terça-feira, 7 de novembro de 2017

PILHAS DURACELL VAZANDO - CONCLUSÃO

ACHO A TELEVISÃO MUITO EDUCATIVA. SEMPRE QUE ALGUÉM LIGA, VOU PARA OUTRA SALA E LEIO UM LIVRO.

Para concluir a sequência iniciada na última sexta-feira:

A dificuldade em limpar o compartimento das pilhas varia conforme o dispositivo e o tempo durante o qual ele esteve em contato com a substância vazada ― ácida ou alcalina, tanto faz, mas as pilhas comuns, cujo eletrólito é ácido, produzem uma substância mais corrosiva e perigosa em caso de contato com a pele ou as roupas. Se o vazamento for identificado de pronto, remover as pilhas e fazer o que eu fiz com meu teclado pode resolver o problema. Mas se o vazamento for detectado quando a corrosão estiver avançada, as chances de o aparelho voltar a funcionar são remotas. Mesmo assim, você não deve jogá-lo fora sem antes tentar recuperá-lo com uma boa limpeza. Para tanto:

― Remova as pilhas do compartimento. Se necessário, use um palito de picolé, uma vareta de madeira, a ponta de uma chavinha de fenda ou a lâmina de um canivete (há casos em que o vazamento faz as pilhas grudarem de tal maneira que um instrumento mais frágil se quebra antes de a gente conseguir destacá-las).

― Seja ácida ou alcalina, a substância vazada é tóxica e pode causar danos à pele, à roupa e principalmente aos olhos ― que cismam de coçar justamente quando estamos com as mãos sujas. Para prevenir, luvas de látex, daquelas cirúrgicas, podem ser uma boa ideia, mas, na falta delas, proteger as mãos “calçando” sacolinhas plásticas, como aquelas de supermercado, costuma ser suficiente.

― Tenham vazado ou não, as pilhas jamais devem ser descartadas no lixo comum. No caso de vazamento, mantenha-as fechadas na sacolinha e procure um supermercado ou loja que disponha de recipientes específicos para a coleta de pilhas, baterias e similares.

― Neutralizar a substância corrosiva é fundamental para evitar maiores danos. As melhores opções caseiras, no caso das pilhas alcalinas, são vinagre e sumo de limão, até porque não são produtos tóxicos. Mas resista à tentação de usar água, que além de não neutralizar a substância, contribui para oxidar contatos, trilhas e demais circuitos eletrônicos. No caso das pilhas comuns, a substância ácida proveniente do vazamento pode ser neutralizada com bicarbonato de sódio, que custa barato e pode ser encontrado em qualquer farmácia. 

― Dependendo das dimensões do compartimento das pilhas, você pode usar escova de dentes velha para aplicar o vinagre ou o suco de limão ― ou o bicarbonato, no caso de pilhas comuns. Pode ser preciso esfregar várias vezes para soltar o material depositado e remover os resíduos da corrosão, especialmente nos contatos elétricos (se eles estiverem corroídos, furados ou descoloridos, tente lixá-los com uma lixa de papel ou de metal; se não resolver e não for possível (ou economicamente viável) substituí-los, dê o assunto por encerrado e compre um aparelho novo).

― Complete a limpeza com uma toalha de papel seca. Se o compartimento das pilhas for acanhado ou de difícil acesso, use cotonetes para esfregar os pontos afetados e para secar o interior do compartimento. Caso você disponha um micro aspirador de pó, daqueles capazes de inverter o fluxo de ar e soprar, sopa no mel (na falta dele, um secador de cabelos ou uma latinha de ar comprimido em spray são boas alternativas.

― Finalize a limpeza com um pano levemente umedecido em água para eliminar quaisquer resíduos. Finalmente, torne a soprar com o aspirador/secador/lata de ar-comprimido e deixe o dispositivo aberto em local ventilado (se possível, exposto ao sol) por umas duas horas antes de instalar pilhas novas e conferir o resultado. Com alguma sorte seu aparelho voltará a funcionar normalmente.

― Não reaproveite pilhas usadas, jamais misture marcas diferentes, ou pilhas novas com usadas, ou ainda pilhas alcalinas com comuns. Só retire as pilhas do blister original quando for instalá-las no aparelho, e remova-as sempre que ele ficar fora de uso durante um período de tempo considerável. Guarde-as as pilhas em local seco e fresco, tomando o cuidado de evitar que os polos se toquem (vale juntá-las lado a lado e prendê-las com um elástico ou fita crepe, por exemplo).

Amanhã retomamos a sequência sobre HDDs e SSDs. Até lá.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

LUIZ FUX E O VOO DE GALINHA DO CANDIDATO LULA



QUE BANDIDO NÃO SE ENCHE DE FÉ COM UM MINISTRO COMO GILMAR MENDES?

A pergunta não é minha, mas do jornalista J.R. Guzzo, que a colocou em mais uma coluna magistral, publicada na revista Veja desta semana. Mas não há mal que sempre dure nem bem que nunca termine: o ministro Gilmar, que sucedeu seu colega Dias Toffoli na presidência do TSE em 2016, passará o bastão para o ministro Luiz Fux em fevereiro do ano que vem.  

Em entrevista concedida à FOLHA e publicada no último domingo, Fux disse que a decisão do STF sobre o Congresso ter a palavra final quanto à aplicação de medidas cautelares contra parlamentares ― como no caso do senador tucano Aécio Neves ― já está produzindo “efeitos deletérios”. Segundo ele, a questão ainda voltará a ser debatida na Corte, já que é “sensível” e a votação foi “muito dividida. Disse ainda o ministro que “há uma sombra, uma nuvem de informações” de que o Supremo poderá revisar a decisão de permitir a prisão de um condenado que já foi julgado em segunda instância, o que também alimentaria o descrédito do Judiciário

Ao ser questionado sobre a possibilidade de Lula ser candidato a presidente em 2018, mesmo se condenado em segunda instância, Fux respondeu: Pode um candidato denunciado concorrer, ser eleito, à luz dos valores republicanos, do princípio da moralidade das eleições, previstos na Constituição? Eu não estou concluindo. Mas são perguntas que vão se colocar.

As palavras do ministro vão ao encontro do que eu venho dizendo desde sempre, mas não me custa repetir: se o próprio Supremo afastou Renan Calheiros da linha sucessória presidencial, no final do ano passado, porque o cangaceiro das Alagoas se tornou réu por peculato, como conceber que um hepta-réu ― já condenado em um processo e prestes a ser sentenciado numa segunda ação ―, concorra à presidência da Banânia?

A despeito do que ladra a patuleia desvairada e seus incorrigíveis defensores, não tem o menor cabimento deixar que o destino do Demiurgo de Garanhuns seja selado nas urnas, pois a tarefa de julgar bandidos cabe à Justiça, não aos eleitores.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:
http://acepipes-guloseimas-e-companhia.link.blog.br/

PILHAS DURACELL VAZANDO ― CONTINUAÇÃO

O SERIADO HOUSE OF CARDS FOI CANCELADO PELA NETFLIX. DEPOIS QUE TEMER SE SAFOU MAIS UMA VEZ E CABRAL MONTOU UM HOME THEATER NA PRISÃO, OS REDATORES AMERICANOS DESISTIRAM DE TENTAR SUPERAR A REALIDADE BRASILEIRA.

As pilhas elétricas são compostas de dois eletrodos (o negativo e o positivo) e um eletrólito (ou ponte salina), que pode ser ácido (caso das pilhas comuns) ou básico (caso das alcalinas). Vazamentos ― e até explosões ― podem ocorrer com produtos de ambas as tecnologias, bem como com baterias , já que, numa definição elementar, elas nada mais são que duas ou mais pilhas recarregáveis interligadas em série ou em paralelo.

Observação: Em caso de explosão, as pilhas AA (pequenas) ou AAA (palito) danificam os dispositivos, mas não costumam ir além disso. No entanto, há registros de pessoas que se feriram seriamente devido a explosões de baterias de smartphones e notebooks

Pilhas alcalinas diferem das comuns pela durabilidade (e pelo preço, naturalmente). No entanto, a maioria de nós prefere as primeiras, que duram bem mais. Só que alguns especialistas defendem o uso das comuns, notadamente em controles remotos e outros dispositivos que permanentemente em standby. Isso porque, durando menos tempo, elas não chegam a acumular hidrogênio suficiente para “inchar”, vazar ou estourar (a menos que esqueçamos uma lanterna no porta-luvas ou no fundo de uma gaveta, por exemplo).

Entre as principais causas de vazamentos e estouros de pilhas estão a remoção do envoltório (capa de proteção), a inversão da polaridade e a exposição ao calor. Tentar recarregar pilhas não recarregáveis também pode provocar explosões, já que o carregador promove uma inversão na reação química que ocorre dentro das pilhas, e que, nas recarregáveis, restaura a carga original. Já as pilhas comuns não foram pensadas para ser submetidas e esse processo, daí o risco de explosão.

Pilhas com eletrólitos ácidos vazam um líquido amarronzado; as alcalinas, uma substância granulada, esbranquiçada, parecida com o azinhavre que se forma no borne positivo das baterias automotivas. Ambas as substâncias podem danificar ― ou mesmo inutilizar ― o dispositivo dentro do qual ocorreu o vazamento, bem como irritar a pele e abrir buracos nas roupas de quem as manusear sem os devidos cuidados.

Pilhas não recarregáveis têm uma vida útil limitada, que varia conforme a utilização do equipamento que elas alimentam. Mas mesmo quando o aparelho não é usado ― ou quando as pilhas são guardadas por muito tempo ― a perda de carga é inexorável. E de nada adianta mudá-las de lado no compartimento, aquecê-las (calor excessivo tende a aumentar a produção de hidrogênio) ou colocá-las na geladeira ou no freezer (o frio excessivo pode produzir efeito contrário ao desejado, fazendo com que as pilhas deixem de fornecer energia antes mesmo de sua carga útil se esgotar).

Veremos na próxima postagem como (tentar) salvar um aparelho em cujo interior as pilhas vazaram. Aguardo vocês lá.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

domingo, 5 de novembro de 2017

O FIM DO CASTELO DE CARTAS



Chega ao fim (antes da hora) um dos melhores seriados da Netflix. A sexta ― e agora derradeira ― temporada de HOUSE OF CARDS, cujo lançamento está previsto para o início do próximo ano, já não terá como protagonista principal o presidente Francis Underwood, representado pelo ator Kevin Spacey, mas sim a primeira dama, Claire Underwood, personagem da atriz Robin Wright.

Segundo o SENSACIONALISTA, depois que Michel Temer se safou da segunda denúncia e Sérgio Cabral montou um home theater na prisão, os roteiristas concluíram que seria impossível a ficção americana superar a realidade da política brasileira.

Gozações à parte, a Netflix diz que já tencionava encerrar a série na sexta temporada (a quinta foi lançada no começo deste ano), mas, coincidência ou não, a decisão veio logo depois que Spacey foi acusado de assédio sexual pelo ator Anthony Rapp ― dias antes, o interprete do presidente Underwood havia assumido publicamente sua homossexualidade.

A produção de House of Cards deve permanecer paralisada até que os roteiristas decidam o que fazer para tirar Frank Underwood da sexta e última temporada, já que Spacey foi desligado da série (para mais detalhes, clique aqui). O roteiro estava quase concluído e os dois primeiros episódios já haviam sido filmados quando o imbróglio veio a público. Uma das opções que estão sendo consideradas é a morte de Underwood ― como aconteceu no livro de Michael Dobbs, que inspirou o seriado.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

HENRIQUE MEIRELLES PRESIDENTE?



Além da esposa Marcela e do filho Michelzinho, apenas 3% dos brasileiros parecem ter alguma simpatia pelo presidente Michel Temer. Segundo o Instituto Paraná Pesquisas, 87,4% dos entrevistados disseram que ele não representa o país; só 9,2% responderam positivamente e 3,5% não souberam ou não quiseram opinar. Mas é impossível negar que a economia melhorou substancialmente desde o peemedebista subiu de posto, depois que Dilma foi providencialmente penabundada do Planalto, mesmo que sua gestão não passe de um terceiro tempo dos governos petistas.

Pesquisas por amostragem devem ser vistas com reservas. Afinal, quem garante que alguns milhares de gatos-pingados representem quase 210 milhões de brasileiros, e que suas respostas permitam antecipar o que acontecerá daqui a um ano, quando ― e se ― 150 milhões de eleitores irão às urnas para escolher o próximo presidente?

Observação: Se”, porque estima-se que 30% desse total se absterão de votar, votarão em branco ou anularão o voto, sem mencionar que 2 milhões de eleitores regularmente inscritos estarão impedidos de votar porque não deram as caras nas 3 últimas eleições nem justificaram a ausência.  

Contrapõem-se ao estrondoso repúdio a Temer as intenções de voto amealhadas por Lula, o eterno “president-to-be” que aparece como líder absoluto em qualquer cenário. Pelo andar da carruagem, é possível que ele chegue a 2018 com 120% da preferência do eleitorado, a despeito de seus virtuais adversários pontuarem nas mesmas pesquisas. Mesmo assim, o último levantamento do IBOPE repetiu os números do Datafolha, indicando que tanto Lula quanto Bolsonaro pararam de crescer nas pesquisas ― até porque cada um deles tem seu nicho de seguidores, e esse número não é inesgotável. No entanto, se Bolsonaro pode roubar o eleitorado mais pobre de Lula, o petralha não pode roubar o eleitorado mais alfabetizado do concorrente.

Muita água vai rolar até outubro. O Demiurgo de Garanhuns é hepta-réu e já foi condenado a 9 anos e meio de prisão. Em sendo confirmada a sentença do juiz Sérgio Moro, a lei da ficha-limpa o afastará do páreo. Demais disso, se nada mudar no entendimento do STF quando ao cumprimento da pena após confirmação de sentença condenatória em 2 ª instância, Lula poderá ser hóspede do sistema prisional tupiniquim por ocasião das próximas eleições (torçamos).

Como boa parte dos eleitores é composta de desinformados (para não dizer “completos imbecis”), o nome do petralha é o mais lembrado pelos entrevistados, até porque muitos o associam ao período de bonança que reinou durante seu primeiro mandato ― devido a circunstâncias que não vou discutir agora, mas que dificilmente se repetiriam na atual conjuntura, caso o Parteiro do Brasil Maravilha voltasse a governar esta Banânia. Demais disso, ele já “vem candidato” desde 2014 ― e só não disputou a presidência porque a campanha “Volta, Lula” foi abortada pela ação de Dilmanta, que ameaçou dar com a língua nos dentes se não pudesse concorrer à reeleição. Para alguns, no entanto, bastaria o Exterminador do Plural passar duas semanas em Miami para a colônia brasileira da Flórida conseguir o impeachment de Trump e eleger o petista presidente dos Estados Unidos.

Depois da patética “caravana pelo nordeste”, o Deus Pai da Petelândia e sua trupe de circo mambembe ― com Dilmanta a reboque ― percorreram dezenas de municípios mineiros desfiando o rosário dos injustiçados, repetindo o ramerrão do perseguido pelas elites por favorecer os mais pobres, afirmando que o Redentor dos Miseráveis teve sua vida pregressa revirada e nada foi encontrado ― como se 7 processos, 1 condenação a 9 anos e 6 meses de prisão fossem “nada” ―, tudo com o propósito de granjear votos dos desvalidos, desinformados e despudorados de plantão. Até agora, o TSE vinha se fingindo de morto ― o que não surpreende se considerarmos quem é o atual presidente daquela Corte ―, mas parece que Lula e Bolsonaro entraram na mira do Tribunal por propaganda eleitoral antecipada (a legislação permite a propaganda somente a partir de 15 de agosto do ano da eleição e prevê multa de R$ 5 mil a R$ 25 mil para quem violar a restrição). No caso específico do Morubixaba dos Picaretas, o MPF questionou sua participação na “inauguração popular da Transposição de Águas do São Francisco”, em março deste ano, à luz de declarações que revelam a inequívoca intenção de anunciar e promover sua futura candidatura (de acordo com o TSE, não há questionamentos sobre os presidenciáveis tucanos Geraldo Alckmin e João Doria e o pedetista Ciro Gomes).

Mas o que tem Henrique Meirelles a ver com tudo isso? Nada. A não ser o fato de ele ter resolvido surfar na recuperação da economia e anunciar sua intenção de concorrer à presidência no ano que vem. Até a semana passada, o ministro vinha se esquivando de especulações a propósito, mas mudou o discurso na última quarta-feira, Dia de Todos os Santos, quando falou abertamente sobre os fatores que podem influenciar sua decisão (confira nesta matéria). Ato contínuo, Malu Gaspar publicou, na edição da revista Piauí que chega às bancas na próxima segunda-feira, que Meirelles recebeu R$ 180 milhões por serviços prestados à holding J&F, de Joesley Batista. A reportagem afirma ainda que o ministro, quando presidiu o conselho de administração da J&F (entre 2014 e 2016), assinou atas de reuniões e balanços de final de ano.

Para Meirelles, era tudo “fake”; o conselho nunca se reuniu.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

sábado, 4 de novembro de 2017

AINDA SOBRE LUISLINDA


Em condições normais, a ministra Luislinda ― aliás, é estarrecedor o fato de existir no Brasil um Ministério dos Direitos Humanos, que concede a seu titular carro chapa-branca e todas aquelas outras cerejas no bolo que a gente conhece tão bem ―, que até dias atrás ninguém conhecia e que é linda até no nome, seria mais um caso de alta autoridade que fez a viagem do anonimato para o anonimato. Mas ela resolveu armar um salseiro que lhe garantiu os 15 minutos de fama e um ingresso para entrar na história desta Banânia ― ainda que como nota de rodapé ― como “aquela que queria ganhar 60.000 reais por mês porque achava que os 33.000 e tantos caracterizavam trabalho escravo".

Como praga de urubu ― que, dizem, sai pela boca e entra pelo c* ―, a singela reivindicação da belezura em foco saiu pela culatra, pois chegou ao conhecimento da imprensa e, através dela, de todo mundo. E aí a ministra recuou. Mas por que raios ela recuaria se achava que tinha razão?

Quem escreve um petitório de 200 página exigindo seus R$ 60 mil mensais o faz de caso pensado. Se considerava a si mesma tão cheia de razão, Luislinda tinha de insistir no seu pedido, e na hipótese de não ser atendida, ter a hombridade (?!) de se demitir. Ou ser demitida, melhor ainda... mas este governo não tem moral para demitir mais ninguém, como não demitiu Moreira Franco, o Angorá, Eliseu Quadrilha e tantos outros. E o PSDB, partido ao qual a ministra sovina é filiada, se finge de morto, para variar. Se o tucanato honrasse as penas, a comissão de ética do partido... Mas que bobagem eu estou falando; desde quando existe ética na política ou no PSDB?

Enfim, a mulher continua lá, com salário de escrava e tudo, porque é isso o que lhe interessa: ficar. Como salienta J.R. Guzzoo ministério ocupado por Luislinda, em si, já é uma trapaça gigante. Direitos Humanos? Como, num governo que gasta mais de 1 trilhão de reais por ano, não há ninguém para cuidar disso? Precisa de ainda mais gente? É engraçado: quando mais imprestável é alguma coisa no serviço público, maior é a tendência de seus responsáveis se meterem em casos assim. A ministra só é diferente numa coisa, apenas uma, da manada de promotores, procuradores, juízes, desembargadores (ela tem esse cargo, aliás), ministros dos tribunais regionais, superiores e supremos, marajás variados, etc.: quase todos eles violam sem o menor constrangimento a lei do teto salarial e saem ganhando sempre. Luislinda, no fundo, é apenas mais uma prova, agora apresentada de uma forma francamente patética, do mundo de demência em que vivem os altos funcionários deste país. Passam a acreditar, com empenho fanático, que a realidade é aquela que vivem, e que o pagador de impostos tem a obrigação de prover o bem-estar que decidem ser indispensável para si próprios.

A psiquiatria chama isso de “desordem delusional” ― o conjunto de alucinações e crenças psicóticas através das quais o indivíduo nega a realidade ao seu redor e constrói um universo artificial onde tudo existe em função de seu interesse pessoal (qualquer semelhança com os devaneios de Lula não é mera coincidência). É um distúrbio ilusório grave, que parece não ter cura.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

PILHAS DURACELL VAZANDO

O PASSADO É HISTÓRIA; O FUTURO, UM MISTÉRIO; O PRESENTE, UMA DÁDIVA.

Resolvi interromper brevemente a sequência sobre a memória de massa do computador devido a um problema que pode ser de interesse geral. Vamos à postagem sem mais delongas.

Lembra do coelhinho da Duracell? Aquele que continuava batendo seu tamborzinho depois que os outros, supostamente alimentados por pilhas de outras marcas, paravam de funcionar?  Pois é. Pena que o comercial não dizia que as pilhas poderiam vazar e causar danos aos equipamentos, como vem ocorrendo de uns tempos a esta parte.

Pilhas alcalinas duram mais e as Duracell, mais que as concorrentes. E eu sempre as achei mais seguras, já que utilizam uma substância alcalina como eletrólito (ou ponte salina), em vez do ácido usado nas pilhas comuns, que são mais baratas, mas menos duráveis e pouco confiáveis. Até que um amigo comentou que o controle remoto da sua TV fora danificado por pilhas Duracell e eu resolvi fazer uma pesquisa no Google.

Eu, pessoalmente, nunca tive problemas com produtos Duracell, de modo que dei o dito pelo não dito até alguns dias atrás, quando meu teclado wireless deixou de responder. Em situações assim, a suspeita recai primeiro sobre as pilhas, mas achei improvável que elas estivessem gastas, pois as havia trocado recentemente. No entanto, bastou abrir a portinhola do compartimento para ver que elas estavam recobertas por uma camada esbranquiçada, parecida com aquele azinhavre que se forma no polo positivo das baterias automotivas.

Meu teclado voltou a funcionar depois que eu removi as pilhas, limpei o compartimento com um cotonete umedecido em vinagre ― que, por ser ácido, neutraliza os efeitos da substância alcalina vazada ―, soprei por alguns minutos com o secador de cabelos e coloquei pilhas novas. Mas é bem provável que o resultado fosse outro se o vazamento tivesse ocorrido no controle do meu DVD-Player, por exemplo, que passa meses sem sair da gaveta. 

Como meu estoque de pilhas Duracell está embalagem e dentro do prazo de validade, não vi razão para descartá-lo, mas vou pensar duas vezes antes de tornar a comprar produtos dessa marca.

Amanhã eu complemento esta abordagem, pessoal. Tenham todos uma ótima sexta-feira (e um excelente fim de semana prolongado, para quem emendou o feriado de finados). 

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

MINISTRA DOS DIREITOS HUMANOS COMPARA SEU SALÁRIO A TRABALHO ESCRAVO

Deu no Estadão de ontem (e o link está aqui para quem quiser conferir) que a ministra dos Direitos Humanos desta Banânia apresentou ao governo um pedido para acumular seu salário com o de desembargadora aposentada. Se deferido o pedido, Luislinda Valois ― esse é o nome da criatura ― passaria a receber o valor mensal (bruto) de R$ 61,4 mil.

Em 207 páginas, ela reclama que, por causa do teto constitucional, só pode ficar com R$ 33,7 mil do total das rendas, o que, segundo ela, “sem sombra de dúvidas se assemelha ao trabalho escravo, o que também é rejeitado, peremptoriamente, pela legislação brasileira desde os idos de 1888 com a Lei da Abolição da Escravatura”.

Devido à regra do abate-teto, segundo a qual nenhum servidor pode ganhar mais do que um ministro do Supremo, o salário de ministra dessa senhora cai para míseros R$ 3.292 brutos ― o de desembargadora, de R$ 30.471,10, é integralmente preservado.

Como se não bastasse o absurdo do pedido, Luislinda, ao se referir à Lei Áurea, diz que a norma “recebeu o número 3533”, quando o número correto é 3353. A mulher não sabe nem copiar! Diz ela, ainda, que “ao criar o teto remuneratório, não se pretendeu, obviamente, desmerecer ou apequenar o trabalho daquele que, por direito adquirido, já percebia, legalmente, os proventos como sói acontecer na minha situação”.

Vale lembrar que o Código Penal define trabalho análogo ao de escravo aquele que submete a pessoa a condições degradantes, jornada exaustiva, trabalho forçado, cerceamento de locomoção e servidão por dívida. Como ministra, Luislinda ― que é filiada ao PSDB ― tem direito a carro com motorista, jatinhos da FAB, cartão corporativo, imóvel funcional e a salário de R$ 30,9 mil.

Num país civilizado... Bem, deixa pra lá.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

DELTAN DALLAGNOL ― MUITO ALÉM DO POWER POINT




O procurador da Lava-Jato Deltan Dallagnol ganhou notoriedade ao exibir para a imprensa, em setembro de 2016, uma apresentação em PowerPoint que colocava Lula no centro ― e no comando ― do esquema de corrupção da Petrobras. O slideshow viralizou na Internet, e a despeito de muita gente criticar as premissas usadas pelo procurador para respaldar suas considerações, o molusco eneadáctilo já réu em 7 processos, está prestes a conhecer sua segunda sentença e a ter a primeira condenação confirmada pelo TRF-4 pelo menos é o que se espera, já que até o passado é imprevisível nesta Banânia.

Enquanto o pulha vermelho viaja Brasil afora (ou seria adentro?) em caravana pré-candidatura, cuja finalidade precípua é ludibriar os desinformados e desvalidos com a estapafúrdia promessa de requentar sua primeira gestão num contexto totalmente diverso, como se sua divina vontade bastasse para fazer o tempo voltar a 2003 (vade retro, Mensalão!) e anular toda a desgraceira gerada pela incompetência de Dilma Anta Rousseff ―, o procurador Dallagnol publica “A LUTA CONTRA A CORRUPÇÃO” (Sextante, 2017, 320 páginas, R$40 ― mas você paga apenas R$ 23,90 na Saraiva.com, tanto pela edição em papel quanto digital).   

Para Dallagnol, o Brasil vive uma “cleptocracia”, seu sistema político favorece e produz práticas criminosas, e a Câmara dos Deputados “ultrapassou a linha e perdeu a vergonha” ao desfigurar, em votação, as dez medidas contra corrupção propostas pelo Ministério Público Federal ― ele revela, inclusive, que cogitou deixar a investigação quando as dez medidas foram derrotadas.

Narrado em primeira pessoa e de forma cronológica, do início da carreira de Dallagnol como procurador aos momentos mais recentes da Lava-Jato, o texto soa repetitivo a quem já conhece a operação, pelo excesso de dados, números e casos que enumera, mas a paixão do procurador pelo seu trabalho e pela operação que coordena justifica a leitura. Até porque, como bem salienta Helio Gurovitz, diretor de redação da revista Época, a rejeição da segunda denúncia contra Michel Temer e a suspensão do afastamento de Aécio Neves trouxeram de volta aquela velha sensação de que o combate à corrupção é inútil, pois sempre haverá um atalho legal, um drible jurídico ou uma manobra política capaz de salvar a pele dos mesmos suspeitos de sempre.

Continuamos amanhã, pessoal. Até lá.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

OS CÃES PASSAM E A CARAVANA DE LULA LADRA



Depois da via-crúcis pelo nordeste, seu tradicional reduto eleitoral, o pulha de nove dedos e sua caravana ladraram enquanto os cães passavam, desta feita pelos rincões de Minas Gerais. 

Só mesmo por ser cega (e, no Brasil, também surda) que a Justiça não vê nada de errado com essa campanha eleitoral antecipada. Salta aos olhos de quem os têm que a finalidade precípua dessa peregrinação é amealhar votos entre eleitores das castas menos esclarecidas ― e o que tem de desinformados e idiotas completos neste país não é brincadeira!

A missão catequizadora do molusco abjeto ― iniciada em Ipatinga, no último dia 23 ―, percorreu 20 municípios em oito dias e foi encerrada, na noite da última segunda-feira, com um ato na Praça da Estação, em BH, enquanto uma manifestação contra o demiurgo hepta-réu acontecia a poucos quarteirões dali.

Se isto aqui não fosse uma Banânia, seria inconcebível que um criminoso condenado posasse de candidato e, pior, encabeçasse os rankings das pesquisas de opinião pública ― lembram o que eu disse acerca de este país estar apinhado de idiotas? Pois é.

Volto ao assunto ― com mais vagar e no horário habitual ― numa próxima postagem. Até lá.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

HDD/SSD ― A MEMÓRIA DE MASSA DO PC ― Parte 4

O PATRIOTISMO É O ÚLTIMO REFÚGIO DOS CALHORDAS.

Dizia eu, no finalzinho do capítulo anterior, que o Windows dispõe de uma ferramenta para arrumar a bagunça que ele próprio cria. Trata-se do Defrag.exe (desfragmentador de disco), que, no Ten, fica sob o título Ferramentas administrativas do menu Iniciar.

A fragmentação dos dados tende a ocorrer conforme o espaço no disco vai sendo preenchido por novos arquivos, já que o Windows procura gravá-los nos clusters vagos que encontra a partir do início das trilhas. Todavia, nem sempre as lacunas abertas com a remoção de um arquivo são suficientes para abrigar outro arquivo, dependendo do tamanho de cada um, e assim uma parte dos dados é gravada nesse espaço livre e o restante, distribuído pelos clusters vagos subsequentes, trilha adiante. O problema é que, conforme esse processo se repete ― milhares, milhões de vezes ―, os arquivo ficam segmentados a tal ponto que recuperá-los é como montar um imenso quebra-cabeça. E quanto mais espalhados os dados estiverem, mais tempo o sistema levará para juntá-los e remontar os arquivos em questão, o que acaba degradando o desempenho do computador como um todo.

Vale frisar que a fragmentação foi minimizada com a adoção do NTFS. Isso porque, com esse sistema, sempre que a gravação de um determinado arquivo é solicitada o Windows procura o primeiro espaço vago capaz de abrigá-lo integralmente, desconsiderando os clusters livres que porventura existam no início do disco.  Não só, mas também por isso, a formatação do drive em NTFS é recomendada nas versões mais recentes do Windows. Só para citar algumas de suas vantagens mais notórias em relação à FAT32, esse sistema se recupera automaticamente de alguns erros de disco, oferece suporte para HDDs de grandes capacidades e aprimora a segurança com o uso de permissões e criptografia. Vejamos isso melhor.

Não é possível utilizar um disco rígido ou qualquer outro dispositivo sem antes proceder à formatação lógica, quando é criada a estrutura que permite ao Windows gravar e ler os dados armazenados na mídia, editá-los, copiá-los, renomeá-los e até mesmo apaga-los. Em suma: sem um sistema de arquivos, os dados seriam apenas um monstruoso conjunto de bits sem utilidade. FAT 16 e FAT 32 são sistemas de arquivos (file systems) usados por padrão nas encarnações do Windows anteriores à XP. A FAT ― sigla de File Allocation Table (tabela de alocação de arquivos) ― era padrão no MS-DOS e no Windows 9x/ME, e consiste numa espécie de tabela que indica onde estão os dados de cada arquivo (como vimos, espaço destinado ao armazenamento é dividido em clusters, e cada arquivo gravado pode ocupar vários clusters, mas não necessariamente sequenciais). Com o advento de drives mais sofisticados e de maior capacidade, a FAT 16 foi promovida a FAT 32 e se tornou padrão para os sistemas operacionais da Microsoft por anos a fio.

Por uma questão de espaço, o resto fica para depois do feriadão. Até lá.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

terça-feira, 31 de outubro de 2017

DEPUTADO MARUN, DANCINHA DA IMPUNIDADE E OUTROS ASSUNTOS



Conforme eu disse nesta postagem, o vice-líder do governo na Câmara e comandante da tropa de choque presidencial Carlos Marun comemorou a palhaçada da última quarta-feira ― não me ocorre outro termo para designar a votação da segunda denúncia contra Temer ― com a dancinha da impunidade, numa paródia mal-ajambrada de Tudo Está no Seu Lugar, de Benito di Paula, que o deputado cantou e dançou com a graça de um hipopótamo bailarino (não deixem de clicar nos links e conferir os vídeos). O amigo do Charlie Brown não gostou nem um pouco da história. Em entrevista à FOLHA, ele disse “estar muito puto” com o que classificou de “desrespeito”, chamou Marun de “babaca” e disse que “o cara merecia processo”.

Como uma cara de pau de Jacarandá-da-Bahia, o ex-presidente petralha, hepta-réu e condenado a 9 anos e seis meses de xilindró vem rodando o país em caravana, muito antes do prazo oficial de campanha, pedindo votos aos trouxas. Infelizmente, idiotas brotam como ervas-daninhas e, no Brasil, eles vêm com título eleitoral como equipamento padrão. Em 2014, o demiurgo de Garanhuns exortou a população menos esclarecida a “votar numa ideia, num bom programa, numa boa chapa, não numa pessoa”. Boa parte desses anormais votou na chapa formada pela deplorável nefelibata da mandioca e seu vice ― ora denunciado (duplamente) por corrupção, formação de quadrilha e obstrução da Justiça.

Falando no vampiro do Planalto, o marqueteiro Elsinho Mouco afirma que conseguirá elevar de 3% para 50% a popularidade de Michel Temer. Depois, certamente dará uma palestra mostrando ser possível enxugar gelo com toalha quente e pintar peidos de verde-amarelo.

O publicitário aposta nas ruas vazias (cooptação de movimentos), na melhora dos indicadores econômicos (obra de Henrique Meirelles) e na parceria com o Congresso (obtida com a uma imoral compra de votos), e sua campanha já tem um novo slogan: “Agora, é Avançar.” Mas não seria melhor usar o bom e velho “Tem que manter isso aí, viu!”, que está inarredavelmente associado a Michel Temer?

Observação: Dizem que Mouco teve uma epifania: um anjo lhe apareceu em sonho e garantiu que haverá uma adesão natural à figura do presidente quando “for totalmente revelada a armação” que ele vem sofrendo. Nem imagino o que esse sujeito possa ter bebido ou cheirado antes de dormir, mas isso se parece mais com uma edição revista e atualizada da falácia do “golpe” que depôs Dilma Anta Rousseff.

A Justiça não pode fazer ouvidos moucos (desculpem, não resisti ao trocadilho) a um levantamento feito pela FOLHA, segundo o qual os pagamentos do governo federal à agência de publicidade Calia Y2 Propaganda e Marketing, que pertence a um irmão de Elsinho Mouco, cresceram 82% na gestão de Michel Temer. Foram R$ 102 milhões entre 31 de agosto do ano passado ― quando Temer foi efetivado na presidência, e 31 de agosto deste ano. Durante todo o (des)governo de Dilma (de janeiro de 2011 a maio de 2016), a média mensal de despesas com a Calia foi de R$ 3,3 milhões, contra cerca de R$ 6,5 milhões no governo Temer (os valores foram atualizados pela inflação). Só neste ano, os desembolsos de janeiro a agosto alcançam R$ 64 milhões, mais do que em qualquer ano de administração da petista.

Elsinho Mouco fez as campanhas eleitorais de Temer e presta serviços ao PMDB há pelo menos 15 anos. Com o impeachment, passou a ser responsável pela imagem do presidente e cunhou o slogan Ordem e Progresso ― que remonta aos primórdios da República ― e o Bora, Temer ― que se contrapõe ao Fora Temer. Em agosto, assumiu o cargo de diretor na agência Isobar (antiga Click), que cuida da estratégia oficial para redes sociais, e passou a receber indiretamente do governo, além de ocupar uma sala dentro do Palácio do Planalto.

É mole?

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

HDD/SSD ― A MEMÓRIA DE MASSA DO PC ― Parte 3

O IMPORTANTE NÃO É AQUILO QUE FAZEM DE NÓS, MAS O QUE NÓS MESMOS FAZEMOS DO QUE OS OUTROS FIZERAM DE NÓS.

Vimos que o drive sólido (SSD) substitui com vantagens o eletromecânico (HDD), mas que, devido ao elevado custo de fabricação, modelos com fartura de espaço costumam equipar notebooks de configuração de ponta (e preços idem), enquanto drives híbridos ― ou mesmo SSDs puros, mas de capacidade mais modesta ― são direcionados a PCs de configuração mediana e preços mais acessíveis.

Uma das vantagens dessa “nova” tecnologia advém da maneira como os dados são gravados e lidos. Como eu disse no capítulo de abertura, a formatação física dos drives eletromecânicos mapeia a superfície dos pratos, que são divididas em trilhas, setores e cilindros. O setor corresponde à menor unidade física do disco, e tem capacidade para armazenar 512 bytes (não confundir com cluster; que é a menor unidade lógica que o SO é capaz de acessar, e geralmente é formado por um conjunto de setores).

Além da formatação física, o disco rígido passa por uma formatação lógica por ocasião da instalação do Windows. Esse processo cria uma tabela de alocação de arquivos que permite ao sistema “enxergar” e gerenciar o espaço disponível no drive (no caso do Windows, os formatos mais usados são a FAT, o NTFS e, mais raramente, a exFAT). O tamanho do cluster varia conforme o sistema de arquivos. No NTFS, cada cluster possui entre 512 bytes e 4 KB, dependendo do tamanho da partição. Quanto menor for o cluster, menos espaço será desperdiçado, sobretudo na gravação de arquivos pequenos, pois, mesmo que tenha um único byte de tamanho, esse arquivo ocupará um cluster inteiro.

O sistema operacional é o responsável pela leitura e gravação dos dados, mas, no controle do tráfego de informações entre a memória de massa e a RAM, ele conta com o auxílio do BIOS, que supervisiona a entrada e saída de informações. Quando, por exemplo, comandamos a gravação de um arquivo, a instrução é repassada ao sistema, que altera a estrutura da tabela de alocação para indicar a presença daquele arquivo no diretório escolhido, seleciona os clusters disponíveis para armazenar os dados e repassa os endereços ao BIOS, que cuida dos detalhes físicos da gravação ― ou seja, transfere os dados da RAM para o HDD e solicita à controladora do disco que posicione as cabeças de leitura/gravação sobre os clusters correspondentes. Se o arquivo não couber integralmente num cluster, o sistema localizará mais clusters disponíveis (tantos quantos forem necessários) e repassará as coordenadas ao BIOS, até que o arquivo seja totalmente gravado. Concluído esse processo, os clusters ocupados são registrados na tabela de alocação, para que não sejam sobrescritos durante a gravação de outros dados.

Quando o computador é novo, há muito espaço livre na memória de massa, e os arquivos podem ser armazenados em clusters contíguos, o que facilita tanto a gravação dos dados quanto sua posterior leitura. Conforme vamos instalando e removendo aplicativos, criando, alterando e apagando arquivos, vão surgindo lacunas entre os clusters, e nem sempre o espaço vago deixado pelo arquivo que acabamos de excluir comporta integralmente o arquivo que criamos em seguida, daí o sistema distribuir o restante pelos demais clusters disponíveis ao longo da trilha. Isso evita o desperdício de espaço, mas acarreta demora na gravação e, principalmente, na leitura dos arquivos segmentados, já que o sistema precisa localizar cada fragmento e remontar tudo, num imenso quebra-cabeça.

Felizmente, o Windows dispõe de uma ferramenta para organizar a bagunça que ele próprio cria, mas isso já é conversa para o próximo capítulo.

Visite minhas comunidades na Rede .Link: