por perseguição armada em outubro de 2022 (Zanin e Toffoli anteciparam seus votos, formando maioria pela condenação da parlamentar).
O pedido de vista chegou ao STF em 1997, de carona com o deputado Nelson Jobim, que ganhou a suprema toga do então presidente FHC. Em tese, sua finalidade é dar mais tempo aos magistrados para estudar os autos, mas na prática ele serve para obstruir a votação e adiar uma decisão uma decisão contrária ao entendimento do ministro que recorre a esse estratagema.
Pelo regimento interno do STF, a devolução dos autos deve ser feita até a segunda sessão subsequente à do pedido de vista, mas ninguém se atém a isso. Na maioria das vezes, o autor do pedido só devolve o processo quando vislumbra a possibilidade de um ou mais colegas mudarem o voto, ou quando a maioria formada já não faz mais diferença. O ministro Ayres Britto, aposentado em 2012, alcançou a marca de 76 pedidos de vista, dos quais 70 não haviam sido devolvidos quando ele deixou o tribunal.
O que o ministro-tubaína fez foi empurrar com a barriga uma condenação inevitável, o que só faz sentido se a intenção for não "contaminar" o julgamento da admissibilidade da denuncia contra Bolsonaro et caterva por tentativa de golpe de estado e outros crimes. Não sei se foi esse o caso, mas a mim me parece um bom palpite.

No desenho, o jetpack era o sonho de consumo dos telespectadores mirins, mas a tecnologia já existe  — em 2021, a JetPack Aviation vendeu unidades para militares de um país do sudeste asiático. No campo das viagens espaciais, um estudo científico que tomou como base o voo dos albatrozes sugere que é possível aproveitar os ventos gerados pelo Sol para alcançar até 2% da velocidade da luz, permitindo que espaçonaves ultrapassem os limites do Sistema Solar — como já fizeram as sondas Voyager, lançadas pela NASA em 1977, que já alcançaram o espaço interestelar.
 
Nem todas as previsões feitas em filmes de ficção, como a trilogia De Volta para o Futuro, se concretizam (vale a pena conferir 13 pisadas na bola  da saga criada em 1989, que previu como seria o mundo dali a 26 anos), mas mantos de invisibilidade — como o usado por Harry Potter (criação de J.K. Rowling) — não só foram desenvolvidos a partir de metamateriais que fazem a luz contornar o objeto coberto, como também vêm sendo constantemente aprimorados.
 
Quando a Apollo 11 alunissou (1969), previu-se que, em poucos anos, as viagens interplanetárias seriam corriqueiras. Mas até agora, o que conseguimos foram robôs em Marte e sondas explorando os confins do Sistema Solar — o que, convenhamos, não é pouco. Em 1995, a BBC veiculou o programa Tomorrow's World, onde pensadores renomados especulavam sobre os avanços tecnológicos das três décadas seguintes. Um desses episódios contou com o astrofísico Stephen Hawking, que afirmou que poderíamos esperar "grandes mudanças" para 2025.
 
Com uma frase tão vaga, fica difícil errar (daí o sucesso de cartomantes, videntes e horoscopistas de tabloides, que fazem previsões genéricas, como "aquarianos devem cuidar da saúde", "librianos precisam evitar investimentos arriscados" ou "piscianos terão novidades no campo sentimental"). Mas a equipe do Tomorrow’s World foi mais longe, prevendo que, até o ano 2000, a web estaria sob o controle de "barões empresariais" e grandes bancos. Embora a internet tenha permanecido de acesso livre, os maiores espaços e sites são propriedade de poucas corporações, que controlam os algoritmos e o que os usuários podem acessar. 
 
A mineração espacial, que era considerada uma grande indústria para 2025, ainda não aconteceu, e tampouco as viagens do Reino Unido para a Índia em 40 minutos, mas óculos de realidade virtual, alto-falantes inteligentes como a Alexa e até hologramas estão cada vez mais presentes. Filmes distópicos ambientados em 2025 frequentemente retratam desastres e tragédias ecológicas. Future Hunters (1986) descreve a Terra como um grande deserto. Mesmo que essa previsão apocalíptica não tenha se concretizado, a ONU estima que até 2045, 135 milhões de pessoas serão deslocadas devido à desertificação. 

Talvez o filme de ficção que mais se aproxima da realidade de 2025 seja Ela (2013), que abordou a relação crescente da sociedade com inteligências artificiais conversacionais. Hoje, já existem assistentes virtuais e chatbots que servem como companhia para muitas pessoas, seja por carência, entretenimento ou pura conveniência.
 
Continua...

terça-feira, 25 de março de 2025

ENTRE DEUSES E TOGADOS

ALEA JACTA EST.

Asgard, o equivalente nórdico do Monte Olimpo da mitologia grega, liga-se Midgard, o reino dos mortais, por Bifrost, a ponte do arco-íris. Lá, num um majestoso salão com 540 portas, fica Hlidskialf, o trono mágico de onde o todo-poderoso Odin observa tudo que acontece nos nove mundos.

 

Num certo planetinha azul, encravada no Planalto Central de uma republiqueta de almanaque, fica a mitológica Brasília da Fantasia. No extremo leste de seu Plano Piloto, as sedes do Executivo federal, do Legislativo e do Judiciário dividem a Praça dos Três Poderes


Até o início do século XIX, nossa republiqueta de bananas não tinha uma corte suprema. Com a vinda da família real portuguesa para o Rio de Janeiro, foi criada a Casa da Suplicação do Brasil, mas a função de suprema corte só se solidificou em 1829, com a criação do Supremo Tribunal de Justiça, que passou a se chamar Supremo Tribunal Federal em 1890, nas pegadas da Proclamação da República.

 

O STF ocupa uma área de 14.000 m2 (100 dos quais reservados para a sala do presidente da Corte). Seus 11 membros, chamados de ministros, são indicados pelo presidente da República e aprovados no Senado por maioria simples (41 dos 81 votos possíveis). O cargo não é vitalício, mas a aposentadoria só é compulsória quando o semideus togado completa 75 anos.

 

Diferentemente das imagens da deusa Têmis que decoram fóruns e tribunais mundo afora, a estátua de pedra erigida diante do STF está sentada. Como as demais, tem os olhos vendados e uma espada na mão, mas sua balança foi roubada por um deputado que, graças ao foro privilegiado, ainda não foi julgado. Em nossa corte suprema, uma decisão tanto pode demorar duas horas quanto vinte anos, a depender do ministro que a toma e de quem ela favorece — vide o caso de Collor, que foi condenado a mais de oito anos de prisão em 2023 e continua livre, leve e solto graças a sucessivos embargos procrastinatórios. É a prova provada de que, conforme o nível de renda, poder e influência, criminosos condenados não vão para a prisão ou a deixam pela porta da frente arrotando inocência.

 

Passados dois séculos, o STF rescende ao bolor dos tempos do Império, com seus paramentos, rapapés, salamaleques, linguagem empolada e votos repletos de citações em latim. Manter essa máquina gigantesca funcionando custa mais de R$ 1 bilhão por ano aos "contribuintes". Some essa exorbitância aos R$ 6 bilhões anuais gastos com o STJ e o TST, acrescente os salários e mordomias dos senadores, deputados federais, governadores, deputados estaduais, prefeitos e vereadores, e a dinheirama que vasa pelo ladrão da corrupção, e você entenderá  por que um país que arrecada quase R$ 3 trilhões por ano não tem dinheiro para investir em Saúde, Educação, Segurança etc.

 

Além do papel de corte constitucional, cabe ao STF processar parlamentares, ministros de Estado, presidentes e outros detentores de foro privilegiado, bem como julgar recursos extraordinários contra decisões de outros tribunais. Os magistrados deveriam ser técnicos, impessoais e apartidários, mas tomaram gosto pela política — e quem consegue poder político não abre mão dele facilmente — e, a exemplo de 90% dos brasileiros, sucumbiram à polarização.

 

Essa sucumbência ficou evidente em 2019, quando, por 6 votos a 5, o tribunal mudou seu entendimento sobre o cumprimento antecipado da pena após a confirmação da condenação por um juízo colegiado, pavimentando o caminho para "a volta do criminoso à cena do crime" (como disse Geraldo Alckmin em 2021, quando ainda não cogitava disputar a vice-presidência na chapa encabeçada pelo xamã petista).

 

O mesmo se deu em 2021, quando, por 8 votos a 3, o tribunal anulou as condenações impostas a Lula com base na incompetência territorial da 13ª Vara de Curitiba — mal comparando, foi como determinar a soltura de um criminoso preso em flagrante pela Guarda Civil Metropolitana sob o pretexto de que a prisão caberia à Polícia Militar. Mas daí a dizer que o STF interferiu no resultado da eleição presidencial de 2022 e que o capetão vem sendo perseguido por "Xandão" e seus pares vai uma longa distância.

 

Dá-se de barato que Bolsonaro será promovido a réu entre hoje e amanhã. Ainda que a decisão coubesse ao plenário, não haveria garantias de que Kássio Nunes Marques e André Mendonça votariam a favor daquele que cobriu seus ombros com a suprema toga. O "ministro tubaína", que o ex-presidente considerava 10% dele no STF, votou com a maioria que indeferiu os pedidos de afastamento de Moraes, Dino e Zanin do julgamento da denúncia. O voto do "ministro-pastor" não reverteu a goleada, mas evitou a unanimidade. Em última análise, Mendonça ganhou a toga por serviços prestados previamente, ao passo que Marques mostrou que esperar fidelidade a posteriori é como contar com o ovo no cu da galinha.

 

Enquanto a 1ª Turma do STF decide se aceita ou não a denúncia contra Bolsonaro et caterva, partidos do Centrão já descartam o "mico" como possível candidato à presidência em 2026 e relutam em embarcar no pedido de urgência da votação da anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8/1. E ainda que a proposta passasse na Câmara, o Senado certamente a barraria. Seus advogados sabem que as chances de absolvição são as mesmas de um pároco de aldeia ser ungido papa, de modo que fazem o possível para poluir a sentença com suspeitas de perseguição política. 

 

Bolsonaro chegará ao banco dos réus ainda algemado à tese da perseguição — uma fabulação que reduz tudo a uma sedutora versão de complô do sistema e da imprensa sensacionalista. Mas tudo o que salta aos olhos — indícios, documentos, mensagens, áudios e vídeos — não pode ser um conjunto de anomalias da lei das probabilidades conspirando contra um pobre inocente e seus seguidores ingênuos. Em off, ele diz a aliados que seu maior "receio" é ser surpreendido por acordos subterrâneos costurados à margem da viagem de Lula ao Japão. 

 

Com os atuais presidentes da Câmara e do Senado e seus antecessores integrando a comitiva presidencial, o projeto de anistia, apoiado com vigor pela direita bolsonarista e combatido energicamente pelos partidos de esquerda, continuará cozinhando em banho-maria. E ainda que assim não fosse, não há garantias de que eventual aprovação favoreça o ex-presidente, já que o Supremo pode considerar o projeto inconstitucional. Sem falar que ele não afetaria a inelegibilidade decorrente das prováveis condenações no STF, cujas penas podem chegar a 46 anos. 

 

Quanto ao andamento da denúncia do golpe "com a velocidade da luz", vale lembrar que no caso do tríplex do Guarujá, que resultou na prisão de Lula em abril de 2018, foram 11 meses entre o indiciamento feito pela PF e a condenação pelo então juiz Sérgio Moro. No mesmo ritmo, o destino de Bolsonaro estará selado em outubro. 


Alea jacta est