domingo, 22 de janeiro de 2017

A MORTE DE ZAVASCKI, O ENIGMA TRUMP E OUTRAS CONSIDERAÇÕES

A trágica morte do ministro Teori Zavascki pegou todo mundo de surpresa (com a possível exceção dos mandantes do crime, se dermos ouvido às teorias da conspiração que, não sem razão, vem campeando soltas desde a última quinta-feira), mas não significa o “fim da Lava-Jato”, diferentemente do que alguns parecem pensar ou querem levar a crer. As investigações vão prosseguir, como também deverão ter sequência a homologação da Delação do Fim do Mundo (leia-se Odebrecht) e as tratativas da Nova Delação do Fim do Mundo (leia-se Camargo Corrêa).

Resta saber quem ficará encarregado da relatoria dos processos da Lava-Jato no Supremo, quem ocupará o lugar de Zavascki ― indiscutivelmente um dos mais brilhantes magistrados que passaram por aquela Corte nos últimos anos ― e, principalmente, o que causou a queda da aeronave e resultou na morte de seus cinco ocupantes.

Como desgraça pouca é bobagem, deu-se ontem a posse 45º presidente da maior potência do mundo ― tema de subida relevância não só nos EUA, mas em todo o planeta, a despeito de alguns políticos norte-americanos parecerem mais preocupados em criticar o juiz Sergio Moro e defender o imprestável e corrupto ex-presidente petralha (veja detalhes neste artigo) em vez de cuidar do seu próprio quintal. Aliás, essa seleta confraria já havia feito algo parecido por ocasião do impeachment da anta vermelha, de modo que a notícia não causa espécie. Mas convém ao sapateiro não ir além das chinelas, pois, Banânia ou não, isto aqui é um país soberano e democrata, onde as instituições continuam funcionado, ainda que aos trancos e barrancos.

Para quem quer entender melhor o que representa a vitória de Trump ― numa das eleições mais vis, conturbadas e rasteiras da história recente dos EUA, onde restaria ao eleitor escolher o candidato menos impopular, mas que resultou na vitória do bilionário parlapatão, não por ter sido o votado pelo povo, mas por ter conseguido maioria entre os delegados. A democrata Hillary Clinton restou derrotada, a despeito de contar com o apoio de Obama e de prometer dar continuidade a sua política de governo ― um governo apenas mediano, que dificilmente poderia ser considerado brilhante, mas isso já é outra história.

Também nesse caso, resta saber o que vem pela frente e rezar para que a mordida de DT seja menos doída do que seu latido (leia-se suas propostas de campanha e seu discurso de posse ― que seguiu mais ou menos na mesma linha). O que o novo comandante em chefe da maior potência mundial vai fazer nos próximos 4 anos (se não for morto ou deposto antes do término do mandato), só o tempo dirá. Aliás, manifestações populares em repúdio a esse xenófobo boquirroto, com direito a depredações dignas dos melhores black-blocs tupiniquins (como as que já ocorreram no próprio dia da posse), certamente não faltarão. 

Enfim, não vou descer a detalhes sobre o cenário político norte-americano, até porque, diferentemente dos congressistas que mencionei parágrafos atrás (aqueles que apoiam Lula contra o juiz Sergio Moro), não me arrisco a meter a colher em panela alheia quando já me é difícil digerir a merda em que se transformou o cenário tupiniquim, notadamente após as lamentáveis ocorrências que coroaram os últimos dias. Ainda assim, ouso dizer que o primeiro presidente negro da história dos EUA se vai com um indiscutível sentimento de derrota, não só por seu governo ter deixado a desejar (tanto internamente quanto no âmbito global), mas pelo fato de o candidato escolhido para sucedê-lo ter sido quem foi.

Ironicamente, nada expressa tão bem o fiasco de Obama quanto a eleição de Trump, que, em outras circunstâncias, poderia ser considerada uma piada (ainda que de mau gosto). Afinal, como levar a sério um presidente americano que, dentre outros rematados absurdos, vem hostilizando empresas como Fiat, Ford e Toyota e insistindo num ridículo plano de construir um muro separando os EUA do México?

A quem interessar possa, sugiro a leitura da avaliação feita por Felipe Moura Brasil, jornalista e colunista de Veja, consubstanciada na entrevista concedida ao site O Antagonista. Não concordo com tudo o que ele diz, mas até aí morreu Neves. Vale a leitura.

Bom domingo e uma ótima semana a todos, apesar dos pesares.

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sábado, 21 de janeiro de 2017

BREVE: LULA LÁ ― EM CANA

Quando o assunto é salvar o próprio rabo, Lula não costuma se preocupar com os aliados (que o digam Dirceu, Delúbio, Genoíno, Bumlai, Palocci, Vaccari e a própria Dilma, entre tantos outros), e mesmo na condição de penta-réu ― e com Moro nos calcanhares ―, mantém-se fiel a seus hábitos; afinal, o lobo perde o pelo, mas não o vício. No intrincado jogo que o coloca cada vez mais perto da prisão, o molusco abjeto resolveu escalar um time de amigos igualmente enrolados na Justiça para retomar o poder no partido que ajudou a fundar e, mais adiante, mergulhou no inominável mar de podridão ― levando o PT a ser repudiado até mesmo por parte da militância cega e ignara que continuou lhe dando apoio durante o escândalo do mensalão.

A estratégia denota a mais profunda insensibilidade da “alma viva mais honesta do Brasil” ao clamor das ruas, das urnas e de setores do partido que clamam por uma reformulação profunda, com renovação total na maneira de fazer política. No entanto, segundo a revista ISTOÉ, trata-se a surdez de Lula é conveniente, pois disfarça o real objetivo que, para ele, é mais importante que o futuro do partido: lançar-se novamente candidato à presidência. Com esse propósito, o capo di tutti i capi vem se cercando de petralhas como Jaques Wagner, Lindbergh Farias e Paulo Okamoto, visando a confirmação de seu nome como pré-candidato pela legenda, e assim poder continuar vendendo a história de que as acusações contra ele não passam de uma conspiração para evitar seu “retorno triunfal”. E cara de pau para tanto não lhe falta, como não lhe faltou quando resolveu pateticamente chorar as pitangas com o Comitê de Direitos Humanos da ONU, mesmo ciente de que essa estratégia não lhe traria resultado prático algum, pois não cabe àquela entidade se intrometer em assuntos internos de um país soberano e democrata.

Observação: Segundo a porta-voz do Comitê, Elizabeth Throssell, o registro da petição submetida pelos advogados do ex-presidente foi mera formalidade, não antecipando, portanto, qualquer decisão sobre a admissibilidade ou os méritos da queixa (mais detalhes nesta postagem).

Nas Amarelas da última edição de VEJA, Maurício Moscardi Grillo, coordenador da Lava-Jato, ponderou que o “timing” para pedir a prisão preventiva de Lula se perdeu no momento em que Dilma o nomeou ministro da Casa Civil (como forma de restabelecer sua prerrogativa de foro). Em determinado momento, havia, sim, provas cabais de obstrução da Justiça (áudios e mais uma série de indícios) que justificariam o pedido de prisão. No entanto, a despeito de a nomeação não ter prosperado, quando Moro retirou o sigilo do processo o ministro Teori Zavascki avocou para o STF toda a investigação referente ao ex-presidente ― vale lembrar que, na época, Dilma ainda estava no poder e o sapo barbudo acabou se beneficiando do privilégio de sua pupila. Posteriormente, Zavascki entendeu que o caso deveria voltar às mãos do juiz Moro, mas Lula ficou fora do alcance da PF durante três meses, e os elementos que teriam justificado sua prisão naquela época, hoje não são tão robustos quanto assim.

A PF descartou temporariamente a prisão preventiva de Lula, mas, segundo O Antagonista, isso mudará tão logo se descubra uma conta no exterior relacionada ao esquema de corrupção comandado pelo petralha, o que, pelo visto, é mera questão de tempo. Embora não seja boa política contar com o ovo no c* da galinha, Maria Christina Mendes Caldeira, ex-esposa de Valdemar Costa Neto (condenado no mensalão), afirmou recentemente que Cunha e Lula “ganharam” diamantes em negócios escusos que fizeram na África, e que os guardaram em cofres em Portugal e no Uruguai ― como a Justiça brasileira não lhe deu garantia de vida, ela picou a mula para os EUA, onde as autoridades estão analisando o dossiê. As informações dão ISTOÉ, que não conseguiu contato com a socialite pelo celular nem sua advogada retornou as ligações da reportagem.

É público e notório que Lula se empenhou em fazer negócios em países africanos, beneficiando empreiteiras como a Odebrecht, tanto em Angola quanto em Moçambique, onde ficam as maiores reservas de diamantes do mundo. Cunha recebeu milhões em propinas em Benin, também na África, onde é acusado de ter intermediado a venda de um campo de petróleo para a Petrobras, o que ensejou sua prisão pela Lava-Jato. Lula é suspeito de ter negócios no Uruguai, onde a Lava-Jato investiga se ele é dono de uma mansão em Punta Del Este (cidade onde o ex-marido de Maria Christina ia jogar com frequência, no tempo em que o PT lhe dava grandes quantias para supostamente abastecer deputados do PP e PR que votavam a favor do governo na Câmara). 

Que Lula vai acabar na cadeia, isso são favas contadas. Na pior das hipóteses, teremos de esperar sua condenação pelo TRF da 4ª Região. A boa notícia e que, de acordo com um levantamento publicado recentemente na Folha sobre a taxa de sucesso da Lava-Jato em segunda instância, as decisões de Moro vêm sendo confirmadas e as penas por ele impostas, mantidas ou endurecidas. Até o momento, o magistrado condenou 83 pessoas; após analisar 23 apelações, o tribunal manteve as penas em 8 delas, e aumentou-as em outras 8 (apenas 4 réus foram absolvidos e 3 tiveram as sentenças abrandadas).

O ministro Zavascki deveria homologar o acordo de delação de Marcelo Odebrecht até o início de fevereiro, mas foi morto tragicamente na última quinta-feira, em condições bastante nebulosas. Entretanto, não se deve fazer acusações sem provas nem tirar conclusões sem elementos sólidos que as embasem. Melhor esperar a poeira baixar, acompanhar as investigações e o desenrolar dos acontecimentos. Mesmo assim, amanhã ou depois eu volto a discutir com vocês as perspectivas sobre a Lava-Jato (que não ficou comprometida com a morte do ministro, mas levou uma traulitada daquelas, até porque a celeridade na homologação da Delação do Fim do Mundo é crucial). Demais disso, a Camargo Corrêa vem negociando outra superdelação ― fala-se em 40 executivos dispostos a revelar o que sabem sobre propinas pagas a mais de 200 políticos!

Voltando ao príncipe das empreiteiras, Marcelo contou que usou dinheiro roubado da Petrobras para comprar o terreno do Instituto Lula e a cobertura do ex-presidente em São Bernardo do Campo. Tão logo seja homologado ― e esperemos que isso ocorra em breve ―, seu depoimento será apensado ao processo contra Lula, e Moro terá todos os elementos para julgar o recebimento de propina e a lavagem de dinheiro por parte do comandante máximo da ORCRIM, que, mesmo  será condenado antes do que se imagina.

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sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

FICOU SEM ESPAÇO NO HD APÓS MIGRAR PARA O WINDOWS 10? ENTÃO VEJA COMO PROCEDER

FALTA AO VIRTUOSO A FEÉRICA, A IRISADA, A MULTICOLORIDA VARIEDADE DO VIGARISTA.

Foi-se o tempo em que os PCs traziam HDs com poucas centenas de megabytes de espaço. Hoje em dia, qualquer máquina de configuração mediana ― ou mesmo de entrada de linha ― conta com pelo menos 500 GB (com a possível exceção das que integram SSDs, devido ao preço ainda elevado desse tipo de memória, mas isso já é outra história).

No entanto, sempre tem quem armazena arquivos multimídia volumosos (como filmes e clipes de vídeo, por exemplo), instala tudo quanto é freeware que encontra pela frente e guarda indefinidamente milhares de fotos e coleções de músicas com o propósito de um dia ― sabe lá Deus quando ― gravar tudo isso em CDs ou transferir para pendrives. Desse jeito, até o HD mais espaçoso pode ficar lotado rapidamente, com consequente prejuízo para o desempenho do sistema operacional e do computador como um todo.

No Windows 10, conferir a quantas anda o espaço disponível no HD é ainda mais fácil do que nas edições anteriores: basta abrir a pasta Computador e checar a barra correspondente ao ícone que representa a unidade na qual o Windows está instalado (geralmente C:). No entanto, eu recomendo dar um clique direito sobre a unidade em questão e selecionar Propriedades, pois, além de obter informações mais detalhadas, você pode aproveitar o embalo para executar a Limpeza de disco (conforme a gente já discutiu em outras oportunidades).

Vale frisar que suítes de manutenção como o Advanced System Care, o CCleaner, o Glary Utilities e tantas outras ― sobre as quais a gente também já falou em diversas oportunidades ― fazem um serviço mais elaborado ou, no mínimo, complementam a faxina feita pela ferramenta nativa do Windows (mais detalhes nesta postagem).

Lembro também que, caso essa faxina não resolva seu problema de espaço, convém você considerar a possibilidade de apagar pontos antigos de restauração do sistema, desinstalar aplicativos desnecessários e transferir arquivos volumosos (como os de multimídia e outros que foram mencionados linhas atrás) para mídias ópticas e/ou dispositivos de armazenamento removível.

Outra providência que resulta em economia de espaço é a exclusão de arquivos temporários. Para isso, na caixa de diálogo do menu Executar ― que você pode abrir pressionando ao mesmo tempo as teclas Windows e R ―, digite temp, dê Enter, selecione os arquivos listados e pressione a tecla Delete. Em seguida, no mesmo menu Executar, digite %temp% e repita o procedimento retro citado.

Há quem sugira ainda desativar a memória virtual (ou arquivo de paginação, como queira), mas eu não recomendo, a não ser que, em vez de um drive eletromecânico, seu PC seja equipado com SSD. No entanto, é consenso entre os especialistas sistemas com 8 GB ou mais de RAM ficam mais ágeis sem a memória virtual (para mais detalhes, reveja esta postagem). Então, se você acha mesmo que pode abrir mão desse recurso, veja como reconfigurá-lo no Windows 10:

― Dê um clique direito no logo do Windows que é exibido na extremidade esquerda da sua barra de tarefas (o mesmo em que você clica com o botão esquerdo para acessar o menu Iniciar).

― Clique então em Sistema e, na porção esquerda da tela que se abrirá em seguida, clique em Configurações avançadas do sistema.

― Selecione a guia Avançado e, no campo Desempenho, clique em Configurações... e novamente na guia Avançado.

― No campo Memória virtual da janelinha que se abrirá em seguida, clique em Alterar.

― Desmarque a caixinha ao lado de Gerenciar automaticamente o tamanho do arquivo de paginação, selecione (se necessário) o drive ou partição em que o Windows está instalado e marque a opção Sem arquivo de paginação.

Observação: Note que essa mesma janela permite definir manualmente o tamanho do arquivo de paginação. Para isso (embora essa questão fuja aos propósitos da postagem, já que o tema em pauta é a recuperação de espaço no HD), selecione a opção correspondente, preencha os campos Tamanho inicial e Tamanho máximo com o mesmo valor (que deve ficar entre uma vez e meia e três vezes a quantidade de memória RAM instalada no computador), confirme em OK e reinicialize o sistema.

A MORTE DE TEORI ZAVASCKI ― OUTRO “PAVOROSO ACIDENTE”?

Eram 5h da tarde quando a notícia caiu feito uma bomba ― ou feito o Beechcraft C90GT de prefixo PR-SOM, a bordo do qual se encontrava o ministro do STF Teori Zavascki e outras quatro pessoas, mas essa analogia me pareceu de mau gosto, de modo que resolvi ficar com a primeira.

Eu já havia encerrado o expediente quando soube do “pavoroso acidente” e resisti à tentação de postar algo no Blog e na comunidade de política devido à falta de informações confiáveis. Até aquele momento, sabia-se apenas que a aeronave ― que decolou por volta das 13h00 do Campo de Marte, na região central da capital paulista, e tinha como destino a cidade de Paraty, no litoral fluminense ― havia caído no mar, a 2 km do campo de pouso de destino (chamar aquilo de aeroporto é piada) e que Zavascki poderia ser um dos passageiros. Meia hora depois, todos os telejornais confirmavam que o ministro estava mesmo a bordo e que havia morrido no acidente, e, mais adiante, que havia cinco pessoas a bordo (e não quatro, como havia sido dito anteriormente), que nenhuma delas sobreviveu para contar a história e que as causas da tragédia podiam ser... qualquer coisa.

Teori era o relator dos processos da Lava-Jato no STF. A ele caberia homologar os acordos de 77 delatores da Odebrecht, que, até onde se sabe, envolvem cerca de 200 políticos de diversos partidos ― que poderão ter a carreira abreviada e até mesmo passar um tempo no complexo penitenciário de Pinhais, em Curitiba, caso as denúncias sejam confirmadas, os respectivos inquéritos, instaurados, e as ações, julgadas em desfavor dos réus. Só isso já dá e sobra para inúmeras teorias da conspiração ― que realmente vêm pipocando na Web. Pode ser que tudo não passe de uma lamentável coincidência, mas dizem que coincidências nada mais são do que Deus agindo nos bastidores ― no caso, por motivos óbvios, seria mais provável que o Diabo tivesse culpa no cartório.

Ainda não são conhecidas ― pelo menos até o momento em que estou rabiscando estas linhas ― as verdadeiras causas do acidente, e não vejo sentido em perder tempo com meras especulações. Melhor acompanhar o desenrolar das investigações para ver que bicho dá. Mesmo quanto ao futuro da Lava-Jato ― que a perda de Zavascki certamente atrapalha, ou pelo menos retarda, mas isso não significa que a Operação esteja comprometida. Ainda não se sabe quem será o novo relator, até porque fala-se em duas maneiras de escolhê-lo: na primeira, Temer aponta o substituto de Zavascki (que deve ser sabatinado pela CCJ do Senado e referendado pelo plenário da Casa), e ele herdará as ações que estavam sob os cuidados de seu antecessor. Na segunda, a ministra Carmem Lucia, atual presidente da Corte, sorteia o novo relator entre os 9 colegas remanescentes (o STF é composto por 11 magistrados, mas, nesse caso, a presidente não conta), embora alguns palpiteiros afirmem que esse sorteio deve envolver apenas os 4 componentes que restaram na Segunda Turma do Supremo, da qual TZ fazia parte (e que é presidida por Gilmar Mendes e conta com os ministros Celso de Mello, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski).

Já deu na mídia que o presidente Temer deve indicar para o posto seu ministro da justiça, o boquirroto dublê de Kinder ovo e Lex Luthor, que atende por Alexandre de Moraes. Há quem sugira o nome de Sergio Moro, mas parece que essa ideia é defendida apenas pelos (muitos) admiradores do magistrado. Demais disso, é bom lembrar que se Moro ocupasse a vaga, estaria automaticamente impedido de julgar recursos de casos relativos às ações que ele próprio julgou em primeira instância.

A coisa toda ainda é muito recente. Não se sabe ao certo sequer onde o corpo de Zavascki será sepultado. Alguns dizem que será velado no STF e de lá enviado para Santa Catarina (o ministro nasceu naquele estado, no município de Faxinal dos Guedes), enquanto outros dizem que tanto o velório quanto o sepultamento serão em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Voltarei com mais detalhes quando os tiver e achar que posso confiar nas informações.

E como a vida continua e hoje é sexta-feira:



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quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

É, MAS NÃO É MUITO...

MAIS MOLE QUE BOCHECHA DE VELHA.

Quem acompanha minhas postagens ainda deve estar lembrado de um texto sobre o TRACKR  ― dispositivo rastreador que se propõe a ajudar o usuário a localizar “em segundos” seu celular, carro, chaves, carteira, bicho de estimação, etc. através de um aplicativo gratuito, instalado no smartphone.

Para quem não leu a matéria, as virtudes desse dispositivo, segundo o fabricante, são o baixo preço (US$29.99 mais frete), a ausência de taxas mensais ou qualquer outro custo adicional, além do tamanho (equivalente ao deu uma moeda) e de o software de gerenciamento oferecer compatibilidade tanto com o Android quanto com o iOS.

Volto agora ao assunto por conta de uma avaliação feita pela equipe da Revista Quatro Rodas ter chegado à conclusão de que nem tudo são flores nesse jardim: depois de adquirir o rastreador no Mercado Livre (ao custo de R$ 170) e ler as instruções, a reportagem constatou que, diferente do que afirmam alguns sites que comercializam o produto, o TrackR não é um rastreador GPS, pois utiliza um sinal Bluetooth, o que, na prática, limita seu alcance a cerca de 30 metros.

Para avaliar o funcionamento num espaço tão reduzido (é, se você pretende usar o gadget para encontrar seu carro no estacionamento de um shopping ou hipermercado, pode tirar o cavalo da chuva), a equipe pendurou a “moedinha” no chaveiro do carro e pediu a um voluntário que o escondesse dentro de casa. Feito isso, com o aplicativo previamente instalado no telefone e a conexão Bluetooth devidamente ativada, deu início à busca, que funcionou como a brincadeira de “quente ou frio” da criançada: conforme se aproximava ou se afastava do objeto, o smartphone informava o usuário mediante uma interface gráfica e um sinal sonoro que aumentava ou diminuía de intensidade.

Diferentemente do que afirma a propaganda (qualquer coisa pode ser encontrada em segundos), localizar o chaveiro escondido (que estava a menos de 10 metros de distância do ponto onde a busca foi iniciada) levou mais de 2 minutos. Para garantir que uma parede ou um móvel não tivesse comprometido o sinal, uma nova tentativa foi feita em campo aberto, mas não adiantou muito: o alcance chegou a, no máximo, 10 metros, e o tempo necessário à localização do objeto foi praticamente o mesmo.

DEPOIS DE VENCER UM ANEURISMA, REINALDO AZEVEDO VOLTA À ATIVA

Para a alegria de seus admiradores e desgosto de seus detratores, Reinaldo Azevedo está de volta à ativa, tanto no Blog quanto na TVeja, na Folha e na Jovem Pan (onde faz comentários no Jornal da Manhã e ancora o programa Os Pingos nos Is), depois de ter sido acometido por um aneurisma, na véspera do Natal.

Na madrugada do dia 23 de dezembro, durante um difícil exercício de esforço, o jornalista teve uma dor de cabeça que se repetiu na madrugada e na noite do dia 24. Após ser submetido a uma ressonância do cérebro e uma angiografia das artérias, foi operado com sucesso e recebeu alta a tempo de assistir da varanda de casa o raiar de 2017.

Na postagem que publicou em sua página último dia 16, Reinaldo dá detalhes sobre o ocorrido e encerra o texto dizendo que: “Foi tudo arriscado e muito perigoso. Como disse Guimarães Rosa, ‘viver é muito perigoso’. Mas passei pela porta estreita, como a fala de Cristo em São Lucas. Eu voltei”.

Seja bem-vindo de volta, meu caro.

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quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

DE VOLTA À POLÊMICA DA BANDA LARGA FIXA

SER IMBECIL É MAIS FÁCIL.

Na postagem de 11 de março do ano passado, eu comentei que a VIVO (leia-se Telefonica) havia aventado a possibilidade de implementar “cotas” no serviço de banda larga fixa ADSL, à semelhança do que era feito na internet móvel (via redes 3G/4G). Dez dias depois, voltei ao assunto para dizer que as demais operadoras (com a honrosa exceção da TIM) haviam seguido o exemplo, e voltei à carga no dia 15 de abril, para convocar os leitores a aderir aos abaixo-assinado visando fortalecer a luta pela reversão dessa abjeta alteração nas regras do jogo.

O assunto rendeu ainda outras postagens. Numa delas, eu dava conta de que o governo federal havia criado uma enquete para saber a opinião dos internautas sobre a questão; em outra, que o projeto de lei 174/2016 ― que veta a criação das franquias ― recebera parecer favorável do relator e seria votado pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática; em agosto, por conta da posição assumida pelo então presidente da Anatel, de que “a era da internet ilimitada estava chegando ao fim”, e em outubro, para dizer a novela já se arrastava por mais de seis meses sem qualquer perspectiva de solução. Ninguém nega que 2016 tenha sido um ano conturbado ― tivemos o agravamento da crise, o impeachment da anta vermelha, a troca de governo. Mas o tempo foi passando e a preocupação, aumentando, notadamente porque, segundo as operadoras, as novas regras entrariam em vigor já no início de 2017. Enfim, feito esse breve retrospecto, passemos às “novidades”:

O atual ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Gilberto Kassab ― mais um imprestável da “equipe de notáveis” do presidente FrankensTemer ― não só se mostrou favorável à criação de limites na banda larga fixa, mas chegou a afirmar ― pasmem! ― que isso resultará em benefícios para o usuário, a despeito de o atual presidente da ANATEL, Juarez Quadros, ter tranquilizado os usuários ao afirmar que a cautelar que impede as operadoras de cortarem a conexão dos usuários que ultrapassarem a franquia na banda larga fixa continua em vigor. Na última sexta-feira (13), contudo, surgiu uma no fim do túnel: de acordo com o site G1, Quadros teria assegurado que agência não tem qualquer intenção de reabrir o debate sobre franquia de dados na banda larga fixa ― afirmando, inclusive, que Kassab se equivocara em seu pronunciamento.

Em meio a esse imbróglio, o grupo hacker Anonymous promete guerra no caso de a criação das abomináveis franquias prosperar (vale lembrar que, em 2016, o grupo sequestrou computadores da ANATEL e divulgou dados como RG, CPF, email, endereço e telefones fixos e celulares de toda a diretoria da agência, em protesto contra o limite de dados).

Observação: Vale lembrar que, ao longo de toda essa novela, a pressão popular contra as franquias e a pronta ação dos órgãos de defesa do consumidor foram fundamentais, já que, de início, a ANATEL havia apoiado as operadoras ― contrariando os interesses dos consumidores que a ela compete resguardar. A agência estendeu até 20 de abril p.f. o prazo para os internautas participarem da consulta pública sobre a limitação de dados na banda larga fixa. Participe você também!

SOBRE O “PAVOROSO ACIDENTE” EM MANAUS E O MINISTRO DA JUSTIÇA

Depois que a Família do Norte, que controla as prisões no Estado do Amazonas, decidiu exterminar membros de facções inimigas e, em questão de horas, executou cerca de 60 detentos ― episódio que o presidente FrankensTemer classificou como “pavoroso acidente” ―, não se ouve outra coisa na mídia senão relatos estarrecedores e opiniões conflitantes sobre o caótico sistema prisional brasileiro. Poucos dias mais tarde, o PCC deu o troco, executando 33 detentos ligados à FDN em Boa Vista (RR). Na última sexta-feira, outros 26 presos foram mortos no Complexo Penitenciário de Alcaçuz, a 30 quilômetros da capital potiguar. Somadas, essas chacinas produziram mais vítimas do que o emblemático “massacre do Carandiru (nome pelo qual ficou conhecido o fuzilamento de 111 detentos pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, em 1992).

Mas o leitor certamente sabe de tudo isso, de modo que não vou entrar em detalhes sobre o ocorrido nem ― muito menos ― expressar minha opinião pessoal, mas apenas salientar que, como quase tudo mais que o Estado controla no Brasil ― segurança, transporte, escolas e hospitais públicos, só para ficar nos exemplos mais notórios ―, nosso sistema prisional está falido. Existe uma carência de 250 mil vagas nos presídios ― cuja criação exigiria um investimento de bilhões de reais. Demais disso, cada detento custa por mês ao Estado, em média, cerca de R$ 3 mil, enquanto um aluno da rede básica de ensino, menos de R$ 150, e o salário mínimo nem chega a R$ 1 mil. Então, não é preciso ser um gênio para ver que alguma coisa está muito errada nessa equação (ou inequação, melhor dizendo), como também concluir que pessoas erradas foram escolhidas para ocupar cargos chaves nesse contexto, a começar pelo boquirroto dublê de Kinder Ovo e Lex Luthor que (pelo menos por enquanto) responde pela pasta da Justiça.

Dizem que o estilo de Alexandre de Moraes agrada ao presidente, mas sua vocação para o exibicionismo vem causando sérios embaraços ao governo. Aliás, nunca é demais lembrar que integrantes da tão propalada “equipe de notáveis” vêm caindo feito moscas, à razão de um por mês, por suspeitas de maus hábitos e de práticas pouco republicanas (que suas excelências negam, naturalmente, mas que acabam invariavelmente comprovadas pelos agentes da PF e procuradores do MPF). A perspectiva de demitir mais um ministro não empolga Michel Temer, até porque simpatiza com o careca e vê com bons olhos sua candidatura ao governo de São Paulo em 2018 (antes de assumir o ministério da Justiça, o parlapatão foi secretário de Segurança Pública de Geraldo Alckmin).  

Observação: Um bom exemplo é o “amigão” Geddel Vieira Lima, que “pediu demissão” da Secretaria de Governo depois que um desentendimento com o ex-ministro da Cultura (Marcelo Calero, que também já deixou o cargo) causou constrangimentos a Temer e derrubou ainda mais seus já rasos índices de popularidade. A questão pode até ter deixado as manchetes dos jornais, mas o imbróglio está longe de terminar, até porque descobriu-se posteriormente que Geddel era comparsa do ex-todo poderoso Eduardo Cunha em maracutaias inomináveis).

É difícil prever por quanto tempo Alexandre de Moraes continuará despachando no cobiçado gabinete do 4º andar do Palácio da Justiça. Quando por mais não seja, ele fala demais, compra brigas desnecessárias e insiste num plano de segurança que tem tudo para fracassar. Em pouco mais de 8 meses no cargo, o ministro granjeou desafetos e cometeu inúmeras derrapagens, e passou a ser visto pelos colegas como falastrão, ególatra, arrogante, espaçoso (entre outros epítetos menos edificantes). A cada pronunciamento, ele cria um problema. Logo depois da posse, indispôs-se com o MP ao criticar o método de escolha do Procurador Geral da República. Às vésperas dos Jogos Olímpicos, posou de comandante de uma operação deflagrada para prender suspeitos de atentados e, ao mesmo tempo em que supervalorizava sua pronta ação, chamava os pretensos terroristas de “amadores”. Mais adiante, vazou a informação da iminência da prisão de Antonio Palocci pela Lava-Jato. No último dia 3, afirmou que o morticínio em Manaus não era consequência de uma guerra entre facções criminosas ― e acabou desmentido pelos fatos e pelas autoridades amazonenses. De passagem, antagonizou a ministra Carmem Lucia, presidente do STF, acusando-a de ser “muito midiática” (olha quem fala!). Há poucos dias, lançou às pressas um plano de segurança mal-ajambrado, concedeu uma longa e confusa entrevista coletiva, demorou a se pronunciar sobre a chacina em Boa Vista, voltou atrás na decisão de não enviar homens da Força Nacional a Roraima e, após anunciar que viajaria para lá, ouviu da governadora que não precisava ir.

Da mesma forma que Janete, a anta vermelha, Alexandre de Moraes ganhou fama de centralizador e avesso a ouvir os conselhos de seus auxiliares. Em suma, é mais um caso clássico de pessoa errada no cargo errado. Desde 1822, a “vida média” de um ministro da Justiça mal chega a um ano. Faltam quase 4 meses para o atual chegar lá. Para muitos, ele dificilmente se equilibrará no cargo o suficiente para soprar sua primeira velinha. Façam suas apostas.

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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

DE VOLTA AO UPDATE DE ANIVERSÁRIO DO WINDOWS 10

OU RESTAURE-SE A MORALIDADE OU LOCUPLETEMO-NOS TODOS!

Como vocês devem estar lembrados ― e caso não estejam, eu estou aqui para lhes refrescar a memória ―, em julho de 2015 a Microsoft lançou o Windows 10 e estimulou sua adoção mediante uma política de upgrade gratuito, dirigida a usuários que tivessem uma cópia oficial do Seven SP1 ou do Eight e migrassem para o novo sistema no prazo de um ano (*). A estratégia deu certo, e ainda que a ambiciosa meta de atingir 1.000.000.000 de PCs esteja longe de ser alcançada, a coisa caminha a passos largos (detalhes nesta postagem).

Quando o Ten soprou sua primeira velinha, a mãe da criança disponibilizou uma atualização abrangente ― batizada de update de aniversário ―, igualmente disponibilizada sem ônus para os usuários, mas não foram poucos os que enfrentaram problemas ao tentar atualizar seus sistemas ou que passaram a enfrentá-los depois de proceder à evolução (para mais detalhes, siga este link).

A empresa reconheceu a ocorrência de “alguns problemas pontuais”, embora os atribuísse ao uso de drives de estado sólido (SSD), o que não era exatamente verdade. Como eu, muitos usuários de PCs equipados como discos eletromecânicos convencionais não conseguiram atualizar seus sistemas. Aqui cabe um parêntese: não tive dificuldade em implementar o update no meu note Dell Inspiron, mas o mesmo não se deu com a minha máquina de mesa (um all-in-one da Positivo), ainda que ela tivesse vindo com Windows 10 pré-instalado de fábrica (a contrário do note, que eu atualizei do Seven para o Ten no final de julho do ano passado. Vai entender!

Enfim, ao cabo de três ou quatro tentativas inexitosas ― duas das quais seguindo à risca o roteiro fornecido por um moderador da Microsoft Community (veja detalhes nesta postagem), resolvi sobrestar o update até que o bug ou o que quer que estivesse obstando a atualização fosse solucionado. A partir de então, cada novo Patch Tuesday (atualização que a MS disponibiliza para seus produtos na segunda terça-feira de cada mês) renovava minhas esperanças, mas somente no último dia 10 eu finalmente consegui passar da versão 1511 para a 1607, que inclui o update de aniversário. O processo demorou cerca de duas horas ― do início do download ao término das configurações ―, mas transcorreu sem qualquer incidente, liso como bunda de nenê.

Em face do exposto, se você ainda não tem o update de aniversário, a hora é agora. Para saber qual versão do Windows 10 está instalado no seu PC, abra o menu Iniciar, clique em Configurações > Sistema > Sobre e confira a versão e o build (vide figura que ilustra esta postagem). Se não conseguir concluir a atualização:

1) Remova qualquer dispositivo externo não essencial que esteja conectado ao computador (pendrives, HDs USB, etc.)

2) Desinstale todos os aplicativos desnecessários e limpe os resíduos com o CCleaner, o Advanced System Care ou outra suíte de manutenção de que você disponha;

3) Desfragmente a unidade de sistema (abra a pasta Computador, dê um clique direito sobre a unidade/partição de sistema, selecione Propriedades > Ferramentas e, no campo Otimizar e desfragmentar unidade, pressione o botão Otimizar);

4) Corrija eventuais erros no disco (abra o prompt de comando com privilégios de administrador, alterne para a unidade ou partição lógica em que o sistema está instalado, digite o comando chkdsk /f, tecle Enter e siga as instruções);

5) Repare os arquivos do sistema (digite no prompt os comandos DISM.exe /Online /Cleanup-image /Restorehealth e sfc /scannow (veja detalhes nesta postagem, se necessário). 

6) Rode o Windows Update e instale todas as atualizações recomendadas disponíveis;

7) Desative seu antivírus e firewall (o melhor mesmo é removê-los e reinstalá-los depois da atualização, a menos que você use o Defender e o Windows Firewall, que são componentes nativos do sistema e, portanto, não precisam sequer ser desligados).

8) Reinicie o computador, navegue até esta página, clique em Atualizar agora e siga as instruções do assistente.  

Observação: Confira se sua versão do Windows 10 é de 32 ou 64 bits (abra o menu Iniciar, clique em Configurações > Sistema > Sobre e verifique o que é informado no item Tipo de sistema) e assegure-se de que seu HD conte com pelo menos 16 GB de espaço livre (para a versão de 32 bits; para a de 64, a quantidade mínima recomendável é 20 GB). Para isso, abra a pasta Computador, dê um clique direito sobre o drive/partição onde o sistema está instalado, clique em Propriedades e confira a quantidade de espaço livre remanescente.

Boa sorte.

(*) Embora o prazo para a evolução gratuita tenha expirado em 29 de julho de 2016, ainda é possível obter o Windows 10 sem desembolsar 1 centavo sequer, mas isso já é outra conversa e vai ficar para uma próxima vez.


QUEM TEVE CHANCE DE FAZER, MAS NÃO FEZ, AGORA CRITICA QUEM ESTÁ FAZENDO (e outras considerações).

A esquerda ignara, velhaca e má-perdedora tem criticando o prefeito paulistano João Dória, que, vestido de gari e acompanhado de seu secretariado (igualmente paramentado), vem realizando varrições simbólicas em pontos estratégicos da nossa cidade. 

Para a militância vermelha, Haddad que era bom (tão bom que foi atropelado pelo tucano por 53,3% a 16,9% dos votos válidos ainda no primeiro turno, algo jamais visto em Sampa desde quando o pleito em dois turnos para cargos eletivos executivos foi implementado, no primeiro mandato de FHC), e essa história de bancar o gari não passa de demagogia, quando, na verdade é uma maneira criativa de conscientizar a parcela menos esclarecida da população de que cada qual deve fazer a sua parte. Afinal, sozinho, um governante não muda a cidade. Sem o apoio do povo (em grande medida individualista, porco e mal-educado), a boa intenção do prefeito não trará resultados práticos ― sem mencionar que, de boas intenções, o inferno está cheio.

Há muito que nossa cidade merecia um administrador que fosse além de implantar quilômetros e mais quilômetros de ciclovias e ciclofaixas (a um custo astronômico) e multiplicar o número de radares pelas ruas da cidade, buscando nas multas o reforço de caixa necessário para pagar os salários dos “marronzinhos” da CET e custear outras despesa que, por lei, não poderiam ser bancadas com o dinheiro das multas (aliás, como eu mencionei várias vezes nas minhas postagens, a única indústria que continuava crescendo em Sampa era a indústria da multa). 

No entanto, mais do que vassoura, o novo prefeito terá de usar a tesoura para cortar gastos e lidar com o perrengue financeiro. É imperativo racionalizar os gastos, cortar desperdícios e, ao mesmo tempo, melhorar o serviço público nos próximos quatro anos. E isso exige mais do que boas intenções (vide observação anterior). Dória já anunciou a dispensa de 1.300 carros oficiais para economizar R$ 10 milhões por mês, mas isso é uma gota d’água no oceano. Vamos acompanhar o andar da carruagem e tornar a avaliar o quadro daqui a alguns meses.

Na esfera federal, a maré também não está para peixe. A equipe de notáveis prometida por Temer revelou-se uma notável equipe de enrolados na Justiça ― cujos integrantes vêm caindo feito moscas, à razão de um por mês. Demais disso, parece que sua excelência subestimou a crise gerada e parida por “Janete”, a anta vermelha, e isso tem contribuído para comprometer a estabilidade de um governo já abalado por suspeitas de corrupção (veja o caso do seu amigo pessoal e ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima, que agora, sabe-se, estava ligado ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, em práticas nada republicanas (Cunha, nunca é demais lembrar, está preso desde meados de outubro do ano passado).

É certo que a deposição da gerentona de araque e a derrocada do PT produziram um efeito positivo, como também a aprovação da PEC do teto dos gastos e o encaminhamento da reforma da Previdência ― que precisava ser feita há décadas, mas que ninguém teve peito de fazer por exigir a adoção de medidas eminentemente impopulares. De uns meses a esta parte, a expectativa de crescimento do PIB deu sinais (pífios, é verdade) de crescimento, e os índices de inflação fecharam o ano dentro da meta ― mais por conta da recessão do que das medidas implementadas pela equipe econômica, que agora vêm forçando perigosamente a barra para acelerar a redução da taxa básica dos juros (Selic).

Observação: Desde o início de dezembro passado que Temer o ministro da fazenda, Henrique Meirelles, insatisfeitos com a lentidão na queda da Selic, passaram a exercer pressão sobre o presidente do BC, Ilan Goldfajn. Essa mesma estratégia foi levada a efeito nos governos Lula e Dilma ― de forma menos sutil, é verdade; com Dilma, os juros caíram sob ordem da dita-cuja, alimentando a crise que continua assolando a economia tupiniquim.

Temer contava com uma milagrosa retomada da confiança do empresariado com sua assunção ao cargo e escolha de uma equipe econômica comprometida com a austeridade fiscal, mas o bolso do brasileiro não se encheu com o discurso e, consequentemente, sua popularidade, que nunca foi lá grande coisa, vem caindo a cada dia. Até porque, tirando a militância ignara de esquerda ― que por alguma razão ainda engole as bazófias da “alma viva mais honesta do Brasil” (vade retro!) ―, o povo já não se ilude com promessas vãs em discursos sem conteúdo. E com 12 milhões de desempregados e um número ainda maior de trabalhadores que vêm se equilibrando no emprego a duras penas ― cortesia dos 13 anos e fumaça de um governo safado, que institucionalizou a corrupção e roubou até mais não poder ―, a tolerância e boa vontade dos brasileiros andam mais em baixa que a popularidade do seu presidente.

Vamos continuar acompanhando e acreditando/desejando o sucesso de Michel Temer em descascar esse monumental abacaxi, até porque pouco mais nos resta a fazer.

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segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

VIDEO CONVERTER ULTIMATE PRO

OS MÚSICOS TOCAM SEUS INSTRUMENTOS. O MAESTRO TOCA A ORQUESTRA.

Hoje em dia, mesmo quem não trabalha com imagens costuma dispor de um editor dedicado em seu PC. Aliás, usuários do Windows já contam com o Paint, que é um tanto limitado, mas adequado para quem precisa apenas criar e editar imagens usando ferramentas como lápis, pincel, balde de tinta, borracha, etc. e salvá-las nos formatos mais comuns (.jpg, .gif, .bmp, .png, entre outros; para mais detalhes, clique aqui).

Ao longo das quase 3.000 postagens que publiquei desde a criação do Blog, em setembro de 2006, comentei e recomendei dezenas de editores de imagem, tanto pagos quanto gratuitos, além de diversas alternativas online, que dispensam instalação (já que rodam a partir do navegador) e atendem satisfatoriamente à maioria dos usuários eventuais (veja detalhes nesta postagem). Guardadas as devidas proporções, o mesmo que eu disse sobre imagens se aplica a vídeos ― ou passou a se aplicar, melhor dizendo, após a popularização de plataformas de compartilhamento como o festejado YouTube.

Não é por não ser um profissional do ramo que você está obrigado a criar vídeos chinfrins, de baixa qualidade: na esteira da disseminação dos vídeos online, surgiram miríades de aplicativos voltados ao uso doméstico ― até porque ferramentas como o Adobe Premier e outras que tais, além de caras, são difíceis de usar, exigindo tempo e paciência de quem se arrisca a explorar seus recursos, que são poderosos, não resta dúvida, mas intrincados e pouco intuitivos para os neófitos.  

Sensível a esse problema, a Aiseesoft ― empresa líder no desenvolvimento de aplicativos para criação multimídia e gerenciamento de dispositivos portáteis e de PDF ― desenvolveu o Video Converter Ultimate, que permite editar vídeos de forma fácil e rápida e obter resultados de boa qualidade. Em linhas gerais, a proposta do fabricante é oferecer recursos na medida das necessidades dos usuários que desejam editar vídeos de forma amadora, e disponibilizá-los mediante comandos simples e intuitivos. Dentre outras coisas, o programinha permite adaptar os vídeos às características da tela onde eles serão exibidos, rotacioná-los (caso tenham sido gravados na vertical, por exemplo), recortar as imagens (para eliminar indesejáveis faixas pretas), aplicar zoom, modificar o formato da tela (passar do 4:3 para o 16:9 sem distorcer as imagens, também por exemplo) e muito mais.

Em vez de ferramentas altamente sofisticadas ― que geralmente são subutilizadas por quem não é do ramo ―, o Video Converter Ultimate conta com um menu lateral, onde bastam poucos cliques do mouse para você ajustar o brilho, o contraste, a saturação e a matiz, além de reduzir efeitos indesejáveis, como trepidação e ruídos. Tudo de maneira simples e intuitiva, volta a dizer, sem a necessidade de navegar por configurações complexas e, não raro, confusas.

A composição e montagem de diferentes planos é essencial para a obtenção de um mínimo de dinamismo em qualquer vídeo, e cortar os segmentos desejados e alinhá-los em uma sequência nem sempre é fácil quando se usa editores de vídeo profissionais. Com a ferramenta da Aiseesoft, no entanto, basta arrastar e soltar os arquivos na ordem desejada, indicar o trecho que tenciona utilizar de cada arquivo e deixar que o programa faça sozinho a montagem e lhe apresente o resultado final. Além disso, o VCU garante ampla compatibilidade com formatos e codecs, sendo capaz de converter e salvar os arquivos em mais de 400 perfis de áudio e vídeo.

Para saber mais sobre o software de edição de vídeos da Aiseesoft e testá-lo gratuitamente, clique aqui. Há versões para Windows ou Mac e, entre os vários idiomas disponíveis, está também o português. O preço da licença é R$ 169,92 ― que você pode dividir em 6 parcelas de R$ 28,32.


MICHEL TEMER E AS PADARIAS INFORMATIZADAS

De acordo com o site THE PIAUÍ HERALD, após confundir a moeda nacional e chamar o real de cruzeiro, FrankensTemer cometeu mais uma “gafe imperdoável”, durante o funeral de Mario Soares, ao contar ao atual presidente lusitano uma piada... de português.

― Como saber se a padaria do português foi informatizada? ― perguntou Temer.

Diante do sonoro silêncio de seu colega de além-mar, nosso presidente emendou:

― Um mouse atrás da orelha, ele usá-lo-á!

Poucos risos foram ouvidos, a maioria da comitiva brasileira, e logo Sousa iniciou uma longa explanação sobre programas portugueses de inclusão digital.

Ainda segundo o blog, Temer afirmou que a confusão aconteceu porque ele leu um livro de Ary Toledo no avião, a caminho de Lisboa, com o intuito de chegar ao país dando um ar mais leve ao provável clima de velório. Sua intenção era fazer uma piada sobre uma loira burra, porém, no frigir dos ovos, lembrou-se apenas do chiste retro citado. Perguntado se uma piada machista também não seria de mau gosto, sua excelência desconversou:

― Vocês conhecem aquela do padre, da bichinha e do papagaio?

Pois é, gente, depois de duas semanas ouvindo notícias estarrecedoras sobre rebeliões em presídios, de ter de engolir as ilações estapafúrdias do dublê de Kinder Ovo e Lex Luthor [o ministro da Justiça Alexandre de Moraes], de ver a abilolada militância de esquerda aplaudir a suposta candidatura de Lula à presidência (na condição de penta-réu, só se for de Presidente Bernardes), de ver o governo comemorar a queda da inflação ― que a população ainda não sentiu no bolso, e que só ocorreu devido à recessão, não como resultado das medidas implementadas pela equipe econômica), de faltarem poucos dias para Donald Duck, digo, Trump assumir a presidência da maior potência do mundo, achei por bem começar a segunda quinzena com um pouco de humor, para variar.

Amanhã voltaremos a falar sério. Abraços e até lá.

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domingo, 15 de janeiro de 2017

AINDA SOBRE POLÍTICOS E HELICÓPTEROS

O gosto do governador petista Fernando Pimentel por mordomias (vide postagem anterior), notadamente no que concerne a voar à custa do contribuinte, parece ser compartilhado por políticos dos mais variados partidos (e olhe que partido político é o que não falta no Brasil, haja vista o número de legendas registradas no TSE, ávidas por morder uma fatia do fundo partidário e vender a peso de ouro seu tempo na mídia durante as campanhas eleitorais).

Observação: Torno a lembrar que, ironicamente, as caudalosas denúncias de corrupção contra o governador mineiro começaram precisamente em virtude de um avião: a Operação Acrônimo teve início em outubro de 2014, quando a PF apreendeu um jatinho que pousou em Brasília com uma soma significativa em dinheiro vivo e farto material de campanha de Pimentel.

Não que o custo da viagem do petralha (estimado em R$ 5 mil) represente mais do que uma gota d’água no oceano de dívidas em que se afoga a economia mineira (vale lembrar que MG disputa com o RJ e o RS o título de “Grécia Brasileira”). O que pegou mal foi o acinte, o deboche, a desfaçatez, o escárnio representado por mais esse abuso, notadamente depois que sua insolência decretou “estado de calamidade financeira” por conta do descalabro nas contas públicas do Estado que governa. Para piorar, diferentemente do que fizeram outras autoridades pilhadas em situações semelhantes, o sacripanta não se prontificou a reembolsar o Erário, limitando-se a afirmar (como de praxe) não fez nada de errado. E mesmo que sua versão expressasse a mais pura verdade (o que se admite apenas por amor à argumentação), o contribuinte mineiro não entendeu por que razão uma indisposição do filho do governador o isentaria de ressarcir o prejuízo.

Passando ao mote desta postagem, o tucano Aécio Neves (autor do decreto em que Pimentel se embasou para se arrogar o direito de usar as aeronaves oficiais com bem entender) viajou pelo menos seis vezes em helicópteros e aviões oficiais destinadas ao transporte de autoridades, isso 22 meses depois de ter deixado o cargo de governador de Minas Gerais.

Outro exemplo: Sérgio Cabral, ex-governador do RJ e atualmente hospedado no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, era useiro e vezeiro em requisitar o helicóptero do governo do Rio para levar empregadas às compras em supermercados, buscar roupas que a primeira-dama tivesse esquecido de levar nas viagens de fim de semana em Mangaratiba, e até mesmo para transportar Juquinha, o cachorro da família.

Em 2013, o presidente do Senado e Cangaceiro das Alagoas Renan Calheiros utilizou um avião da FAB no deslocamento que fez de Brasília ao Recife para realizar ― pasmem! ― um implante capilar (como ele não tinha sequer uma agenda oficial para justificar a gastança, acabou devolvendo R$ 27000 aos cofres públicos).

Segundo levantamento feito pelo ESTADÃO, a despeito de Dilma Rousseff ter proibido via decreto (em abril de 2015) o uso de aeronaves da FAB por ministros em deslocamento para seus domicílios, de maio a novembro do ano passado o staff do governo Temer se esbaldou em pelo menos 238 viagens que tinham como origem ou destino suas respectivas cidades de residência.

Como bem dizia Ruy Barbosa, “aos amigos, tudo, aos inimigos, a Lei”!

sábado, 14 de janeiro de 2017

OS VOOS DE PIMENTEL

O governador que decretou “calamidade financeira” em Minas Gerais e parcelou o salário do funcionalismo se arroga o direito de usar helicóptero oficial para buscar filho em uma festa de réveillon ― e ainda autoriza a compra de duas novas aeronaves.
Sem embargo do resumo lapidar consubstanciado na frase acima, vale lembrar que o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, é alvo de duas denúncias no âmbito da Operação Acrônimo e vem se equilibrando no cargo por uma conjunção de maioria na Assembleia Legislativa mineira e impasses jurídicos em Brasília (seus advogados recorreram com base no artigo 86 da Constituição Federal, que prevê a necessidade de aprovação de dois terços do Legislativo para a abertura de processo contra o chefe do Executivo, e o ministro Celso de Mello paralisou o trâmite da ação até que o plenário do STJ decida se aceita ou não a denúncia).
Pimentel é amigo de Dilma desde a militância estudantil. Quando ela caiu, as redes sociais reverberaram a campanha “Agora é Pimentel”. Para os investigadores, ele teria transformado o ministério em “agência de negócios”, alterando portarias para atender pleitos de segmentos empresariais em troca de doações para sua campanha e para ele próprio; para seus opositores, ele não tem condição moral de governar, notadamente depois que o empresário Benedito de Oliveira ― o Bené, como era chamado por Dilma quando era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior em seu governo ― informou, em sua delação premiada, que a propina recebida do grupo CAOA não foi de “apenas” R$ 2 milhões, mas de R$ 20 milhões (sete dos quais teriam sido pagos no exterior, e o restante, usado em sua campanha).
Como já dizia Eça de Queiroz, políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos, e pelos mesmos motivosPimentel parece ter especial vocação para fazer na vida pública o que faz na privada. Detalhando melhor o episódio resumido no parágrafo de abertura, sua insolência foi flagrada por “câmeras indiscretas” no primeiro dia do ano, ao utilizar o helicóptero de prefixo PP-EPO, do governo estadual, para ir buscar o filho em Escarpas do Lago ― luxuoso condomínio a 300 quilômetros da capital mineira. O vídeo viralizou na Internet e causou protestos, notadamente entre os funcionários públicos, que há meses vêm amargando um escalonamento no pagamento dos salários.
Em sua defesa, o governador petralha afirmou que “o deslocamento do governador em aeronave está previsto em lei, e o uso é regulado por um decreto de Aécio Neves, de 2005, e que os ataques contra sua proba senhoria fazem parte de uma campanha insidiosa, de um ‘pequeno setor da oposição’ que conhece perfeitamente a lei e o decreto em questão, mas tenta atrapalhar e prejudicar o Estado em vez de ajudar a unir os mineiros no enfrentamento da crise”. A desculpa não colou, naturalmente, e servidores protestaram no dia seguinte, exibindo cartazes com helicópteros diante de um hospital público infantil onde os funcionários estão com os salários atrasados. Aliás, o que a nota da assessoria de Pimentel não mencionou é o que consta no artigo 2º do mesmo decreto: “A utilização de aeronaves oficiais será feita, exclusivamente, no âmbito da administração pública estadual, direta e indireta, para desempenho de atividades próprias dos serviços públicos” ― o que, evidentemente, não contempla a situação em tela. E ainda que não fosse ilegal, a coisa seria no mínimo imoral, na medida em que denota total descaso com a situação econômica do Estado, cuja dívida líquida atingiu, em agosto, 184% da receita.
ObservaçãoIronicamente, em outubro passado, o próprio Pimentel assinou um decreto restringindo o uso de aeronaves oficiais como parte do esforço para controlar os gastos públicos. Agora, a despeito de ter decretado “calamidade financeira” no Estado que hoje disputa com o RJ e o RS o epíteto de “Grécia Brasileira”, o petista autorizou o reforço da frota mineira de aeronaves com a compra de mais dois helicópteros AS350 B3, ao custo de R$ 21,8 milhões. Também ironicamente, as caudalosas denúncias de corrupção contra ele começaram precisamente em virtude de um avião: a Operação Acrônimo teve início em 2014, quando a PF apreendeu um jatinho que pousou em Brasília com uma soma significativa em dinheiro vivo e farto material de campanha de Pimentel.
Caso prevaleça o entendimento de que a Assembleia Legislativa não precisa autorizar qualquer investigação, a vida do petista ficará mais difícil. Seu destino dependerá apenas da Justiça, e não de aliados políticos. Se sobreviver às acusações, ele terá ainda de enfrentar um estado em crise e, agora, sem a ajuda dos antigos companheiros do Palácio do Planalto.
Como dizia minha finada avó, um dia a casa cai. Por mais que pegue carona em aeronaves oficiais, em algum momento esse imprestável vai cair.
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sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

MANUAL DO USUÁRIO

ÀS VEZES, É MELHOR DEIXAR EM FOGO LENTO DO QUE MEXER NA PANELA.

Sempre que compramos um produto novo, costumamos “dar uma olhadinha” no manual de instruções, mas tão logo nos familiarizamos com as principais características e funções do aparelho, guardamos o livreto e quase nunca o encontramos quando tornamos a precisar dele.

Para piorar, nem sempre é fácil localizar a versão em PDF no site do fabricante, razão pela qual o melhor mesmo é ir diretamente a http://www.safemanuals.com/ – um repositório com mais de um milhão de manuais de milhares de marcas diferentes).

Note que é possível fazer a pesquisa a partir da marca do produto (clicando no link correspondente) ou digitando os parâmetros no campo de buscas e clicando no botão SEARCH (pesquisar). Repare também que, na extremidade superior direita da página (oriente-se pela ilustração acima), você pode alterar o idioma do inglês (padrão) para outras nove opções, dentre as quais o português.

Claro que a oferta de manuais é bem maior na língua do Tio Sam, de modo que, se você não encontrar o que procura no nosso idioma, torne a selecionar o inglês e repita. Caso encontre o manual que procura, traduza-o com o GOOGLE TRADUTOR .

O PAÍS AINDA TOLERA O CORO DOS HIPÓCRITAS QUE ACUSAM OS INVESTIGADORES DE FASCISMO 

O Brasil chocou o ovo da serpente (ou da jararaca) durante décadas. O filhote, enfim, nasceu forte e esfomeado e devorou a economia popular. Os brasileiros demoraram a admitir o estrago que seu monstrinho de estimação estava lhe causando, e, quando isso finalmente se tornou inevitável, veio a reação: o país encarou a cobra venenosa, disse “ai, ai, ai” e a colocou de castigo. Acredita que assim ela vai passar a se comportar direitinho.

A literatura antiofídica da Lava-Jato indica que em 2005, exatamente quando Lula pedia perdão aos brasileiros pelo mensalão, o mesmo Lula tratava da compra escandalosa da refinaria de Pasadena. É compreensível. Gente boa só consegue se arrepender de um roubo de cada vez. E eis que 11 anos depois, preso e condenado pelo petrolão, José Dirceu é perdoado pelo mensalão. O Supremo Tribunal Federal foi firme em sua decisão contra o quadrilheiro petista: “Ai, ai, ai, não faça mais isso”.

Quadrilheiro, não. O mesmo ministro do Supremo que acaba de perdoar o companheiro Dirceu, Luís Roberto Barroso, fez sua estreia espetacular na Corte máxima decretando que a quadrilha do mensalão não era uma quadrilha. Ou seja: Dirceu, Delúbio, Valério e companhia, que agiram sistematicamente em conluio para fraudar os cofres públicos e enriquecer o PT, utilizando métodos, álibis e laranjas comuns por vários anos, não formavam uma quadrilha. Quadrilha é aquilo que baila em volta da fogueira nas festas juninas.

Foi também o mesmo companheiro Barroso quem operou o rito do impeachment da companheira presidenta, usando sua mira laser do Supremo para mostrar ao Congresso o que ele tinha de fazer. Assim prevaleceu a formação da comissão especial como o PT queria, o que infelizmente não adiantou nada, porque as instituições brasileiras começaram a ficar com vergonha de proteger governo bandido – e tanto o Legislativo quanto o Judiciário referendaram a legitimidade do impeachment. Aí uma turma ficou gritando contra o golpe – os mesmos de sempre, que se escondem na mística progressista para viver de símbolos retrógrados. Perdoar a quadrilha é uma ótima forma de continuar chocando os ovos das serpentes simpáticas e revolucionárias.

Então, já que é para chocar, vamos chocar: enquanto era julgado pelo mensalão, Dirceu, o perdoado, cometia os crimes do petrolão; posteriormente, já tendo sido preso por esses novos crimes, as investigações da Lava-Jato mostraram que as propinas do esquema engendrado por ele continuavam jorrando nas contas dos guerreiros do povo brasileiro. É mesmo de morrer de pena.

O perdão concedido pelo STF a José Dirceu está em perfeita consonância com a moral vigente no país, ou pelo menos com a moral dominante. O Brasil perdoou Lula quando ele pediu para ser perdoado, em 2005, e no ano seguinte lhe deu a reeleição – com as revelações do mensalão estalando nas manchetes. Comiseração é isso aí, o resto é brincadeira. Lula entendeu muito bem o recado da nação e pisou fundo. O Brasil é sócio do que se passou nos dez anos seguintes – e continua, na prática, perdoando Lula.

O ex-presidente já é penta-réu ― e isso é só o começo; espera o final do recesso para ver ―, mas continua livre para atacar gravemente a imprensa e subir em palanques para perpetuar seu grupo político no seio do Estado brasileiro. E o país ainda tolera o coro dos hipócritas que acusam os investigadores de fascismo. Essa tolerância é pior do que o pior dos crimes do PT.

É claro que os reis da mistificação vão dizer que a frase acima é uma pregação da intolerância, portanto do autoritarismo, portanto da força bruta contra os democratas, etc. etc. Eles são bons nisso. Quando milhões de pessoas saíram às ruas de verde e amarelo pelo impeachment, essa inteligência de João Santana espalhou que era um absurdo protestar contra a corrupção com a camisa da CBF... Um covarde é capaz de qualquer coisa, e um país que confunde intolerância com impunidade é capaz de aceitar o perdão mais hediondo. 

À solta, a serpente agradece.

Com Guilherme Fiuza/Época. 

E como hoje é sexta-feira:


Bom dia a todos e até mais ler.

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