Menos de trinta horas após Bolsonaro ter sido eleito presidente, seria no mínimo leviano conjecturar como será seu governo e como ele enfrentará os desafios que lhe serão
impostos, sobretudo por esta eleição sido a mais imprevisível, polarizada e
conturbada da assim chamada “Nova República”. Voltaremos a essa questão mais adiante, depois que a poeira baixar. Até lá, seguem algumas considerações que eu reputo importantes.
Depois que os militares voltaram para os quartéis e José Sarney assumiu a presidência
devido à morte de Tancredo Neves, elegemos
pelo voto direto Fernando Collorde Mello, Fernando Henrique Cardoso, Luiz
Inácio Lula da Silva, Dilma Vana
Rousseff e Jair Messias Bolsonaro. O pseudo caçador de marajás foi impichado e substituído por
seu vice, Itamar Franco; o tucano FHC e os petistas Lula e Dilma se
reelegeram, mas a anta sacripanta foi impichada em 2016, quando então Michel Temer foi promovido a titular
e encarregado de concluir o governo de transição cujas luzes se apagarão (melancolicamente) daqui a dois meses.
Num primeiro momento, o emedebista teve relativo sucesso na missão,
mas foi abatido em seu voo de galinha pela delação de Joesley Batista, E após fazer o diabo para se esquivar de duas denúncias por atos nada republicanos,
aquele que almejava entrar para a história como “o cara que recolocou o Brasil nos trilhos do crescimento” será
lembrado como o primeiro presidente denunciado no exercício do cargo pela
prática de crimes comuns.
Ainda que aos trancos e barrancos — haja vista o mensalão, o petrolão e outros escândalos de rapinagem revelados pela operação Lava-Jato —, sobrevivemos a uma década
e meia de lulopetismo. O sumo pontífice dessa seita do inferno, que passou de
retirante nordestino a torneiro mecânico, daí a líder sindical e, 22 anos depois de ter fundado o PT, a presidente da República, não só fez oposição sistemática a FHC, mas também lhe atribuiu, depois depois de suceder-lhe na Presidência, uma fantasiosa “herança maldita”. Na verdade, o caminho para o sucesso da primeira gestão do petralha foi pavimentado pelo governo do tucano, que, de quebra, lhe assegurou popularidade suficiente para
eleger o “poste” que manteria aquecida a poltrona presidencial entre 2010 e
2014, quando ele tencionava voltar a ocupá-la.
Mas não há nada como o tempo para passar, e hoje é público e
notório — menos para os seguidores incondicionais da petralhada, naturalmente — que os
verdadeiros responsáveis pela derrocada brasileira, sobretudo no âmbito da
economia, foram Lula, sua incompetente
sucessora e a organização criminosa travestida em partido político e conhecida
como PT.
Para encerrar este texto — ou interromper, uma vez que tenciono retomá-lo na próxima postagem —, cumpre ponderar que o momento é de
baixar a bola e resgatar a capacidade de lidar com os contrários. A despeito da
cizânia fomentada por Lula com seu “nós contra eles” ter
assumido proporções gigantescas, notadamente depois que os seguidores
de Bolsonaro passaram a retribuir a
gentileza na mesma moeda, não há no Brasil nem 50 milhões de “fascistas”, nem
47 milhões de “comunistas”. A rigor, nem os votos recebidos pelos candidatos no
último domingo são todos deles, pois muita gente votou no capitão para impedir
a volta do PT e outros tantos
votaram no PT para “impedir a volta
da ditadura militar”. Sem mencionar que a rejeição a ambos atingiu patamares
estratosféricos.
O que importa agora, salvo melhor juízo, é resgatar a capacidade
de lidar com os contrários, pois bolsonaristas, petistas, direitistas e
esquerdistas são todos brasileiros. E cabe ao presidente eleito governar para todos os brasileiros.
PERGUNTAR O QUE NÃO PODE SER RESPONDIDO É PERDA DE TEMPO.
Depois de discorrer brevemente
sobre as opções de transmissão (assunto das duas postagens anteriores), achei
por bem alertar o leitor para o fato de que veículos com tecnologia embarcada,
como os providos de injeção eletrônica, contam com um número considerável de componentes
que podem ser danificados por uma simples lavagem do motor.
Antigamente, era comum
o motor não “pegar” depois de lavado, devido ao acúmulo de água na tampa do
distribuidor e nos conectores dos cabos das velas. Ainda que esse problema pudesse ser evitado mediante a simples proteção desses pontos com sacolinhas
plásticas de supermercado, por exemplo, os funcionários dos postos e lava-rápidos achavam mais fácil secar tudo depois, com jatos de
ar comprimido. Só que que o calor gerado pelo funcionamento do motor propiciava
a formação de gotículas de água (condensação) no interior da tampa do
distribuidor, umedecendo o carvão, o rotor, o platinado e o condensador, e impedindo o motor de religar depois do carro ficar parado por
algumas horas (ou até a manhã seguinte, o que era mais comum).
Quem gosta de manter o carro sempre limpo pode se sentir incomodado em ver o motor sujo, mas é bom ter
em mente que, em não havendo vazamentos de óleo e outros problemas afins, não há porque lavar o motor. Aliás, a maioria dos fabricantes não recomenda fazê-lo, pois a injeção eletrônica multiplicou o número de componentes elétricos e eletrônicos que podem ser facilmente danificados durante a lavagem, não tanto pela água em si, mas pela pressão da água. Além disso, a sujeira
que se acumula no “cofre” e no bloco do motor pode ser removida com o auxílio de
um pincel, um pano e ar comprimido.
Observação: Mal comparando, o motor do carro está mais para um relógio
resistente a água do que um modelo próprio para mergulho. Em outras palavras, pingos
e respingos são suportados, mas o mesmo não se aplica a banhos de chuveiro nem,
muito menos, de imersão — no caso do relógio, e a água em profusão e alta pressão, no caso do motor.
Caso queira mesmo lavar o
motor do seu carro, leve o veículo a uma empresa especializada, que
faça o serviço com vapor, e deixe o lava-rápido ou o posto para lavagens da carroceria
e aspiração interna.
Se preferir fazer pessoalmente o trabalho, assegure-se, primeiro, de
que o motor esteja desligado e frio; segundo, de que pontos vulneráveis (como
caixa de fusíveis, alternador, bobina, módulo da injeção, bateria, enfim, tudo
aquilo que estiver ligado a alguma coisa por um chicote elétrico) seja devidamente envolvido em saquinhos plásticos; terceiro, de não concentrar nesses pontos o jato da mangueira (ou da lavadora de pressão).
Note que você pode
remover a sujeira mais resiliente umedecendo-a com água e usando um pincel ou
uma escovinha de cerdas duras (evite solventes ou produtos à base de querosene).
Depois, é só bater água novamente (com moderação), secar, borrifar WD-40 e dar acabamento com um pano
macio.
Desta vez as urnas confirmaram o que as pesquisas indicavam
e a gente achava que aconteceria, embora o receio de uma reviravolta causasse certa inquietação — nunca é demais lembrar que estamos no Brasil, e no Brasil nem o passado é
previsível.
Ao final de uma disputa sui generis, que começou com
mais de 20 pré-candidatos, transcorreu em grande medida com um criminoso
condenado e preso figurando como o queridinho do eleitorado, foi travada no
primeiro turno por 13 postulantes e levou ao segundo justamente os
representantes dos dois extremos do espectro político-eleitoral, o PT foi derrotado e, pela primeira vez
desde a redemocratização, um candidato com orientação política claramente de
direita foi ungido presidente (com 57,5 milhões de votos, ou seja, com uma
vantagem de 10,8 milhões de votos em relação a seu adversário).
Houve comemorações Brasil afora; em São Paulo, de onde vos escreve
este humilde articulista, gritos, fogos, panelaços e buzinaços se fizeram ouvir
a partir do momento em que a virada prometida ao sectários da seita do inferno
por Haddad, sua vice e a camarilha
petista (até mesmo como “um presente ” para Lula, que comemorou em sua cela seu 73º aniversário) já se tornara
matematicamente impossível. Desde o início da noite, milhares de pessoas se
apinhavam defronte ao MASP, na mais paulista das avenidas, aí incluídos defensores e detratores do futuro presidente. Como nas manifestações à época do
impeachment da anta vermelha, muitos manifestantes se vestiram de verde e
amarelo e gritaram palavras de ordem como “Fora
PT!” e “Mito!”.
Devido à “síndrome do macaco” (a ilustração à direita é
autoexplicativa), não acompanhei o noticiário durante todo o dia de ontem. Só liguei a TV quando associei o ribombar dos fogos ao término da apuração. Confirmada a eleição de Bolsonaro
para presidente e de João Doria para governador (esta foi mais apertada; o tucanoobteve 51,75% dos votos válidos contra 48,25%
do peessedebista Márcio França) e ouvidos os discursos dos envolvidos,
mudei para a Netflix e esqueci o assunto.
Vale frisar que, a
exemplo da nefelibata da mandioca em 2014, Bolsonaro não mencionou Haddad
em seu primeiro discurso como presidente eleito, e o petista tampouco o citou
ou cumprimentou pela vitória ao se pronunciar no início da noite. No mínimo,
isso sugere que a polarização suicida e a falta de diálogo que contaminaram o
país nos últimos tempos não terminarão com o encerramento do pleito presidencial.
MAIS IMPORTANTE QUE ACRESCENTAR DIAS A SUA VIDA É ACRESCENTAR VIDA A
SEUS DIAS.
Em princípio, veículos com transmissão automática priorizam
o conforto, embora modelos esportivos sofisticados (e caros) acelerem quase
como seus correspondentes equipados com câmbio manual. No entanto, se você é adepto de arrancadas riscando o asfalto
e produzindo nuvens de fumaça (burn
out), escolha um modelo
automático com motor de respeito, como o Ford
Mustang V8 — que foi e continua sendo meu sonho de consumo desde 1973,
quando meu pai me deu uma miniatura da Matchbox,
branca, conversível e com estofamento vermelho, mas isso já é outra conversa.
O grande senão dos câmbios automáticos, notadamente os CVT, é a arrancada “chocha” (para saber
mais sobre as diferenças entre as transmissões continuamente variáveis e as
automáticas convencionais, clique aqui;
para ver um Mustang automático em
ação, afivele o cinto de segurança e clique aqui).
Não
vou descer a detalhes sobre a tecnologia CVT,
até porque ela merece uma postagem dedicada. Mas adianto que a Toyota desenvolveu uma alternativa que combina
a economia e o conforto das polias continuamente variáveis com a prontidão das
engrenagens dos câmbios manuais — que deve ser implementada no Corolla já em
2020. Explicando em rápidas pinceladas, a variação contínua das polias só entra
em ação depois que o carro “embala”, ou seja, nas arrancadas, quem trabalha é a
engrenagem.
Nos carros com transmissão manual, basta você engrenar a primeira marcha, elevar o giro do motor e soltar o
pedal da embreagem para o veículo arrancar prontamente. Já os automáticos
precisam de torque abundante em baixas rotaçõespara compensar o “delay” característico do conversor ou das
limitações do acionamento robotizado da embreagem (para entender melhor as
diferenças entre torque e potência,
clique aqui).
Jamais tente “cantar pneus” acelerando o motor com a alavanca em N e mudando-a para D quando
o giro estiver elevado, pois, além de um tranco memorável, isso poderá danificar o conversor de torque
ou kit de embreagens, dependendo da transmissão. Somente em veículos equipados com launch control (controle de largada que
otimiza a arrancada e a aceleração) é que se deve parar totalmente o carro, colocar no ajuste esportivo ou no
modo dedicado (LC), manter o pedal
do freio pressionado com o pé direito, acelerar com o esquerdo e, ao sinal do
sistema, liberar o freio.
Observação: O Mustang
conta com o Line Lock, que permite
travar as rodas dianteiras, imobilizando o veículo enquanto se acelera fundo,
fazendo as rodas motrizes (traseiras) girarem em falso, torrando os pneus.
Tanto em veículos com câmbio automático convencional quanto
CVTs e automatizado, a troca de
marchas nem sempre ocorre no momento que desejamos. Daí os puristas —
e os “pilotos de final de semana” — preferirem modelos com paddle shift (ou “câmbio
borboleta), que permitem a troca sequencial das marchas através de duas abas
posicionadas atrás do volante, uma para “subir” e outra para “reduzir”, como
nos carros de Fórmula 1. Na ausência desse recurso, a troca sequencial costuma ser feita através da alavanca ou por botões acoplados a ela, o que não é prático quando se
deseja uma condução “mais esportiva”, pois exige tirar uma das mãos do volante.
A não ser em situações excepcionais, mantemos a alavanca na
posição D durante a maior parte do
tempo, pois ela permite operar em todas as marchas, de acordo com a velocidade,
topografia e pressão no acelerador. Mas mesmo nos modelos sem troca sequencial é possível "induzir" as mudanças simplesmente dosando a
aceleração. No caso de retomadas e ultrapassagens, basta recorrer ao “kick down”,que consiste em pressionar o acelerador até o final do
curso para acionar um botão que provoca a redução de marcha, melhorando as
respostas do motor (quando a pressão no pedal é aliviada, uma marcha superior é
novamente selecionada).
Em aclives, deve-se acionar o freio de serviço ou o de
estacionamento para manter o carro imobilizado — ou seja, jamais usar o acelerador para esse fim. Conforme
a inclinação, o efeito creeping (que leva o carro a se mover lentamente quando se solta o freio, mesmo sem qualquer pressão sobre o pedal do acelerador) pode ser suficiente para a parada, mas convém optar por um modelo que disponha de “assistente de partida em rampa”.
Assim, quando você para numa subida (para esperar o farol abrir, por exemplo) e
pressiona o pedal do freio, o carro permanece imobilizado; quando você solta freio, ele continua imóvel por alguns segundos, dando tempo mais que
suficiente para você acelerar e seguir adiante sem correr o risco de recuar e
bater no veículo de trás.
Encerrado o incomodativo horário eleitoral obrigatório edição
2018, também eu farei um intervalo nas postagens de política. Amanhã não
haverá publicação, de modo que o texto a seguir encerra os trabalhos até a
próxima segunda-feira. Vamos a ele.
Nunca antes na história deste país se viu uma disputa presidencial
tão pródiga em desinformação quanto a que ora chega ao fim, marcada como a mais
atípica desde a redemocratização. Ao longo das sete semanas e meia desde seu
início oficial, houve uma sucessão de episódios surpreendentes, como a
tentativa de assassinato do líder das pesquisas e a insistência do PT em viabilizar a candidatura de um
criminoso condenado e preso. Agora, faltando cerca de 48 horas do final, o candidato do PSD mantém uma vantagem
considerável — os percentuais variam conforme a fonte, mas o último levantamento do Instituto Paraná
Pesquisas o aponta com 60,6% e Haddad
com 39,4%.
A pesquisa mostra ainda que a rejeição do capitão também ficou estável em relação ao levantamento anterior (era de 38 % e agora é de 39,4%, menor que a do adversário, que
ficou em 54,5%, ante 55,2% no dia 17). O Nordeste continua sendo a única região
em que o poste de Lulase sai melhor
(lá, ele tem 51,9% e Bolsonaro, 35,6%).
O resultado geral mostra que o desejo de mudança e o
antipetismo são os principais definidores desta eleição — 32,2% dos que dizem
que votarão em Bolsonaro dizem que o
farão por ele “representar a mudança”. Em segundo lugar aparece o fato de ele “ser contra Lula e o PT”
(resposta de 19% dos entrevistados). Já as declarações de voto em Haddad são fundamentadas na rejeição à
figura do adversário e na simpatia
por Lula. Dos entrevistados que
disseram que votarão no petista, 20,3% dizem que o farão “por não gostarem de Bolsonaro”. Os outros motivos apontados
pelos eleitores de Haddad são a
“defesa da democracia” (12,5%), “ele ser candidato do ex-presidente Lula” (12,3%), “identificação com o
discurso do candidato” (7%) e “pela defesa dos direitos humanos” (4,9%).
Observação: A profusão de fake news, embora não seja exatamente
novidade — nas duas últimas eleições presidenciais o PT montou amplas
equipes de comunicação digital e disseminou acusações
verdadeiras e falsas contra os adversários — foi levada ao paroxismo. E tudo
indica que não faltarão desdobramentos, já que, fiel à sua tradição vitimista, o
partido da estrela cadente entrou na Justiça com um pedido de investigação
por abuso de poder econômico contra Bolsonaro (em função da
denúncia veiculada pela Folha), na
qual postula a anulação
da eleição.
Em entrevista
a José Nêumanne, a jornalista Joice Hasselmann — deputada federal mais votada de todos os tempos
— disse o seguinte sobre o PT:
“Eles
mentiam durante a campanha, mentiam na imprensa, mentiam para o mercado,
mentiam para o povo e faziam negócios usando o governo como um inesgotável
balcão. Defendi ininterruptamente a extinção do PT, que se mostrou uma quadrilha, e não um partido. A Lava-Jato tirou as escaras dos olhos do
povo e provou que ninguém, nem mesmo o presidente de um país, está acima da lei”.
O projeto de poder do PT, adubado pelo mensalão e regado pelo petrolão, acabou sobrestado com o
providencial impeachment de Dilma e repudiado
nas eleições de 2016. No entanto, esse egun
mal despachado nos assombrará enquanto Lula
continuar a comandar o PT da carceragem
da Polícia Federal em Curitiba, a despeito dos erros crassos de estratégia que
ele vem cometendo, a começar pela insistência ilógica em manter sua candidatura.
Não sei se Lula achava mesmo que disputaria o pleito ou se tudo não passou de estratégia para impulsionar a transferência de votos para oposte,
mas o fato é que Bolsonaro venceu em
16 estados, em 23 das 26 capitais, e no Distrito Federal — Haddad ganhou somente em 9 estados e 3 capitais (todos na
região Nordeste). E ainda que o PT venha fazendo o diabo para demonizar Bolsonaro,
a considerável dianteira mantida pelo capitão e o pouco tempo que falta para o segundo turno sugerem
que a derrota dos vermelhos será acachapante.
Depois de passar boa parte da campanha posando de vítima de fake news, Haddad fez exatamente aquilo de que vinha acusando seu adversário.
Com a cara mais deslavada do mundo, culpou Bolsonaro pela “campanha mais baixa de todos os tempos porque ele quis criar esse clima,
que favorece a campanha dele”. Só não explicou se a “avalanche” inclui o PT espalhando que Bolsonaro cortaria o 13º salário e o Bolsa
Família, que seu vice foi um torturador (com base numa declaração do
cantor Geraldo Azevedo, mesmo
alertado de que o general Mourão
tinha 16 anos quando a suposta tortura teria ocorrido, e de Azevedo reconhecer que a
acusação era falsa — Mourão já
avisou que irá processar
o cantor e o
candidato do PT), que o PT
chamou um adversário de fascista (embora tenha sido exatamente esse o termo usado
numa nota
contra FHC em 2001) e que não tem conhecimento do vídeo em que o
deputado petista Wadih Damousfala
em fechar o Supremo Tribunal Federal.
Lula, em carta
divulgada no último dia 24 por sua equipe de comunicação (é
espantoso que um presidiário tenha “equipe de comunicação”), exortou os
partidos de centro-esquerda a se unirem numa “frente democrática” contra a “aventura
fascista”. Só que não funcionou, pois quase ninguém mais acredita na narrativa
em que o PT imputa os próprios
pecados a seus adversários — com a possível exceção dos esquerdopatas delirantes
e de parte da imprensa internacional, que continua classificando a deposição da
anta vermelha como “golpe”. Sobre os resultados do primeiro turno, é curioso
que veículos normalmente divergentes entre si — como The Guardian e
The
Economist — tenham sido unânimes em ressaltar “perigos severos à
democracia”. A palavra “fascista” apareceu em publicações como Der
Spiegel, e mesmo o Financial Times, que
provavelmente tem a melhor cobertura do Brasil na grande imprensa
internacional, disse ver na figura de Bolsonaro
um “prenúncio de tempos duros”.
Outro erro de Lula,
sabe-se agora, foi ter ignorado Jaques Wagner, que o aconselhou a retirar sua candidatura e apoiar Ciro Gomes. O demiurgo foi irredutível, Ciro ganhou somente no
Ceará e na capital, Fortaleza, e agora Haddad está mendigando seu apoio no segundo turno.
Observação: Em 2014, Dilma
foi reeleita mediante o maior estelionato eleitoral da história brasileira, apresentando
ao eleitor um país das maravilhas que só existia em sua campanha milionária,
financiada com dinheiro roubado da Petrobras. No contexto atual, porém, qualificar
os adversários de fascistas, nazistas, racistas, misóginos e
outros adjetivos que encontram morada no medo e na ignorância não surte o mesmo
efeito, servindo, no máximo, para estumar a claque amestrada.
Da bolha existencial na qual se nutre de arrogância e
prepotência, o PT é incapaz de fazer
a autocrítica reclamada por Cid Gomes.
Pelo contrário: “Não dá para o PT
pedir desculpas porque [o PT] venceu”,
tripudiou a presidente do partido, Gleisi
Hoffmann, senadora recém rebaixada a deputada federal. Mas a verdade é que
partido não consegue se desvencilhar da imagem desgastada, impressa em cores
vivas no imaginário dos eleitores por escândalos de corrupção e a mais severa
recessão da história recente do país. Os valores do cidadão comum foram
completamente ignorados por seus “governos progressistas”, gestados e apoiados
pela classe “bem-pensante” de intelectuais e artistas.
O PT é como o escorpião da fábula.
Em condições normais, ninguém acredita num partido que sempre agiu de forma
antidemocrática e vocacionada ao crime. O cinismo da campanha de Haddad apenas exibe as vísceras de um
partido que sempre agiu de forma antidemocrática e vocacionada ao crime, que
ora sangra praça pública, mas que, mesmo desmascarado, insiste no erro e expõe ao
constrangimento sua militância e os seus eleitores (os que ainda guardam um
mínimo de dignidade).
Tão melancolicamente quanto o governo Temer, o lulopetismo
desaparecerá da política brasileira Palocci, entrará para a história como uma das maiores organizações
criminosas do continente. Para o demiurgo criminoso que um dia se comparou a
Jesus Cristo (detalhes mais adiante), ficam as palavras de Guimarães Rosa: “Uma coisa é pôr ideias
arranjadas, outra é lidar com país de pessoas, de carne e sangue, de
mil-e-tantas misérias… Tanta gente — dá susto de saber — nenhum se sossega:
todos nascendo, crescendo, se casando, querendo colocação de emprego, comida,
saúde, riqueza…”
com a vitória do seu mais perfeito antípoda — e a depender do que vier a ser revelado pela delação de
Em algum momento da trilha para o fracasso nas urnas, o
demiurgo de Garanhuns tentou promover uma espécie de evangelização de seus
aliados e correligionários comparando-se a Cristo:
“Jesus foi condenado à morte sem
dizer uma palavra, recém-nascido. E, se o José não corre, ele tinha sido morto.
E olhe que não tinha empreiteira naquele tempo, não tinha Lava-Jato”.
Às
vésperas de ser preso, a autoproclamada “alma viva mais honesta do Brasil” se autopromoveu
à condição de “ideia”: “Eu não sou mais um ser humano, eu sou uma ideia
misturada com as ideias de vocês. Minhas ideias já estão no ar e ninguém poderá
encerrar. Vocês são milhões de Lulas”. Mas o ególatra que achou ter ascendido à dimensão divina ora encontra no extremo oposto o antagonista
gestado por si próprio — embora nem Bolsonaro
seja capaz de encarnar o “mito” alardeado pelo seu séquito, nem Lula de se arvorar em ente divino, como
parecem crer os seguidores da seita do inferno.
Nas palavras do presidente do Ibope,somente um “tsunami” poderia impedir que Bolsonaro seja eleito
presidente, . Em entrevista ao Broadcast Político/Estadão, Carlos Augusto Montenegro afirma que o
cenário aponta claramente para a vitória do candidato do PSL. “A grande dúvida é qual vai ser a diferença de votos”. Mas isso saberemos amanhã à noite, depois que os eleitores escolherem se desejam “mudar tudo
isso que está aí” ou se querem a volta dos “anos de ouro” do lulopetismo.
Vote com sabedoria — ou, no mínimo, com consciência — e dando tempo e jeito, assista a este vídeo (são apenas 3 minutos):
Termina nesta sexta-feria a abjeta propaganda eleitoral obrigatória
e depois de amanhã, a aborrecente novela eleitoral edição 2018 — a mais
polarizada desde a redemocratização e com o nível da campanha em patamares abissais.
Na disputa
pelo Palácio dos Bandeirantes, as pesquisas apontam empate técnico entre João Doria e Márcio França, enquanto ambos disputam a tapa a preferência dos indecisos —
o primeiro, com um retumbante discurso antipetista e o segundo, tentando assobiar e chupar cana, acenando para a esquerda e, ao mesmo tempo, afagando os que não querem ver o PT nem pintado.
No pleito presidencial, o Capitão Caverna — que lidera as pesquisas com 57% dos votos válidos — “joga
parado” e tenta manter na coleira seus ferozes pitbulls, embora nem sempre
consiga controlar a própria língua.
Atualização: Segundo pesquisa Datafolha divulgada no início da noite de ontem, Bolsonaro tem 56% das intenções de voto
e Haddad, 44%. Não se sabe se essa
mudança de humor do eleitorado é uma tendência ou se tem a ver com as últimas
acusações contra o capitão — os entrevistados podem ter sido influenciados
pelas fake news que não se confirmaram, como a acusação de que o vice do capitão seria
um torturador, além do caso WhatsApp
e o vídeo de Eduardo Bolsonaro
falando no “fechamento do STF”. Os números
do Datafolha sugerem que a diferença,
que no levantamento anterior era de 18 pontos percentuais, caiu para 12, mas na
prática ela era de 9 e caiu para 6, pois cada ponto que um candidato ganha, o
outro perde em disputas polarizadas. Isso significa cerca de 5 milhões de votos
por dia para serem revertidos, e esse feito não foi conseguido nos últimos dias.
Na última quarta-feira, os advogados do capitão pediram o arquivamento da ação aberta pelo TSE para apurar as acusações de que
empresas compraram pacotes de disparos em larga escala de mensagens contra o PT e
a campanha de Haddad.
A alegação é
que a denúncia publicada pela Folha
é vazia, sem fundamento nem evidências de conduta ilegal, e que a coligação
rival, por estar muito atrás nas pesquisas, tenta criar um “fato político
inverídico e a partir daí produzir celeuma midiática” (segundo o Ibope/Estado/Globo, 73% dos entrevistados disseram não ter recebido críticas
ou ataques a candidatos via WhatsApp
na semana que antecedeu o primeiro turno).
Do outro canto do ringue, o fantoche do presidiário insiste
num debate ao vivo e em cores, sem o qual, ressalta ele, esta será a primeira vez que uma eleição presidencial chega ao final sem que
pelo menos um debate entre os postulantes ao Planalto seja realizado e transmitido ao vivo pela TV.
Bolsonaro compareceu a dois debates
antes do primeiro turno, mas foi alvo de um atentado e ficou hospitalizado por
semanas a fio. Agora, a despeito de os médicos terem deixado a decisão a seu
critério, ele se recusa estrategicamente a participar, dizendo, inclusive, que “quem conversa com poste é bêbado”.
Salvo melhor juízo, debates são importantes quando envolvem ideias e
projetos. No entanto, a julgar pelo que se viu nos embates entre os postulantes
ao governo de estado, a coisa provavelmente se resumiria a uma abjeta troca de acusações
e ofensas de parte a parte que não ajuda em nada o eleitor indeciso a definir
seu voto. Haddad pleiteou no TSE que
o debate marcado para esta sexta-feira, na Globo, fosse convertido em
entrevista, mas o pedido foi negado pelo ministro Sérgio Banhos.
Fernão Lara Mesquita,
em recente artigo publicado no Estadão
e reproduzido no blog Vespeiro, faz uma análise lúcida da
situação atual. Confira o excerto a seguir:
Sobre a semana de “Desespero” que passou, nada mais
a dizer. Sobre “ameaças à democracia” no país que caminha para os finalmentes
de uma lição exemplar sobre a real proporção da viagem na maionese de quem quer
que acredite que pode tornar-se dono dele e ditar-lhe regras, não há mais
qualquer preocupação. Arrancamo-nos do século 20 e, dele, ninguém nos pega
mais. Podemos voltar a dar-nos o luxo de pensar o futuro. Mas a verdade nos
libertará?
Sem dúvida, somente a verdade nos poderá
libertar. Mas se será desta vez ou não que a “conheceremos”, essa é a dúvida
que, resolvida a eleição, ainda remanesce. Há uma promessa de olhar para o
quadrante onde os problemas de fato estão na economia e em outras vertentes não
totalmente desprovidas de importância no espaço aberto entre a história real e
a narrativa do drama brasileiro. Não é pouco, considerado o ineditismo e a
distância que tomamos da realidade, mas é só o que há.
Atacar questões como as da Previdência e do resto
do sistema de privilégios e colonização do Estado [...] é um imperativo de
sobrevivência. Os 0,5% da população empregados pelo Estado, que os outros 99,5%
sustentam, consomem integralmente os 40% do PIB que o Estado toma à Nação e
mais o que contrata de dívida por ano nas costas dela sem nenhuma contrapartida
de merecimento. [...] Os 63 mil assassinados por ano são a forma final que essa
fatura assume depois de vir espalhando miséria no corpo e na alma do Brasil
pelo caminho afora. Isso vai ter de parar. Vai ter de voltar para trás. Não há
mais escolha.
Mas tudo isso ainda são efeitos. A causa de tudo
ainda é a política. Tudo o mais que nos atropela é decorrência direta da
inexistência de um sistema real de representação do País real no País oficial e
da inexpugnável blindagem dos mecanismos de decisão contra qualquer
interferência da massa dos excluídos, da plebe, da ralé também dita
“eleitorado”. Os países são feitos para quem tem a última palavra no seu
processo de tomada de decisões. E muito pouca coisa para além dessa verdade é
verdade no blablablá com que nos engambelam desde Tiradentes. Existe democracia
se e quando há uma ligação aferível dos representados de cada representante
eleito e estes dispõem de instrumentos efetivos para impor a sua lei àqueles. É
simples assim. Tem o poder quem tem o poder de demitir. É isso que decide se o
país será construído pelos representantes eleitos para eles próprios e para “os
seus” ou para o povo, para os eleitores.
Hoje a dúvida sobre para quem é feito o Brasil é
zero. É dado à plebe, à ralé, ao eleitorado ir às urnas a cada quatro anos,
como irá mais uma vez domingo, mas daí por diante e até a próxima eleição, em
mais quatro anos, ele estará totalmente excluído da discussão do seu próprio
destino. [...] E, no entanto, passa batida, como a expressão da mais pura
verdade estabelecida, a afirmação, diariamente repetida pela situação e pela
oposição e amplificada pelos “contra” e pelos “a favor”, de que tocar em
qualquer desses privilégios seria “altamente impopular”. É um resumo eloquente
da extensão da imunodeficiência nacional à mentira.
A mera exposição honesta e didática das parcelas
que compõem a miséria do Brasil conduzirá à libertação do nó cego de mentiras
que mantêm atadas as contas públicas. [...] Mas até aí estaremos falando apenas
de manter viva a galinha dos ovos de ouro. E de assegurar a disputa pelo
“direito” de ser o primeiro a colhê-los. O lugar de honra do panteão dos heróis
da História continuará vago até que chegue quem seja honesto o bastante para
fazer a reforma política que tornará impossível que, “como regra, a mentira
esteja acima de tudo no nosso meio político”, seja quem for o eleito da vez
para fazer o seu turno “lá”. [...] Voto distrital puro para garantir a
fidelidade da representação do País real no País oficial e para tornar
operacional mudar com segurança no ritmo da necessidade, direito de retomada de
mandatos e referendo das leis dos Legislativos a qualquer momento para lembrar
sempre quem é que manda, eleições de retenção de juízes para prevenir marchas à
ré. Eis a verdade que nos libertaria.
A POLÍTICA É
COMO O ESGOTO. FEDE. MAS A GENTE SÓ SENTE O MAU CHEIRO QUANDO TIRA A TAMPA.
Depois de 21 anos de ditadura militar, Tancredo Neves foi eleito indiretamente primeiro presidente civil da Nova República, mas, por uma trapaça do destino, o político mineiro baixou ao hospital horas antes de tomar posse (e foi sepultado 41 dias e 7 cirurgias depois), de modo que quem despresidiu o Brasil de 15 de março de 1985 até 15 de março de 1990 foi o oligarca maranhense José Sarney, cujo nome dispensa maiores apresentações.
Sucedeu ao macróbio literato o pseudo caçador de marajás — que
entrou para a história como o primeiro presidente eleito pelo voto popular da "Nova República" e o primeiro a ser defenestrado por um processo de impeachment. Uma das poucas coisas o "Rei Sol" fez de bom durante sua funesta gestão foi pôr fim à reserva de mercado instituída pelos militares e liberar as importações. Com isso. nossas “carroças” se beneficiaram de recursos
tecnológicos que já eram largamente utilizados em países desenvolvidos, entre os quais a injeção
eletrônica de combustível, que substituiu o jurássico carburador e, mais
adiante, tornou possível o advento dos motores “Flex”, capazes de funcionar tanto com gasolina quanto com álcool ou a mistura desses combustíveis (em
qualquer proporção).
Foi também graças à tecnologia embarcada que a transmissão automatizada surgiu como
alternativa ao câmbio automático (desenvolvido
nos anos 1930, mas visto com desconfiança pelos motoristas tupiniquins até não muito tempo atrás, sobretudo pelo custo elevado de manutenção, escassez de mão
de obra especializada e expressivo aumento no consumo de combustível).
Para
quem não sabe, a principal diferença entre essas duas tecnologias é que, no câmbio automático, um conversor de torque faz o papel
da embreagem, e um sofisticado mecanismo de apoio produzas relações de transmissão que são repassadas às rodas motrizes. Já o câmbio automatizado — que
se popularizou aqui por estas bandas a partir de 2007 — utiliza osmesmos componentes da versão manual, mas desobriga o motorista de acionar a embreagem e mudar as marchas porque um sistema robotizado se encarrega dessa tarefa (para saber mais, sugiro a leitura desta
matéria).
Observação: A transmissão automática é preferível à automatizada que equipa os veículos de preço "intermediário" fabricados
no Brasil. Como dito, ambas dispensam o pedal da embreagem e dão
descanso à perna esquerda do motorista —o que é uma benção quando se enfrenta o
anda-e-para do trânsito caótico das nossas cidades.
Se você ainda reluta em comprar um carro automático ou
automatizado, está mais que na hora de rever seus conceitos. A adaptação é
rápida, e quem gosta de conforto dificilmente volta (voluntariamente) ao câmbio manual. Basicamente, tudo que o motorista precisa fazer é ligar o
motor, posicionar a alavanca em “D”
(drive) e acelerar, pois o sistema se encarrega de selecionar as marchas mais
adequadas a cada situação.
Em tese, a vida útil do câmbio automático é superior à do manual, já que o mecanismo sofre menos com os maus hábitos do
motorista. Mas é importante não descuidar da manutenção e evitar mudar
a alavanca para a posição R (Ré) enquanto o veículo não estiver totalmente imobilizado. Outro mau hábito — muito
comum entre os norte-americanos, que tradicionalmente preferem o câmbio
automático ao manual — é colocar a alavanca em P (Park) e não acionar o freio de
estacionamento. Nessa situação, o “peso” do carro fica “apoiado” na trava do
câmbio, que não foi projetada para esse fim. O correto, portanto, é acionar o freio de estacionamento e só então colocar alavanca em P, garantindo a imobilização sem forçar o sistema de transmissão.
Outro erro comum é colocar a
alavanca na posição N (Neutro) ao
parar no semáforo, até porque a transmissão foi projetada para ser mantida em D — assim,
quando o farol abrir, basta soltar o pedal do freio e acelerar.Os modelos mais modernos simulam o neutro (isto é, desconectam o motor do
câmbio) depois de 5 segundos, mesmo que a alavanca fique em D. Assim, mudar de D para N e de novo para D no anda-e-para do trânsito não só descaracteriza os propósitos da
transmissão automática como contribui para o desgaste dos componentes.
Na mais recente pesquisa do Ibope, Bolsonaro aparece com 57% das intenções de votos válidos, o que representa uma vantagem de 14% em relação a Haddad.
A redução em comparação com os números da pesquisa anterior, que está dentro da tal “margem de erro”, pode ter a ver com declarações, vídeos e “revelações polêmicas” que inundaram a
mídia e as redes sociais nos últimos dias, mas também pode ser uma “acomodação
de camadas”, e não o terremoto que alguns vêm alardeando. Prova disso é que os
mercados financeiros têm demonstrado confiança na vitória de Bolsonaro e na expectativa de
continuidade da agenda de reformas — o que levou o IBOVESPA a se firmar acima dos 85 mil pontos, além de reduzir
significativamente a desvalorização do real em relação do dólar.
Na avaliação de Merval
Pereira, a vantagem Bolsonaro a três dias da eleição mostra como os votos cristalizados dos dois candidatos
praticamente inviabilizam uma reviravolta na reta final, a não ser que algo
inacreditável aconteça. Em vez de uma bala de prata, o PT gastou várias, mas nenhuma acertou o alvo. Mesmo assim, o
número de pessoas que não votariam no capitão aumentou, superando o dos que
votarão com certeza. Paralelamente, a rejeição a Haddad diminuiu, ainda que a diferença esteja dentro da tal margem de erro.
O suposto escândalo das mensagens inverídicas de WhatsApp, baseado numa denúncia
jornalística inepta, acabou sendo soterrado pelo próprio Haddad, que
se precipitou em avalizar a denúncia de que o general Mourão, vice de Bolsonaro, teria torturado o cantor e compositor Geraldo Azevedo em 1969 — até porque, na época, Mourão tinha apenas 16
anos (aliás, o próprio Azevedo voltou atrás em sua declaração). Mas o problema causado pela denúncia da Folha não justifica os arroubos retóricos do capitão em mensagem enviada aos manifestantes na Avenida
Paulista, pois revelam uma preocupante visão autoritária da relação entre a imprensa e o mandatário de um país. Aliás, o mesmo destempero acomete o presidente Trump, dos Estados Unidos, e o
ex-presidente Lula, que também se
valeram de sua popularidade para incitar militantes e apoiadores contra os
órgãos de imprensa que os vigiam.
Os esquerdistas assumiram postura autoritária ao exigir, em discursos
inflamados, não apenas a anulação da eleição, mas também a censura ao WhatsApp até o final do segundo turno.
É inacreditável que o PT pleiteie medidas drásticas com base apenas numa denúncia de jornal, sem que as
autoridades abram investigações. Quando mais não seja, porque os petistas sempre desacreditaram
denúncias de jornal contra os seus — principalmente contra Lula — e criticaram o que qualificaram de rito sumário das decisões da Justiça na Operação Lava-Jato. Anular
uma eleição é decisão gravíssima, e que, como destacou a ministra Rosa Weber, atual presidente do TSE, não pode ser tomada fora do tempo
da Justiça “que não é o tempo da política”.
Resumo da ópera; Dificilmente a diferença que separa Bolsonaro de Haddad poderia ser revertida nos poucos dias que nos separam do segundo turno, mas a redução da distância entre ambos, que pode ser confirmada ainda
nesta semana pelo Datafolha, é um alerta ao futuro presidente, que, por mais
votos que receba, não terá um cheque em branco da sociedade.
Para concluir esta postagem (que a síndrome do macaco não me
permite espichar demais), relembro que esta vem sendo a eleição presidencial
mais polarizada da nossa história e a primeira calcada precipuamente meio virtual,
ainda que a anacrônica propagando política obrigatória continue a ser veiculada. E continuará a sê-lo até a próxima sexta-feira, permitindo que os candidatos se
digladiem no mar de ofensas e acusações, numa deplorável sucessão de baixarias, como as que se viram nos debates entre
os postulantes ao governo do estado de São Paulo — no âmbito do governo
federal, Bolsonaro preferiu
administrar sua vantagem e “jogar parado” a aceitar os recorrentes desafios do
preposto do criminoso de Garanhuns (dizendo até que quem conversa com poste é
bêbado).
Nessa terra de ninguém, onde é quase impossível separar o
joio do trigo, o Projeto Comprova vem em socorro dos eleitores, com uma equipe de jornalistas que checam a veracidade das mensagens que lhe são
repassadas pelo WhatsApp11 97795-0022, a exemplo de site como Aos Fatos, Agência Lupa e Fato ou Fake, que também buscam desmentir as fake
news.
Seja como for, desconfie sempre de mensagens de cunho político com
linguagem sensacionalista ou abundante em adjetivos, com textos em maiúsculas
e/ou que apresentem erros gramaticais excessivos, pontos de exclamação em
demasia e outros indicativos de maracutaia — sobretudo quando elas vêm
acompanhadas do indefectível pedido de compartilhamento.
Observação: É bom lembrar que fotos não bastam para
garantir a veracidade das mensagens, pois muitos disseminadores de boatos se
valem de imagens antigas, editadas, ou associam fotos e vídeos verdadeiros a
informações falsas. Nesse caso, vale recorrer à ferramenta
de busca reversa de imagem do Google para verificar o contexto em que a foto foi publicada. No Google Imagens, por exemplo, basta
carregar um arquivo de imagem ou pesquisar pelo link da foto.
Ainda em dúvida? Anote aí alguns telefones úteis:
Estadão Verifica: (11) 99263-7900 Aos Fatos: (21) 99956-5882 Folha Informações: (11) 99490-1649 Boatos.org: (61) 99177-9164 Fato ou Fake: (21) 97305-9827
O CONHECIMENTO CRIA PROBLEMAS, MAS NÃO É A IGNORÂNCIA QUE OS RESOLVE.
Como vimos,
o Chrome não avisa quando há várias
abas abertas no momento em que ele é fechado. Não que essa omissão seja uma tragédia, mas implementar o recurso
também não seria um bicho-de-sete-cabeças. Por alguma razão, porém, o Google preferiu disponibilizar um plugin (extensão para navegador) que,
dentre outras funções, supria essa “deficiência”. Entretanto, a partir da versão 45,
lançada em 2015, o Chrome deixou de
suportar o NPAPI (tecnologia
necessária ao funcionamento de applets em Java)
e o Chrome Toolbox foi removido do Google Web Store.
Sem embargo da
solução que eu mencionei na postagem anterior, o “Close...NOT!” pode ser uma alternativa interessante. Basta você
seguir este
link, clicar no botão Adicionar
e reiniciar o Chrome.
Note, porém
que será preciso ativar a extensão em cada janela ou aba para que ela funcione —
para isso, dê um clique sobre o ícone ao lado da barra de endereço e observe
que um sinal de interrogação surgirá junto do escudo, indicando que o plugin está
ativo.
Outro “senão” é que o Close...NOT!
não diferencia links do comando fechar — ou seja, se ao navegar por uma página você
clicar num link interno, o plugin perguntará se você deseja sair ou permanecer
no endereço.
Tudo somado e subtraído, quem não abre mão do alerta
sobre as abas pode estar pensando em trocar de navegador. Mas existe um paliativo mais ou menos
satisfatório, qual seja configurar o Chrome para
iniciar de onde ele parou. Assim, se você fechar várias abas sem querer, elas
serão reabertas automaticamente quando o browser for reiniciado.
Para fazer esse ajuste, acesse o menu de
configurações do Chrome (clique no ícone
dos três pontinhos, no canto superior direito da janela), selecione Configurações e, no campo Inicialização, marque a opção Continuar de onde você parou.
Talvez não seja a solução ideal, mas é melhor pingar do que secar.
Reza a sabedoria popular que, para náufrago, jacaré é tronco. Essa pérola cai como uma luva para
explicar a insistência de Haddad e
do PT em criar factoides em busca do
“grande
escândalo” que, segundo Lula,
seria a única maneira de evitar a derrota de seu fantoche.
A Folha deu uma mãozinha
ao denunciar a compra de supostos “disparos” de fake news contra Haddad
por empresas (ou empresários) que apoiam Bolsonaro,
mas denunciar é uma coisa, provar é outra. Mesmo que essa história tenha repercutido,
e o PT e o PSD se aproveitado dela para pedir a impugnação da candidatura do adversário,
a investigação determinada pelo TSE
não altera, no curto prazo, o cenário eleitoral que se vem delineando desde o
primeiro turno e que tende a se consolidar no próximo domingo 28.
Até o momento não existem provas de que empresas (ou empresários,
o que mudaria completamente a história, já que, dentro de certos limites, colaborações
de pessoas físicas às campanhas eleitorais continuam sendo permitidas) patrocinaram
os tais disparos em massa no WhatsApp,
mas a petralhada mantém o tom elevado, como se o partido da estrela (cadente)
fosse a quintessência da virtude, e não uma organização criminosa comandada por
um apenado e integrada por Gleisi Hoffmann,
Lindbergh Farias, Humberto Costa, Paulo Teixeira e
outros que tais.
Um vídeo publicado em junho (não dias
ou semanas atrás, portanto), no qual Eduardo
Bolsonaro dá uma resposta infeliz a uma pergunta igualmente infeliz, ganhou
vulto agora, a poucos dias do segundo turno, também
impulsionado pela Folha. Diante dessa “grave ameaça às instituições”, o
ministro Dias Toffoli, atual presidente
do STF, afirmou em nota que um ato contra o Judiciário seria “atacar a
democracia”. Na minha desvaliosa opinião, está-se fazendo tempestade em copo d’água. Mas não
vou insultar a inteligência dos leitores exaltando o óbvio, e sim convidá-los a
clicar aqui
para ler a nota de Toffoli, aqui
para ver como se pronunciaram outros ministros da Corte, e então tirar suas
próprias conclusões.
Observação: Ainda sobre o tal vídeo, talvez JairBolsonaro pudesse ter escolhido melhor as palavras que usou para condenar
o ato de seu rebento — referir-se
a Eduardo como “garoto” e dizer
que o repreendeu, tanto como filho quanto como parlamentar, não me pareceu lá
muito apropriado. Já a ex-corregedora
do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana
Calmon, também se referiu a Eduardo
como “menino inconsequente e imaturo”, mas ponderou que o
presidenciável não pode ser responsabilizado pela bravata do filho, e que,
quando se vê qual foi o contexto à época em que foi feito, fica clara a
intenção do PT de criar mais um factoide
e usá-lo contra o adversário.
É oportuno lembrar que o deputado petista Wadih Damous — um daqueles que tramou a
soltura de Lula durante o recesso do
Judiciário — disse com todas as
letras, num vídeo postado meses atrás em sua página no Facebook depois que o ministro Barroso não acolheu os recursos da
defesa do ex-presidente petralha, que “tem
de fechar o Supremo Tribunal Federal”.
José Dirceu — outro
criminoso condenado, mas em liberdade condicional graças à ala garantista do STF — também disse recentemente que “é preciso tirar todos os poderes do Supremo”,
rebatizá-lo como “Corte Constitucional”,
e que “Judiciário não é poder da
República, é um órgão, mas se transformou em um quarto poder; se o Judiciário assume poderes do Executivo e do Legislativo, caminhamos para o autoritarismo”.
Gleisi Hoffmann,
a uma semana do julgamento de Lula no
TRF-4, berrou aos quatro ventos que
para Lula ser preso “vai ter que prender muita gente, vai ter
que matar gente”. O próprio Lula
chegou a dizer que “botaria o exército
de Stedile nas ruas”, e que a mídia deveria “trabalhar” para que ele não
voltasse ao poder, porque, quando voltasse, haveria regulação da imprensa (e
outras bravatas que a síndrome do macaco
me impede de enumerar).
Para encerrar: Segundo a revista digital Crusoé, os petistas depositam suas últimas esperanças em uma possível “onda silenciosa” de eleitores que só se manifestarão nas urnas. Essa onda seria formada por pessoas que vão votar no poste de Lula, mas teriam receio ou até vergonha de expor o voto publicamente, e por isso não aparecem nas pesquisas.
Sem mais comentários. Que o leitor tire suas próprias
conclusões.
AQUELE QUE LÊ
MAUS LIVROS NÃO LEVA VANTAGEM SOBRE AQUELE QUE NÃO LÊ LIVRO NENHUM.
Como vimos na postagem anterior, se
você usa o Chrome e já teve o
desprazer de encerrar uma sessão de navegação quando pretendia apenas fechar a
aba ativa, deve ter percebido que, diferentemente de seus concorrentes, o navegador do Google não avisa que há outras abas abertas quando você clica no X vermelho para encerrar a sessão de navegação, e nem permite incluir essa funcionalidade mediante uma simples reconfiguração.
A boa notícia é que um plugin (ou extensão, como queira) chamado Chrome Toolbox faz
isso e muito mais, pois permite deixar até dez comandos do Chrome configurados em um menu suspenso e de fácil acesso. A má notícia é que ele foi removido da Chrome
Web Store em 2015, quando a empresa lançou a versão 45 de seu festejado navegador e
suprimiu o suporte ao NPAPI (tecnologia
necessária para applets em Java).
O plugin em questãoainda pode ser baixado do site do
Baixaki, que dá detalhes sobre a instalação,
configuração e outros que tais. Mas para que o troço funcione, é preciso
instalar outro plugin (clique aqui
para mais informações e download).
Observação: Eu não experimentei, de modo que não posso
dizer mais do que já disse. Se você quiser tentar, faça-o por sua conta e risco.
Se houver algum problema, basta desinstalar a extensão ou, em último caso,
reinstalar o Google Chrome.