Na mais recente pesquisa do Ibope, Bolsonaro aparece com 57% das intenções de votos válidos, o que representa uma vantagem de 14% em relação a Haddad.
A redução em comparação com os números da pesquisa anterior, que está dentro da tal “margem de erro”, pode ter a ver com declarações, vídeos e “revelações polêmicas” que inundaram a
mídia e as redes sociais nos últimos dias, mas também pode ser uma “acomodação
de camadas”, e não o terremoto que alguns vêm alardeando. Prova disso é que os
mercados financeiros têm demonstrado confiança na vitória de Bolsonaro e na expectativa de
continuidade da agenda de reformas — o que levou o IBOVESPA a se firmar acima dos 85 mil pontos, além de reduzir
significativamente a desvalorização do real em relação do dólar.
Na avaliação de Merval
Pereira, a vantagem Bolsonaro a três dias da eleição mostra como os votos cristalizados dos dois candidatos
praticamente inviabilizam uma reviravolta na reta final, a não ser que algo
inacreditável aconteça. Em vez de uma bala de prata, o PT gastou várias, mas nenhuma acertou o alvo. Mesmo assim, o
número de pessoas que não votariam no capitão aumentou, superando o dos que
votarão com certeza. Paralelamente, a rejeição a Haddad diminuiu, ainda que a diferença esteja dentro da tal margem de erro.
O suposto escândalo das mensagens inverídicas de WhatsApp, baseado numa denúncia
jornalística inepta, acabou sendo soterrado pelo próprio Haddad, que
se precipitou em avalizar a denúncia de que o general Mourão, vice de Bolsonaro, teria torturado o cantor e compositor Geraldo Azevedo em 1969 — até porque, na época, Mourão tinha apenas 16
anos (aliás, o próprio Azevedo voltou atrás em sua declaração). Mas o problema causado pela denúncia da Folha não justifica os arroubos retóricos do capitão em mensagem enviada aos manifestantes na Avenida
Paulista, pois revelam uma preocupante visão autoritária da relação entre a imprensa e o mandatário de um país. Aliás, o mesmo destempero acomete o presidente Trump, dos Estados Unidos, e o
ex-presidente Lula, que também se
valeram de sua popularidade para incitar militantes e apoiadores contra os
órgãos de imprensa que os vigiam.
Os esquerdistas assumiram postura autoritária ao exigir, em discursos
inflamados, não apenas a anulação da eleição, mas também a censura ao WhatsApp até o final do segundo turno.
É inacreditável que o PT pleiteie medidas drásticas com base apenas numa denúncia de jornal, sem que as
autoridades abram investigações. Quando mais não seja, porque os petistas sempre desacreditaram
denúncias de jornal contra os seus — principalmente contra Lula — e criticaram o que qualificaram de rito sumário das decisões da Justiça na Operação Lava-Jato. Anular
uma eleição é decisão gravíssima, e que, como destacou a ministra Rosa Weber, atual presidente do TSE, não pode ser tomada fora do tempo
da Justiça “que não é o tempo da política”.
Resumo da ópera; Dificilmente a diferença que separa Bolsonaro de Haddad poderia ser revertida nos poucos dias que nos separam do segundo turno, mas a redução da distância entre ambos, que pode ser confirmada ainda
nesta semana pelo Datafolha, é um alerta ao futuro presidente, que, por mais
votos que receba, não terá um cheque em branco da sociedade.
Para concluir esta postagem (que a síndrome do macaco não me
permite espichar demais), relembro que esta vem sendo a eleição presidencial
mais polarizada da nossa história e a primeira calcada precipuamente meio virtual,
ainda que a anacrônica propagando política obrigatória continue a ser veiculada. E continuará a sê-lo até a próxima sexta-feira, permitindo que os candidatos se
digladiem no mar de ofensas e acusações, numa deplorável sucessão de baixarias, como as que se viram nos debates entre
os postulantes ao governo do estado de São Paulo — no âmbito do governo
federal, Bolsonaro preferiu
administrar sua vantagem e “jogar parado” a aceitar os recorrentes desafios do
preposto do criminoso de Garanhuns (dizendo até que quem conversa com poste é
bêbado).
Nessa terra de ninguém, onde é quase impossível separar o
joio do trigo, o Projeto Comprova vem em socorro dos eleitores, com uma equipe de jornalistas que checam a veracidade das mensagens que lhe são
repassadas pelo WhatsApp 11 97795-0022, a exemplo de site como Aos Fatos, Agência Lupa e Fato ou Fake, que também buscam desmentir as fake
news.
Seja como for, desconfie sempre de mensagens de cunho político com
linguagem sensacionalista ou abundante em adjetivos, com textos em maiúsculas
e/ou que apresentem erros gramaticais excessivos, pontos de exclamação em
demasia e outros indicativos de maracutaia — sobretudo quando elas vêm
acompanhadas do indefectível pedido de compartilhamento.
Observação: É bom lembrar que fotos não bastam para
garantir a veracidade das mensagens, pois muitos disseminadores de boatos se
valem de imagens antigas, editadas, ou associam fotos e vídeos verdadeiros a
informações falsas. Nesse caso, vale recorrer à ferramenta
de busca reversa de imagem do Google para verificar o contexto em que a foto foi publicada. No Google Imagens, por exemplo, basta
carregar um arquivo de imagem ou pesquisar pelo link da foto.
Ainda em dúvida? Anote aí alguns telefones úteis:
Estadão Verifica: (11) 99263-7900
Aos Fatos: (21) 99956-5882
Folha Informações: (11) 99490-1649
Boatos.org: (61) 99177-9164
Fato ou Fake: (21) 97305-9827
Ainda em dúvida? Anote aí alguns telefones úteis:
Estadão Verifica: (11) 99263-7900
Aos Fatos: (21) 99956-5882
Folha Informações: (11) 99490-1649
Boatos.org: (61) 99177-9164
Fato ou Fake: (21) 97305-9827