quarta-feira, 1 de novembro de 2017

OS CÃES PASSAM E A CARAVANA DE LULA LADRA



Depois da via-crúcis pelo nordeste, seu tradicional reduto eleitoral, o pulha de nove dedos e sua caravana ladraram enquanto os cães passavam, desta feita pelos rincões de Minas Gerais. 

Só mesmo por ser cega (e, no Brasil, também surda) que a Justiça não vê nada de errado com essa campanha eleitoral antecipada. Salta aos olhos de quem os têm que a finalidade precípua dessa peregrinação é amealhar votos entre eleitores das castas menos esclarecidas ― e o que tem de desinformados e idiotas completos neste país não é brincadeira!

A missão catequizadora do molusco abjeto ― iniciada em Ipatinga, no último dia 23 ―, percorreu 20 municípios em oito dias e foi encerrada, na noite da última segunda-feira, com um ato na Praça da Estação, em BH, enquanto uma manifestação contra o demiurgo hepta-réu acontecia a poucos quarteirões dali.

Se isto aqui não fosse uma Banânia, seria inconcebível que um criminoso condenado posasse de candidato e, pior, encabeçasse os rankings das pesquisas de opinião pública ― lembram o que eu disse acerca de este país estar apinhado de idiotas? Pois é.

Volto ao assunto ― com mais vagar e no horário habitual ― numa próxima postagem. Até lá.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

HDD/SSD ― A MEMÓRIA DE MASSA DO PC ― Parte 4

O PATRIOTISMO É O ÚLTIMO REFÚGIO DOS CALHORDAS.

Dizia eu, no finalzinho do capítulo anterior, que o Windows dispõe de uma ferramenta para arrumar a bagunça que ele próprio cria. Trata-se do Defrag.exe (desfragmentador de disco), que, no Ten, fica sob o título Ferramentas administrativas do menu Iniciar.

A fragmentação dos dados tende a ocorrer conforme o espaço no disco vai sendo preenchido por novos arquivos, já que o Windows procura gravá-los nos clusters vagos que encontra a partir do início das trilhas. Todavia, nem sempre as lacunas abertas com a remoção de um arquivo são suficientes para abrigar outro arquivo, dependendo do tamanho de cada um, e assim uma parte dos dados é gravada nesse espaço livre e o restante, distribuído pelos clusters vagos subsequentes, trilha adiante. O problema é que, conforme esse processo se repete ― milhares, milhões de vezes ―, os arquivo ficam segmentados a tal ponto que recuperá-los é como montar um imenso quebra-cabeça. E quanto mais espalhados os dados estiverem, mais tempo o sistema levará para juntá-los e remontar os arquivos em questão, o que acaba degradando o desempenho do computador como um todo.

Vale frisar que a fragmentação foi minimizada com a adoção do NTFS. Isso porque, com esse sistema, sempre que a gravação de um determinado arquivo é solicitada o Windows procura o primeiro espaço vago capaz de abrigá-lo integralmente, desconsiderando os clusters livres que porventura existam no início do disco.  Não só, mas também por isso, a formatação do drive em NTFS é recomendada nas versões mais recentes do Windows. Só para citar algumas de suas vantagens mais notórias em relação à FAT32, esse sistema se recupera automaticamente de alguns erros de disco, oferece suporte para HDDs de grandes capacidades e aprimora a segurança com o uso de permissões e criptografia. Vejamos isso melhor.

Não é possível utilizar um disco rígido ou qualquer outro dispositivo sem antes proceder à formatação lógica, quando é criada a estrutura que permite ao Windows gravar e ler os dados armazenados na mídia, editá-los, copiá-los, renomeá-los e até mesmo apaga-los. Em suma: sem um sistema de arquivos, os dados seriam apenas um monstruoso conjunto de bits sem utilidade. FAT 16 e FAT 32 são sistemas de arquivos (file systems) usados por padrão nas encarnações do Windows anteriores à XP. A FAT ― sigla de File Allocation Table (tabela de alocação de arquivos) ― era padrão no MS-DOS e no Windows 9x/ME, e consiste numa espécie de tabela que indica onde estão os dados de cada arquivo (como vimos, espaço destinado ao armazenamento é dividido em clusters, e cada arquivo gravado pode ocupar vários clusters, mas não necessariamente sequenciais). Com o advento de drives mais sofisticados e de maior capacidade, a FAT 16 foi promovida a FAT 32 e se tornou padrão para os sistemas operacionais da Microsoft por anos a fio.

Por uma questão de espaço, o resto fica para depois do feriadão. Até lá.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

terça-feira, 31 de outubro de 2017

DEPUTADO MARUN, DANCINHA DA IMPUNIDADE E OUTROS ASSUNTOS



Conforme eu disse nesta postagem, o vice-líder do governo na Câmara e comandante da tropa de choque presidencial Carlos Marun comemorou a palhaçada da última quarta-feira ― não me ocorre outro termo para designar a votação da segunda denúncia contra Temer ― com a dancinha da impunidade, numa paródia mal-ajambrada de Tudo Está no Seu Lugar, de Benito di Paula, que o deputado cantou e dançou com a graça de um hipopótamo bailarino (não deixem de clicar nos links e conferir os vídeos). O amigo do Charlie Brown não gostou nem um pouco da história. Em entrevista à FOLHA, ele disse “estar muito puto” com o que classificou de “desrespeito”, chamou Marun de “babaca” e disse que “o cara merecia processo”.

Como uma cara de pau de Jacarandá-da-Bahia, o ex-presidente petralha, hepta-réu e condenado a 9 anos e seis meses de xilindró vem rodando o país em caravana, muito antes do prazo oficial de campanha, pedindo votos aos trouxas. Infelizmente, idiotas brotam como ervas-daninhas e, no Brasil, eles vêm com título eleitoral como equipamento padrão. Em 2014, o demiurgo de Garanhuns exortou a população menos esclarecida a “votar numa ideia, num bom programa, numa boa chapa, não numa pessoa”. Boa parte desses anormais votou na chapa formada pela deplorável nefelibata da mandioca e seu vice ― ora denunciado (duplamente) por corrupção, formação de quadrilha e obstrução da Justiça.

Falando no vampiro do Planalto, o marqueteiro Elsinho Mouco afirma que conseguirá elevar de 3% para 50% a popularidade de Michel Temer. Depois, certamente dará uma palestra mostrando ser possível enxugar gelo com toalha quente e pintar peidos de verde-amarelo.

O publicitário aposta nas ruas vazias (cooptação de movimentos), na melhora dos indicadores econômicos (obra de Henrique Meirelles) e na parceria com o Congresso (obtida com a uma imoral compra de votos), e sua campanha já tem um novo slogan: “Agora, é Avançar.” Mas não seria melhor usar o bom e velho “Tem que manter isso aí, viu!”, que está inarredavelmente associado a Michel Temer?

Observação: Dizem que Mouco teve uma epifania: um anjo lhe apareceu em sonho e garantiu que haverá uma adesão natural à figura do presidente quando “for totalmente revelada a armação” que ele vem sofrendo. Nem imagino o que esse sujeito possa ter bebido ou cheirado antes de dormir, mas isso se parece mais com uma edição revista e atualizada da falácia do “golpe” que depôs Dilma Anta Rousseff.

A Justiça não pode fazer ouvidos moucos (desculpem, não resisti ao trocadilho) a um levantamento feito pela FOLHA, segundo o qual os pagamentos do governo federal à agência de publicidade Calia Y2 Propaganda e Marketing, que pertence a um irmão de Elsinho Mouco, cresceram 82% na gestão de Michel Temer. Foram R$ 102 milhões entre 31 de agosto do ano passado ― quando Temer foi efetivado na presidência, e 31 de agosto deste ano. Durante todo o (des)governo de Dilma (de janeiro de 2011 a maio de 2016), a média mensal de despesas com a Calia foi de R$ 3,3 milhões, contra cerca de R$ 6,5 milhões no governo Temer (os valores foram atualizados pela inflação). Só neste ano, os desembolsos de janeiro a agosto alcançam R$ 64 milhões, mais do que em qualquer ano de administração da petista.

Elsinho Mouco fez as campanhas eleitorais de Temer e presta serviços ao PMDB há pelo menos 15 anos. Com o impeachment, passou a ser responsável pela imagem do presidente e cunhou o slogan Ordem e Progresso ― que remonta aos primórdios da República ― e o Bora, Temer ― que se contrapõe ao Fora Temer. Em agosto, assumiu o cargo de diretor na agência Isobar (antiga Click), que cuida da estratégia oficial para redes sociais, e passou a receber indiretamente do governo, além de ocupar uma sala dentro do Palácio do Planalto.

É mole?

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

HDD/SSD ― A MEMÓRIA DE MASSA DO PC ― Parte 3

O IMPORTANTE NÃO É AQUILO QUE FAZEM DE NÓS, MAS O QUE NÓS MESMOS FAZEMOS DO QUE OS OUTROS FIZERAM DE NÓS.

Vimos que o drive sólido (SSD) substitui com vantagens o eletromecânico (HDD), mas que, devido ao elevado custo de fabricação, modelos com fartura de espaço costumam equipar notebooks de configuração de ponta (e preços idem), enquanto drives híbridos ― ou mesmo SSDs puros, mas de capacidade mais modesta ― são direcionados a PCs de configuração mediana e preços mais acessíveis.

Uma das vantagens dessa “nova” tecnologia advém da maneira como os dados são gravados e lidos. Como eu disse no capítulo de abertura, a formatação física dos drives eletromecânicos mapeia a superfície dos pratos, que são divididas em trilhas, setores e cilindros. O setor corresponde à menor unidade física do disco, e tem capacidade para armazenar 512 bytes (não confundir com cluster; que é a menor unidade lógica que o SO é capaz de acessar, e geralmente é formado por um conjunto de setores).

Além da formatação física, o disco rígido passa por uma formatação lógica por ocasião da instalação do Windows. Esse processo cria uma tabela de alocação de arquivos que permite ao sistema “enxergar” e gerenciar o espaço disponível no drive (no caso do Windows, os formatos mais usados são a FAT, o NTFS e, mais raramente, a exFAT). O tamanho do cluster varia conforme o sistema de arquivos. No NTFS, cada cluster possui entre 512 bytes e 4 KB, dependendo do tamanho da partição. Quanto menor for o cluster, menos espaço será desperdiçado, sobretudo na gravação de arquivos pequenos, pois, mesmo que tenha um único byte de tamanho, esse arquivo ocupará um cluster inteiro.

O sistema operacional é o responsável pela leitura e gravação dos dados, mas, no controle do tráfego de informações entre a memória de massa e a RAM, ele conta com o auxílio do BIOS, que supervisiona a entrada e saída de informações. Quando, por exemplo, comandamos a gravação de um arquivo, a instrução é repassada ao sistema, que altera a estrutura da tabela de alocação para indicar a presença daquele arquivo no diretório escolhido, seleciona os clusters disponíveis para armazenar os dados e repassa os endereços ao BIOS, que cuida dos detalhes físicos da gravação ― ou seja, transfere os dados da RAM para o HDD e solicita à controladora do disco que posicione as cabeças de leitura/gravação sobre os clusters correspondentes. Se o arquivo não couber integralmente num cluster, o sistema localizará mais clusters disponíveis (tantos quantos forem necessários) e repassará as coordenadas ao BIOS, até que o arquivo seja totalmente gravado. Concluído esse processo, os clusters ocupados são registrados na tabela de alocação, para que não sejam sobrescritos durante a gravação de outros dados.

Quando o computador é novo, há muito espaço livre na memória de massa, e os arquivos podem ser armazenados em clusters contíguos, o que facilita tanto a gravação dos dados quanto sua posterior leitura. Conforme vamos instalando e removendo aplicativos, criando, alterando e apagando arquivos, vão surgindo lacunas entre os clusters, e nem sempre o espaço vago deixado pelo arquivo que acabamos de excluir comporta integralmente o arquivo que criamos em seguida, daí o sistema distribuir o restante pelos demais clusters disponíveis ao longo da trilha. Isso evita o desperdício de espaço, mas acarreta demora na gravação e, principalmente, na leitura dos arquivos segmentados, já que o sistema precisa localizar cada fragmento e remontar tudo, num imenso quebra-cabeça.

Felizmente, o Windows dispõe de uma ferramenta para organizar a bagunça que ele próprio cria, mas isso já é conversa para o próximo capítulo.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

A VITÓRIA PÍRRICA DE MICHEL TEMER


Para quem não sabe, “vitória pírricaé uma expressão usada para designar uma vitória obtida a alto custo, potencialmente acarretadora de prejuízos irreparáveis. Sua origem remonta à Grécia Antiga e faz alusão às perdas sofridas pelo exército do Rei Pirro, que derrotou os romanos na Batalha de Heracleia, em 280 a.C., mas perdeu uma parte considerável forças que trouxera consigo, além de quase todos os seus amigos íntimos e principais comandantes. A despeito do viés militar, o uso dessa expressão é comum também na economia, política, justiça, literatura, arte e desporto, sempre para descrever uma luta prejudicial ao vencedor.

Como disse o jornalista José Simão, dias antes de votação na Câmara o presidente foi ao Shopping Congresso e comprou um deputado de Lego para o filho Michelzinho, um deputado Luiz Vuitton para a esposa Marcela e 200 deputados de baixo clero e alto custo para si mesmo. E assim sobreviveu à segunda denúncia, gostemos ou não. Com menos votos do que na primeira, é verdade, mas conseguiu se manter no cargo e lá ficará até o final do mandato ― ou até que sobrevenha uma nova denúncia que tenha resultado diverso das anteriores. Até porque o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, já mandou arquivar os 25 pedidos de impeachment contra Temer ― não sem deixar claro que o peemedebista lhe deve um favorzão pelo apoio empenhado nas duas votações (tire o leitor suas próprias conclusões).

Na avaliação do jornalista J.R. Guzzo, quem deveria ter feito o “Fora Temer”, anos atrás, era Lula. Não fez. Agora não adianta. Quando menos se espera que o presidente permaneça no cargo, segundo o que dizem dia e noite os analistas políticos, é aí que ele fica mais grudado que nunca na poltrona presidencial. As votações envolvendo a primeira e a segunda denúncia foram um duplo espetáculo de perda abusiva de tempo e de enganação em massa do público. Até porque a oposição sabe perfeitamente que nada do que está fazendo vai resultar em alguma coisa prática. Mas finge liderar uma epopeia nas “lutas populares” e afirma que seu objetivo real era fazer o governo “sangrar”, sem explicar que diabo a população teria a se beneficiar com isso. Não ganham porque não têm os votos necessários, não têm o apoio nem de meia dúzia de cidadãos de carne e osso dispostos a protestar na rua e não têm, por fim, a razão, pois seu objetivo não é obter justiça e sim derrubar um inimigo político.

Todo esse processo foi uma farsa grosseira, pois Temer e Lula são a mesma coisa. A gestão do peemedebista nada mais é que o “terceiro tempo” dos governos petistas, que focaram em roubar os brasileiros como nunca antes na história deste país ― aliás, nunca ninguém governou o Brasil tão mal quanto Dilma, e dificilmente alguém virá a governar. Fora isso, qual a diferença entre Lula e Temer? Lula, na verdade, é pior, pois foi ele que gestou a situação que está aí. O fato é que não existiria Temer nenhum se Lula não tivesse imposto seu nome para vice-presidente na chapa de Dilma, momento em que foi considerado, mais uma vez, um gênio político pela mídia e por todos os que hoje se horrorizam com o presidente que ele nos enfiou reto acima. Quem deveria ter feito o verdadeiro “Fora Temer”, muitos anos atrás, eram Lula e o PT. Agora é tarde.

Voltando ao placar da votação da segunda denúncia ― que o deputado Carlos Marun, líder da tropa de choque do presidente, considerou uma “vitória de lavada” e comemorou em grande estilo; vi pela televisão a cena ridícula em que ele, com a graça e a leveza de um hipopótamo, ensaiou uns passinhos de dança pra lá de idiotas ―, o os míseros 251 votos deixaram claro que o governo dificilmente conseguirá aprovar a reforma da Previdência e outras mais, tão necessárias para o país entrar nos eixos. Para o povo, fica mais uma vez a sensação de ter sido feito de palhaço, de que tudo não passou de um acordão, de que tudo acabou em pizza.

Por ser minoria e, portanto, incapaz de derrotar o Planalto, a oposição resolveu obstruir a votação ― o que se justificou à luz das negociatas que aconteceram nos bastidores. Mas, convenhamos: mesmo que tivesse logrado êxito, o único resultado que esse atraso produziria seria manter o país paralisado por mais alguns dias ou semanas, com mais danos à economia. Já os puxa-saco do presidente deram seguidas demonstrações do baixo nível da nossa política, ora falando bobagens ao microfone ― sobre o cultivo da tilápia ou as qualidades do vinho nacional ―, ora dando show de grosserias ― como aquele deputado que horas antes viralizara no plenário em um vídeo pornô em plena atividade sexual.

Em última análise, a votação foi um exemplo de hipocrisia política, com deputados do PT ou PCdoB criticando o governo por fragilizar nossas estatais e supostamente entregar nossas riquezas ao estrangeiro, como se não fossem os responsáveis pelo descalabro acontecido na Petrobras e companhia. Ou deputados governistas atacando as gestões petistas anteriores pela corrupção desavergonhada, como se não estivessem ali para discutir justamente as graves acusações de corrupção do governo que apoiam. Pouquíssimos parlamentares passaram a sensação de que são verdadeiros representantes do povo que os elegeu, de que respeitam seus mandatos e estão ali pensando nos interesses da nação.

De acordo com Merval Pereira, os tucanos foram os principais responsáveis pela salvação de Temer, notadamente pelo relatório de Bonifácio de Andrada ― o “nosso relator”, como se referiam a ele os integrantes da tropa de choque do Planalto. Os elogios que o macróbio recebeu dos governistas não podiam ser compartilhados com boa parte da bancada tucana, que votou contra o presidente ― e muito menos com a maioria de seus eleitores ―, mas os ataques oposicionistas contra o relatório eram ataques contra o partido que representava, queira ou não a alta cúpula do PSDB.  

Ainda que a vitória do Planalto tenha gerado menos instabilidade do que uma eventual derrota ― até porque o mercado já “precificou” Michel Temer ―, no dia seguinte á votação o IBOVESPA recuou mais de 1%, e o dólar acompanhou o exterior e encostou em R$ 3,30. O fato de Temer ter obtido 12 votos a menos, se não chega a enfraquecê-lo, certamente exigirá esforços redobrados para aprovar a reforma da Previdência ainda neste ano. Pelo andar da carruagem, Temer ― que, segundo os resultados das últimas pesquisas, goza de míseros 3% de aprovação popular ―, se sobreviver até as próximas eleições, dificilmente terá cacife político para eleger seu sucessor.

Por hoje é só, pessoa. Amanhã tem mais.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

HDD/SSD ― A MEMÓRIA DE MASSA DO PC ― Parte 2

AS MÁS COMPANHIAS SÃO COMO UM MERCADO DE PEIXE; ACABAMOS NOS ACOSTUMANDO AO MAU CHEIRO.

Vimos que o disco rígido é a memória de massa do PC, e que é a partir dele, onde os dados são armazenados de forma persistente, que o sistema, os aplicativos e os demais arquivos são carregados e processados na memória RAM. Claro que eles não são carregados inteiros ― ou não haveria memória que chegasse ―, mas divididos em páginas (pedaços do mesmo tamanho) ou segmentos (pedaços de tamanhos diferentes), conforme suas características. A RAM é muito mais rápida que o disco rígido, mas o problema é que, por ser volátil, ela não é capaz de preservar seu conteúdo quando o computador é desligado ― ou, melhor dizendo, quando o fornecimento de energia é interrompido.

Vale lembrar que o PC utiliza memórias de diversas tecnologias (ROM, CACHE, RAM, HDD, SWAP FILE, etc.), mas, de momento, interessa-nos discutir a memória de massa, e como já falamos sobre o disco rígido no capítulo anterior, trataremos agora do SSD, que, de uns tempos a esta parte, vem substituindo o HDD tradicional dos PCs, mas de forma gradativa, pois o custo da memória flash encarece significativamente a produção de drives de estado sólido de grandes capacidades.

SSDs não têm motor, discos ou qualquer outra peça móvel. Seus componentes básicos são a memória flash, que armazena os arquivos de maneira semelhante à da RAM, tornando o processo de leitura e gravação muito mais veloz, e o controlador, que gerencia o cache de leitura e gravação de arquivos, criptografa informações, mapeia trechos defeituosos da memória, e por aí afora. Mas nem tudo são flores nesse jardim.

Embora sejam menores, mais leves, econômicos, resistentes, silenciosos e velozes do que os jurássicos drives eletromecânicos, sua vida útil é limitada pela quantidade de regravações que as células de memória flash são capazes de suportar. Mesmo assim, eles não costumam “micar” antes de 4 ou 5 anos de uso intenso (segundo os fabricantes, sempre otimistas quando lhes convém, sua vida útil pode chegar a 10 anos ― bem maior, portanto, que a dos discos rígidos magnéticos). E considerando que a maioria de nós não fica mais de 5 anos com o mesmo aparelho ― até por conta da obsolescência programada ―, é improvável que o drive de estado sólido dê sinais de fadiga durante a vida útil do computador.

Para amenizar o impacto do custo de produção e tornar seus produtos mais competitivos, fabricantes de PCs de entrada de linha e preços intermediários se valem de drives híbridos, que combinam uma unidade SSD de pequena capacidade com um modelo eletromecânico tradicional, proporcionando melhor desempenho a preço menor. A memória flash funciona como cache, armazenando e garantindo acesso rápido aos arquivos utilizados com frequência (sistema e aplicativos), enquanto os discos magnéticos se encarregam dos demais dados (músicas, vídeos e arquivos pessoais). O processo é transparente e automático, e tanto o usuário quanto o sistema operacional “enxergam” o conjunto como se ele fosse um drive comum.

É importante salientar que a forma como os dados são gravados nos SSDs evita a famigerada fragmentação dos arquivos. E ainda que assim não fosse, a fragmentação não comprometeria o desempenho do drive, já que não há cabeças de leitura e gravação se movendo ao longo da superfície dos discos (e nem discos) para remontar os arquivos como num grande puzzle. Portanto, se o seu computador dispões um drive SSD, você pode aposentar o desfragmentador ― voltarei a esse assunto mais adiante, mas quem quiser mais detalhes irá encontrá-los nesta postagem).

Continua no próximo capítulo.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

domingo, 29 de outubro de 2017

TEMER FOI INTERNADO, MAS CONTINUA RESPIRANDO GRAÇAS À AJUDA DE 251 DEPUTADOS.


Reclamando de um “desconforto”, Temer foi internado, na última quarta-feira, para exames urológicos que constataram uma obstrução. Segundo O Sensacionalista, o superministro Gilmar Mendes foi chamado a interceder, e concedeu imediatamente um habeas corpus liberando a uretra presidencial, e o vampiro do Planalto recebeu alta no início da noite, já respirando com a ajuda de 251 deputados e 12 bilhões de reais em emendas.

O Brasil é que vem sentindo um enorme desconforto há mais de um ano, mas nada tem sido feito para resolver isso.

Para poder adquirir parlamentares, Temer baixou os juros para pagar em 24 vezes no crediário. Durante as horas em que a gravidade do quadro de saúde presidencial não era conhecida, o Capeta articulou novas alianças por medo de perder o controle do inferno para o PMDB .

Gozações à parte, dois dias após o sepultamento da denúncia contra si e seus comparsas, Temer, o temerário, voltou a ser internado, desta feita no SUS, digo, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para ser submetido a uma raspagem da próstata. Após o procedimento, o vampiro do Planalto foi levado para o necrotério, digo, para uma unidade semi-intensiva, e passa bem, embora ainda não se saiba o horário do funeral, digo, não se sabe quando sua insolência terá alta.

Apesar da recomendação de repouso, Temer despachou normalmente na quinta e na sexta-feira ― como se realmente precisasse trabalhar feito um mouro para pagar o michê das marafonas da Câmara (o povo já fez isso por ele, e o dinheiro está lá, fruto da escorchante carga tributária a que os cidadãos de bem deste país são submetidos).

Há previsão de alta para amanhã, mas o sepultamento do presidente, digo, o retorno a Brasília deve ocorrer somente na quarta-feira, já que o índio de merda, digo, o presidente da Bolívia, Evo Morales, cancelou  o encontro que teria com Temer na véspera do Halloween (vai que esse troço pega...).

Itamaraty e o governo boliviano ficaram de agendar uma nova data.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

sábado, 28 de outubro de 2017

BARRACO NO SUPREMO: MENDES E BARROSO BATEM BOCA EM PÚBLICO



Os ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso protagonizaram um bate-boca público na última quinta-feira, durante sessão do STF em Brasília.

Barroso acusou Mendes de ter “parceria com a leniência” e de “não trabalhar com a verdade” ― referindo-se à soltura do ex-ministro José Dirceu, decretada pela 2ª Turma da Corte ―, e o “superministro” revidou mencionando o fato de Barroso, antes de chegar ao Supremo, ter sido advogado de Cesare Battisti, condenado por assassinatos na Itália e que ganhou o status de refugiado no Brasil.

A ministra Cármen Lúcia tentou pôr panos quentes, mas a troca de ofensas recomeçou em seguida, quando Barroso, ao explicar por que indultou Dirceu, acusou Mendes de ser parcial em suas decisões: “Não transfira para mim essa parceria que Vossa Excelência tem com a leniência em relação a criminalidade do colarinho branco”.

Para encerrar a discussão, a presidente da Corte lembrou aos colegas que eles estavam “no plenário de um Supremo Tribunal” e que gostaria de voltar ao caso em julgamento ― que foi retomado e concluído. Como se vê, a coisa está ficando “cada vez melhor”.

Leia mais sobre o supremo barraco em goo.gl/CL261P ou assista ao vídeo em https://www.youtube.com/watch?v=dBhn46OyoGg.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

QUEM NÃO APRENDE COM OS ERROS DO PASSADO VOLTA A COMETÊ-LOS NO FUTURO



O PSDB já foi o maior partido de oposição aos governos corruptos de Lula e Dilma. Agora, é tão inútil quanto um casaco de pele, ao meio dia, sob o sol causticante do verão senegalês. 

Consenso, dentro da legenda, é como nota de US$ 100 em bolso de mendigo. Não existe. O tucanato faz reuniões e mais reuniões, mas nada fica decidido. Nem para expulsar o senador corrupto que traiu 51 milhões de eleitores os tucanos prestam. E o mesmo vale para o Senado Federal: na última terça-feira, 24, o senador maranhense João Alberto Souza, presidente da Comissão de Ética do Senado, determinou, com base no parecer da Advocacia Geral da Casa, o arquivamento da representação que pedia a cassação do neto de Tancredo. Ainda cabe recurso ao plenário da Comissão, até porque estamos no Brasil, onde sempre existe uma instância superior a quem se pode recorrer contra uma decisão desfavorável, daí ser fundamental, para a classe política, manter o famigerado foro privilegiado. Numa estimativa otimista, 99% dos recursos contra condenações na esfera penal que chegam até STF caducam, caem de maduro ou morrem de velhice.

O PSDB nasceu de uma costela do PMDB e teve seu momento de glória ao emplacar FHC, que, quando ministro de Itamar, conseguiu vencer a hiperinflação sistêmica. Mas os tucanos deixaram a esquerda criar asas e perderam a presidência para Lula. O sonho de recuperá-la em 2010 até poderia ter se concretizado se eles tivessem se empenhado mais, mas esse cemitério de egos ainda não se conscientizou de que brigar entre si não serve como treinamento para lutar contra os verdadeiros adversários.

Depois da derrota de Aécio em 2014, o partido entrou em parafuso. Ainda que tenha contribuído para o impeachment de Dilma, que o tenha feito em nome da estabilidade, da governança, da austeridade, da “salvação nacional”, que tenha apoiado a ideia de se ter um governo de transição que, mantendo de pé uma “pinguela” reformista, atravessasse a pior fase da crise e entregasse o país em melhores condições para o presidente a ser eleito em 2018, o PSDB nada fez para influenciar ou direcionar esse governo. Um governo de perfil “parlamentar”, mas com uma base pouco confiável, sem grandeza e sem projeto, que se refletiu na composição ministerial, gerou turbulências e explodiu com as delações da JBS, que se deixou impregnar pelos interesses escusos do Congresso e pela preocupação em esvaziar a Lava-Jato e recompor oligarquias e práticas clientelistas, trocando a grande política pela pequena política. 

O PSDB ficou ainda mais desmoralizado com o afastamento judicial de Aécio Neves, cuja imagem de bom moço enganou meio mundo (e aí se inclui este que vos escreve). Agora, seus caciques vão empurrando com a barriga a decisão de podar as asinhas do mineirinho safado, que continua senador e presidente afastado da sigla ― e como seu amiguinho e aliado de ocasião Michel Miguel Elias Temer Lulia, não pode nem ouvir falar em renúncia.

Os tucanos deram as costas para a opinião pública e deixaram passar a oportunidade de resgatar a imagem de alternativa lógica para quem não suporta mais corruptos como os do PT e do PMDB. Hoje, criticar o governo é como um roto falar mal de um esfarrapado, mas apoiar Michel Temer foi mais um tijolo na obra de desconstrução do tucanato ― algo que certamente cobrará seu preço, tanto do partido, que prolongou sua indefinição, quanto da política nacional, que perdeu outro personagem que poderia fazer a diferença. Ou será que a sociedade, a opinião pública e o eleitorado perdoarão os tucanos nas próximas eleições?

Falando em erros crassos, embora não me agrade nem um pouco falar na patuleia ignara, vale registrar que supostas conversas de bastidores do PT davam conta de que Temer não sairia vivo do hospital ― onde foi internado na última quarta-feira, 25, devido a problemas urinários. Mas faltou um chazinho como aquele que, dizem, abreviou o pontificado do papa João Paulo I. Afinal, rezar e acender vela até pode ajudar, mas se não jogar pedra nos cachorros é mordida na certa.

Para o PT, interessava a permanência de Temer na presidência, não só porque ambos querem enterrar a Lava-Jato, mas também porque os petralhas acham que a impopularidade do presidente acabará enterrando de vez a já combalida economia. Mas não é o que se vê. Mesmo que a gestão do vampiro do Jaburu não passe de um “terceiro tempo” dos governos de Lula e Dilma, o mercado, sabiamente, precificou o dito-cujo. Prova disso é que, no dia seguinte ao sepultamento da segunda denúncia, a bolsa abriu em alta e a cotação do dólar recuou. 

Faltou o PT combinar com o mercado ― e dar o tal chazinho revigorante a sua insolência, naturalmente.

Aliás, segundo a Folha, em sua peregrinação por Minas Gerais o incansável candidato eneadáctilo esteve numa aldeia indígena em Coronel Murta, onde foi benzido por Benvina Pankararu, cacique da tribo. Ela teria dito que o indigitado “precisa mesmo ser rezado”. Mas nem reza brava vai impedir sua condenação pelo TRF-4. Vade retro, Satanás!

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

HDD/SSD ― A MEMÓRIA DE MASSA DO PC


O AMOR ENTRE DUAS CRIATURAS TALVEZ SEJA A TAREFA MAIS DIFÍCIL QUE NOS FOI IMPOSTA, A MAIOR E ÚLTIMA PROVA, A OBRA PARA A QUAL TODAS AS OUTRAS SÃO APENAS UMA PREPARAÇÃO.

Por armazenar os dados de forma persistente (não confundir com permanente) o HDD constitui a memória de massa (ou secundária) do computador. É a partir dele que os dados são transferidos para a RAM (memória física ou principal), onde os programas são carregados e as informações, processadas, desde o próprio sistema operacional até um simples documento de texto ―  nenhum computador atual, seja um grande mainframe ou uma simples calculadora de bolso, funciona sem uma quantidade mínima de memória RAM.

O primeiro HDD era composto de 50 pratos de 24” de diâmetro, custava absurdos US$ 30 mil e armazenava míseros 4.36 MB ― ou seja, pouco mais que uma faixa musical em .mp3. Hoje, qualquer computador de entrada de linha traz um drive de 500 GB a 1 TB, mas se sobra espaço, falta desempenho: enquanto a velocidade dos processadores aumentou milhões de vezes desde os anos 1980, a taxa de transferência de dados dos HDDs cresceu alguns milhares de vezes, e a rotação dos pratos mal quadruplicou. Como o tempo de acesso é inversamente proporcional ao volume de dados, o disco rígido disputa com o anacrônico BIOS o ranking dos gargalos de desempenho do computador.

Aos poucos, o BIOS vem sendo substituído pelo UEFI, que, dentre outras vantagens, reduz significativamente o tempo de inicialização do sistema. Já os HDDs vêm cedendo espaço aos SSDs (sigla de Solid State Drive), também paulatinamente, devido à dificuldade de conciliar fartura de espaço com preço competitivo. Mas vamos por partes. 

Por mais que tenha evoluído ao longo das últimas 6 décadas, o drive de HD ainda é um conjunto de discos (ou pratos) que, acionados por um motor, giram em alta velocidade (alguns modelos vão além das 10 mil RPM) dentro de uma caixa hermeticamente fechada. Cada prato é recoberto de ambos os lados por uma camada metálica e formatado (fisicamente) na fábrica, quando é dividido em trilhas, setores e cilindros.

As trilhas são "faixas concêntricas" numeradas da borda para o centro e divididas em (milhões de) setores de 512 bytes. Se o drive integrar dois ou mais discos, existe ainda a figura do cilindro, que corresponde ao conjunto de trilhas de mesmo número dos vários pratos (o cilindro 1 é formado pela trilha 1 de cada face de cada disco, o cilindro 2, pela trilha 2, e assim por diante). O primeiro setor ― conhecido como setor de bootsetor zerotrilha zero ou MBR ― abriga o gerenciador de boot, as FATs ― tabelas de alocação de arquivos usadas na formatação lógica das partições inicializáveis ― e outros dados inerentes à inicialização do sistema.

Observação: Note que setor e cluster são coisas distintas: o primeiro corresponde à menor unidade física do HDD, ao passo que o segundo, geralmente formado por um conjunto de setores, remete à menor unidade lógica que o SO é capaz de acessar para armazenar dados.

Os dados são gravados e lidos por cabeças eletromagnéticas posicionadas na extremidade de um braço controlado pelo atuador. Combinando o efeito giratório produzido no disco pelo motor com o movimento do braço, as cabeças podem gravar/ler dados em qualquer ponto da superfície dos discos. A gravação é feita mediante a inversão da polaridade das moléculas do revestimento metálico dos partos, que gera sinais elétricos interpretados pela placa lógica do drive como os bits zero e um que, em linguagem de máquina, compõem os arquivos digitais. Na leitura, a diferença é que as cabeças não alteram a polaridade das moléculas, apenas “leem” os sinais elétricos e os enviam para a placa lógica interpretar.
   
Para não espichar demais esta postagem, vamos deixar o resto para a próxima. Até lá.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

A VOTAÇÃO DA SEGUNDA DENÚNCIA CONTRA TEMER E A CONSPIRAÇÃO CONTRA A LAVA-JATO



Como era esperado, Michel Temer conseguiu sepultar a segunda denúncia. Num espetáculo lamentável, mas que nos custou uma fortuna, a maioria dos “nobres deputados”, ao justificar o voto contra ou a favor do relatório da CCJ, usou e abusou dos mais estapafúrdios disparates. Detalhe: maioria é força de expressão, porque o placar foi de 251 a 233, com 2 abstenções e 25 ausências.

Pode-se contar nos dedos os parlamentares que disseram textualmente que não viam elementos suficientes para a autorizar a abertura de inquérito contra o presidente e seus comparsas ― o que é incrível, considerando o teor da conversa entre Temer e Joesley, a mala de dinheiro de Rocha Loures, etecetera, etecetera e tal, mas era isso que estava em discussão. A patuleia desvairada, então, ressuscitou o tal “golpe contra uma presidente honesta e honrada”, defendeu a volta de Lula e vociferou outros absurdos que tais. Nem imagino o que essa gente anda cheirando, mas deve ser forte pra cacete.

Uns poucos gatos pingados disseram votar contra o parecer em respeito a seus eleitores. Outros lembraram o índice de aprovação do presidente, que é de míseros 3%, mas apenas uns 2 ou 3 defenderam a prisão de Lula, Temer, Dilma, Aécio e demais corruptos ― no dia que isso acontecer, o Congresso ficará tão vazio quando cabeça da militante petista. Um deputado (não me lembro qual), disse exatamente o que eu venho sempre dizendo aqui: Se Temer não teme, por que tem tanto medo da investigação?

É certo que este não seria o melhor momento para trocar (novamente) o maestro desta orquestra chinfrim ― até mesmo em razão de quem seria promovido ao posto. Mas também é certo que a função dos deputados não era fazer esse tipo de julgamento, mas decidir, de forma ilibada e imparcial, se havia ou não indícios suficientes para autorizar a abertura de inquérito contra Temer e seus comparas. Mas o que esperar desse caterva se, dois dias atrás, o conselho de ética do Senado arquivou o pedido de afastamento de Aécio, o mineirinho safado que traiu 51 milhões de eleitores? A única explicação, a meu ver, é que o vocábulo “ética”, para nossos caríssimos congressistas, não tem o mesmo significado registrado pelos dicionaristas.

Temer recebeu alta e deixou o hospital ainda na noite de ontem. Conforme eu publiquei mais cedo, ele havia sido internado devido a uma obstrução na uretra, mas conseguiu esvaziar a bexiga com o auxílio de uma sonda ― embora não tenha precisado de ajuda para esvaziar os cofres na hora de comprar as marafonas da Câmara e se safar do processo no Supremo.

Enfim, chegamos ao day after com os aliados cantando vitória, apesar do placar decepcionante. Mas é inegável que eles conseguiram atravessar a ponte, ainda que aos trancos e barrancos. Agora, é preciso retomar a agenda econômica, e não será fácil conseguir os 308 votos necessários para a aprovação de PECs como a da Previdência.

Segundo O GLOBORodrigo Bolinha Maia, disse que o governo terá de repensar a estratégia para reconstruir a maioria entre os parlamentares. Aliás, a postura do presidente da Câmara sinalizará o futuro deste governo ― como aliado do Planalto, ele foi essencial para as vitórias de Temer no Congresso, mas, de olho nas eleições de 2018, vem mudando sua postura, até porque ninguém merece ser visto como aliado de um governo que tem míseros 3% de aprovação popular. Demais disso, é natural que, a esta altura do campeonato, os parlamentares foquem mais nas urnas do que na agenda do governo. Basta ver que, na votação de ontem, o PSDB ― maior partido da base aliada ― deu 20 votos ao Planalto e 23 contrários; o DEM e o próprio PMDB também deram menos votos ao governo que na primeira denúncia.


Se temos mesmo de aturar sua insolência por mais 14 meses, que isso surta efeitos positivos, que os mercados reajam bem, que economia continue se recuperando. Isso se Temer conseguir realmente chegar ao final do mandato, com 77 anos nas costas e indicação de repouso depois passar sete horas no hospital. Aliás, além de se recuperar fisicamente, o maior desafio de Temer, a partir e hoje, é mostrar que seu governo não acabou 14 meses antes do fim.

Por enquanto é só, pessoal. Enquanto esperamos a poeira baixar para fazer uma análise mais detalhada do quadro atual, deixo aqui um clipe de vídeo em que a jornalista Joyce Hasselmann tece considerações preocupantes sobre a possibilidade de o STF rever sua posição sobre a prisão após a confirmação da sentença em segunda instância, o que não só poderá definir a participação de Lula nas próximas eleições, mas também o futuro da Lava-Jato.


Até mais ler.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

BACKUP NO WINDOWS 10 ― Conclusão

O VOTO NULO É VOTO INÚTIL APENAS PARA OS POLÍTICOS CORRUPTOS, POIS É A VOZ DO POVO TENTANDO SE MOBILIZAR CONTRA O SISTEMA.

Antes de passarmos ao roteiro do backup no Windows 10, vale salientar que, por motivos óbvios, a ferramenta nativa do sistema não armazena as cópias de segurança na mesma unidade em que o Windows está instalado. Então, se você não particionou seu HD, use um pendrive, um HD USB ou mesmo CDs/DVDs ― caso seu computador conte com um gravador de mídia óptica. Por segurança, salve uma cópia também na nuvem (sugiro usar o ONEDRIVE, da Microsoft, mas você encontrará outras opções interessantes nesta postagem).
    
Observação: Um HD dividido em duas ou mais partições permite manter os backups separados dos arquivos do sistema e dos aplicativos. Isso facilita a recuperação desses dados após uma eventual reformatação da unidade C:, mas não os protege no caso de uma pane física comprometer o funcionamento do drive. Como seguro morreu de velho, é bom saber que o  freeware SwissKnife permite criar, modificar, formatar e apagar partições de maneira mais simples e rápida do que a ferramenta nativa do Windows (clique aqui para fazer o download e obter informações de como usar o programinha).

Passando ao tutorial:

1― Clique no botão Iniciar > Configurações > Atualização e Segurança, selecione uma opção de disco de backup, habilite a chave Fazer backup automaticamente dos meus arquivos e clique em Mais opções (caso você não tenha particionado o HD e não disponha de um drive externo, use um pendrive; modelos entre 16 e 64 gigabytes não custam caro e oferecem espaço mais do que suficiente para você guardar suas cópias de segurança).

2 ― Selecione as pastas que você deseja proteger, retorne ao topo da janela, clique em Fazer backup agora e aguarde a conclusão do processo.

Observação: Quando e se você precisar restaurar seus arquivos, repita os mesmos passo, role até o final da janela, clique em Restaurar arquivos de um backup atual e siga as instruções na tela.

Até não muito tempo atrás, eu recomendava fazer backup também dos drivers ― programinhas de baixo nível que servem como ponte entre o hardware e o sistema operacional (clique aqui para acessar uma sequência de postagem que eu publiquei sobre esse tema) ―, até porque, no caso de você reinstalar o sistema, atualizar esses controladores individualmente, usando o Gerenciador de Dispositivos, não é nem um pouco divertido. No entanto, com o auxílio do Driver Booster ― que integra a suíte de manutenção Advanced System Care, da IOBit, mas também pode ser instalado separadamente ― ou do DriverMax, a coisa é fácil e rápida. Ambos os programinhas estão disponíveis em versões pagas e gratuitas ― estas últimas são mais limitadas, mas bastante satisfatórias para a maioria dos usuários domésticos comuns.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

TEMER PASSA MAL E É LEVADO PARA HOSPITAL DE BRASÍLIA


Devido a um mal-estar, na manhã desta quarta-feira (25), Temer foi levado para um hospital militar em Brasília.

Segundo primeiras informações, o problema seria urológico e não tem relação com a obstrução parcial em uma artéria coronária que foi diagnosticada no presidente nos últimos dias. O porta-voz da presidência, Alexandre Parola, convocou a imprensa para dar mais informações no Palácio do Planalto.

Se ele batesse a cachuleta, essa discussão idiota na câmara dos vagabundos, sobre a autorização ou não da abertura de inquérito no STF, perderia o sentido, e a crise política se resolveria mais facilmente. Ou não. 


Visite minhas comunidades na Rede .Link:

VOTAÇÃO DA SEGUNDA DENÚNCIA - SE NÃO CAIR, TEMER SERÁ UM PATO MANCO


Finalmente o “grande dia”. Pelo menos para imprensa, que só fala no julgamento da segunda denúncia contra Temer ― e agora também contra dois de seus comparsas ―, como se isso fosse a coisa mais importante deste mundo, como se já não soubéssemos de antemão o resultado ― resta apenas saber o placar, que os jornais tentam adivinhar, enquanto o povo não está nem aí, já que precisa tocar a vida e quer mais é que que esse espetáculo degradante acabe logo; afinal, qualquer número será uma derrota para o país.

A possibilidade de a Câmara decidir contra Temer existe, mas é muito remota. O que não existe é vantagem real na troca de Michel por Rodrigo, na convocação de eleições a toque de caixa e na escolha de um novo atravessador de pinguela por um Congresso apinhado de investigados, denunciados e até réus na Justiça penal ― uma caterva que só continua solta e em pleno exercício do mandato parlamentar graças ao foro privilegiado e à morosidade na tramitação dos processos no STF.

Na denúncia anterior, que a CCJ da Câmara recomendou barrar por 41 votos a 24, o Planalto conseguiu 263 votos no plenário ― precisava de apenas 171 votos ―, e a oposição, que precisava de 342 votos, conseguiu apenas 227. Agora, o resultado na CCJ foi um pouco pior para o governo (39 a 26), e ainda que tropa de choque de Temer garanta que igualará ou superará a marca anterior, a expectativa nos bastidores é de 20 votos a menos ― o que ainda dá e sobra para salvar o rabo fedido de sua insolência e de Eliseu Quadrilha e Moreira (Angorá) Franco. Aliás, decidir a situação dos três numa única votação favorece os governistas: como o presidente e seus comparsas estão no mesmo barco, todos vêm se empenhando em ajudar na busca de apoio entre os proxenetas do parlamento. Essa decisão foi questionada pela oposição via mandado de segurança impetrado no STF, mas o ministro Marco Aurélio Mello, que foi sorteado relator, negou provimento ao recurso (não li a fundamentação da decisão e, portanto, não vou comentá-la).

Adicionalmente, integrantes da oposição vão tentar forçar o adiamento da votação para a próxima semana ― e assim sucessivamente. A ideia, capitaneada pelo deputado pernambucano Sílvio Costa, do Avante, é formar piquetes nas três entradas principais do plenário e convencer os 227 deputados que votaram contra Temer da primeira vez a não registrar presença, de modo a dificultar a formação do quórum mínimo de 342 parlamentares. É mole?

Aos trancos e barrancos, o Planalto dá como certo o sepultamento da denúncia, mas quer garantir o mesmo número de votos obtidos em agosto, pois uma diferença para menos sinalizaria falta de apoio e fragilizaria ainda mais um presidente tão impopular para os brasileiros quanto Nero para os antigos os romanos. Aliás, a julgar pelas pesquisas de opinião pública, a popularidade de Lula está prestes a ultrapassar os 100%, enquanto a de Temer, se nada reverter sua queda-livre, deve ficar abaixo de 0% ― caso os institutos de pesquisa consigam provar que isso é matematicamente aceitável. Seja como for, ainda que os indicadores econômicos venham reagindo bem à crise política ― ou ignorando solenemente o espetáculo midiático promovido por comunicadores, cientistas políticos e formadores de opinião em geral ―, a última segunda-feira registrou queda na Bolsa e aumento na cotação do dólar, o que não é um bom sinal.

Observação: O dólar comercial registrou sua maior alta em relação ao real desde a denúncia da JBS, saltando 1,31% e fechando a R$ 3,232 ― cotação mais elevada desde 11 de julho. E a “cutela” do mercado também foi percebido no índice Ibovespa, referência da Bolsa, que recuou 1,27%, aos 75.413 pontos.

Temer está confiante, mas, pelo sim, pelo não, continua distribuindo dinheiro e agrados a rodo, visando garantir o apoio das marafonas da Câmara ― já se foram R$ 12 bilhões, sem falar em cargos e benesses distribuídos à larga. Segundo O GLOBO, só em emendas parlamentares foram gastos R$ 881 milhões ― emendas individuais de deputados devem ser pagas, naturalmente, mas o cronograma é o governo quem estabelece, conforme suas conveniências políticas. Houve também uma frustração de receita de R$ 2,4 bi com o novo Refis, de R$ 6 bi a desistência de privatizar o aeroporto de Congonhas no ano que vem, e de mais R$ 2,8 bi com a anistia de 60% das multas ambientais, prevista no decreto editado na última segunda-feira. O Planalto tentou dourar a pílula e vender a história como algo positivo, quando na verdade não passa de um afago para bancada ruralista, que contam com 200 parlamentares e, sozinha, pode garantir a vitória de Temer na votação.

Observação: Nem vou mencionar o recuo do presidente na questão do trabalho escravo, até porque uma portaria não se sobrepõe à legislação vigente, e a ministra Rosa Weber, do STF, já concedeu uma liminar contra a medida governamental (resta saber como decidirão seus pares; afinal, de uns tempos a esta parte a credibilidade do Supremo não anda lá essas coisas).

Enquanto isso, a população assiste apática a esse espetáculo circense de quinta classe, que será transmitido em tempo real pela imprensa falada e televisiva e estará disponível na Internet para ser revisto a qualquer tempo, ainda que o cidadão comum esteja mais preocupado com o próprio emprego, com suas contas, enfim, com sua própria sobrevivência.

Fato é que, mesmo superando a segunda denúncia, Michel Temer será um pato manco. Em conversas com aliados no último fim de semana, ele disse que vai defender uma pauta de medidas prioritárias e deixou claro que não desistiu da reforma da Previdência, mas dificilmente conseguirá aprovar alguma coisa.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

BACKUP NO WINDOWS 10 ― Continuação

SER PEDRA É FÁCIL, O DIFÍCIL É SER VIDRAÇA.

Como eu disse no post anterior, fazer backup nada mais é criar cópias de arquivos importantes e salvá-las em outro local. Dessa forma, se o arquivo original se corromper ou se tornar inacessível por algum motivo, você poderá resgatá-los a partir de outra partição, mídia óptica, drive de HD externo, disco virtual, pendrive, e assim por diante (convém salvar os backups em dois ou mais locais distintos; afinal, nunca se sabe...).

Desde a edição XP do Windows que um assistente nativo facilita a criação dos backups e a respectiva restauração, mas você pode recorrer a uma ferramenta de terceiros, como o PC Transfer (clique aqui para mais opções). Veremos a seguir como usar o recurso do próprio sistema, tanto no Seven, que ainda é bastante popular, quanto no Ten. Acompanhe.

O Windows 7 permite criar backups automática ou manualmente. O Assistente estabelece à data, o horário, a frequência, a opção de armazenamento e o conteúdo a ser protegido, mas você pode redefinir esses parâmetros abrindo o Painel de Controle e clicando em Sistema e Segurança/Backup e Restauração. Note que a automatização do processo exige que o PC esteja ligado na data e hora programadas, e que o pendrive ou HD USB esteja conectado e configurado como unidade de destino.

Já se a ideia for criar o backup manualmente, clique em Iniciar > Painel de Controle > Sistema e Segurança > Backup e Restauração, conecte a unidade de mídia removível ao computador e, em Alterar configurações, defina-a como padrão (isso se ela não aparecer selecionada). Feito isso, marque a opção Deixar o Windows escolher (recomendado), clique em Avançar e aguarde a mensagem de que o processo foi concluído com êxito.

Caso precise restaurar um backup, clique em Iniciar > Painel de Controle > Sistema e Segurança > Backup e Restauração > Selecionar outro backup de onde os arquivos serão restaurados. Na lista que é exibida em seguida, selecione o backup desejado e clique em Avançar (caso a opção em questão não apareça, assegure-se de que o dispositivo de mídia removível esteja conectado ao computador e clique em Atualizar).

O Windows 7 permite que você escolha pessoalmente o conteúdo que deseja proteger ou encarregar a ferramenta de backup dessa seleção. Nessa hipótese, serão copiados os arquivos de dados salvos nas bibliotecas, área de trabalho e pastas padrão do Windows (dados de aplicativos, contatos, downloads, favoritos, links, jogos salvos e pesquisas) de todas as contas de usuário existentes no computador. Os arquivos do sistema e de programas não são levados em conta, uma vez que esse não é o objetivo da ferramenta ― para reinstalar o Windows mais facilmente, você pode criar um disco de imagem.

Amanhã a gente continua.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

terça-feira, 24 de outubro de 2017

DINHEIRO A RODO PARA PARTIDOS POLÍTICOS ENQUANTO A SEGURANÇA, A SAÚDE E A EDUCAÇÃO MORREM À MÍNGUA



Vivemos num ambiente onde está terminantemente proibido lidar com fatos, mas vamos tentar assim mesmo, embora saibamos de antemão que irracionais brotam como erva daninha ― haja vista o tanto de gente que, segundo as nem sempre confiáveis pesquisas de opinião, menciona o ex-presidente e hepta-réu Lula quando lhe é perguntado em quem vai votar nas próximas eleições. Como eu já disse ― mas nunca é demais repetir ―, a cada segundo nasce um idiota neste mundo, e a cota-parte que toca ao Brasil já vem com título de eleitor.

Conforme eu também já disse, os políticos não estão onde estão por obra do acaso; eles foram eleitos pelo povo. E para cumprir a "estafante tarefa" de representar quem os elegeu, eles precisam preservar o mandato ― e considerando que 1/3 dos senadores e 1/4 dos deputados federais estão enrolados com a Justiça, preservar o mandato também é fundamental para manter o foro privilegiado, sinônimo de ampla, total e irrestrita impunidade pelos crimes cometidos e os que ainda virão a sê-lo.

Para se eleger, essa caterva faz campanhas milionárias, e para bancar essas campanhas, assalta descaradamente os cofres públicos. Em 2011, fomos achacados em R$ 265 milhões; no ano que vem, a mordida será de inacreditáveis R$ 2,6 bilhões ― aí incluído o recém-criado fundo eleitoral de R$ 1,7 bilhão. Isso quando a estimativa de déficit para este ano é de R$ 158,431 bilhões (pouco abaixo dos R$ 159 bilhões esperados antes, que batiam exatamente no limite definido pela nova meta fiscal).

Segundo a jornalista Lillian Witte Fibe, entre janeiro de 2011 e dezembro de 2017, os preços com os quais lidamos no orçamento nosso de cada dia terão aumentado cerca de 54%; o salário mínimo, 78%, e o achaque promovido pelos partidos políticos, 880% ― ou seja, 16 vezes mais do que a inflação.

Mesmo desconsiderando o novo fundo bilionário, o aumento da verba pública drenada para essa caterva de sem-vergonhas (eleitos por nós, o “povo brasileiro”) já seria de 240% (R$265 milhões em 2011, e R$900 milhões no ano que vem). Para piorar, essa dinheirama toda (que falta nas áreas de saúde, segurança e educação, dentre outras) será distribuída indistintamente entre partidos que têm prestações de contas reprovadas pela Justiça eleitoral e que até mesmo usam o dinheiro público para atividades que passam longe da vida partidária (mais detalhes neste artigo publicado em O Globo).

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

BACKUP NO WINDOWS 10

A LÍNGUA RESISTE PORQUE É MOLE; OS DENTES CEDEM PORQUE SÃO DUROS...

A melhor maneira de evitar surpresas desagradáveis ― como o sequestro de dados por ransomware, que foi tema das postagens anteriores ― é manter backups atualizados de seus arquivos importantes. Não estou falando do sistema operacional em si, ou dos aplicativos que você usa para executar as mais variadas tarefas, até porque tudo isso é recuperável. Estou falando é daquela foto antiga de alguém que já se foi ― que você digitalizou há séculos e nem imagina onde foi parar a cópia em papel ou o respectivo negativo ―, ou do vídeo do batizado do caçula, ou do parto da cadelinha de estimação, enfim, de tudo aquilo que você armazena no seu PC, e se uma hora se perder, fod..., digo, não tem volta.

Não existe desculpa para não fazer cópias de segurança de arquivos importantes e de difícil recuperação. Até meados dos anos 90, quando praticamente não havia alternativa aos frágeis disquetes ― que desmagnetizavam e emboloravam com facilidade e não disponibilizarem espaço sequer para gravar uma música inteira em .mp3 ―, a conversa era outra. Aliás, dizia-se então que usuários de computador se dividiam em duas categorias: os que já haviam perdido um HD e os que ainda iriam perder.

Os disquinhos flexíveis chegaram ao mercado no final de 1971, quando a maioria de vocês nem havia nascido. As primeiras versões tinham 8” (cerca de 20 cm) e míseros 8 kilobytes de capacidade; depois, vieram os floppy disk de 5 ¼” polegadas e 160 kilobyte (em 1984, quando sua produção foi descontinuada, eles já armazenavam 1,2 MB) e mais adiante o festejado disquete de 3 ½” e 1,44 MB (modelos de 2,88 MB e 5,76 MB chegaram a ser lançados, mas, por alguma razão, não emplacaram). Até a edição 95, o Windows era disponibilizado em disquetes (primeiro a gente instalava o MS-DOS e depois o Windows propriamente dito, que era apenas uma interface gráfica). Naqueles tempos, a maioria dos PCs tinha dois ou mais floppy drives ― meu primeiro 286 tinha um drive para floppy de 5 ¼” e dois para 3 ½”, o que facilitava bastante a cópia de dados.

Observação: A título de curiosidade, para armazenar os arquivos do Word (2016), seriam precisos 39 disquetes; para gravar o conteúdo de um pendrive de 16 GB, 11.111 disquetes (uma pilha de respeitáveis 36 metros de altura).
       
Os simplórios disquinhos começaram a fazer água quando os gravadores de CD se tornaram populares, lá pela virada do século, o que levou os fabricantes de PCs a suprimir o floppy drive, inicialmente dos notebooks ― que já não trazem mais nem o drive de mídia óptica ― e mais recentemente nos modelos de mesa (desktops).

A boa notícia é que a maioria dos PCs de fabricação recente trazem HDs com espaço de sobra (entre 500 GB e 1 TB), o que permite particioná-los em duas ou mais unidades lógicas. Além disso, o preço da memória flash vem caindo, e pendrives de capacidades bastante satisfatórias ― como os de 64 GB da SanDisk ― já custam menos que uma pizza. Sem mencionar que armazenar backups na nuvem é fácil e seguro ― e não custa um tostão. 

Vamos combinar: você não tem desculpa para não criar cópias de segurança de seus dados importantes. Mesmo porque o procedimento não tem mistério, pois consiste basicamente em copiar arquivos do drive C para outra partição do HD ou para mídias removíveis. Simples assim. Agora, se você quiser fazer backups em grande estilo, o Windows lhe dá uma forcinha. Mas isso já é conversa para a próxima postagem. Até lá.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

AÉCIO (BRANCA DE) NEVES E OS 6 ANÕES (DO STF) ― A JUSTIÇA DE KARAKOUSS



Como é sabido, a 1ª Turma do STF afastou o senador tucano Aécio Neves do cargo e determinou seu “recolhimento noturno” ― como se ladrão só roubasse à noite.

Como também é público e notório, o mineirinho havia sido flagrado tentando extorquir R$ 2 bilhões de certo moedor de carne bilionário, réu confesso e atualmente domiciliado no sistema penitenciário nacional. Os senadores reagiram contra a decisão, alegando que a punição a parlamentares cabe ao Senado ou à Câmara, conforme o caso, mas não ao Supremo.

Para minimizar a rusga entre os poderes, Estrupício Oliveira, presidente do Senado, combinou com a Madre Superiora, presidente do STF, que os senadores aguardariam o posicionamento do plenário da Corte sobre à decisão da 1ª Turma. O resultado, como também se sabe, garantiu, por 6 votos a 5, que a chave do galinheiro fique em poder das raposas.

Com isso, o Supremo se apequenou ― especialmente a ministra Cármen Lúcia, por razões que saltam aos olhos de quem a viu proferir seu voto ―, e suspiraram aliviados senadores, deputados, governadores peemedebistas, tucanos e petistas, além do próprio presidente da Banânia, ministros de Estado e um sem-número de investigados por corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e obstrução da Justiça.

Observação: O STF havia decidido o contrário, tempos atrás, com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que perdeu o cargo, o mandato, e está preso até hoje. O que vale, então?

O caso de Aécio não se limita somente a Aécio. Tirava o sono dos nobres parlamentares o Efeito Orloff ― o famoso “eu sou você amanhã” ―, já que 1/3 dos 81 senadores e 1/4 dos 513 deputados federais estão enrolados com a Justiça penal. Portanto, era fundamental salvar o tucano depenado, o pseudo bastião da moralidade e da ética que traiu 51 milhões de eleitores ― mesmo que para, depois, deixá-lo falando sozinho.

Aécio não teve coragem de subir na tribuna em seu retorno. Falou dois minutos, junto à cadeira, para dizer que reagiu “com serenidade” a retomada do mandato. De passagem, ele afirmou ser vítima de uma “ardilosa armação” e aproveitou para esbravejar contra “os bandidos” Batista ― aqueles mesmos empresários amigos a quem ele pedira o “empréstimo” de R$ 2 milhões para pagar seus advogados. Se existe uma “ardilosa armação”, não é contra ele, mas contra seus eleitores.

Enfim, parafraseando o senador Romero Jucá ― que responde a 13 inquéritos no STF, 8 dos quais oriundos da Lava-Jato ―, os senadores estancaram a sangria. Talvez por isso, todos os políticos indiciados se declarem inocentes e afirmem “confiar na Justiça”, quando na verdade ele confiam na impunidade, já que, com o beneplácito do Supremo, passaram a ser senhores do próprio destino, sem ingerência dos urubus togados: a menos que seus pares consintam, nenhum deles pode ser preso ou punido com medidas cautelares diferentes da prisão.

Como disse Ruth de Aquino em sua coluna na revista Época desta semana, “A Lava-Jato não tira mais o sono dessa caterva. A Câmara e o Senado viraram casas de tolerância. Armação, conspiração, complô, perseguição, traição. Temos visto um desfile de senadores, deputados, governadores, prefeitos e empresários dizendo-se vítimas de delatores, da PF, do Ministério Público e do juiz Sergio Moro.” Como se não houvesse malas de dinheiro, bunkers milionários e propinoduto de toda espécie, a população assiste de camarote, bem-comportada, a essa inominável procissão, enquanto Temer ajuda Aécio a recuperar o mandato para que Aécio o ajude a se livrar da segunda denúncia ― e todos recebendo ligações de solidariedade do representante máximo de Deus na Terra, o superministro Gilmar Mendes. E o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, fazendo a dança do passinho entre uns e outros, todos mirando 2018. Já se rediscute até uma medida saneadora tão celebrada pela sociedade, que é o cumprimento da pena após a decisão em segunda instância. A questão foi suscitada pelo ministro Alexandre de Moraes ― nomeado por sua insolência o (ainda) presidente desta Banânia ―, que não sossegará enquanto não reverter essa decisão do próprio Supremo. Parece incrível, mas é possível!    

Fato é que a nossa mais alta Corte conseguiu uma proeza inédita no âmbito do Direito ao errar em ambas as decisões. Na primeira, por invadir a seara de outro Poder da República; na segunda, ao tentar corrigir o erro de forma atabalhoada e estapafúrdia ― como diziam os antigos, “cagaram e sentaram em cima”. É certo que o Congresso Nacional se tornou um covil de ladrões. Mas é o eleitorado, não o Supremo, que tem de consertar isso.

Como bem disse J.R. Guzzo, “Com sua intromissão, os ministros pariram Mateus, e agora têm de embalar, amamentar e esperar uns 10 ou 12 anos para ver qual o sexo que a criatura prefere. E enquanto o Supremo cria a criança que não poderia ter parido, os ficam sem saber o que está valendo. As decisões finais sobre corrupção no Legislativo são do Congresso ou do Judiciário? Talvez fique valendo o que resolverem da próxima vez. O ministro Luís Roberto Barroso argumentou que seria uma injustiça deixar ‘três peixes pequenos presos’ e o ‘peixe grande’ solto, mas ele não está lá para medir o tamanho dos peixes, e sim para cumprir a Constituição. Tem todo o direito de não gostar dela, mas não de escolher quando vale e quando não vale o que está escrito nela. Aécio não é peixe graúdo nem miúdo, é um senador da República, por mais que isso se revele um disparate. E é senador porque foi eleito; se o povo votou errado, paciência ― a Lei não obriga o eleitor a votar certo.”

Sem Aécio ― e os que vêm do mesmo saco de farinha, começando por seus inimigos e todos os parasitas, mentirosos e ladrões que mandam no país e fingem ser diferentes entre si ― o Brasil seria um lugar mais justo, mais sadio e mais limpo. Mas ele é membro do Congresso, e esse Congresso, que positivamente está entre os piores do mundo, é o único que existe por aqui, como também só existe um STF e uma única Constituição ― essa mesma do “Senhor Diretas”, antes adorada de joelhos como a “Constituição Cidadã”, grande fonte de direitos populares, e hoje tida como um manual de estímulo à roubalheira. Fazer o quê? Acabar com tudo?

Para finalizar, transcrevo um conto das 1001 Noites que cai como uma luva neste contexto:

Conta-se que Karakouss, quando governava o Cairo, recebeu em audiência um ladrão que havia quebrado a perna ao cair da janela de uma casa que tentava invadir.

― Culpa da moldura que cedeu ― disse o bandido.

O governador mandou chamar o dono da casa e lhe perguntou por que a moldura da janela fora feita tão fraca a ponto de ceder e levar o pobre ladrão a quebrar a perna. Constrangida, a vítima do ladrão atribuiu a culpa pelo tombo ao carpinteiro, que teria sido regiamente pago para fazer um bom serviço.

Chamado às falas, o carpina se defendeu dizendo que, distraído pela visão de uma moça bonita que passava pela rua trajando um lindo vestido vermelho, se esquecera de fixar a moldura com o número suficiente de pregos.

Karakouss mandou localizar a moça, que, interrogada, atribuiu sua beleza às graças de Alá e disse que havia comprado o vestido de um mascate de nome Mustafá. Em busca da justiça absoluta, Karakouss mandou vir o vendilhão, a quem perguntou:

― Tu, miserável! Por que vendeste um vestido vermelho a essa moça, fazendo-a distrair o carpinteiro em seu trabalho e causando a infelicidade desse pobre ladrão?

Como o infeliz comerciante não apresentou uma justificativa satisfatória, foi preso e condenado a ser enfocado na porta da prisão. 

Ao ser inteirado pelos guardas de que Mustafá era muito alto para ser enforcado na porta da prisão, Karakouss, que tinha solução para tudo, mandou procurar um comerciante mais baixo para ser enforcado no lugar daquele. Os guardas foram ao souk (mercado) e de lá trouxeram outro mascate, que, a despeito de seus protestos, foi enforcado na porta da prisão.