quinta-feira, 4 de agosto de 2016

VÍRUS ― VOCÊ SABIA? (parte 2)

NÃO EXISTE TRABALHO RUIM; RUIM É TER DE TRABALHAR.

Segurança absoluta na Web é conversa para boi dormir, mas o risco é bem maior quando não se dispõe de um arsenal de segurança responsável no  PC, tablet ou smartphone. Entretanto, nem mesmo as melhores suítes de segurança disponíveis no mercado conseguem ser “idiot proof” a ponto de proteger o usuário de si mesmo, razão pela qual é fundamental atentar pra algumas regrinhas básicas, tais como, manter sistema e programas sempre atualizados, evitar abrir anexos de email de origem suspeita, jamais clicar em links trazidos por mensagens de correio eletrônico ou disponibilizados em redes sociais e janelinhas pop-up ― não raro, estas últimas exibem anúncios atraentes, visando ludibriar os internautas menos esclarecidos. Para saber mais, digite segurança na caixa de pesquisas aqui do Blog e tecle Enter.

Observação: Note que você pode ser vítima de um código malicioso sem nem mesmo baixar e instalar qualquer aplicativo. Em alguns casos, basta acessar um webpage maliciosa ― ou mesmo uma página legítima que tenha sido “sequestrada” pela bandidagem digital ― para que a caca esteja feita.

Cumprindo agora o prometido na postagem anterior, veremos alguns vírus criados na pré-história da computação pessoal, que, por essa ou aquela razão, ganharam maior notoriedade. Vale lembrar que a classificação dessas pragas varia conforme a fonte, e que outros códigos maliciosos criados nos primórdios da informática não se destacaram o suficiente para justificar sua inclusão nesta despretensiosa matéria. Dito isso, sigamos adiante.

O BRAIN, criado por dois irmãos paquistaneses em 1986, é considerado por muitos o primeiro vírus para PCs. Embora tenha sido desenvolvido originalmente para identificar cópias piratas que rodavam no Apple II, ele foi posteriormente compatibilizado com o DOS, quando então incorporou características de código malicioso. Mas há quem aposte no vírus THE CREEPER  ― criado por Bob Thomas em 1971, que exibia no monitor do computador infectado a mensagem IM THE CREEPER, CATCH ME IF YOU CAN (eu sou assustador, pegue-me se for capaz), pulava para outro sistema e repetia o mesmo procedimento. Mais adiante,  THE REAPERo ceifeiro, numa tradução livre ― foi desenvolvido com a finalidade precípua de eliminar THE CREEPER das máquinas infectadas, e por isso é considerado o precursor dos programas antivírus.

Nos anos 1980, o Leste Europeu ― com destaque para países da URSS ― foi um verdadeiro criadouro de vírus informáticos. Lá nasceram o YANKEE DOODLE ― que aporrinhava os usuários de computador reproduzindo uma versão esganiçada da música de mesmo nome ―, o DEN ZUK ― que trocava o nome do disco rígido para Y.C.I.E.R.P. ―, o JERUSALEM ― que ameaçava apagar os dados do HD (mas não apagava) ― e várias outras pragas incomodativas, mas inofensivas, pelo menos até o surgimento do destrutivo CASINO, em janeiro de 1991. Essa praga transferia a FAT (tabela de alocação de arquivos) do HD para a memória RAM (apagando a original no disco) e forçava o usuário a participar de um jogo para salvar seus arquivos. Uma vez desligado, o PC só voltava a funcionar depois que o sistema fosse reinstalado (o que invariavelmente acabava acontecendo). Até hoje não se sabe ao certo quem criou esse vírus, mas sabe-se que ele aporrinhou um bocado de gente.

Entre o final da década de 80 e início dos anos 1990, o CASCADE aterrorizou muitos usuários do DOS “implodindo” o sistema ― ele fazia com que os caracteres desabassem até a borda inferior da tela, inviabilizando o funcionamento do computador. Na mesma época, o MADMAN também assustou muita gente, exibindo uma imagem formada pelos olhos semicerrados de um homem de rosto vermelho (vide figura que ilustra o post), seguida dos dizeres: NADA PODE SALVÁ-LO, AMIGO. AGORA VOCÊ ESTÁ EM MEU MUNDO. Para piorar, qualquer tentativa de remover a praga resultava em outra mensagem, onde se lia: EU ESTOU VENDO VOCÊ. Mas as consequências não iam muito além disso.

Outras pestes eletrônicas assustadoras que surgiram no início dos anos 1990 foram a AIDS ― que apresentava uma mensagem de boas-vindas arrepiante e informava a vítima de que seu sistema tinha sido infectado com o vírus da AIDS ―, a TEQUILA ― que infectava os arquivos executáveis do DOS e exibia uma figura geométrica complexa com uma mensagem que prometia cerveja e tequila ao usuário que seguisse clicando ― e a KU-KU ―, que exibia pontos multicoloridos que iam preenchendo progressivamente a tela. Em 1998, o CHERNOBYL ― talvez o único vírus conhecido capaz de atuar sobre o hardware ― sobrescrevia os dados do BIOS, impedindo a reinicialização do computador. Ele ganhou esse nome por ter sido ativado no dia 26 de abril daquele ano ― data em que ocorreu o catastrófico acidente na usina nuclear ucraniana homônima ―, embora fosse também chamado de CIH (iniciais do nome do seu criador) e Spacefiller (devido a sua técnica de infecção).

No apagar das luzes do século XX, o Melissa ― vírus de macro escrito para o MS Word 97 ― “chegou arrebentando”, mas vamos deixar para falar dele na próxima postagem, que esta já está grande demais. Abraços e até lá.