segunda-feira, 11 de junho de 2018

QUANDO UMA SIMPLES REINICIALIZAÇÃO NÃO RESOLVE...


SE ALGUMA COISA PODE DAR ERRADO, DARÁ. E MAIS: DARÁ ERRADO DA PIOR MANEIRA, NO PIOR MOMENTO E DE MODO QUE CAUSE O MAIOR DANO POSSÍVEL.

Vimos que a reinicialização é necessária por uma série de motivos, e que pode corrigir diversos probleminhas pontuais no PC, no smartphone, no tablet e em qualquer outro dispositivo eletrônico controlado por um sistema operacional. Mas há casos em que o problema persiste e, para piorar, nem sempre é fácil determinar, a partir do sintoma, se ele tem a ver com o hardware ou o software (essa questão já foi objeto de diversas postagens; para mais detalhes, recorra ao campo “pesquisar este blog”).

O que eu passo a relatar a partir daqui se destina a auxiliar algum leitor que eventualmente se veja na mesma situação. Sem mais delongas, vamos adiante:

Dias atrás eu me deparei com dois probleminhas; o primeiro ao tentar transferir para o PC, via USB, uma foto salva na memória interna do meu MotoE4, e o segundo ao tentar usar a webcam do meu all-in-one.

Embora meu smartphone fosse reconhecido pelo Windows e listado como uma unidade lógica na tela do Explorador de Arquivos, seu conteúdo não era exibido (a informação era de que a pasta estaria vazia). Como nada mudou depois que eu reiniciei o telefone e o computador, calculei que o Update de Abril seria o vilão da história. Claro que não o desinstalei para conferir; o que fiz foi recorrer ao método da tentativa e erro.

Depois de checar as configurações do telefone (alguns modelos vêm configurados para somente recarregar a bateria quando plugados ao PC via interface USB, mas não era o caso do meu), de verificar se driver respectivo estava instalado e atualizado (o site da Motorola me garantiu que sim) e de fazer outras tentativas que não vou detalhar para não abusar da paciência do leitor, tive a ideia de plugar o cabo em outra portinha USB. Problema resolvido.

Já a webcam deu um pouco mais de trabalho. Fazia tempo que eu não usava esse dispositivo, mas tinha certeza de que ele funcionava. Quando me deparei com tela preta exibindo a mensagem de que a câmera não havia sido reconhecida (vide reprodução na imagem ilustra esta postagem), tentei atualizar o driver, tanto pelo Gerenciador de Dispositivos do Windows quanto com o DriverMax, mas nenhuma versão mais recente foi encontrada. Revisei as permissões dos aplicativos ― ainda que, segundo Microsoft, o sistema seja capaz de acessar a câmera mesmo que a gente negue autorização a todos os apps da lista ―, mas nenhuma das combinações que experimentei surtiu efeito. 

Voltei ao Gerenciador, desinstalei a webcam e reiniciei o computador, com a esperança de que o Windows a reinstalasse e ela voltasse a funcionar, mas também não deu certo. Fiz uma busca na Web e encontrei diversas dicas, inclusive em páginas da própria Microsoft. Descartei as que exigiam a edição manual do Registro do Windows e segui as menos invasivas, mas nenhuma delas surtiu o efeito desejado. Num determinado momento, ao tentar acessar a câmera, reparei que a mensagem de erro havia mudado: agora ela informava que seria preciso alterar as configurações de privacidade ― coisa que eu havia feito mais cedo, conforme mencionei linhas atrás.

Para resumir a história, voltei à tela das Configurações, cliquei em Privacidade > Câmera e, no campo Permitir que os aplicativos acessem sua câmera, desliguei e religuei o botão respectivo. E voilà: minha webcam voltou a funcionar. 

Como eu havia concedido acesso a todos os aplicativos, desautorizei todos eles, mas, mesmo assim, a câmera continuou funcionando, dispensando-me da penosa tarefa de reabilitar um por vez, até que ela voltasse a operar. Mas não acabou.

Para o mal dos meus pecados, o som foi desabilitado durante um dos procedimentos (só não sei qual). Felizmente, bastou eu dar um clique direito sobre o ícone do alto falante, na área de notificações do sistema (ao lado do relógio), clicar em Solucionar problemas de som e rodar o assistente: ao cabo de alguns minutos, a mensagem de que o Windows havia solucionado o problema foi exibida, e, com efeito, tudo voltou a ser como antes no Quartel de Abrantes.

Era isso, pessoal. Espero ter ajudado.

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domingo, 10 de junho de 2018

ISTO É BRASIL ― TEM JEITO NÃO



Na última quinta-feira, o STF deu início ao julgamento de duas ações — uma do PT e outra do Conselho Federal da OAB — contra a condução coercitiva de investigados para a realização de interrogatórios. Esse procedimento vinha sendo largamente utilizado em investigações da PF até o final do ano passado, quando o ministro Gilmar Mendes o proibiu através de uma liminar monocrática. Como toda ação produz uma ração, o número de prisões temporárias cresceu 31,75% nos primeiros quatro meses de 2018 (em relação ao mesmo período do ano anterior). 

Voltando à sessão de quinta feira: depois que o ministro-deus proferiu seu interminável voto contra as conduções coercitivas, a sessão foi suspensa — dado o “avançado da hora” e a compromissos que diversos ministros já tinham agendado para aquela noite, o julgamento será retomado na sessão plenária do próximo dia 13. Não foi a primeira vez (e certamente não será a última) que decisões importantes são adiadas devido ao horário e a outros compromissos dos ministros, que, nunca é demais lembrar, são regiamente pagos para exercer suas funções na nossa mais alta Corte. Um exemplo notório foi a inesquecível sessão em que se decidiu que a corte poderia decidir o pedido de habeas corpus preventivo do sevandija de Garanhuns, mas em seguida decidiu não decidir, achando pouco razoável trabalhar um dia até depois da meia-noite, mas completamente aceitável que time da toga aproveite a Páscoa para inventar de um feriadão de quase duas semanas. Isso é Brasil, minha gente!

Voltando a Gilmar Mendes, nunca é demais relembrar as definições (lapidares) de Luis Roberto Barroso, para quem o colega é uma mistura do mal com o atraso e pitadas de psicopatia, ou de J.R. Guzzo, que define o ministro como uma fotografia ambulante do subdesenvolvimento brasileiro, mais um na multidão de altas autoridades que constroem todos os dias o fracasso do país. E não sem razão. Senão vejamos.

O mês de junho começou do mesmo jeito que maio terminou, isto é, com o laxante de toga soltando presos ligados de alguma forma à Lava-Jato. Na última segunda-feira, foram libertados quatro doleiros presos pela PF na operação Câmbio, desligo — desdobramento da Lava-Jato deflagrado em maio, que apura a atuação de doleiros na movimentação de 1,6 bilhão de dólares em 52 países. 
Para embasar a soltura, o superministro argumentou que “os crimes foram praticados sem violência ou grave ameaça, e que a prisão preventiva não pode ser justificada para tentar assegurar a recuperação dos desvios, já que eles poderiam ser movimentados mesmo com os suspeitos presos”.

Desde 15 de maio, o "soltador-geral da República" já libertou 19 investigados que haviam sido presos por determinação do juiz federal Marcelo Bretas ― que é o responsável pela Lava-Jato no Rio de Janeiro e, pasmem, admirador confesso do molusco abjeto (isso é Brasil, minha gente!). A recorrência dos episódios levou o magistrado a encaminhar ofício ao ministro, afirmando que “a corrupção não pode ser vista como um crime menor”.

A soltura de Orlando Diniz, ex-presidente da Fecomércio do Rio, revela duas críticas contumazes à ação de Gilmar Mendes. Uma delas é soltar presos com quem ele mantém alguma relação pessoal ou profissional — Diniz patrocinou o instituto de direito criado pelo ministro. No ano passado, ganhou destaque na mídia o episódio em que, sem o menor constrangimento, o catártico togado mandou evacuar, digo, soltar — e não uma, mas três vezes — o empresário fluminense Jacob Barata, de cuja filha o notável jurista foi padrinho de casamento. Também libertou presos em processos que não necessariamente seriam de sua competência, como Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, e não apenas uma, mas duas vezes — eu já ouvi falar de criminoso reincidente, mas juiz reincidente? Isto é Brasil, minha gente! (A rima foi involuntária).

A atuação do ilustre magistrado vem suscitando críticas dentro e fora do STF. Só no ano passado, sua insolência foi alvo de seis pedidos de impeachment ― dois dos quais foram arquivados pelo senador Estrupício Oliveira antes mesmo de terem qualquer tramitação. O último, apresentado no dia 22 de dezembro, foi embasado num abaixo-assinado virtual com 1,7 milhão de apoios e fundamentado na conduta incompatível de Mendes com a honra, a dignidade e o decoro de suas funções. No mês passado, mais um pedido de impedimento entrou para sua coleção, desta feita por iniciativa do renomado jurista Modesto Carvalhosa.

Gilmar Mendes não se abala; antes pelo contrário: segue soltando gente da pior catadura, a exemplo do doleiro Antônio Cláudio Albernaz Cordeiro, libertado no último dia 5, a despeito de ter admitido à PF que funcionava como uma espécie de caixa de dinheiro vivo para propinas da Odebrecht no Rio Grande do Sul (depoimento no inquérito que investiga esquema de propinas envolvendo delatores e o ministro da Casa Civil, Eliseu Quadrilha, conhecido como Bicuíra pelo departamento de propina da empreiteira). A pergunta que não quer calar é: quem será o próximo?

Segundo O SENSACIONALISTA, Mendes é o padroeiro dos encarcerados, o desatador de nós daqueles que anseiam pela liberdade, o protetor dos falsos arrependidos. O ministro destronou todos os santos dos presidiários da Papuda; até as imagens de Jesus foram trocadas por suas fotos de toga, o que combina mais com pessoas religiosas e de bem. Afinal, a grande capa preta cobre mais do corpo que os minúsculos panos do Nazareno. O Pai-Nosso aos poucos também é substituído por orações a Gilmar, embora nem sempre se respeite o português correto. "Venha a nós o vosso habeas corpus, seja feita vossa vontade, assina os pedido e solta os réu".

Para concluir, mais uma patuscada da quadrilha vermelha: nesta sexta-feira, sob o comando da senadora-ré Gleisi Hoffmann, o PT lançou a candidatura do criminoso de Garanhuns ao som de um jingle enjoadinho. A “solenidade” se deu em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do Brasil, onde, segundo as pesquisas de intenções de voto, Dilma e Aécio (!?) são os nomes mais cotados para o Senado (depois os políticos reclamam quando ouvem dizer que o Congresso se tornou um antro de criminosos). 

Ao divulgar a peça, o PT diz: “O povo brasileiro nunca sofreu tanto quanto agora e só há uma pessoa que pode acabar com a tristeza do povo: Luiz Inácio Lula da Silva”. O vídeo termina com fala bastante repetida pelo Exterminador do Plural em seus discursos: “Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mais jamais vão conseguir deter a chegada da primavera”. Resta saber se Gleisi já decidiu se a nova sede do governo federal será o Palácio de Pinhais ou o Presídio do Planalto.

Cá entre nós, é uma palhaçada essa nossa “Justiça Eleitoral” ficar cozinhando o galo para exaltar o óbvio. Até porque não se trata de uma questão de alta indagação jurídica, mas de puro bom senso. Afinal, como conceber a possibilidade de um criminoso condenado e encarcerado (e com mais seis ações penais nas contas) concorrer à presidência da República? Só mesmo neste projeto mal-acabado de democracia mambembe ― que o PT só faltou rebatizar de BRASUELA! Vade retro, Satanás!

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sábado, 9 de junho de 2018

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE SP APROVA AUMENTO DE SERVIDORES QUE VAI CUSTAR R$ 1 BI EM QUATRO ANOS


Eis mais uma prova de que nossos conspícuos representantes estão totalmente divorciados da realidade em que vive o cidadão comum deste país: no último dia 5, o plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou em segundo turno, por 67 votos a 4, a Proposta de Emenda Constitucional que equipara o salário do funcionalismo público do Estado aos vencimentos dos desembargadores do Tribunal de Justiça.

A iniciativa ― de autoria do deputado petebista Campos Machado , que beneficia pelo menos 4 mil funcionários públicos e deve impactar em até R$ 1 bilhão os cofres do Estado, não depende de sanção do governador; após aprovação da Assembleia, ela é automaticamente promulgada e passa a vigorar. Assim, com mais esse acinte, o teto do funcionalismo público, que atualmente é equiparado ao salário do governador, de R$ 22,4 mil, sobe para R$ 30,4 mil, que é quanto recebem os desembargadores.

Em discussão desde o ano passado, a aprovação da PEC foi evitada a todo custo pelo governo Alckmin. Apesar de as lideranças de PSB, PSDB, PV e DEM orientarem obstrução, os deputados dos quatro partidos a favor de forma massiva. O tucano Cauê Macris, presidente da Assembleia, afirmou ser contra, mas se disse "obrigado" a pautar a iniciativa ― que foi aprovada em primeiro turno no dia 24 de abril, com 65 votos a favor e três contra. Naquela votação, a proposta dividiu inclusive deputados do PSB, partido do atual governador, cuja liderança tem se manifestado contra. O PSDB irá recorrer à Justiça para tentar reverter a aplicação da proposta, mas o curioso é que, dos 19 parlamentares tucanos, 13 votaram pela aprovação da emenda.

O governo Alckmin segurou a votação o quanto pode. O governador Márcio França, que sucedeu ao tucano em abril, também se opõe à medida, mas não pressionou sua base para evitar a aprovação, cujo impacto nos cofres do Estado será de R$ 13,4 milhões no primeiro ano, chegando a R$ 909,6 milhões no quarto.

Em nota, Pedro Tobias afirmou que a emenda se trata de um aumento salarial e sua aprovação indica que o país está à mercê de corporações. “Vivemos uma crise econômica sem precedentes e nosso governo fez todos os esforços para manter o equilíbrio das contas públicas, inclusive com o sacrifício das demais categorias do funcionalismo que não recebem salários tão altos quanto R$ 22 mil”, afirma o presidente estadual do PSDB. Não é correto que privilegiemos uma minoria formada pela elite dos servidores, que somam não mais que 5 mil pessoas, em detrimento dos demais 700 mil funcionários públicos e da população de São Paulo, que terá de conviver com novos ajustes orçamentários para pagar a conta”, disse o deputado.

Já o autor da proposta afirma que não se trata de aumento salarial, mas de desvinculação do subteto estadual, e que o salário do governador não tinha aumentos desde 2013. “Todas essas categorias que dependem desse subteto tiveram seus vencimentos corroídos nos últimos anos pela inflação, e a PEC 5 traz justiça e segurança jurídica para esses profissionais”, afirma Campos Machado, com a cara mais deslavada do mundo.

Fica aí a informação, sem mais comentários. E viva o nosso esclarecidíssmo eleitorado, que votou nessa malta de facínoras e, portanto, não pode reclamar de não estar muito bem representado.

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sexta-feira, 8 de junho de 2018

BRETAS E SUA TIETAGEM A LULA ― PEGOU MAL, EXCELÊNCIA.


Lula depôs na última terça-feira ao juiz Marcelo Bretas, na condição de testemunha de defesa do ex-governador criminoso do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Durante o depoimento ― que durou cerca de 50 minutos ―, juiz e testemunha trocaram piadas. Bretas chegou mesmo a se dizer um “ex-apoiador” do ex-presidente presidiário.

Ao final da audiência, o magistrado carioca afirmou: “É uma figura importante no nosso país, é relevante sua história para todos nós. Para mim inclusive, que, aos 18 anos, estava aqui num comício com um milhão de pessoas e usando um boné e a camiseta com seu nome.” Ao que o petralha respondeu: Pode usar agora. Quando eu fizer um comício agora vou chamar o senhor para participar.”

A fala foi seguida de risos de quem acompanhava o depoimento na sala de audiências da 7ª Vara, mas não dos membros do MPF, que mantiveram a compostura durante todo o tempo (confira a íntegra do depoimento de Lula neste vídeo neste vídeo).

Já com o ex-comparsa Sérgio Cabral, Lula não fez piadas. Durante a única interação entre os dois, o flagicioso vermelho limitou-se a um lacônico “obrigado” quando ex-governador corrupto lhe apresentou condolências pela morte de Marisa Letícia.

Tivesse a audiência sido presencial e não virtual (por vídeo conferência), talvez o conspícuo magistrado pedisse um autógrafo ao depoente. Pegou mal, excelência, essa sua tietagem. Aliás, em nenhum país civilizado deste planeta é concedido a um presidiário, falando em rede, o direito de dissertar sobre olimpíadas, corrupção, enfim, de transformar a audiência em comício. Só faltou Lula subir na mesa para discursar e o juiz Bretas aplaudir. Triste Brasil!

Para não ficar só na minha opinião, o advogado criminalista Alexandre Salomão disse ao Estadão que a cordialidade em uma audiência pode ser até mesmo estratégica, a fim de obter, da testemunha, um depoimento mais profícuo. “O que houve ali, no entanto, ultrapassou os limites da cordialidade. O juiz, em uma audiência, representa o Estado, e o Estado não tem passado de militância. Não há ilegalidade, mas é extremamente inconveniente para a magistratura”, completou. “Tratar testemunhas, réus e advogados com urbanidade é próprio do Código de Ética da Magistratura, deve ser feito”, disse o advogado Luiz Flávio Gomes, mestre em Direito Penal e criador do movimento Quero Um Brasil Ético. “No entanto, viola esse mesmo Código de Ética um magistrado ficar dizendo que votou em tal sentido, ou militou em determinada causa. Nesse momento, a postura deixa de ser adequada”, completa.

Em tempo: O STF iniciou na tarde de ontem o julgamento de duas ações, uma do PT e outra do Conselho Federal da OAB, contra a condução coercitiva de investigados para a realização de interrogatórios ― procedimento que vinha sendo largamente utilizado em investigações da Polícia Federal até o final do ano passado, quando Gilmar Mendes ― e quem mais poderia ser? ― concedeu uma liminar proibindo essa prática, alegando que ela afronta a Constituição ao impor restrições tanto ao direito de ir e vir quanto ao princípio da presunção de inocência (voltaremos a falar dessa aberração em forma de jurista numa próxima oportunidade). Segundo levantamento publicado pelo Estadão, as prisões temporárias cresceram 31,75% nos primeiros quatro meses de 2018 em relação ao mesmo período do ano anterior, como consequência da decisão da liminar do ministro retro citado. 

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DEU PAU? REINICIE, QUE (QUASE SEMPRE) RESOLVE


A MAIORIA DOS TRABALHOS MANUAIS EXIGEM TRÊS MÃOS PARA SER EXECUTADOS.

Panes, travamentos e telas azuis da morte eram mais comuns nas edições vetustas dos Windows, embora possam ocorrer também no Ten, ainda que não com a irritante regularidade de outros tempos. A boa notícia é que uma reinicialização quase sempre recoloca o bonde nos trilhos (e isso vale tanto para a plataforma PC quanto para smartphones, tablets, modens, roteadores, impressoras e até decodificadores de TV por assinatura).

Também é preciso reiniciar o computador para validar a instalação de determinados aplicativos, componentes de hardware e atualizações de software, bem como para um sem-número de procedimentos de manutenção. Isso porque importantes arquivos do sistema, dentre os quais o Registro, não podem ser alterados com o Windows carregado.

Observação: Por Reiniciar, entenda-se desligar o aparelho e tornar a ligá-lo em seguida. Reinicializar não é exatamente a mesma coisa, mas o uso consagra a regra e eu não tenciono discutir questões de semântica neste momento). 

Quando desligamos o computador, interrompemos o fornecimento da energia que alimenta os circuitos da placa-mãe e demais componentes, o que resulta no “esvaziamento” das memórias voláteis. Se recorremos à opção “Reiniciar”, o tempo que transcorre entre o encerramento do sistema e o boot subsequente pode não ser suficiente para os capacitores esgotarem totalmente suas reservas de energia. Portanto, sempre que uma reinicialização se fizer necessária, o melhor é desligar o computador e religa-los depois de um ou dois minutos.

Em caso de pane eventual e sem causa aparente, reiniciar o aparelho é mais prático do que investigar a origem da anormalidade. Se o dispositivo voltar a funcionar normalmente, problema resolvido ― claro que erros recorrentes, que podem ser causados tanto por falhas de hardware quanto por problemas de software, devem ser investigados a fundo, mas isso já outra conversa.

Tanto o sistema operacional quanto os aplicativos e arquivos que manipulamos no PC são carregados na memória RAM. As edições mais recentes do Windows, notadamente de 64-bits, são capazes de gerenciar centenas de gigabytes de memória, e máquinas top de linha costumam integrar de 6 GB e 8 GB de RAM. No entanto, esse espaço sempre será finito, e à medida que ele diminui, a memória virtual entra em ação para evitar travamentos acompanhados de mensagens de memória insuficiente (comuns no Windows 3.x/9x).

Por se tratar de um paliativo baseado no disco rígido ― que é muito mais lento que a RAM ―, a memória virtual (ou swap file, ou arquivo de troca) degrada o desempenho do computador, daí ser importante reiniciá-lo de tempos em tempos, embora seja possível recorrer à hibernação por dias a fio (saiba mais sobre as alternativas ao desligamento do computador nesta postagem).

Tenha em mente que qualquer programa em execução ocupa memória. Alguns não liberam o espaço que alocaram ao ser encerrados, e outros se tornam gulosos durante a sessão, consumindo mais e mais memória. Com isso, a máquina tende a ficar lenta e, em casos extremos, sujeita a travamentos (combinados ou não com a exibição das temidas telas azuis da morte). A boa notícia é que uma simples reinicialização pode resolver o problema; portanto, antes de recorrer a alternativas mais invasivas, reinicie o aparelho e avalie o resultado.

Amanhã a gente continua.

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quinta-feira, 7 de junho de 2018

AINDA SOBRE A GREVE DOS CAMINHONEIROS



Os quase 10 dias de paralisação que trouxeram de volta o que houve de pior na década de 80 ― quando cenas de desabastecimento nos supermercados, descontrole de preços e filas quilométricas em postos de combustíveis eram comuns ― confirmaram a fragilidade de um governo impopular e inepto e serviram de prévia para o que está por vir durante a campanha eleitoral, dado o oportunismo da maioria dos postulantes à presidência da República, que mudam de opinião ao sabor das conveniências.

Desde o início da paralisação já se ouvia ― tanto na imprensa quanto nas redes sociais ― que a revolta da boleia tinha traços do velho corporativismo brasileiro e adotava uma postura fortemente autoritária, incompatível com a convivência democrática. O primeiro a ser atropelado foi o governo federal, que subestimou todos os alertas e se revelou incapaz de lidar com a chantagem dos caminhoneiros. Quando os efeitos da greve ficaram claros, só lhe restou atender a todos os pleitos da categoria. E enquanto o bufão da corte, Carlos Marun, fazia pouco da gravidade da situação a cada aparição pública, Temer entregava tudo e mais um pouco, e a sociedade comemorava seu próprio descaminho: subsídio ao diesel, reserva de mercado e redução de pedágios por decreto.

Se o presidente encontrou seu desmoronamento moral nas denúncias da JBS e seu fim político no abandono da agenda de reformas, sua administração chegou perto da derrocada operacional durante essa paralisação, cujo prejuízo bilionário será repassados aos consumidores. E o Congresso não ficou atrás em matéria de irresponsabilidade. O primeiro a aderir ao oba-oba populista, certamente pensando em capitalizar politicamente sobre o sofrimento da nação, foi o presidente da Câmara, que logo anunciou em vídeo cheio de papagaios de pirata ― incluindo o presidente do Senado ― a proposta de zerar a Cide. Depois, liderou a votação para zerar o PIS/COFINS com base em cálculos ginasianos, quiçá feitos em papel de pão. 

Ao se dar conta da patuscada, Eunício Oliveira preferiu se resguardar da falta de combustíveis e voar de volta para seu reduto em plena quinta-feira, enquanto deputados e senadores se refestelavam na pantomima democrática, manifestando no plenário e em redes sociais uma compreensão pedestre das contas públicas e do funcionamento da economia, pedindo a cabeça do presidente da Petrobras. Não à toa, a empresa perdeu mais de R$ 120 bilhões em valor de mercado durante a greve.

A queda de Temer está fora de cogitação, seja porque faltam 4 meses para as eleições, seja porque nem a oposição quer tirá-lo do cargo. É certo que do governo e do Congresso que estão aí já não se esperava mais nada, mas preocupa o fato de os pré-candidatos à Presidência tampouco se terem revelado à altura do momento dramático que o país enfrentou.

Jair Bolsonaro, abandonando qualquer flerte com o liberalismo e esquecendo-se oportunamente de sua oposição aos métodos autoritários de reivindicação política ― contra os quais, aliás, ele mesmo apresentou um projeto de lei ―, só na undécima hora pediu a “volta à normalidade”. Marina Silva repudiou o uso das Forças Armadas, alertou para o risco de as concessões aos caminhoneiros recaírem no bolso da população e salientou a insatisfação generalizada dos brasileiros, mas escusou-se de apresentar uma solução para pôr fim à crise, limitando-se a dizer que “propor soluções para problemas complexos exige legitimidade para negociar em nome da sociedade”.

Álvaro Dias e Ciro Gomes aderiram à mesma mentalidade populista e irresponsável ― este último, inclusive, aproveitou para desfiar o rosário do estatismo intervencionista mais tacanho, somando equívoco sobre equívoco em rede nacional no programa Roda Viva. Henrique Meirelles e Geraldo Alckmin mostraram alguma preocupação com a independência da política de preços da Petrobras, mas falharam, certamente pelo incentivo do calendário eleitoral, ao não demonstrarem a clareza moral, em suas posições, contra os métodos autoritários do movimento paredista.

No campo da esquerda, Manuela D’Ávila defendeu um plano de investimentos na Petrobras para aumentar a capacidade de refino e tornar o país menos dependente das oscilações de preço do petróleo no mercado internacional, e Guilherme Boulos, a quintessência do socialismo abilolado, condenou a “política de preços que só visa ao lucro dos acionistas de Wall Street” e viu na paralisação um movimento de resistência popular. Já a FUP, movimento ligado ao PT, não traiu seu oportunismo atávico e armou uma greve para chamar de sua (a dos petroleiros).

Em uma democracia sadia, ninguém é dono verdade nem tenta impor seu projeto pessoal de sociedade, sob pena de a coisa pública ser apropriada por interesses privados e momentâneos ― ainda que da maioria ― em detrimento do bem comum, e da força prevalecer sobre o direito. Não se nega que assista razão ao caminhoneiros, pelo menos em algumas de suas reivindicações, mas há um sem-número de alternativas legítimas para defender as próprias pautas em uma democracia. A paralisação nunca teve nada de democrático ― pelo contrário, é mais do velho autoritarismo e do corporativismo à brasileira.

Não é exagero dizer que, nestes dias que passaram, grande parte da sociedade brasileira foi tomada por um surto coletivo. Que este momento de convalescença possa servir a uma reflexão ― de cada cidadão, liderança política e empresarial ― que recoloque a todos no caminho da razoabilidade, do diálogo e da moderação. Fora desse caminho, as dores serão ainda maiores.

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DICAS DE FILMES É COM O FILMMELIER


SE VOCÊ NÃO ESTÁ CONFUSO, É PORQUE NÃO ESTÁ PRESTANDO ATENÇÃO.

Quer uma dica de filme? Está em dúvida sobre o que assistir? O site FILMMELIER pode ser a solução.

Criado por uma equipe de cinéfilos e críticos cinematográficos, o portal indica e comenta produções que estão disponíveis no Brasil em plataformas on demand, como Netflix, YouTube e Google Play, e ainda disponibiliza links para você assistir na hora, tudo separado, em listas (lançamentos da semana, documentários para refletir o mundo, grandes filmes brasileiros, clássicos vencedores do Oscar, e por aí vai).

Interessado? Então acesse www.filmmelier.com.

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quarta-feira, 6 de junho de 2018

ELEIÇÕES 2018 ― TEMPOS ESTRANHOS



Vivemos tempos estranhos, disse o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal. E com efeito: a julgar pelas pesquisas ― nem sempre muito confiáveis, mas impossíveis de ser ignoradas ―, nosso esclarecidíssmo eleitorado está dividido entre um criminoso condenado, populista de carteirinha, e um militar aposentado, estadista de quatro costados.

A polarização da política ― fomentada em grande medida pelo “nós contra eles” do ex-presidente petista ― leva os “petralhas” a escolher um candidato que dificilmente disputará a presidência (e que deve apodrecer na prisão, em havendo justiça nesta terra), e os extremistas de direita a escolher alguém que emula a volta dos militares ao poder.

Pré-candidatos como Henrique Meirelles e João Doria são solenemente ignorados pela esmagadora maioria dos brasileiros incapazes de enxergar que a virtude não está nos extremos, e isso assusta, notadamente quando apenas quatro meses nos separam da eleição presidencial. A propósito, sugiro a leitura do artigo “Coxinhas e petralhas: o fandom político como chave de análise da audiência criativa nas mídias sociais”, publicado na revista Geminis, da Universidade Federal de São Carlos. 

Sobre Lula, não há muito a dizer além do que eu já disse em minhas minhas humildes postagens. Mas Bolsonaro só foi citado meia dúzia de vezes, se tanto, e mesmo assim de passagem. Portanto, resolvi preencher essa lacuna. Acompanhe.

O ex-capitão do exército que hoje vive dias de celebridade aparece com respeitáveis 20% nas pesquisas de intenção de voto ― a título de comparação, Geraldo Alckmin, o eterno picolé de chuchu, não chega a 1/3 disso ― e vive hoje sua terceira e melhor fase na pré-campanha presidencial. Há um ano, ele era considerado o candidato folclórico da disputa, como tantos outros o foram em todas as eleições desde a redemocratização. De alguns meses para cá, porém, surfando na derrocada do PT, começou a crescer nas sondagens e agora parece ter presença garantida no segundo turno.

Aos poucos, Bolsonaro construiu uma narrativa eloquente contra bandeiras tradicionais da esquerda, sem se importar com a pecha de machista, homofóbico e racista que viria junto. Além disso, explorou o fato de não estar envolvido em escândalos de corrupção, especialmente na Lava-Jato para se vender como um político diferente ― a despeito dos sete mandatos como deputado federal e um como vereador no Rio. Mas não é só. O deputado-capitão também atrai o voto de protesto que outrora era comum em eleições legislativas como a de 2014, quando foi eleito o palhaço Tiririca.

Tamanha é a frustração do brasileiro com a política e a economia que Bolsonaro virou uma espécie de refúgio dos indignados. “Ele atende aos descontentes com o Brasil atual, principalmente os descontentes com a corrupção”, diz David Fleischer, professor de ciências políticas da Universidade de Brasília. “A figura que ele encarna é quase ideal. É um personagem de um drama, comédia ou tragédia política”, afirma Roberto Romano, professor aposentado de Ética e Filosofia da Unicamp.

Com o pé no segundo turno, o debate que se impõe é: se eleito, Bolsonaro terá condições de presidir o país? Além disso, qual Bolsonaro seria presidente? O mais radical, com forte discurso contra a política e o sistema, ou o que agora começar a vestir um figurino um pouco mais flexível para atrair um eleitorado que ainda duvida de sua capacidade para conduzir o Brasil em um dos períodos mais conflagrados da história?

Capitão da reserva do Exército, Jair Messias Bolsonaro sempre balizou sua atuação política em assuntos caros a seu eleitorado original ― os militares. Foi erguendo bandeiras de interesse dos colegas de farda que se elegeu pela primeira vez. Era um rebelde nos quartéis, lutando por melhorias nas condições de trabalho de soldados e cabos (o baixo clero da caserna), e, da Câmara de Vereadores do Rio, levou a bandeira para a Câmara Federal, nos anos 1990 ― que atravessou com uma apagada atuação parlamentar, focada no atendimento de demandas corporativas das Forças Armadas.

A chegada de Lula ao poder, em 2003, daria ao deputado Bolsonaro um inimigo de peso para combater — e aparecer. Foi a partir daí que se deu sua primeira guinada política. Na era petista, ele ampliou o foco de sua atuação, passou a falar não apenas para os militares de baixo coturno e adotou bandeiras conservadoras para rebater as políticas públicas propostas pelo PT. Aos poucos, foi se consolidando como um dos mais virulentos críticos do petismo e ganhou protagonismo.

Ainda no governo Lula, Bolsonaro depois de ser abordado agressivamente Maria do Rosário durante um debate sobre redução da maioridade penal, disse que a deputada petralha gaúcha não merecia ser estuprada. No começo do governo Dilma, comprou a briga contra o chamado kit-gay ― uma espécie de cartilha contra a homofobia que o Ministério da Educação queria distribuir às escolas. Ao deputado Jean Willys, homossexual assumido, disse que teria vergonha de ter um filho como ele.

Cada polêmica era bem explorada pela equipe de Bolsonaro nas redes sociais, o que fez com que seu nome passasse a ser admirado país afora (e também odiado por grupos mais simpáticos às bandeiras de esquerda). Os vídeos foram viralizando — e, paulatinamente, ajudando o deputado a fidelizar o eleitorado antipetista. Com o recrudescimento da crise econômica e o avanço da Lava-Jato, seu número de eleitores saltou dos 120 mil, em 2010, para 464 mil, em 2014, quando foi reeleito para o sétimo mandato na Câmara e se tornou o terceiro deputado mais votado do país (só para constar: Tiririca teve 1,3 milhão de votos em 2010 e cerca de 1 milhão em 2014). Foi então que ele começou a cogitar a ideia de concorrer ao Palácio do Planalto. A hipótese foi aventada ainda em 2014, mas o deputado não encontrou apoio no PP ― partido que o abrigava àquela altura. Fez algumas abordagens ao presidente da sigla, o notório senador Ciro Nogueira, que sempre fugia do assunto. 

Bolsonaro abandonou o PP após a reeleição de Dilma, mas o PSC também não garantiu legenda para seu projeto nacional. Em 2017, vendo que teria mais chances de se candidatar a presidente em uma sigla menor, aproximou-se do nanico PEN ― rebatizado de Patriota a pedido do próprio Bolsonaro ― e, mais adiante, ingressou no PSL.

No Datafolha, Bolsonaro começou a aparecer com 4% das intenções de voto em 2015, subiu para 7% em 2016 e para 15% em 2017. A pecha de sectário, contudo, continuava a ser um problema a resolver, juntamente com a crítica frequente de que era leigo em relação a temas importantes para alguém que pretende comandar o país. Foi então que, no final do ano passado, ele passou a modular seu discurso e terceirizar a elaboração de propostas em algumas áreas cruciais. Para tentar uma aproximação com o mercado, ator relevante em eleições presidenciais, escalou o economista Paulo Guedes, fundador e ex-sócio do BTG Pactual e doutor em economia pela Universidade de Chicago. A ideia de convidá-lo para coordenar o programa econômico de sua campanha teve efeitos positivos. Ali, em meio ao deserto de opções que se desenhavam, o pré-candidato foi ganhando a simpatia de empresários e operadores de mercado e passou a participar de sabatinas organizadas por bancos e associações empresariais.

Durante a recente paralisação dos caminhoneiros, Bolsonaro apoiou as reivindicações da categoria e chegou mesmo a prometer que anistiaria as multas aplicadas aos grevistas. Mas ao longo da semana acabou assumindo uma posição mais crítica e condenou os bloqueios nas estradas. “Houve infiltração no movimento”, disse. E completou: “Caso seja presidente, não quero pegar o país pior do que está”.

Some-se à miopia política (para não dizer “ignorância”) de boa parte do eleitorado a absoluta ausência de candidatos ilibados e qualificados para presidir este arremedo de país e fica fácil compreender porque estamos nesta deplorável situação.

Que Deus nos ajude em outubro, nos próximos quatro anos e nos demais que estão por vir.

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ANTIVÍRUS PARA SMARTPHONE ― PARTE 2


GUIA PRÁTICO PARA A CIÊNCIA MODERNA: A) SE SE MEXE, PERTENCE À BIOLOGIA. B) SE FEDE, PERTENCE À QUÍMICA. C) SE NÃO FUNCIONA, PERTENCE À FÍSICA. D) SE NINGUÉM ENTENDE, É MATEMÁTICA. E) SE NÃO FAZ SENTIDO, É INFORMÁTICA.

Como vimos no post anterior, a oferta de antimalwares para Android não é tão grande quanto para o sistema Windows, mas há diversas opções, tanto pagas quanto gratuitas. Segundo avaliação feita pela AV TEST, os produtos que mais se destacaram foram:

Bitdefender Mobile Security ― Com 100% de aproveitamento nos testes de proteção e bons resultados nos de performance, a ferramenta do Bitdefender é uma opção interessante para quem quer manter seu smartphone ou tablet seguro, a despeito dos poucos recursos extras oferecidos pelo programinha (apenas a função antirroubo e o modo de navegação segura).

McAfee Mobile Security ― Conhecido por nove entre 10 usuários de desktops, a McAfee (empresa de segurança digital comprada pela Intel em 2010 e passada adiante em 2014) oferece uma ferramenta de segurança para mobiles que é igualmente interessante, dado seu excelente desempenho, tanto nos testes de detecção, quanto de usabilidade e recursos extras.

AhnLab V3 Mobile Security ― Pouco conhecido no mercado tupiniquim, mas seguramente um dos melhores antivírus para smartphones disponíveis atualmente, o AhnLabV3 atingiu a marca de 99,9% de detecção e foi aprovado com louvor quanto à usabilidade. Mesmo que não entusiasme no que diz respeito a recursos extras, ele uma ótima escolha (que eu uso e recomendo).

Norton Mobile Security ― Os produtos da Symantec dispensam apresentação para quem tem alguns anos de estrada no uso de computadores, e oferecem na plataforma móvel a mesma excelência que os popularizou entre usuários de PCs. A ferramenta obteve 100% de aprovação no quesito proteção e se saiu muito bem nos quesitos usabilidade e recursos extras, com antifurto e travamento remoto, limpeza remota de dados e rastreio de localização. Também estão presentes bloqueador de chamadas, filtro de mensagens, navegação segura e backup de arquivos.

Kaspersky Internet Security ― Empresa russa líder de mercado em soluções de segurança digital, a Kaspersky replica na plataforma mobile a qualidade de seus produtos para PCs. Seu Internet Security para Android foi aprovado com louvor pelo AV Test em todos os quesitos, sobretudo na prodigalidade de recursos extras, com modo antifurto, travamento remoto, limpeza remota, rastreio de localização, bloqueador de chamadas, filtro de mensagens e navegação segura.

Observação: Todos os apps citados neste post são gratuitos e estão disponíveis na loja oficial do Android.  

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terça-feira, 5 de junho de 2018

GREVE DOS CAMINHONEIROS ― O RESCALDO



Além de causar muita aporrinhação à população e um prejuízo bilionário à frágil economia tupiniquim, a paralisação dos caminhoneiros expôs a pusilanimidade de um presidente que assumiu o cargo como reformista, mas, sem apoio popular, cercado por assessores do quilate de Padilha, Moreira Franco e Marun e com as vísceras expostas pelas denúncias da JBS, ora claudica melancolicamente em direção a um futuro incerto, sem foro privilegiado nem a aura de poder que atrai os puxa-sacos de plantão.

Temer e seus asseclas não deram a devida importância à bomba de efeito retardado construída nos governos lulopetistas e armada quando Pedro Parente assumiu a presidência da Petrobras e alterou a política de preços dos combustíveis ― só nos últimos 3 meses, o diesel aumentou 11,8%. Assim, nem bem reconquistou o primeiro lugar no ranking das empresas de maior valor de mercado, a estatal ― que durante o governo Dilma amargou prejuízos de US$ 70 bilhões (50 bilhões por vender combustíveis abaixo do preço de custo e outros 20 bilhões devido à rapinagem do Petrolão) ―, a estatal perdeu quase 1/3 de seu valor de mercado e caiu da primeira para a quarta posição no ranking das empresas brasileiras mais valorizadas (ficando atrás da Ambev, Vale e Itaú/Unibanco).

Em meio aos esforços para se alcançar a composição com os caminhoneiros, Marcio França, atual governador de São Paulo e candidato à reeleição, propôs o tabelamento do preço do diesel (reduzido) e dos fretes (aumentado) ― nunca é demais lembrar que vários governos tabelaram muita coisa no Brasil, e o resultado foram escassez de produtos, preços em alta e fortalecimento do mercado paralelo. Para o governador, não é possível uma empresa brasileira, que também pertence aos brasileiros, “querer pensar em dólar”. Só que não se trata de “querer pensar”: a Petrobras compra em dólar, vende em dólar, toma empréstimos e recebe investimentos em dólar ― não porque quer, mas porque não tem como fazer isso apenas em reais.

Seja como for, o movimento paredista só foi debelado depois que o governo federal cedeu mais do que deveria ou poderia. E com a Petrobras vendendo diesel subsidiado, o futuro é incerto ― certo mesmo é que reduzir impostos sobre o diesel significa subsidiar o combustível, o que gera uma receita a menos e uma despesa a mais, deixando ao governo duas opções: aumentar impostos de outros setores ou reduzir gastos. 

Os ministros afirmam que não haverá aumento de impostos, mas sim uma “redução de incentivos” ― o que, em última análise, significa retirar um incentivo para subsidiar outro. Mas não importa o nome que se dê: no final das contas, é o contribuinte quem vai bancar o prejuízo, embora já trabalhe 5 meses por ano para pagar impostos.

Enquanto a Petrobras for “nossa”, estaremos condenados a comprar gasolina de qualidade inferior a preços exorbitantes. No dia em que a empresa deixar de ser “nossa”, o cenário certamente mudará. Basta lembrar o que aconteceu com o telefone, que era artigo de luxo quando controlado pelas “Teles” do grupo Telebras. Bastou que elas fossem privatizadas ― ou entregues ao “capitalismo malvado”, como gostam de dizer os apedeutas vermelhos ― para que o serviço ficasse ao alcance de todos, inclusive dos mais humildes.

Observação: Até a virada do século, era preciso aderir a um famigerado “plano de expansão”, vinculado à compra de ações do execrável Sistema Telebras, para se candidatar a uma linha telefônica (que era considerada um “bem” e, portanto, tinha de contar da declaração de imposto de renda). Além de caro, o serviço era de péssima qualidade. O prazo para a instalação (24 meses) raramente era cumprido, o que fazia a felicidade dos cambistas que atuavam no mercado negro de telefones. Na cidade marajoara de Cachoeira do Arari, no Pará, dez munícipes que aderiram ao plano de expansão esperaram 15 anos pela instalação das linhas. Alguns nem tiveram o gostinho de fazer uma chamada, pois morreram anos antes de a Telepará cumprir sua parte no contrato. Mesmo assim, há quem se declare contra as privatizações.

Além de expor a fragilidade do governo, a irresponsabilidade da oposição e a aridez de ideias dos presidenciáveis, a crise resultante da greve dos caminhoneiros levou a compras exageradas nos supermercados, estoques domésticos, filas nervosas nos postos de combustível ― teve muito comportamento na base de cada um por si. Cabem nessa categoria as greves e manifestações oportunistas. Governo fraco, cedendo, também vou buscar o meu ― tal foi o comportamento de muita gente. E isso sem mencionar a demissão de Pedro Parente e a ação de “intervencionistas”, que, por questão de espaço, ficam para a próxima postagem.

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ANTIVÍRUS PARA SMARTPHONES


AMIGOS VÊM E VÃO; INIMIGOS SE ACUMULAM.

Uma versão resumida da história do antivírus pode ser lida a partir desta postagem, de modo que seria redundante repetir agora o que foi dito então. A título de introdução ao tema alvo desta matéria, relembro apenas que as pragas digitais atuais são diferentes das que existiam no alvorecer da computação pessoal, quando os vírus propriamente ditos é que aborreciam os usuários de PCs. Hoje em dia, preocupa-nos mais o spyware e suas variações, que, tecnicamente, não são vírus e, a exemplo dos trojans, worms, rootkits, etc., são classificadas genericamente como “malware” (aglutinação dos temos “malicious software”).

O antivírus, tido e havido como imprescindível nos anos 90 e na década passada, passou a ser visto como uma ferramenta ineficaz e obsoleto por monstros sagrados da programação, como John McAfee, que desenvolveu um dos primeiros antivírus comerciais.

Observação: Apenas para que o leitor tenha uma ideia, McAfee foi demitido da NASA porque passava as manhãs bebendo uísque e consumindo grandes quantidades de cocaína, e parte das tardes dormindo candidamente sobre a mesa de trabalho. Foi expulso da Northeast Louisiana State University por transar com uma de suas alunas, e da Univac de Bristol, no Tennessee, depois de ser flagrado vendendo maconha (para saber mais sobre essa figura, assista ao filme Gringo: The Dangerous Life of John McAfee).

Hoje em dia a gente faz (quase tudo) pela internet, e os desktops e laptops cederam espaço para smartphones e, em menor medida, para os tablets. Portanto, navegar na Web com esses dispositivos (com qualquer dispositivo, melhor dizendo) sem um arsenal de defesa responsável é dar sopa para o azar.

As pragas digitais voltadas à plataforma Windows, que perfaziam algumas dezenas de milhares na virada do século, já passam dos milhões. Segundo levantamento feito pela Panda Security, 220 mil novos malwares são criados todos os dias. Para sistemas móveis, como o Android e o iOS, esse número é bem menor, mas vem crescendo exponencialmente. No caso específico do Android, que controla a esmagadora maioria de smartphones e tablets em todo o mundo, a quantidade de programinhas maliciosos aumentou 3300% de 2008 a 2104, e ainda que seja mais comum a infecção decorrer da instalação de apps contaminados (detalhes na postagem anterior), convém por as barbichas de molho.

Se você usa o smartphone em tarefas que costumava realizar no computador ― como acessar redes sociais, gerenciar correio eletrônico, fazer compras online e transações via netbanking e por aí afora ―, proteja o aparelho com uma boa suíte de segurança. Talvez elas não sejam 100% eficazes e beirem a obsolescência, mas são a única opção enquanto nada de novo despontar no horizonte.

A oferta de antivírus e afins para dispositivos móveis é bem menor do que para PCs, mas há dúzias de opções (tanto pagas quanto gratuitas), algumas das quais já consagradas no mercado voltado a desktops e notebooks, o que agrega confiabilidade ao produto. Para não encompridar demais esta conversa, minhas sugestões ficam para a próxima postagem. Bom feriadão a todos e até lá.

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segunda-feira, 4 de junho de 2018

MAIS UMA VITÓRIA DO ATRASO



ANTES DA MATÉRIA DO DIA, SEGUE BREVE ADITAMENTO AO POST ANTERIOR:

Mensagens dando conta de uma nova greve dos caminhoneiros, supostamente nesta segunda-feira, vem sendo propagada em tom alarmista nas redes sociais e pelo WhatsApp. Algumas associações que estiveram à frente do movimento encerrado no final da semana afirmaram não estar envolvidas em uma nova greve, mas um grupo reduzido de caminhoneiros autônomos se reuniu ontem, em Brasília, a pretexto de articular uma possível manifestação ou greve. O motivo seria um suposto veto presidencial à redução de R$ 0,46 no preço do diesel ― segundo fontes oficiais, não houve veto algum e a medida já entrou em vigor. O governo assegura que as mensagens não passam de boatos, e que, a princípio, não renovaria o decreto de Garantia da Lei e da Ordem que permitiu às Forças Armadas agir na greve dos caminhoneiros. Mas, pelo sim ou pelo não, monitora a situação, a despeito de ter publicado nas redes sociais um vídeo no qual nega uma nova greve de caminhoneiros

A demissão de Pedro Parente (*) da presidência da Petrobras foi uma baixa importante na guerra que as forças do atraso travam contra o País. Nas circunstâncias em que se deu, não representou apenas a perda de um valoroso colaborador do governo, mas principalmente o triunfo dos que parasitam o Estado e sabotam todos os esforços daqueles que trabalham duro para impor alguma racionalidade à administração dos escassos recursos públicos.

Fossem as coisas diferentes, o governo não aceitaria a saída de Parente, cuja retidão moral e capacidade profissional não serão encontradas em quase nenhuma sala do entorno da Presidência da República. O executivo foi responsável pela notável recuperação da Petrobras, que havia sido destroçada pelos governos lulopetistas. Naquela trevosa época, a estatal transformou-se na petrolífera mais endividada do mundo, à beira do colapso, quando passou a funcionar como máquina de dinheiro para financiar o populismo do PT, que se manifestou tanto na forma de subsídio para os combustíveis como na participação em empreendimentos controvertidos e mal planejados. O pressuposto era que o papel da empresa ― “estratégico”, como não se cansam de dizer os empulhadores ― era servir como motor do desenvolvimento nacional. O tal desenvolvimento não veio ― em lugar disso, o que essa política doidivanas gerou foi a ruína da maior empresa do País.

Munido de liberdade de ação, Parente pôde implementar uma administração austera e dinâmica, que em pouco tempo reequilibrou as finanças da Petrobras ― por meio da venda de ativos e, principalmente, de uma política de preços que dispensava os subsídios, por respeitar as variações de mercado. A greve dos caminhoneiros, contudo, colocou essa política na berlinda, pois a principal reivindicação do movimento era o restabelecimento do subsídio.

Diante da hesitação do Palácio do Planalto, que tremeu em razão das consequências de uma greve que não conseguiu prever nem soube conter, Parente ainda fez o possível para que o governo ganhasse tempo para negociar um acordo ― que, ao final, se revelou uma verdadeira capitulação ao movimento paredista. Em sua carta de demissão, ele deu a entender que a decisão do governo de restabelecer o subsídio, sem dar suporte firme para manter a política de preços por ele implementada, foi o fator preponderante para sua saída. “Diante desse quadro, fica claro que a minha permanência na presidência da Petrobras deixou de ser positiva”, escreveu Parente.

Ao aceitar a demissão, o presidente Temer também deu uma vitória aos petroleiros que haviam deflagrado uma greve política, na qual exigiam justamente a saída do executivo. E nem é preciso dizer que a decisão foi celebrada por todos os que trabalham incansavelmente em favor do subdesenvolvimento travestido de “justiça social”. “Já vai tarde”, disse Guilherme Boulos, candidato a presidente pelo PSOL. “Era o que a sociedade esperava”, declarou o presidente do Senado, Eunício Oliveira. “Finalmente!”, tuitou o PT.

Enquanto o governo perde quadros de imenso valor ― antes de Parente, Maria Silvia Bastos Marques deixou o BNDES depois que o governo lhe sonegou apoio contra os que sabotavam sua política de reorganização do banco ―, personagens notórios mais por escândalos que por capacidade administrativa continuam prestigiados no Palácio do Planalto. Nada disso augura um bom futuro. Nem para o governo, nem para o País.