terça-feira, 30 de outubro de 2018

AINDA SOBRE A VITÓRIA DE BOLSONARO E O FUTURO DO BRASIL



Menos de trinta horas após Bolsonaro ter sido eleito presidente, seria no mínimo leviano conjecturar como será seu governo e como ele enfrentará os desafios que lhe serão impostos, sobretudo por esta eleição sido a mais imprevisível, polarizada e conturbada da assim chamada “Nova República”. Voltaremos a essa questão mais adiante, depois que a poeira baixar. Até lá, seguem algumas considerações que eu reputo importantes. 

Depois que os militares voltaram para os quartéis e José Sarney assumiu a presidência devido à morte de Tancredo Neves, elegemos pelo voto direto Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Vana Rousseff e Jair Messias Bolsonaro. O pseudo caçador de marajás foi impichado e substituído por seu vice, Itamar Franco; o tucano FHC e os petistas Lula e Dilma se reelegeram, mas a anta sacripanta foi impichada em 2016, quando então Michel Temer foi promovido a titular e encarregado de concluir o governo de transição cujas luzes se apagarão (melancolicamente) daqui a dois meses.

Num primeiro momento, o emedebista teve relativo sucesso na missão, mas foi abatido em seu voo de galinha pela delação de Joesley Batista, E após fazer o diabo para se esquivar de duas denúncias por atos nada republicanos, aquele que almejava entrar para a história como “o cara que recolocou o Brasil nos trilhos do crescimento” será lembrado como o primeiro presidente denunciado no exercício do cargo pela prática de crimes comuns.

Ainda que aos trancos e barrancos — haja vista o mensalão, o petrolão e outros escândalos de rapinagem revelados pela operação Lava-Jato —, sobrevivemos a uma década e meia de lulopetismo. O sumo pontífice dessa seita do inferno, que passou de retirante nordestino a torneiro mecânico, daí a líder sindical e, 22 anos depois de ter fundado o PT, a presidente da República, não só fez oposição sistemática a FHC, mas também lhe atribuiu, depois depois de suceder-lhe na Presidência, uma fantasiosa “herança maldita”. Na verdade, o caminho para o sucesso da primeira gestão do petralha foi pavimentado pelo governo do tucano, que, de quebra, lhe assegurou popularidade suficiente para eleger o “poste” que manteria aquecida a poltrona presidencial entre 2010 e 2014, quando ele tencionava voltar a ocupá-la.

Mas não há nada como o tempo para passar, e hoje é público e notório — menos para os seguidores incondicionais da petralhada, naturalmente — que os verdadeiros responsáveis pela derrocada brasileira, sobretudo no âmbito da economia, foram Lula, sua incompetente sucessora e a organização criminosa travestida em partido político e conhecida como PT.

Para encerrar este texto — ou interromper, uma vez que tenciono retomá-lo na próxima postagem —, cumpre ponderar que o momento é de baixar a bola e resgatar a capacidade de lidar com os contrários. A despeito da cizânia fomentada por Lula com seu “nós contra eles” ter assumido proporções gigantescas, notadamente depois que os seguidores de Bolsonaro passaram a retribuir a gentileza na mesma moeda, não há no Brasil nem 50 milhões de “fascistas”, nem 47 milhões de “comunistas”.  A rigor, nem os votos recebidos pelos candidatos no último domingo são todos deles, pois muita gente votou no capitão para impedir a volta do PT e outros tantos votaram no PT para “impedir a volta da ditadura militar”. Sem mencionar que a rejeição a ambos atingiu patamares estratosféricos.

O que importa agora, salvo melhor juízo, é resgatar a capacidade de lidar com os contrários, pois bolsonaristas, petistas, direitistas e esquerdistas são todos brasileiros. E cabe ao presidente eleito governar para todos os brasileiros.

AINDA SOBRE OS CARROS MODERNOS E A TECNOLOGIA EMBARCADA


PERGUNTAR O QUE NÃO PODE SER RESPONDIDO É PERDA DE TEMPO.

Depois de discorrer brevemente sobre as opções de transmissão (assunto das duas postagens anteriores), achei por bem alertar o leitor para o fato de que veículos com tecnologia embarcada, como os providos de injeção eletrônica, contam com um número considerável de componentes que podem ser danificados por uma simples lavagem do motor.

Antigamente, era comum o motor não “pegar” depois de lavado, devido ao acúmulo de água na tampa do distribuidor e nos conectores dos cabos das velas. Ainda que esse problema pudesse ser evitado mediante a simples proteção desses pontos com sacolinhas plásticas de supermercado, por exemplo, os funcionários dos postos e lava-rápidos achavam mais fácil secar tudo depois, com jatos de ar comprimido. Só que que o calor gerado pelo funcionamento do motor propiciava a formação de gotículas de água (condensação) no interior da tampa do distribuidor, umedecendo o carvão, o rotor, o platinado e o condensador, e impedindo o motor de religar depois do carro ficar parado por algumas horas (ou até a manhã seguinte, o que era mais comum).

Quem gosta de manter o carro sempre limpo pode se sentir incomodado em ver o motor sujo, mas é bom ter em mente que, em não havendo vazamentos de óleo e outros problemas afins, não há porque lavar o motor. Aliás, a maioria dos fabricantes não recomenda fazê-lo, pois a injeção eletrônica multiplicou o número de componentes elétricos e eletrônicos que podem ser facilmente danificados durante a lavagem, não tanto pela água em si, mas pela pressão da água. Além disso, a sujeira que se acumula no “cofre” e no bloco do motor pode ser removida com o auxílio de um pincel, um pano e ar comprimido. 

Observação: Mal comparando, o motor do carro está mais para um relógio resistente a água do que um modelo próprio para mergulho. Em outras palavras, pingos e respingos são suportados, mas o mesmo não se aplica a banhos de chuveiro nem, muito menos, de imersão — no caso do relógio, e a água em profusão e alta pressão, no caso do motor.

Caso queira mesmo lavar o motor do seu carro, leve o veículo a uma empresa especializada, que faça o serviço com vapor, e deixe o lava-rápido ou o posto para lavagens da carroceria e aspiração interna.

Se preferir fazer pessoalmente o trabalho, assegure-se, primeiro, de que o motor esteja desligado e frio; segundo, de que pontos vulneráveis (como caixa de fusíveis, alternador, bobina, módulo da injeção, bateria, enfim, tudo aquilo que estiver ligado a alguma coisa por um chicote elétrico) seja devidamente envolvido em saquinhos plásticos; terceiro, de não concentrar nesses pontos o jato da mangueira (ou da lavadora de pressão). 

Note que você pode remover a sujeira mais resiliente umedecendo-a com água e usando um pincel ou uma escovinha de cerdas duras (evite solventes ou produtos à base de querosene). Depois, é só bater água novamente (com moderação), secar, borrifar WD-40 e dar acabamento com um pano macio.

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segunda-feira, 29 de outubro de 2018

BOLSONARO ELEITO — E AGORA, JOSÉ?



Desta vez as urnas confirmaram o que as pesquisas indicavam e a gente achava que aconteceria, embora o receio de uma reviravolta causasse certa inquietação — nunca é demais lembrar que estamos no Brasil, e no Brasil nem o passado é previsível.

Ao final de uma disputa sui generis, que começou com mais de 20 pré-candidatos, transcorreu em grande medida com um criminoso condenado e preso figurando como o queridinho do eleitorado, foi travada no primeiro turno por 13 postulantes e levou ao segundo justamente os representantes dos dois extremos do espectro político-eleitoral, o PT foi derrotado e, pela primeira vez desde a redemocratização, um candidato com orientação política claramente de direita foi ungido presidente (com 57,5 milhões de votos, ou seja, com uma vantagem de 10,8 milhões de votos em relação a seu adversário).

Houve comemorações Brasil afora; em São Paulo, de onde vos escreve este humilde articulista, gritos, fogos, panelaços e buzinaços se fizeram ouvir a partir do momento em que a virada prometida ao sectários da seita do inferno por Haddad, sua vice e a camarilha petista (até mesmo como “um presente ” para Lula, que comemorou em sua cela seu 73º aniversário) já se tornara matematicamente impossível. Desde o início da noite, milhares de pessoas se apinhavam defronte ao MASP, na mais paulista das avenidas, aí incluídos defensores e detratores do futuro presidente. Como nas manifestações à época do impeachment da anta vermelha, muitos manifestantes se vestiram de verde e amarelo e gritaram palavras de ordem como “Fora PT!” e “Mito!”.
 
Devido à “síndrome do macaco” (a ilustração à direita é autoexplicativa), não acompanhei o noticiário durante todo o dia de ontem. Só liguei a TV quando associei o ribombar dos fogos ao término da apuração. Confirmada a eleição de Bolsonaro para presidente e de João Doria para governador (esta foi mais apertada; o tucano obteve 51,75% dos votos válidos contra 48,25% do peessedebista Márcio França) e ouvidos os discursos dos envolvidos, mudei para a Netflix e esqueci o assunto.

Vale frisar que, a exemplo da nefelibata da mandioca em 2014, Bolsonaro não mencionou Haddad em seu primeiro discurso como presidente eleito, e o petista tampouco o citou ou cumprimentou pela vitória ao se pronunciar no início da noite. No mínimo, isso sugere que a polarização suicida e a falta de diálogo que contaminaram o país nos últimos tempos não terminarão com o encerramento do pleito presidencial.

Por hoje é só. Amanhã voltaremos ao ritmo normal.

AINDA SOBRE A TRANSMISSÃO AUTOMÁTICA


MAIS IMPORTANTE QUE ACRESCENTAR DIAS A SUA VIDA É ACRESCENTAR VIDA A SEUS DIAS.

Em princípio, veículos com transmissão automática priorizam o conforto, embora modelos esportivos sofisticados (e caros) acelerem quase como seus correspondentes equipados com câmbio manual. No entanto, se você é adepto de arrancadas riscando o asfalto e produzindo nuvens de fumaça (burn out), escolha um modelo automático com motor de respeito, como o Ford Mustang V8 — que foi e continua sendo meu sonho de consumo desde 1973, quando meu pai me deu uma miniatura da Matchbox, branca, conversível e com estofamento vermelho, mas isso já é outra conversa.

O grande senão dos câmbios automáticos, notadamente os CVT, é a arrancada “chocha” (para saber mais sobre as diferenças entre as transmissões continuamente variáveis e as automáticas convencionais, clique aqui; para ver um Mustang automático em ação, afivele o cinto de segurança e clique aqui). 

Não vou descer a detalhes sobre a tecnologia CVT, até porque ela merece uma postagem dedicada. Mas adianto que a Toyota desenvolveu uma alternativa que combina a economia e o conforto das polias continuamente variáveis com a prontidão das engrenagens dos câmbios manuais — que deve ser implementada no Corolla já em 2020. Explicando em rápidas pinceladas, a variação contínua das polias só entra em ação depois que o carro “embala”, ou seja, nas arrancadas, quem trabalha é a engrenagem.

Nos carros com transmissão manual, basta você engrenar a primeira marcha, elevar o giro do motor e soltar o pedal da embreagem para o veículo arrancar prontamente. Já os automáticos precisam de torque abundante em baixas rotações para compensar o “delay” característico do conversor ou das limitações do acionamento robotizado da embreagem (para entender melhor as diferenças entre torque e potência, clique aqui).

Jamais tente “cantar pneus” acelerando o motor com a alavanca em N e mudando-a para D quando o giro estiver elevado, pois, além de um tranco memorável, isso poderá danificar o conversor de torque ou kit de embreagens, dependendo da transmissão. Somente em veículos equipados com launch control (controle de largada que otimiza a arrancada e a aceleração) é que se deve parar totalmente o carro, colocar no ajuste esportivo ou no modo dedicado (LC), manter o pedal do freio pressionado com o pé direito, acelerar com o esquerdo e, ao sinal do sistema, liberar o freio.

Observação: O Mustang conta com o Line Lock, que permite travar as rodas dianteiras, imobilizando o veículo enquanto se acelera fundo, fazendo as rodas motrizes (traseiras) girarem em falso, torrando os pneus.

Tanto em veículos com câmbio automático convencional quanto CVTs e automatizado, a troca de marchas nem sempre ocorre no momento que desejamos. Daí os puristas — e os “pilotos de final de semana” — preferirem modelos com paddle shift (ou “câmbio borboleta), que permitem a troca sequencial das marchas através de duas abas posicionadas atrás do volante, uma para “subir” e outra para “reduzir”, como nos carros de Fórmula 1. Na ausência desse recurso, a troca sequencial costuma ser feita através da alavanca ou por botões acoplados a ela, o que não é prático quando se deseja uma condução “mais esportiva”, pois exige tirar uma das mãos do volante.

A não ser em situações excepcionais, mantemos a alavanca na posição D durante a maior parte do tempo, pois ela permite operar em todas as marchas, de acordo com a velocidade, topografia e pressão no acelerador. Mas mesmo nos modelos sem troca sequencial é possível "induzir" as mudanças simplesmente dosando a aceleração. No caso de retomadas e ultrapassagens, basta recorrer ao kick down, que consiste em pressionar o acelerador até o final do curso para acionar um botão que provoca a redução de marcha, melhorando as respostas do motor (quando a pressão no pedal é aliviada, uma marcha superior é novamente selecionada).

Em aclives, deve-se acionar o freio de serviço ou o de estacionamento para manter o carro imobilizado — ou seja, jamais usar o acelerador para esse fim. Conforme a inclinação, o efeito creeping (que leva o carro a se mover lentamente quando se solta o freio, mesmo sem qualquer pressão sobre o pedal do acelerador) pode ser suficiente para a parada, mas convém optar por um modelo que disponha de “assistente de partida em rampa”. Assim, quando você para numa subida (para esperar o farol abrir, por exemplo) e pressiona o pedal do freio, o carro permanece imobilizado; quando você solta freio, ele continua imóvel por alguns segundos, dando tempo mais que suficiente para você acelerar e seguir adiante sem correr o risco de recuar e bater no veículo de trás.

Era isso, pessoal. Espero que tenham gostado. 

sábado, 27 de outubro de 2018

ELEIÇÕES 2018 — AMANHÃ É O DIA D (QUE DEUS NOS AJUDE)


Encerrado o incomodativo horário eleitoral obrigatório edição 2018, também eu farei um intervalo nas postagens de política. Amanhã não haverá publicação, de modo que o texto a seguir encerra os trabalhos até a próxima segunda-feira. Vamos a ele.

Nunca antes na história deste país se viu uma disputa presidencial tão pródiga em desinformação quanto a que ora chega ao fim, marcada como a mais atípica desde a redemocratização. Ao longo das sete semanas e meia desde seu início oficial, houve uma sucessão de episódios surpreendentes, como a tentativa de assassinato do líder das pesquisas e a insistência do PT em viabilizar a candidatura de um criminoso condenado e preso. Agora, faltando cerca de 48 horas do final, o candidato do PSD mantém uma vantagem considerável — os percentuais variam conforme a fonte, mas o último levantamento do Instituto Paraná Pesquisas o aponta com 60,6% e Haddad com 39,4%.

A pesquisa mostra ainda que a rejeição do capitão também ficou estável em relação ao levantamento anterior (era de 38 % e agora é de 39,4%, menor que a do adversário, que ficou em 54,5%, ante 55,2% no dia 17). O Nordeste continua sendo a única região em que o poste de Lula se sai melhor (lá, ele tem 51,9% e Bolsonaro, 35,6%).

O resultado geral mostra que o desejo de mudança e o antipetismo são os principais definidores desta eleição — 32,2% dos que dizem que votarão em Bolsonaro dizem que o farão por ele “representar a mudança”. Em segundo lugar aparece o fato de ele “ser contra Lula e o PT” (resposta de 19% dos entrevistados). Já as declarações de voto em Haddad são fundamentadas na rejeição à figura do adversário e na simpatia por Lula. Dos entrevistados que disseram que votarão no petista, 20,3% dizem que o farão “por não gostarem de Bolsonaro”. Os outros motivos apontados pelos eleitores de Haddad são a “defesa da democracia” (12,5%), “ele ser candidato do ex-presidente Lula” (12,3%), “identificação com o discurso do candidato” (7%) e “pela defesa dos direitos humanos” (4,9%).

Observação: A profusão de fake news, embora não seja exatamente novidade — nas duas últimas eleições presidenciais o PT montou amplas equipes de comunicação digital e disseminou acusações verdadeiras e falsas contra os adversários — foi levada ao paroxismo. E tudo indica que não faltarão desdobramentos, já que, fiel à sua tradição vitimista, o partido da estrela cadente entrou na Justiça com um pedido de investigação por abuso de poder econômico contra Bolsonaro (em função da denúncia veiculada pela Folha), na qual postula a anulação da eleição.

Em entrevista a José Nêumanne, a jornalista Joice Hasselmann — deputada federal mais votada de todos os tempos — disse o seguinte sobre o PT

Eles mentiam durante a campanha, mentiam na imprensa, mentiam para o mercado, mentiam para o povo e faziam negócios usando o governo como um inesgotável balcão. Defendi ininterruptamente a extinção do PT, que se mostrou uma quadrilha, e não um partido. A Lava-Jato tirou as escaras dos olhos do povo e provou que ninguém, nem mesmo o presidente de um país, está acima da lei”.

O projeto de poder do PT, adubado pelo mensalão e regado pelo petrolão, acabou sobrestado com o providencial impeachment de Dilma e repudiado nas eleições de 2016. No entanto, esse egun mal despachado nos assombrará enquanto Lula continuar a comandar o PT da carceragem da Polícia Federal em Curitiba, a despeito dos erros crassos de estratégia que ele vem cometendo, a começar pela insistência ilógica em manter sua candidatura.

Não sei se Lula achava mesmo que disputaria o pleito ou se tudo não passou de estratégia para impulsionar a transferência de votos para o poste, mas o fato é que Bolsonaro venceu em 16 estados, em 23 das 26 capitais, e no Distrito Federal — Haddad ganhou somente em 9 estados e 3 capitais (todos na região Nordeste). E ainda que o PT venha fazendo o diabo para demonizar Bolsonaro, a considerável dianteira mantida pelo capitão e o pouco tempo que falta para o segundo turno sugerem que a derrota dos vermelhos será acachapante.

Depois de passar boa parte da campanha posando de vítima de fake news, Haddad fez exatamente aquilo de que vinha acusando seu adversário. Com a cara mais deslavada do mundo, culpou Bolsonaro pela “campanha mais baixa de todos os tempos porque ele quis criar esse clima, que favorece a campanha dele”. Só não explicou se a “avalanche” inclui o PT espalhando que Bolsonaro cortaria o 13º salário e o Bolsa Famíliaque seu vice foi um torturador (com base numa declaração do cantor Geraldo Azevedo, mesmo alertado de que o general Mourão tinha 16 anos quando a suposta tortura teria ocorrido, e de Azevedo reconhecer que a acusação era falsa — Mourão já avisou que irá processar o cantor e o candidato do PT), que o PT chamou um adversário de fascista (embora tenha sido exatamente esse o termo usado numa nota contra FHC em 2001) e que não tem conhecimento do vídeo em que o deputado petista Wadih Damous fala em fechar o Supremo Tribunal Federal.

Lula, em carta divulgada no último dia 24 por sua equipe de comunicação (é espantoso que um presidiário tenha “equipe de comunicação”), exortou os partidos de centro-esquerda a se unirem numa “frente democrática” contra a “aventura fascista”. Só que não funcionou, pois quase ninguém mais acredita na narrativa em que o PT imputa os próprios pecados a seus adversários — com a possível exceção dos esquerdopatas delirantes e de parte da imprensa internacional, que continua classificando a deposição da anta vermelha como “golpe”. Sobre os resultados do primeiro turno, é curioso que veículos normalmente divergentes entre si — como The Guardian e The Economist — tenham sido unânimes em ressaltar “perigos severos à democracia”. A palavra “fascista” apareceu em publicações como Der Spiegel, e mesmo o Financial Times, que provavelmente tem a melhor cobertura do Brasil na grande imprensa internacional, disse ver na figura de Bolsonaro um “prenúncio de tempos duros”.

Outro erro de Lula, sabe-se agora, foi ter ignorado Jaques Wagner, que o aconselhou a retirar sua candidatura e apoiar Ciro Gomes. O demiurgo foi irredutível, Ciro ganhou somente no Ceará e na capital, Fortaleza, e agora Haddad está mendigando seu apoio no segundo turno.

Observação: Em 2014, Dilma foi reeleita mediante o maior estelionato eleitoral da história brasileira, apresentando ao eleitor um país das maravilhas que só existia em sua campanha milionária, financiada com dinheiro roubado da Petrobras. No contexto atual, porém, qualificar os adversários de fascistas, nazistas, racistas, misóginos e outros adjetivos que encontram morada no medo e na ignorância não surte o mesmo efeito, servindo, no máximo, para estumar a claque amestrada.

Da bolha existencial na qual se nutre de arrogância e prepotência, o PT é incapaz de fazer a autocrítica reclamada por Cid Gomes. Pelo contrário: “Não dá para o PT pedir desculpas porque [o PT] venceu”, tripudiou a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, senadora recém rebaixada a deputada federal. Mas a verdade é que partido não consegue se desvencilhar da imagem desgastada, impressa em cores vivas no imaginário dos eleitores por escândalos de corrupção e a mais severa recessão da história recente do país. Os valores do cidadão comum foram completamente ignorados por seus “governos progressistas”, gestados e apoiados pela classe “bem-pensante” de intelectuais e artistas.

O PT é como o escorpião da fábula. Em condições normais, ninguém acredita num partido que sempre agiu de forma antidemocrática e vocacionada ao crime. O cinismo da campanha de Haddad apenas exibe as vísceras de um partido que sempre agiu de forma antidemocrática e vocacionada ao crime, que ora sangra praça pública, mas que, mesmo desmascarado, insiste no erro e expõe ao constrangimento sua militância e os seus eleitores (os que ainda guardam um mínimo de dignidade). 

Tão melancolicamente quanto o governo Temer, o lulopetismo desaparecerá da política brasileira Palocci, entrará para a história como uma das maiores organizações criminosas do continente. Para o demiurgo criminoso que um dia se comparou a Jesus Cristo (detalhes mais adiante), ficam as palavras de Guimarães Rosa: “Uma coisa é pôr ideias arranjadas, outra é lidar com país de pessoas, de carne e sangue, de mil-e-tantas misérias… Tanta gente — dá susto de saber — nenhum se sossega: todos nascendo, crescendo, se casando, querendo colocação de emprego, comida, saúde, riqueza…”
com a vitória do seu mais perfeito antípoda — e a depender do que vier a ser revelado pela delação de

Em algum momento da trilha para o fracasso nas urnas, o demiurgo de Garanhuns tentou promover uma espécie de evangelização de seus aliados e correligionários comparando-se a Cristo: “Jesus foi condenado à morte sem dizer uma palavra, recém-nascido. E, se o José não corre, ele tinha sido morto. E olhe que não tinha empreiteira naquele tempo, não tinha Lava-Jato”. 

Às vésperas de ser preso, a autoproclamada “alma viva mais honesta do Brasil” se autopromoveu à condição de “ideia”: “Eu não sou mais um ser humano, eu sou uma ideia misturada com as ideias de vocês. Minhas ideias já estão no ar e ninguém poderá encerrar. Vocês são milhões de Lulas”. Mas o ególatra que achou ter ascendido à dimensão divina ora encontra no extremo oposto o antagonista gestado por si próprio — embora nem Bolsonaro seja capaz de encarnar o “mito” alardeado pelo seu séquito, nem Lula de se arvorar em ente divino, como parecem crer os seguidores da seita do inferno.

Nas palavras do presidente do Ibope, somente um “tsunami” poderia impedir que Bolsonaro seja eleito presidente, . Em entrevista ao Broadcast Político/Estadão, Carlos Augusto Montenegro afirma que o cenário aponta claramente para a vitória do candidato do PSL. “A grande dúvida é qual vai ser a diferença de votos”. Mas isso saberemos amanhã à noite, depois que os eleitores escolherem se desejam “mudar tudo isso que está aí” ou se querem a volta dos “anos de ouro” do lulopetismo. 

Vote com sabedoria — ou, no mínimo, com consciência — e dando tempo e jeito, assista a este vídeo (são apenas 3 minutos):


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sexta-feira, 26 de outubro de 2018

ELEIÇÕES 2018 — FALTANDO DOIS DIAS PARA O SEGUNDO TURNO



Termina nesta sexta-feria a abjeta propaganda eleitoral obrigatória e depois de amanhã, a aborrecente novela eleitoral edição 2018 — a mais polarizada desde a redemocratização e com o nível da campanha em patamares abissais. 

Na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, as pesquisas apontam empate técnico entre João Doria e Márcio França, enquanto ambos disputam a tapa a preferência dos indecisos — o primeiro, com um retumbante discurso antipetista e o segundo, tentando assobiar e chupar cana, acenando para a esquerda e, ao mesmo tempo, afagando os que não querem ver o PT nem pintado.

No pleito presidencial, o Capitão Caverna — que lidera as pesquisas com 57% dos votos válidos — “joga parado” e tenta manter na coleira seus ferozes pitbulls, embora nem sempre consiga controlar a própria língua.

Atualização: Segundo pesquisa Datafolha divulgada no início da noite de ontem, Bolsonaro tem 56% das intenções de voto e Haddad, 44%. Não se sabe se essa mudança de humor do eleitorado é uma tendência ou se tem a ver com as últimas acusações contra o capitão — os entrevistados podem ter sido influenciados pelas fake news que não se confirmaram, como a acusação de que o vice do capitão seria um torturador, além do caso WhatsApp e o vídeo de Eduardo Bolsonaro falando no “fechamento do STF”. Os números do Datafolha sugerem que a diferença, que no levantamento anterior era de 18 pontos percentuais, caiu para 12, mas na prática ela era de 9 e caiu para 6, pois cada ponto que um candidato ganha, o outro perde em disputas polarizadas. Isso significa cerca de 5 milhões de votos por dia para serem revertidos, e esse feito não foi conseguido nos últimos dias.

Na última quarta-feira, os advogados do capitão pediram o arquivamento da ação aberta pelo TSE para apurar as acusações de que empresas compraram pacotes de disparos em larga escala de mensagens contra o PT e a campanha de Haddad

A alegação é que a denúncia publicada pela Folha é vazia, sem fundamento nem evidências de conduta ilegal, e que a coligação rival, por estar muito atrás nas pesquisas, tenta criar um “fato político inverídico e a partir daí produzir celeuma midiática” (segundo o Ibope/Estado/Globo, 73% dos entrevistados disseram não ter recebido críticas ou ataques a candidatos via WhatsApp na semana que antecedeu o primeiro turno).

Do outro canto do ringue, o fantoche do presidiário insiste num debate ao vivo e em cores, sem o qual, ressalta ele, esta será a primeira vez que uma eleição presidencial chega ao final sem que pelo menos um debate entre os postulantes ao Planalto seja realizado e transmitido ao vivo pela TV. 

Bolsonaro compareceu a dois debates antes do primeiro turno, mas foi alvo de um atentado e ficou hospitalizado por semanas a fio. Agora, a despeito de os médicos terem deixado a decisão a seu critério, ele se recusa estrategicamente a participar, dizendo, inclusive, que “quem conversa com poste é bêbado”. 

Salvo melhor juízo, debates são importantes quando envolvem ideias e projetos. No entanto, a julgar pelo que se viu nos embates entre os postulantes ao governo de estado, a coisa provavelmente se resumiria a uma abjeta troca de acusações e ofensas de parte a parte que não ajuda em nada o eleitor indeciso a definir seu voto. Haddad pleiteou no TSE que o debate marcado para esta sexta-feira, na Globo, fosse convertido em entrevista, mas o pedido foi negado pelo ministro Sérgio Banhos.

Fernão Lara Mesquita, em recente artigo publicado no Estadão e reproduzido no blog Vespeiro, faz uma análise lúcida da situação atual. Confira o excerto a seguir:

Sobre a semana de “Desespero” que passou, nada mais a dizer. Sobre “ameaças à democracia” no país que caminha para os finalmentes de uma lição exemplar sobre a real proporção da viagem na maionese de quem quer que acredite que pode tornar-se dono dele e ditar-lhe regras, não há mais qualquer preocupação. Arrancamo-nos do século 20 e, dele, ninguém nos pega mais. Podemos voltar a dar-nos o luxo de pensar o futuro. Mas a verdade nos libertará?

Sem dúvida, somente a verdade nos poderá libertar. Mas se será desta vez ou não que a “conheceremos”, essa é a dúvida que, resolvida a eleição, ainda remanesce. Há uma promessa de olhar para o quadrante onde os problemas de fato estão na economia e em outras vertentes não totalmente desprovidas de importância no espaço aberto entre a história real e a narrativa do drama brasileiro. Não é pouco, considerado o ineditismo e a distância que tomamos da realidade, mas é só o que há.

Atacar questões como as da Previdência e do resto do sistema de privilégios e colonização do Estado [...] é um imperativo de sobrevivência. Os 0,5% da população empregados pelo Estado, que os outros 99,5% sustentam, consomem integralmente os 40% do PIB que o Estado toma à Nação e mais o que contrata de dívida por ano nas costas dela sem nenhuma contrapartida de merecimento. [...] Os 63 mil assassinados por ano são a forma final que essa fatura assume depois de vir espalhando miséria no corpo e na alma do Brasil pelo caminho afora. Isso vai ter de parar. Vai ter de voltar para trás. Não há mais escolha.

Mas tudo isso ainda são efeitos. A causa de tudo ainda é a política. Tudo o mais que nos atropela é decorrência direta da inexistência de um sistema real de representação do País real no País oficial e da inexpugnável blindagem dos mecanismos de decisão contra qualquer interferência da massa dos excluídos, da plebe, da ralé também dita “eleitorado”. Os países são feitos para quem tem a última palavra no seu processo de tomada de decisões. E muito pouca coisa para além dessa verdade é verdade no blablablá com que nos engambelam desde Tiradentes. Existe democracia se e quando há uma ligação aferível dos representados de cada representante eleito e estes dispõem de instrumentos efetivos para impor a sua lei àqueles. É simples assim. Tem o poder quem tem o poder de demitir. É isso que decide se o país será construído pelos representantes eleitos para eles próprios e para “os seus” ou para o povo, para os eleitores.

Hoje a dúvida sobre para quem é feito o Brasil é zero. É dado à plebe, à ralé, ao eleitorado ir às urnas a cada quatro anos, como irá mais uma vez domingo, mas daí por diante e até a próxima eleição, em mais quatro anos, ele estará totalmente excluído da discussão do seu próprio destino. [...] E, no entanto, passa batida, como a expressão da mais pura verdade estabelecida, a afirmação, diariamente repetida pela situação e pela oposição e amplificada pelos “contra” e pelos “a favor”, de que tocar em qualquer desses privilégios seria “altamente impopular”. É um resumo eloquente da extensão da imunodeficiência nacional à mentira.

A mera exposição honesta e didática das parcelas que compõem a miséria do Brasil conduzirá à libertação do nó cego de mentiras que mantêm atadas as contas públicas. [...] Mas até aí estaremos falando apenas de manter viva a galinha dos ovos de ouro. E de assegurar a disputa pelo “direito” de ser o primeiro a colhê-los. O lugar de honra do panteão dos heróis da História continuará vago até que chegue quem seja honesto o bastante para fazer a reforma política que tornará impossível que, “como regra, a mentira esteja acima de tudo no nosso meio político”, seja quem for o eleito da vez para fazer o seu turno “lá”. [...] Voto distrital puro para garantir a fidelidade da representação do País real no País oficial e para tornar operacional mudar com segurança no ritmo da necessidade, direito de retomada de mandatos e referendo das leis dos Legislativos a qualquer momento para lembrar sempre quem é que manda, eleições de retenção de juízes para prevenir marchas à ré. Eis a verdade que nos libertaria.

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TRANSMISSÃO AUTOMÁTICA — Ó DÚVIDA CRUEL


A POLÍTICA É COMO O ESGOTO. FEDE. MAS A GENTE SÓ SENTE O MAU CHEIRO QUANDO TIRA A TAMPA.

Depois de 21 anos de ditadura militar, Tancredo Neves foi eleito indiretamente primeiro presidente civil da Nova República, mas, por uma trapaça do destino, o político mineiro baixou ao hospital horas antes de tomar posse (e foi sepultado 41 dias e 7 cirurgias depois), de modo que quem despresidiu o Brasil de 15 de março de 1985 até 15 de março de 1990 foi o oligarca maranhense José Sarney, cujo nome dispensa maiores apresentações.

Sucedeu ao macróbio literato o pseudo caçador de marajás — que entrou para a história como o primeiro presidente eleito pelo voto popular da "Nova República" e o primeiro a ser defenestrado por um processo de impeachment. Uma das poucas coisas o "Rei Sol" fez de bom durante sua funesta gestão foi pôr fim à reserva de mercado instituída pelos militares e  liberar as importações. Com isso. nossas “carroças” se beneficiaram de recursos tecnológicos que já eram largamente utilizados em países desenvolvidos, entre os quais a injeção eletrônica de combustível, que substituiu o jurássico carburador e, mais adiante, tornou possível o advento dos motores “Flex”, capazes de funcionar tanto com gasolina quanto com álcool ou a mistura desses combustíveis (em qualquer proporção).    

Foi também graças à tecnologia embarcada que a transmissão automatizada surgiu como alternativa ao câmbio automático (desenvolvido nos anos 1930, mas visto com desconfiança pelos motoristas tupiniquins até não muito tempo atrás, sobretudo pelo custo elevado de manutenção, escassez de mão de obra especializada e expressivo aumento no consumo de combustível). 

Para quem não sabe, a principal diferença entre essas duas tecnologias é que, no câmbio automático, um conversor de torque faz o papel da embreagem, e um sofisticado mecanismo de apoio produz as relações de transmissão que são repassadas às rodas motrizes. Já o câmbio automatizado  que se popularizou aqui por estas bandas a partir de 2007  utiliza os mesmos componentes da versão manual, mas desobriga o motorista de acionar a embreagem e mudar as marchas porque um sistema robotizado se encarrega dessa tarefa (para saber mais, sugiro a leitura desta matéria).

Observação: transmissão automática é preferível à automatizada que equipa os veículos de preço "intermediário" fabricados no Brasil. Como dito, ambas dispensam o pedal da embreagem e dão descanso à perna esquerda do motorista o que é uma benção quando se enfrenta o anda-e-para do trânsito caótico das nossas cidades.

Se você ainda reluta em comprar um carro automático ou automatizado, está mais que na hora de rever seus conceitos. A adaptação é rápida, e quem gosta de conforto dificilmente volta (voluntariamente) ao câmbio manual. Basicamente, tudo que o motorista precisa fazer é ligar o motor, posicionar a alavanca em “D” (drive) e acelerar, pois o sistema se encarrega de selecionar as marchas mais adequadas a cada situação.

Em tese, a vida útil do câmbio automático é superior à do manual, já que o mecanismo sofre menos com os maus hábitos do motorista. Mas é importante não descuidar da manutenção e evitar mudar a alavanca para a posição R (Ré) enquanto o veículo não estiver totalmente imobilizado. Outro mau hábito — muito comum entre os norte-americanos, que tradicionalmente preferem o câmbio automático ao manual — é colocar a alavanca em P (Park) e não acionar o freio de estacionamento. Nessa situação, o “peso” do carro fica “apoiado” na trava do câmbio, que não foi projetada para esse fim. O correto, portanto, é acionar o freio de estacionamento e só então colocar alavanca em P, garantindo a imobilização sem forçar o sistema de transmissão.

Outro erro comum é colocar a alavanca na posição N (Neutro) ao parar no semáforo, até porque a transmissão foi projetada para ser mantida em D — assim, quando o farol abrir, basta soltar o pedal do freio e acelerar. Os modelos mais modernos simulam o neutro (isto é, desconectam o motor do câmbio) depois de 5 segundos, mesmo que a alavanca fique em D. Assim, mudar de D para N e de novo para D no anda-e-para do trânsito não só descaracteriza os propósitos da transmissão automática como contribui para o desgaste dos componentes.

Continua...  

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

FALTANDO 3 DIAS PARA O SEGUNDO TURNO



Na mais recente pesquisa do Ibope, Bolsonaro aparece com 57% das intenções de votos válidos, o que representa uma vantagem de 14% em relação a Haddad

A redução em comparação com os números da pesquisa anterior, que está dentro da tal “margem de erro”, pode ter a ver com declarações, vídeos e “revelações polêmicas” que inundaram a mídia e as redes sociais nos últimos dias, mas também pode ser uma “acomodação de camadas”, e não o terremoto que alguns vêm alardeando. Prova disso é que os mercados financeiros têm demonstrado confiança na vitória de Bolsonaro e na expectativa de continuidade da agenda de reformas — o que levou o IBOVESPA a se firmar acima dos 85 mil pontos, além de reduzir significativamente a desvalorização do real em relação do dólar.

Na avaliação de Merval Pereira, a vantagem Bolsonaro a três dias da eleição mostra como os votos cristalizados dos dois candidatos praticamente inviabilizam uma reviravolta na reta final, a não ser que algo inacreditável aconteça. Em vez de uma bala de prata, o PT gastou várias, mas nenhuma acertou o alvo. Mesmo assim, o número de pessoas que não votariam no capitão aumentou, superando o dos que votarão com certeza. Paralelamente, a rejeição a Haddad diminuiu, ainda que a diferença esteja dentro da tal margem de erro.

O suposto escândalo das mensagens inverídicas de WhatsApp, baseado numa denúncia jornalística inepta, acabou sendo soterrado pelo próprio Haddad, que se precipitou em avalizar a denúncia de que o general Mourão, vice de Bolsonaro, teria torturado o cantor e compositor Geraldo Azevedo em 1969 — até porque, na época, Mourão tinha apenas 16 anos (aliás, o próprio Azevedo voltou atrás em sua declaração). Mas o problema causado pela denúncia da Folha não justifica os arroubos retóricos do capitão em mensagem enviada aos manifestantes na Avenida Paulista, pois revelam uma preocupante visão autoritária da relação entre a imprensa e o mandatário de um país. Aliás, o mesmo destempero acomete o presidente Trump, dos Estados Unidos, e o ex-presidente Lula, que também se valeram de sua popularidade para incitar militantes e apoiadores contra os órgãos de imprensa que os vigiam.

Os esquerdistas assumiram postura autoritária ao exigir, em discursos inflamados, não apenas a anulação da eleição, mas também a censura ao WhatsApp até o final do segundo turno. É inacreditável que o PT pleiteie medidas drásticas com  base apenas numa denúncia de jornal, sem que as autoridades abram investigações. Quando mais não seja, porque os petistas sempre desacreditaram denúncias de jornal contra os seus — principalmente contra Lula — e criticaram o que qualificaram de rito sumário das decisões da Justiça na Operação Lava-Jato. Anular uma eleição é decisão gravíssima, e que, como destacou a ministra Rosa Weber, atual presidente do TSE, não pode ser tomada fora do tempo da Justiça “que não é o tempo da política”.

Resumo da ópera; Dificilmente a diferença que separa Bolsonaro de Haddad poderia ser revertida nos poucos dias que nos separam do segundo turno, mas a redução da distância entre ambos, que pode ser confirmada ainda nesta semana pelo Datafolha, é um alerta ao futuro presidente, que, por mais votos que receba, não terá um cheque em branco da sociedade.    

Para concluir esta postagem (que a síndrome do macaco não me permite espichar demais), relembro que esta vem sendo a eleição presidencial mais polarizada da nossa história e a primeira calcada precipuamente meio virtual, ainda que a anacrônica propagando política obrigatória continue a ser veiculada. E continuará a sê-lo até a próxima sexta-feira, permitindo que os candidatos se digladiem no mar de ofensas e acusações, numa deplorável sucessão de baixarias, como as que se viram nos debates entre os postulantes ao governo do estado de São Paulo — no âmbito do governo federal, Bolsonaro preferiu administrar sua vantagem e “jogar parado” a aceitar os recorrentes desafios do preposto do criminoso de Garanhuns (dizendo até que quem conversa com poste é bêbado).

Nessa terra de ninguém, onde é quase impossível separar o joio do trigo, o Projeto Comprova vem em socorro dos eleitores, com uma equipe de jornalistas que checam a veracidade das mensagens que lhe são repassadas pelo WhatsApp 11 97795-0022, a exemplo de site como Aos Fatos, Agência Lupa e Fato ou Fake, que também buscam desmentir as fake news

Seja como for, desconfie sempre de mensagens de cunho político com linguagem sensacionalista ou abundante em adjetivos, com textos em maiúsculas e/ou que apresentem erros gramaticais excessivos, pontos de exclamação em demasia e outros indicativos de maracutaia — sobretudo quando elas vêm acompanhadas do indefectível pedido de compartilhamento.

Observação: É bom lembrar que fotos não bastam para garantir a veracidade das mensagens, pois muitos disseminadores de boatos se valem de imagens antigas, editadas, ou associam fotos e vídeos verdadeiros a informações falsas. Nesse caso, vale recorrer à ferramenta de busca reversa de imagem do Google para verificar o contexto em que a foto foi publicada. No Google Imagens, por exemplo, basta carregar um arquivo de imagem ou pesquisar pelo link da foto.

Ainda em dúvida? Anote aí alguns telefones úteis:

Estadão Verifica: (11) 99263-7900
Aos Fatos: (21) 99956-5882
Folha Informações: (11) 99490-1649
Boatos.org: (61) 99177-9164
Fato ou Fake: (21) 97305-9827

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AINDA SOBRE O CHROME E AS ABAS...


O CONHECIMENTO CRIA PROBLEMAS, MAS NÃO É A IGNORÂNCIA QUE OS RESOLVE.

Como vimos, o Chrome não avisa quando há várias abas abertas no momento em que ele é fechado. Não que essa omissão seja uma tragédia, mas implementar o recurso também não seria um bicho-de-sete-cabeças. Por alguma razão, porém, o Google preferiu disponibilizar um plugin (extensão para navegador) que, dentre outras funções, supria essa “deficiência”. Entretanto, a partir da versão 45, lançada em 2015, o Chrome deixou de suportar o NPAPI (tecnologia necessária ao funcionamento de applets em Java) e o Chrome Toolbox foi removido do Google Web Store.

Sem embargo da solução que eu mencionei na postagem anterior, o “Close...NOT!” pode ser uma alternativa interessante. Basta você seguir este link, clicar no botão Adicionar e reiniciar o Chrome.

Note, porém que será preciso ativar a extensão em cada janela ou aba para que ela funcione — para isso, dê um clique sobre o ícone ao lado da barra de endereço e observe que um sinal de interrogação surgirá junto do escudo, indicando que o plugin está ativo. 

Outro “senão” é que o Close...NOT! não diferencia links do comando fechar — ou seja, se ao navegar por uma página você clicar num link interno, o plugin perguntará se você deseja sair ou permanecer no endereço.

Tudo somado e subtraído, quem não abre mão do alerta sobre as abas pode estar pensando em trocar de navegador. Mas existe um paliativo mais ou menos satisfatório, qual seja configurar o Chrome para iniciar de onde ele parou. Assim, se você fechar várias abas sem querer, elas serão reabertas automaticamente quando o browser for reiniciado.

Para fazer esse ajuste, acesse o menu de configurações do Chrome (clique no ícone dos três pontinhos, no canto superior direito da janela), selecione Configurações e, no campo Inicialização, marque a opção Continuar de onde você parou.

Talvez não seja a solução ideal, mas é melhor pingar do que secar.

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quarta-feira, 24 de outubro de 2018

A 5 DIAS DO SEGUNDO TURNO...



Reza a sabedoria popular que, para náufrago, jacaré é tronco. Essa pérola cai como uma luva para explicar a insistência de Haddad e do PT em criar factoides em busca do “grande escândalo” que, segundo Lula, seria a única maneira de evitar a derrota de seu fantoche.

A Folha deu uma mãozinha ao denunciar a compra de supostos “disparos” de fake news contra Haddad por empresas (ou empresários) que apoiam Bolsonaro, mas denunciar é uma coisa, provar é outra. Mesmo que essa história tenha repercutido, e o PT e o PSD se aproveitado dela para pedir a impugnação da candidatura do adversário, a investigação determinada pelo TSE não altera, no curto prazo, o cenário eleitoral que se vem delineando desde o primeiro turno e que tende a se consolidar no próximo domingo 28.

Até o momento não existem provas de que empresas (ou empresários, o que mudaria completamente a história, já que, dentro de certos limites, colaborações de pessoas físicas às campanhas eleitorais continuam sendo permitidas) patrocinaram os tais disparos em massa no WhatsApp, mas a petralhada mantém o tom elevado, como se o partido da estrela (cadente) fosse a quintessência da virtude, e não uma organização criminosa comandada por um apenado e integrada por Gleisi Hoffmann, Lindbergh Farias, Humberto Costa, Paulo Teixeira e outros que tais.

Um vídeo publicado em junho (não dias ou semanas atrás, portanto), no qual Eduardo Bolsonaro dá uma resposta infeliz a uma pergunta igualmente infeliz, ganhou vulto agora, a poucos dias do segundo turno, também impulsionado pela Folha. Diante dessa “grave ameaça às instituições”, o ministro Dias Toffoli, atual presidente do STF, afirmou em nota que um ato contra o Judiciário seria “atacar a democracia”. Na minha desvaliosa opinião, está-se  fazendo tempestade em copo d’água. Mas não vou insultar a inteligência dos leitores exaltando o óbvio, e sim convidá-los a clicar aqui para ler a nota de Toffoli, aqui para ver como se pronunciaram outros ministros da Corte, e então tirar suas próprias conclusões.

Observação: Ainda sobre o tal vídeo, talvez Jair Bolsonaro pudesse ter escolhido melhor as palavras que usou para condenar o ato de seu rebento — referir-se a  Eduardo como “garoto” e dizer que o repreendeu, tanto como filho quanto como parlamentar, não me pareceu lá muito apropriado. Já a ex-corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon, também se referiu a Eduardo como “menino inconsequente e imaturo”, mas ponderou que o presidenciável não pode ser responsabilizado pela bravata do filho, e que, quando se vê qual foi o contexto à época em que foi feito, fica clara a intenção do PT de criar mais um factoide e usá-lo contra o adversário.

É oportuno lembrar que o deputado petista Wadih Damous — um daqueles que tramou a soltura de Lula durante o recesso do Judiciário — disse com todas as letras, num vídeo postado meses atrás em sua página no Facebook depois que o ministro Barroso não acolheu os recursos da defesa do ex-presidente petralha, que “tem de fechar o Supremo Tribunal Federal”.

José Dirceu — outro criminoso condenado, mas em liberdade condicional graças à ala garantista do STF — também disse recentemente que “é preciso tirar todos os poderes do Supremo”, rebatizá-lo como “Corte Constitucional”, e que “Judiciário não é poder da República, é um órgão, mas se transformou em um quarto poder; se o Judiciário assume poderes do Executivo e do Legislativo, caminhamos para o autoritarismo”.

Gleisi Hoffmann, a uma semana do julgamento de Lula no TRF-4, berrou aos quatro ventos que para Lula ser preso “vai ter que prender muita gente, vai ter que matar gente”. O próprio Lula chegou a dizer que “botaria o exército de Stedile nas ruas”, e que a mídia deveria “trabalhar” para que ele não voltasse ao poder, porque, quando voltasse, haveria regulação da imprensa (e outras bravatas que a síndrome do macaco me impede de enumerar).

Para encerrar: Segundo a revista digital Crusoé, os petistas depositam suas últimas esperanças em uma possível “onda silenciosa” de eleitores que só se manifestarão nas urnas. Essa onda seria formada por pessoas que vão votar no poste de Lula, mas teriam receio ou até vergonha de expor o voto publicamente, e por isso não aparecem nas pesquisas.

Sem  mais comentários. Que o leitor tire suas próprias conclusões.

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AINDA SOBRE O GOOGLE CHROME TOOLBOX


AQUELE QUE LÊ MAUS LIVROS NÃO LEVA VANTAGEM SOBRE AQUELE QUE NÃO LÊ LIVRO NENHUM.

Como vimos na postagem anterior, se você usa o Chrome e já teve o desprazer de encerrar uma sessão de navegação quando pretendia apenas fechar a aba ativa, deve ter percebido que, diferentemente de seus concorrentes, o navegador do Google não avisa que há outras abas abertas quando você clica no X vermelho para encerrar a sessão de navegação, e nem permite incluir essa funcionalidade mediante uma simples reconfiguração.

A boa notícia é que um plugin (ou extensão, como queira) chamado Chrome Toolbox faz isso e muito mais, pois permite deixar até dez comandos do Chrome configurados em um menu suspenso e de fácil acesso. A má notícia é que ele foi removido da Chrome Web Store em 2015, quando a empresa lançou a versão 45 de seu festejado navegador e suprimiu o suporte ao NPAPI (tecnologia necessária para applets em Java).

O plugin em questão ainda pode ser baixado do site do Baixaki, que dá detalhes sobre a instalação, configuração e outros que tais. Mas para que o troço funcione, é preciso instalar outro plugin (clique aqui para mais informações e download).

Observação: Eu não experimentei, de modo que não posso dizer mais do que já disse. Se você quiser tentar, faça-o por sua conta e risco. Se houver algum problema, basta desinstalar a extensão ou, em último caso, reinstalar o Google Chrome.

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